Oposto Complementar escrita por Tai Barreto


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridas.
Quase que eu não vinha hoje. Tenho estado tão entretida em outra história que me empolguei completamente, mesmo tendo finalizado esse capítulo. E a minha cunhada levou o notebook hoje. Torci horrores para que ela trouxesse e eis que aqui estamos.
Respondi alguns reviews, mas tenho notado vocês ausentes. Eu sei se querem que Laila e Harry fiquem juntos logo, entretanto, eu já disse que essa vai ser uma long e que as coisas vão acontecer no seu tempo.
Não sei se essa mistura de Damon aqui e Laila em Damon está sendo boa. Até porque, vocês nem me dizem o que estão achando.
Enfim.

Sem mais, boa leitura.



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É óbvio que eu ainda não estou acreditando que estou sob o mesmo teto que ninguém menos que Elena Champoudry. Ela chegou tem cerca de trinta minutos e o mesmo tempo que eu estou babando por ela. Já admirei seu trio de pássaros no tornozelo e estou morrendo de curiosidade para ver melhor as flores de cerejeira da lateral do corpo, entretanto, também estou morrendo de medo de lhe pedir para ver. Eleanor conversa animadamente, enquanto as manicuras e pedicuras cuidam de nós. As cabeleireiras saíram daqui há uns dez minutos e cada segundo que se passa, eu fico mais apreensiva para o coquetel.

— E você, florzinha, o que faz? — Elena me dedica toda a sua atenção e eu sinto as maçãs esquentarem.

— Você é tão maravilhosa. — É tudo o que eu consigo dizer e ela sorri imensamente.

— Obrigada. Eu realmente acho isso e desculpa se pareço egocêntrica...

— Oh, não. Você pode.

Elena ri e eu vejo um homem entrar. Seu Benjamin. Ele é lindo demais. Os dois formam o tipo de casal que você sabe que precisa deixar, pelo menos, uns cinco filhos no mundo de tão lindos que são. Acho que poderiam, facilmente, repovoar esse mundo. O homem tem os cabelos castanhos escuros, no mesmo tom dos olhos, a pele clara e é alto.

Mon amour — diz, num francês perfeito, olhando a tela do smartphone e para ela em seguida. — Nossa! Você está lindíssima.

Ah, mon cher. — Ela lhe oferece a mão e ele segura e beija o dorso. — Você ainda não viu nada.

Seu meio sorriso parece conter segundas, terceiras e quartas intenções, o que faz eu me sentir uma intrusa somente por ver. Desvio os olhos, sem graça, com as maçãs ainda mais quentes do que eu poderia imaginar.

Dame Carter. — Benjamin Campbell pede a mão da minha mãe e ela lhe oferece, recebendo um beijo terno no dorso. — Muitíssimo obrigado por nos receber em sua casa.

— Era o mínimo — diz Eleanor.

— Se dependesse da Elena, ela teria uma casa aqui também.

— Em cada país desse continente, mas são coisas demais para eu administrar e não quero pensar no que seria de mim sem a minha equipe.

Por falar na sua equipe, ela tem uma assistente pessoal, Justine, uma mulher maravilhosa e que já cuidou de absolutamente tudo para a sua chefa usar no coquetel mais tarde. Tão eficiente... E ainda tem seu advogado de quem ela falara mais cedo e um chefe de relações públicas, o responsável pela sua imagem.

— Não vamos pensar nisso, mon amour — diz Benjamin. — Eu acabo de receber o trabalho do pessoal daquela escola de Nova Iorque. — Ele senta ao seu lado, não parecendo se importar com nada além de conversar com ela. — Hugo Castanheira é um excelente orientador e eu estou totalmente inclinado a o convidar para trabalhar comigo. — E a olha.

Eu me sinto uma intrusa novamente diante do olhar dele para ela. Benjamin parece venerar a Elena. Certo que a francesa é maravilhosa. Ela tem os cabelos dourados de raiz escura, uma simpatia surpreendente e um rosto delicado. Os olhos são de uma cor fica meio esverdeado e é realmente lindo de se ver.

— Acha que ele aceitaria? Porque, pelo que me contou, ele parece adorar lecionar. — Ela afaga o seu rosto.

