Oposto Complementar escrita por Tai Barreto


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores. Demorei, mas cheguei. Eu realmente estive ocupada do lado de cá e um pouco travada nesse capítulo.
Como vocês pediram, eu fiz o grupo no Facebook e de antemão, aviso que está público, mas por pouco tempo. Deixei somente para que não fiquem me esperando para aceitar.
Acho que ficaram com medo de me add na tal rede social, então, segue o link:
Grupo no FB: https://www.facebook.com/groups/1189969361114401/
E-mail: queridasdataii@outlook.com
Twitter: https://twitter.com/QueridasPorTaii
Sim, eu criei um Twitter e soltei umas informações por lá, pois amo essa rede social. Também haverá spoilers por lá.
Entrem no grupo sem medo. Eu tenho tentado fazer o melhor com as edições e montagens, então não acho que custe tanto dar um like.

Sem mais, boa leitura.



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Quando chegamos à gráfica para fazer o pedido para os convites, fomos muito bem recepcionadas. Claro. Quem trataria com grosseria Eleanor Carter? Mostraram-nos diversos modelos de envelopes e cartões e eu achei um perfeito, cujo alguém havia desistido e faz parte de uma edição limitada. Dourado, com desenhos em forma de folhas, vazado. E foi ele o escolhido. O cartão vai ser preto, com letras douradas. Eleanor queria escrever na mão, entretanto, eu não permiti, pois temos pouco tempo. Por se tratar de ser ninguém menos que Ellie, o pedido será entregue a uma hora da tarde.

Em seguida, fomos ao estúdio onde Harry fizera a sua tatuagem. Claro que antes, eu dei uma olhada no trabalho deles no Instagram. Eu vi cada desenho, cada traço, que, se dependesse de mim, eu faria todos eles, mas, como eu, de início, quero apenas uma, vai ser a na lateral do seio.

Claro que Harry estranhou quando eu lhe disse que teria uma manhã com mamãe, mas eu sequer me dei ao trabalho de lhe dar mais detalhes. Quando chegar o dia, ele saberá o que realmente aconteceu.

Para a minha surpresa, Ellie fez uma tatuagem, no dedo anelar esquerdo, sob a sua aliança de casamento, não por medo de que alguém visse, mas para simbolizar nós duas e foi primeira que fiz, a fim de testar se suportaria a dor na costela.

Não foi fácil. Cara, como doeu por ser apenas ossos nessa parte do corpo, mas eu me mantive firme e o resultado final foi perfeito. Como foi apenas o contorno, deu para acabar no mesmo dia, por se tratar de uma tatuagem média. É um talo de flores de cerejeira, que será pintado amanhã.

Diante de La Fleur D’or, eu me deparo com Damon, Holly e Fred. Os três cumprimentam Eleanor, que não demora a entrar.

— Mais tarde eu vou entregar os convites para o coquetel em comemoração do aniversário da Ellie a cada um de vocês, mas vou deixar na recepção. — Cumprimento Holly.

— Negativo — diz a loira. — Você vai subir. Eu quero conversar um pouco mais com você.

Eu pego meu smartphone e lhe mostro a foto da tatuagem, indo cumprimentar Fred e Damon.

— Suba — diz o último.

— Ah, você fez? — Holly questiona e eu concordo. — Eu quero ver.

— Agora não, pois... — Eu me indico.

Estou usando uma t-shirt cinza mescla, com estampa galáctica, saia midi com listras preta e branca na horizontal e tênis branco. A bolsa de alça tiracolo é preta e de couro.

— Na empresa. — Ela enfatiza. — Senão eu surto. — E me oferece o smartphone.

— Pode deixar. — Eu o pego e saio da foto.

— Com licença — diz Olivia e eu a olho por sobre o ombro. — Eu sou Olivia Davies. É um imenso prazer os conhecer. — Ela estende a mão e Holly é a primeira.

— O prazer é meu.

Os demais a cumprimentam.

