Oposto Complementar escrita por Tai Barreto


Capítulo 40
Capítulo 40.


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridas.
Terminei esse capítulo na madruga, então, perdoem os erros.
Comecei a responder aos reviews de SNMM e AFP, e espero ter tempo para responder aos daqui ainda hoje.
Estou criando uma playlist para AFP, então está puxado.

Sem mais, boa leitura.



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Dez de julho de dois mil e dezessete.

Eu não consigo acreditar que tem dez dias que eu voltei da minha estadia de um mês pela França. Eu falei algo sobre o deus do tempo? Olha como está a minha memória. Claro que já. Eu não posso negar que o tempo está passando rápido. E eu tenho me dedicado aos negócios, até porque, George parece irredutível quanto eu assumir a vice-presidência, quando eu terminar meus estudos. E eu nem os comecei. Já sinto a pressão.

Falei com uns poucos integrantes da minha família. Jéssica continua irredutível sobre eu ter que lhe obedecer e voltar para casa. Letícia, chata instável, que ora está de boa por Harry e eu sermos apenas amigos, ora está furiosa por tal coisa, pois segundo ela, deveríamos estar namorando. Felipe está feliz com a minha realização profissional; ele sempre fora o mais certinho. Papai só quer que eu seja feliz.

Eu me espreguiço e a pouca disposição parece não querer me deixar levantar da cama, por isso eu não perco a mania de tomar banho antes de ir trabalhar. Só que eu tenho que praticar meus exercícios, pois enquanto estive na França, as sobremesas mais maravilhosas do mundo me fizeram ganhar uns quilinhos. Não que isso seja ruim. Não quero me render ao sedentarismo.

Saio da cama e marcho até o closet, com mais roupas do que quando eu cheguei aqui, claro, até porque, minha estadia na França me fez adquirir mais peças, modernas e lindas.

***

Eu estou preparando o café da manhã, ao som de Sua Cara, do Major Lazer, com as donas do Brasil: Anitta e Pabllo Vittar. Eu nem estou muito ansiosa para a estreia do clipe original. Só tremendo um pouco. Eu estou surtando! Rebolo, entregue à letra, colocando mais uma panqueca no prato, totalizando quatro. Ao fim, lavo a frigideira e o copo do liquidificador e coloco no escorredor. A música está para repetir até a eternidade. Ou até que eu queira ouvir outra, mas no momento, essa é a que eu vou ouvir até enjoar, bater saudade, ouvir demais, enjoar e viver nesse ciclo eterno.

A mesa está posta. Dou um gritinho ao ver Harry, sentado à mesa e retiro os fones. Seu meio sorriso é de tirar o fôlego, por mais que esteja carregado de sarcasmo.

— Pode desfazer esse sorrisinho. — Semicerro os olhos e me sento.

— Bom dia. — Seu sorriso se amplia.

— Bom dia. — Pego duas panquecas e me sirvo, despejando um pouco de calda sobre.

— Dormiu bem? — Ele faz o mesmo.

— Sim, obrigada e você? — Eu quase babo sobre o meu prato, cortando e comendo.

— Igualmente, obrigado. — Harry come. — Que música era aquela que você estava ouvindo sem parar?

Sua Cara.

— Tinha visto que você a adicionara recentemente...

— E que não sai do repeat. — Sorrio. — Resultado da parceria entre a Pabllo Vittar e a Anitta.

— Tem o Major Lazer.

— É. — Dou de ombros. — Eu valorizo mais as artistas do meu país.

— Eu sei, meu doce.

Ao fim do café da manhã, eu subo a escada, graças ao fato de Harry ter se disponibilizado a cuidar da louça, entro no quarto, banheiro e escovo os dentes. No closet, pego uma jeans clara de corte reto, uma camisa e blazer brancos scarpins e uma bolsa de mão nudes. O conjunto de lingerie também é branco, eu me visto e dobro a barra da calça até a metade das canelas.