Não que ela não demonstre o mesmo por ele. A diferença é que ele parece fazer muito mais, inclusive, ser capaz de se sacrificar por ela. Não que sejam de demonstrar afeto em público... um deles parece ser de virgem e eu sou capaz de dar a minha vida dizendo que é o Benjamin. O jeito da Elena é leonino e eu admito que estou surpresa com o tempo da relação, se tratando do fato de ela ser o inferno astral dele. Eles parecem ter uma química invejável e estão juntos há mais de um ano.

Quando fomos os buscar no aeroporto, mamãe, eu e seu motorista, fiquei surpresa com a quantidade de fotógrafos e repórteres tentando falar com ela. Elena deu um pouco de atenção a eles e eu me senti uma formiga ao lado dela. Acho que vou me juntar ao Benjamin no fã clube dessa mulher.

Eu não quero nem pensar em como ela vai estar linda mais tarde. Aposto que, mesmo se estivesse usando um saco de pano, Elena Champoudry continuaria atraindo a atenção de todos onde quer que esteja.

***

— Eu posso? — Elena questiona e eu olho por sobre ombro, a encontrando somente com a cabeça para dentro do quarto onde eu estou e eu simplesmente concordo. — Oh, mon Dieu! Você está magnífica! — Ela entra e fecha a porta atrás de si.

— A senhorita acha? — Viro-me, enquanto ela se aproxima.

— Querida, eu posso te dar um pouco do meu ego. E, por favor, me chame de Elena.

Ela usa um vestido cinza, de decote canoa e seda, mangas compridas e longo. Os cabelos estão presos num coque e a maquiagem dela é discreta, tendo destaque apenas no batom cor de vinho. Seu corpo escultural é mantido em forma graças ao pilates e a esgrima e eu sei disso porque ela me contou enquanto ia comigo ao prédio onde Mia mora para pegar o vestido. Ela fez questão de me acompanhar e nos conhecemos um pouco mais. O problema é que isso não foi o suficiente para eu me considerar mais íntima dela.

— Eu sou muito insegura. — Admito.

— Não precisa ficar. E essa tatuagem aqui. Que linda.

— Não é? — Questiono, orgulhosa.

— É assim que tem que ser, querida. — Ela afaga meu ombro nu.

Meu vestido é um modelo frente única sideboob, não vulgar. A noite de hoje necessita de requinte e eu jamais decepcionaria meus pais com algo que não fosse elegante. É longo, azul marinho e com pedrinhas que o fazem parecer um céu estrelado. E isso é algo que eu realmente amei. O tecido é transparente, mas tem as devidas partes cobertas. Meus brincos são discretos, bem como a bolsa e maquiagem. Em meus pés, sandálias pretas de tiras e muito delicadas.

— A maquiagem está boa?

— Falta dar cor aos seus lábios. Você é uma mulher, querida. Mostre-me o que tem.

Eu pego meu nécessaire sobre a cama e despejo sobre. Elena pega um batom vermelho matte e me mostra. Eu o aplico cuidadosamente, evitando ao máximo borrar e estragar a minha produção. Limpo o pouco que borrou e arrumo minha bagunça.

— E agora?

— Vamos arrasar na noite, querida. — Elena me oferece a minha bolsa e eu pego e nós saímos do quarto.

A música ambiente é um jazz suave, agradável e ainda assim, é possível ouvir o burburinho, que seria impossível de não haver se tratando do fato de ser um evento dos Carter. Eu vou até o quarto da minha mãe e a encontro pegando a bolsa sobre a cama.

— Nossa! Mãe!

Eleanor me olha e sorri. Ela usa um vestido azul celeste, dégradé, que finaliza num tom divino. De decote redondo, sem mangas e de cintura bem marcada, o tecido é leve e longo. Sua maquiagem, apesar de discreta, realça ainda mais a sua beleza.

— Você está maravilhosa — diz, vindo até mim. — Espero que esteja preparada para ser apresentada como minha filha. — Abraçando-me em seguida.

— Eu não quero roubar a cena essa noite.

— Impossível.

Eleanor cumprimenta Elena e a loira desce a escada.