— Laila. — Ela sorri para mim e eu lhe dou o meu melhor sorriso.

— Olivia.

— Não sei se sabem, mas eu trabalho com assessoria de imprensa. — A negra olha para o trio de loiros. — Eu posso fazer uma entrevista com vocês para isso.

— Depois vemos, querida. — Holly dá um pequeno sorriso. — Estamos falando com a Laila agora. Pode nos dar licença?

— Claro. — Ela me olha e se afasta.

— Você está bem? — Damon questiona e eu concordo.

— Sim.

— Oi, meu doce — diz Harry e eu sinto o arrepio percorrer o meu corpo.

— Oi, Harry. — Eu o olho por sobre o ombro, no exato momento em que ele o beija.

— Senti sua falta no escritório.

— Desculpe. Eu estive com mamãe. — Olho para o trio diante de mim. — Podemos entrar?

Fred abre a porta e eu entro, sendo seguida por Holly.

— O que é que você fez? — Damon questiona e eu o olho e sorrio.

— Surpresa — diz Holly, por mim. — O que vai usar no coquetel?

— Eu mandei a vizinha de uma amiga fazer. Vai ser coisa simples.

— Não brinca comigo, garota.

— Juro. — Vamos em direção às mesas. — Eu não achei algo para mim. Eu só tenho dezenove anos.

— Eu quero ver o modelo antes de você usar.

Eu cato pelo desenho que fiz com a costureira e mostro a Holly.

— Eu achei que ficaria bom.

— E não ficou? — Ela me olha.

— Só saberei quando for buscar. Eu vejo vocês mais tarde.

— Bom apetite — diz Fred.

— Obrigada. Para vocês também.

— Vemo-nos na saída.

Vou até a mesa onde meus pais já estão e cumprimento George.

— Espero que volte para a empresa — diz ele, puxando a cadeira para mim.

— Eu vou entregar os convites pessoalmente ao trio. — Indico-os.

— Posso ir com você? — Olivia questiona e eu a olho.

— Não. Eu tenho algo para conversar com eles, então, não pode. Por favor, não pense que eu estou levando isso para o lado pessoal, pois não é.

— E onde foram que passaram a manhã inteira fora? — Harry puxa a cadeira para a Olivia e depois que ela senta, ele faz, ao meu lado.

— Fizemos coisas de mãe e filha — diz Ellie por mim.

***

O prédio da CCC passa a sensação de poder sempre que eu entro nele, principalmente depois do almoço, mas isso nem se compara ao que senti ao cruzar as portas automáticas da empresa onde Damon e Frederick trabalham. Eu nunca me senti tão poderosa e intimidadora na minha vida, nem mesmo no casamento do Bruno. Caminho até a recepção, ainda sentindo tais coisas em mim e paro diante das mulheres impecavelmente vestidas.

— Boa tarde — diz uma delas.

— Boa tarde. Eu sou Laila Vidal.

A morena olha a tela do computador ultramoderno diante dela e me oferece uma caneta dourada para tablet, junto com um.

— Assine aqui, por favor.

Eu rabisco, devolvo tudo e pego o crachá de visitante. Ela me indica o elevador e diz o andar, então eu vou até as portas duplas de metal e chamo. Quando elas se abrem, eu me enfio na cabine e aperto o botão para o andar da presidência. Espero, paciente e tentando não me perder em devaneios. Assim que eu sair daqui, irei na Holly.

Na cobertura, eu saio e me deparo com a recepcionista do andar. Ela sorri para mim e gesticula para que eu continue. Vou até a secretária e ela se coloca de pé.

— Boa tarde, senhorita Vidal.

— Boa tarde. Eu quero falar com o Damon.

— Só um segundo. — Ela sai da mesa e vai até a porta. — Com licença, Damon. Laila Vidal chegou.

— Ela pode entrar. — Ouço-o dizer.

— Com licença. — Ela se aproxima da mesa outra vez. — Pode entrar.