Arrumo a bolsa, desfaço o coque, deixando os fios com lindas ondas, coloco pulseiras, pego meus óculos escuros e saio, encontrando meu cabeludo favorito sentado no sofá.

***

Seria precipitado da minha parte achar que tudo vai se repetir apenas pelo fato de Harry estar conversando com uma antiga colega de classe nesse momento? Sei lá. A sensação que eu tenho não é nada boa, mesmo eu tentando a ignorar fortemente. Como prova, assim que ela apareceu no seu escritório, eu dei uma desculpa de que tinha que resolver umas pendências no meu e me apressei, sem dar tempo de ele nos apresentar. A mulher é linda, simpática e tem um lindo par de olhos azuis, que encantam qualquer um.

Eu dou um passo para fora da cabine do elevador. Um, porque eu esbarro em alguém que estava entrando.

— Desculpe — peço, ao mesmo tempo que ele faz.

— Eu lhe machuquei? — Ele impede as portas de se fecharem e eu saio. — Desculpe. Eu não tive a intenção. Sou Joseph Pipes. — E me estende a mão.

— Laila Vidal. — Cumprimento-o. — O senhor não me machucou.

— Por favor, sem essa de senhor. — O moreno faz uma careta.

— Qual é mesmo o seu nome? — Franzo o cenho.

— Joseph Pipes.

— Desculpe por te esquecido. Eu estou com a cabeça cheia. — Eu a balanço em negativa.

— Tudo bem, senhorita, mas está tudo bem?

Eu o olho nos olhos, castanhos, do mesmo tom dos cabelos, a pele alva. Ele é alto, tem barba por fazer, usa camisa jeans de botão e calça preta, com rasgos nos joelhos. Estilo que costuma acabar comigo.

— Sim, obrigada.

— Ótimo. Porque eu estou procurando pela senhorita.

— Por mim? Para quê?

— Conversar sobre negócios. — Seu meio sorriso é lindo demais.

— Sendo assim, vamos ao meu escritório.

***

Eu não sou a maior representante da Carter Construction Company, porém devo admitir que costumo fazer um excelente trabalho. Do contrário, George teria me chamado a atenção. Como eu tenho tanta certeza? Eu lhe pedi e fiz prometer que faria, porque, se eu cometesse algum erro, eu desistiria de tudo, por mais que fosse insignificante. É o meu futuro que está em jogo. Bem como a qualidade do serviço da construtora. Eu jamais me perdoaria se colocasse tudo a perder.

Eu me coloco de pé e o moreno à minha frente faz o mesmo, me estendendo a mão. Eu a pego e cumprimento.

— Foi maravilhoso a conhecer, senhorita. — Joseph me dá uma piscadela e eu sinto minhas maçãs esquentarem.

Como pode ser tão irresistível assim?

— Igualmente, senhor Pipes. — Eu sorrio.

— Estou atrapalhando algo? — inquire Harry e eu o olho.

Ele está diante da porta aberta, com as mãos nos bolsos da calça, os cabelos soltos, levemente desgrenhados e a expressão fechada.

— Não, senhor Carter. — Pipes continua segurando em minha mão. — De maneira alguma.

— Meu doce, vamos? — Harry me olha.

— Claro. — Eu me solto para pegar a minha bolsa e óculos escuros.

— Como faço para a ver novamente? — pergunta Pipes.

— O senhor tem o meu número. — Coloco os óculos.

Joseph me acompanha, gesticulando para que eu saia e eu faço, sem me importar com quem vem atrás. Eu quero comer. Chamo o elevador, fitando o painel que informa os andares por onde ele passa, até que as portas se abrem e eu entro, apertando o botão para o térreo.

Eu não quero pensar que estou “dando” o troco no Harry. Ele conhece a morena que estava em seu escritório. Eu acabo de conhecer o Pipes. Não tem comparação. Os dois se mantêm em silêncio atrás de mim.

Assim que as portas se abrem, eu saio.

— Senhorita Vidal, espero a ver outra vez, muito em breve — diz ele, aparecendo ao meu lado.