— Eu quero te dar uma coisa antes — digo e mamãe me olha. Eu abro a bolsa, pego a embalagem do presente que comprei na Tiffany.

Eleanor a pega e abre, encontrando o relicário que comprei e coloquei uma foto nossa, tirada na segunda-feira, quando fomos ao estúdio de tatuagem. É em prata de lei, com a letra C na frente, representando a família, pequeno e lindo demais.

— Ah, querida. — Ellie diz e eu vejo seus olhos marejarem ao abrir o relicário. — É lindo.

No dia do seu aniversário, eu fui com papai a loja do shopping e acabei optando por um conjunto da Tiffanny & Co., do qual Lady Gaga é a mulher propaganda, que é intitulada de HardWear, que chegou nesse mês.

— Eu espero que tenha gostado.

— Eu amei. — Ela beija a minha testa. — Eu adoraria usar essa noite.

— Não se preocupe.

— Vou trocar as joias.

— Não. — Eu a impeço de se afastar. — Guarda. Você pode usar em outro momento especial.

Eleanor concorda, guarda na bolsa.

— Senhoras e senhores, com vocês, Eleanor Carter e Laila Vidal — diz uma voz masculina e eu julgo ser do mestre de cerimônia.

Então nós descemos a escada. A quantidade de flashes que nos recepciona é incômoda e eu vejo Elena em expectativa. Eu inspiro fundo e poso ao lado da minha mãe. George se junta a nós e por fim, Harry.

— Senhora Carter, quem é essa jovem? — Questiona um repórter.

— Laila Vidal. Tão importante quanto qualquer um dos integrantes dessa família — diz Eleanor. — A menina dos meus olhos e minha filha.

Eu a olho e sorrio ao perceber o seu mais doce para mim. Eu olho ao redor e percebo Damon, Fred e Holly conversando. Bem como o grupo de amigos do Harry e Olivia. E a linda Alexis no braço da mãe, que acena para mim, timidamente. Eu retribuo e depois de mais algumas fotos, eu vou até ela.

— Ei, lindinha. — Faço-lhe cócegas e ela ri.

— Oi, Lalinha. — Alexis beija a minha bochecha.

— Como vão? — Eu olho dela para a mãe.

— Estamos bem, não é, filha? — Ela olha a menina, que concorda.

— E você? — Lex questiona.

— Também, obrigada. Eu vou falar com o restante do pessoal por aqui e daqui a pouco nos falamos outra vez.

— Perfeito. — Ela sorri.

Eu beijo sua bochecha e vou ao trio. Cumprimento a Holly primeiro.

— Minha deusa! Não é que o vestido ficou maravilhoso? — Ela afaga meu braço. — Dá uma voltinha.

Eu faço, cumprimentando Fred em seguida. Ambos os homens estão de terno e gravata, enquanto a loira usa um vestido preto, liso, de frente única e alças finas, justo e uma fenda até a metade da coxa. As sandálias de salto alto e tira de mesma cor e os cabelos estão soltos. A maquiagem é discreta, porém não deixa de realçar sua beleza natural.

— A tatuagem finalizada ficou lindíssima — diz Fred.

— Obrigada. A demora é cicatrizar. — Eu tento não revirar os olhos e cumprimento Damon. — Mas vocês estão lindos demais. Que inveja.

— Com licença, senhores e senhoritas — diz uma voz masculina e eu olho por sobre o ombro. — Eu posso? — O homem mostra a câmera e quando eu penso que vou sair, Damon segura em meu antebraço e me coloca no meio.

Depois de algumas dezenas de flashes, ele agradece e se afasta.

— Eu não sei quanto tempo mais vou aguentar esses flashes. — Faço uma careta e Holly ri.

— Precisa se acostumar. Acaba de ser apresentada como uma Carter. — Ela afaga o meu rosto. — Isso não acaba aqui.

Eu faço outra careta.

— Eu vou falar com o pessoal ali. Já vi que a noite vai ser longa.

— Está chateada com isso?

— De maneira alguma. É o aniversário da minha mãe. De uma das pessoas mais importantes da minha vida, a mais que se encontra nesse continente. Acredite, nem um pouco.