— Obrigada. — Dou um sorriso e me aproximo da porta. — Boa tarde, Damon. — Eu entro.

— Boa tarde, Laila. — Ele se coloca de pé, vem até mim e me cumprimenta. — Como você está? — Indica a cadeira e eu me sento.

— Bem, obrigada e você?

— Também. — Ele senta ao meu lado e eu rio.

— Somos péssimos mentirosos.

Damon concorda, sorrindo.

— O que o Harry fez? — Ele mantém os olhos nos meus.

— Ele está namorando a Olivia. Mas esse não é o problema.

— E qual é?

— Harry se afastou de mim. Quer dizer, nos afastamos. Ele fica me provocando e eu devolvo na mesma moeda. Depois trocamos ofensas, mas nada de palavras feias. Só...

— Ciúmes. — Ele se recosta e eu me surpreendo com a naturalidade com a qual trata do assunto. — Com quem você o provoca?

— Com o Nathan, meu outro vizinho. Gostoso... Não foi para isso que eu vim aqui. — Eu tento não me perder em devaneios.

— Tem razão.

Eu pego o envelope da bolsa e lhe ofereço.

— O convite para o coquetel da mamãe.

— Obrigado. — Damon pega. — É lindo. Quem vai estar lá?

— Eu não conheço bem os convidados... — Dou de ombros. — Mas sei que a chefa dela vai estar.

— A Elena Champoudry? — Damon me olha de imediato.

— Ela mesma.

— Só vou se eu for seu acompanhante.

— Eu vou adorar. — Sorrio imensamente. — Prepare-se, porque eu estarei de tirar o fôlego. — Dou uma piscadela.

— Eu não tenho dúvidas.

— Eu quem ajudei a escolher. Fui encarregada. — Sorrio, orgulhosa.

— Que excelente gosto. — Ele parabeniza, olhando as informações. — Vai ser na casa dela mesmo? — E me olha e eu concordo.

— Sim.

— A Elena faz vinhos maravilhosos. — Ele guarda o convite no envelope e me olha.

— Não é? — Arregalo levemente os olhos. — Eu não entendo muito de vinhos, mas os que provei dela...

— Ainda bem que terei a oportunidade de a conhecer.

— Não fez ainda? — Franzo o cenho, surpresa, e ele nega.

— Da Inglaterra para os Estados Unidos e vice-versa. — Damon faz uma careta. — Foram poucas as vezes em que eu fui a outro país da Europa.

— A primeira vez que saí do Rio, vim para cá. Claro que fiz escalas, mas tomei cuidado para não me perder.

Claro que tive que tomar cuidado. Com essa mente sempre vagando, ou era isso ou eu, provavelmente, pararia em qualquer outro país, menos o do meu destino final.

— Posso te buscar mais tarde para jantarmos? — Questiona, me despertando.

— Claro. Eu vou adorar.

— Esteja impecável. Hoje, a noite será nossa em La Fleur D’or. — Damon dá uma piscadela.

— Estarei esperando.

— Passo lá às sete da noite.

— Perfeito.

— Agora, diga, o que você fez?

Eu franzo o cenho, sem saber do que exatamente estamos falando. Até que eu lembro da tatuagem.

— Ah, eu fiz uma tatuagem.

— Não brinca.

Eu levanto, tiro a camisa de dentro da saia, me afasto um pouco, para ter um jeito de expor a tatuagem sem fazer o mesmo com meu seio e viro.

— Aqui.

Damon me olha por sobre o ombro e ergue as sobrancelhas.

— É linda.

— Obrigada. — Arrumo a camisa.

— Seus pais sabem?

— Do Brasil, somente o meu pai. Falei com ele ontem à noite.

— E ele não falou nada?

— Não. — Mostro o coração do anelar. — Ellie sugeriu e eu fiz.

— Ela fez também?

— Sim. Bem, eu preciso ir.

Damon se coloca de pé e eu me surpreendo com a nossa diferença de tamanho, algo em torno de vinte centímetros. Despeço-me e saio do escritório, me encaminhando para o elevador.