— Tenha um excelente dia.

— A senhorita também.

Eu pego o trajeto para o La Fleur D’or. Eu gostaria de encontrar Damon por lá. Bem como seus outros dois amigos.

— O papo com aquele cara estava bom?

— Sim. O Joseph é maravilhoso. Não esperei que fosse me divertir tanto em tão pouco tempo de conversa. — Sorrio para Harry e volto minha atenção para a frente. Esbarrei em pessoas demais por hoje.

No restaurante, eu encontro Eleanor sentada à mesa de sempre, bem como o trio mais poderoso de Londres.

***

— Harry e eu, na sua cobertura, para um jantar? — Eu franzo o cenho, enquanto fito a loira diante de mim. Holly concorda, segurando firme na mão do seu namorado. — É óbvio que estaremos lá e com o maior prazer, não é? — Olho o moreno ao meu lado.

— Sem dúvidas. De que horas querem que estejamos lá? — Harry questiona.

— Sete em ponto — responde Holly.

— Damon vai estar lá?

— Não. Ele disse que pretende voltar a Denver em breve, então vai se organizar para ir com tranquilidade.

— Algum problema? — Eu me preocupo.

Damon não me deu espaço para um diálogo. Assim que nos encontramos na frente do restaurante, ele nos cumprimentou e se afastou. Parecia-me atordoado. Eu gostaria de fazer com que ele se abrisse, mas acabei preferindo deixar que ele faça quando quiser. Ou se quiser. Eleanor cumprimentou os loiros e se foi, dizendo que tinha que voltar ao trabalho.

— Não, peixinha. Problema algum. — Holly nega com a cabeça, enfatizando. — Ele tem reunião com o Harry de lá em poucos minutos.

— Certo. Vejo vocês às sete da noite.

— Até lá.

Despedimo-nos e Harry e eu rumamos de volta à CCC.

— O que acha que pode ser? — questiona e eu dou de ombros.

— Não tenho ideia. — Minha mente entra em modo pesquisa, vasculhando por algum fato importante entre os dois. — Talvez seja para comemorar o noivado deles.

— Sem o Damon? Eu não acho.

— Dissemos que iremos. Só nos resta esperar.

***

Definitivamente, eu não sei o que usar. Porque eu não sei o que vou fazer na cobertura da Holly Walker. Vasculhei o closet inteiro, encontrei umas peças e estou morrendo de medo de ser pouco para o momento. Ou ser muito. Eu aposto que Harry vai de calça jeans ou social no máximo, camisa de botão e blazer e estará tudo perfeito. Eu tomei banho e estou quase suando só de procurar. Solto um grunhido e passo a mão pelos cabelos, tirando uns fios da testa, que se atreveram a soltar do coque que fiz às pressas. Estou de toalha, diante da cama.

— Ainda? — Harry aparece.

Viu só? Jeans escura, camisa de botão e blazer pretos. Inferno.

— Eu não acho nada — choramingo.

— Por que não usa esse? — Ele me mostra um tubinho azul marinho e eu solto um grunhido. — Certo. Vejamos outra coisa. — E vasculha minha pilha de roupas. — E esse?

Eu pego o vestido de manguinhas, saia levemente armada, na metade da coxa e cintura bem marcada, vermelho e vou ao closet, onde eu pego o sutiã de renda preto e o coloco, vestindo o vestido em seguida. Pego meus scarpins de meia pata interna pretos. Faço uma maquiagem discreta, colocando um batom da mesma cor do vestido e arrumo uma bolsa preta. Coloco uns acessórios.

Finalmente saímos do apartamento, entramos na cabine do elevador e descemos até a garagem. Eu entro no carro assim que Harry abre a porta do carona para mim, coloco o cinto, a bolsa no colo e nós não demoramos a rumar até o prédio onde Holly mora. Harry estaciona à frente.