Eu me despeço e vou até Mia, que me abraça apertado. E chove elogio dos garotos e eu passo um tempo com eles, me divertindo. Ao fim, vou com Eleanor e George cumprimentar um empresário ou outro, além de ser apresentada como filha.

Quando eu lembro do motivo de ter sido adotada por eles, sinto meu coração trincar. Eu não queria que tivessem tido uma dor como a que tiveram. Perder um filho já deve ser ruim. Perder um sem nem mesmo ter desfrutado da sua companhia, é ainda pior, eu aposto e só espero que Ellie não tenha alguma complicação por causa disso.

— Podemos conversar?

Eu olho por sobre o ombro e encontro Olivia. Ela usa um vestido laranja, tomara que caia e de busto drapeado. Seus cabelos estão presos e seus brincos dourados são pendurados.

— A minha filha não tem absolutamente nada para falar com você — diz Eleanor, com o tom de voz contido.

— Mãe, está tudo bem. Eu vou falar com ela.

— Se você encostar num fio de cabelo da Laila, eu acabo com você. — A mais velha mantém os olhos na negra e ela concorda.

Afastamo-nos e eu a guio até o escritório. Olivia entra e eu vou logo atrás, fechando a porta.

— Quero me desculpar pelas ofensas — diz. — Eu não deveria ter feito aquilo. Desculpe.

— Eu quero por ter ficado daquela forma com o Harry. Eu não tinha direito algum, se tratando do fato de que ele está namorando você. Desculpe. Fique ciente de que não vai se repetir. Harry é um homem comprometido.

— Tudo bem. — Ela sorri. — Amigas? — E me estende a mão.

— Não vamos forçar a barra. — É minha vez de sorrir. — Cada uma na sua e nós não teremos problemas.

— Está tudo bem aqui? — Harry questiona.

— Sim, querido — diz Olivia.

— Com licença. — Eu me viro e dou de cara com ele. — Com licença. — Eu tento passar, porém Harry segura em meu braço.

— Olivia, pode nos dar licença?

— Claro. — Ela dá um beijo na bochecha dele e se afasta, fechando a porta.

— Pode me soltar, por favor? — Questiono, evitando olhar nos seus olhos.

— O que há com você? — Harry toca o meu queixo e ergue o meu rosto.

Eu praguejo internamente ao encontrar seus olhos pela primeira vez em dias, já que o estive evitando desde o jantar no dia do aniversário da mamãe.

— Nada. Eu já pedi desculpas à sua namorada.

— Por quê? — Harry franze o cenho. — O que você fez de errado?

— Agi como se você fosse um homem solteiro, quando está namorando.

— Eu não estou namorando. A Olivia e eu estamos apenas curtindo...

— Eu não me importo. — Afasto-me, soltando de seu toque. — De qualquer maneira, Damon me fez perceber que eu estava errada. Se me dá licença... — Passo por ele, sem ser impedida dessa vez e saio do escritório.

— Achei você — diz Elena, se aproximando. — Tenho uma proposta.

— Faça.

— Que tal passar duas semanas na França comigo? Vamos a Paris, depois Champagne, Bordeaux e Normandie. Eu posso te ensinar algumas coisas sobre negócios. Eu sei que não sou como o quinteto de poderosos daqui, mas posso acrescentar algo no seu currículo.

— Você está falando sério? Porque eu te admiro demais. Você... Nossa, Elena, sério?

— Sim. Eu não brinco quando o assunto é trabalho.

— Claro que eu aceito. E quando partimos?

— Segunda-feira. Benjamin vai estar voltando a NY e eu vou adorar te conhecer um pouco mais.

— Perfeito. Eu vou falar com a Ellie e vou adorar conhecer a França com você.


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Notas finais do capítulo

Para quem não sabe, Elena Champoudry e Benjamin Campbell são de outra história, Encontro de Sedução. Entrou em hiatus, mas assim que eu me organizar mentalmente, eu volto com ela.
É que eu estou fazendo uma yuri e tenho pesquisado muito, para não fazer feio, já que é para uma amiga. Talvez eu poste aqui ou somente no Wattpad, onde ela pediu.
Bom fim de semana.



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