Caminhamos de mãos dadas até a portaria, nos identificamos e subimos à cobertura com alguns moradores, que ficam em seus andares. As portas se abrem e somos recepcionados por uma loira estonteante.

Holly Walker usa um vestido preto, de mangas compridas, ombro a ombro e decote em V, na altura dos joelhos. A maquiagem é discreta; ela não é o tipo de mulher que precisa de algo para ser tão maravilhosa. Caramba.

Nós entramos e a cumprimentamos.

— Como você pode ser tão estonteante? — Eu afago o seu braço e ela ri.

— Da mesma forma que você, querida. Sejam muito bem-vindos.

— É um imenso prazer os ter aqui — diz Frederick, aparecendo.

Ele está de azul, com camisa interna branca e cumprimenta Harry e eu. Sentamo-nos no sofá e descontraímos um pouco.

— Muito obrigada por terem vindo. — Holly levanta e se afasta, caminhando com uma elegância de me fazer inveja, tão à vontade nos saltos finos dos scarpins que usa. — Eu fiquei insegura de desistirem por não saberem do que se tratava esse convite. — Ela parece admitir.

— Imagina se faríamos desfeita. — Eu abano o ar com desdém. — O que estava me matando foi não encontrar algo a altura de vocês.

— Você está maravilhosa, Laila — diz Fred.

— Obrigada. Eu sofri e minha cama é a prova concreta disso. Ela está um caos.

— Aqui. — Holly oferece uma caixa de madeira a mim e Harry.

Eu franzo o cenho, mas abro, encontrando uma garrafa de vinho tinto Champoudry. Eu não entendo nada de vinho, mas esse se tornou meu favorito dentre todos os que provei da fonte. Afago a embalagem, orgulhosa da Elena. Há também uma caixa de joia da Tiffany e eu a abro, encontrando um colar de ouro com ponto de luz. Olho a tampa. Um texto em letras douradas me convida para ser dama de honra.

— Você está falando sério? — Olho Holly e ela sorri.

— O que vocês nos dizem? — E ela senta ao lado do noivo.

— Claro que eu aceito. — Eu bato palminhas. — Eu adorei o convite. Jamais imaginei. Eu estou tão feliz por isso. Muito obrigada. Ai, meu Deus. Eu vou ser dama de honra do maior casamento do século. Entre as pessoas mais maravilhosas do mundo. Eu não estou sabendo lidar.

— Suas reações são sempre as melhores. — Holly ri. — E você, Harry? Aceita? — Ela o olha.

— Claro que sim. Sinto-me honrado por tal convite. Jamais imaginei, como Laila disse. Podem contar comigo para tudo.

— Comigo também, apesar de eu não ser a madrinha. Eu posso saber quem é? — Eu sorrio.

— Emily. Foi graças a ela e Damon que hoje estamos onde estamos. — Ela olha Fred e ele assente e beija o ombro dela. — Tem ideia do que é passar dez anos desejando alguém e essa pessoa não se tocar? — Holly arregala levemente os seus lindos olhos azuis. — Eu passei por isso.

— Dez anos?! — Ergo as sobrancelhas. — Você foi guerreira.

— Eu sei, mas valeu a pena esperar. Estamos onde sempre quisermos e agora, há uns meses de realizarmos mais um sonho. E Damon não poderia estar de fora, já que nos aturou, mesmo quando achei que Fred e eu teríamos um fim.

— Pelo amor de Deus, não falem nisso nunca mais. São maravilhosos demais para se separarem.

— Obrigada. E por aceitarem o nosso convite.

— Foi um imenso prazer. — Eu sorrio.

— Com licença, senhorita Walker — diz uma mulher e nós a olhamos. — O jantar será servido quando quiser.

— Podemos? — Holly nos olha e nós assentimos.


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Notas finais do capítulo

Eu só não sei se volto dia 25, porque vocês sabem que está puxado e dia 24 talvez eu vá comemorar meu b-day, sem contar que fico sem pc aos fins de semana.
Beijos e até mais.
Revisado em 28.10.19



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