Na cabine, eu me lembro de como Harry se aproximou de mim durante o almoço. Meu doce. Quanto tempo fazia que ele não me chamava assim? Será que foi a Olivia que pediu para que ele parasse com isso?

Saio e caminho até a recepção, devolvendo o crachá a mulher. Cruzo as portas automáticas e gesticulo para o táxi.

***

Eu estou diante do espelho, aplicando o batom meu batom vermelho matte, enquanto Harry está sentado no recamier, falando sobre o que fez na empresa já que passei quase o dia todo fora. É claro que eu não estou prestando atenção. Primeiro porque aplicar batom dessa cor requer muita atenção e eu não sou o tipo de pessoa que obtém resultado quando faz mais de uma coisa ao mesmo tempo. Eu mal obtenho fazendo somente uma. De duas em diante, complica. Segundo porque eu não quero perder tempo, já que falta pouco para Damon chegar e eu não quero que ele fique me esperando. Terceiro, em algum momento eu ouvi o nome da Olivia e nada do que vem dela me interessa.

Meus olhos estão perfeitamente delineados, com os cílios imensos, cujos eu apliquei uma boa quantidade de rímel. Dei um tom suave às minhas maçãs; eu não precisava de blush quando morava no Rio, já que tinha a pele bronzeada e as maçãs coradas por causa do sol intenso e o calor de matar. Analiso o batom, a fim de ver se borrou.

O vestido que estou usando é sem mangas, de decote redondo e estampa branca e preta em chevron, saia levemente rodada, um pouco abaixo da metade das coxas. As sandálias de tiras e salto fino preta e a bolsa de alça tiracolo de mesma cor. Os cabelos estão soltos, com ondas nas pontas e eu vou vestir apenas uma jaqueta de couro para o caso de chover repentinamente.

A campainha ecoa e eu olho por sobre o ombro, como se isso me permitisse ver quem está do outro lado da porta, no andar inferior. Pego a minha bolsa ao lado do meu vizinho, junto com a jaqueta e saio do quarto, com ele em meu calcanhar, guardando o batom.

— Vai sair?

— Achou que eu estava me arrumando para ficar aqui dentro? — Termino de descer a escada.

— Eu. Eu...

Abro a porta e vejo Damon. Como esse homem pode ser tão lindo assim? Eu deixo meu queixo cair, sem cerimônia e ele dá um meio sorriso. Eu juro que ele está de tirar o fôlego, completamente de preto. Deveria ser pecado ser tão lindo. Tão gostoso. Tão sedutor. Os cabelos dourados são escuros, os olhos azuis claros demais e a pele, branca. Eu aposto que um dia numa praia do Rio seria o suficiente para o deixar vermelho.

— Que linda você está. — Ele me cumprimenta com dois beijos e eu reprimo o suspiro.

— Obrigada. Você também está lindo. Quer beber alguma coisa?

— Obrigado, mas eu estou bem. — E a piscadela que recebo me rouba o pouco de ar que eu já não tinha. — Harry.

— Damon. Você vai sair com a Laila?

— É. — Ele me pede a jaqueta e eu lhe ofereço. — Espero que não seja um problema. — Damon a abre e eu enfio as mãos pelos devidos espaços.

— Não é — digo, arrumando a jaqueta. — Harry, não esquece de trancar. — Empurro Damon e fecho a porta atrás de mim. — Não dá espaço — murmuro.

— Desculpe. — Damon me oferece o braço e eu o pego de bom grado.

— Vai me contar o que está te incomodando? — Eu o olho, diante do elevador e ele concorda, o chamando. — É sobre a Emi? Ly. — Apresso-me a completar e nós entramos.

— É. Como foi com a Holly?

— Ela surtou quando viu. Amou o convite e me prendeu por toda a tarde, como se não tivesse o que fazer na empresa. Ela é tão linda.

— O pai dela esperava que nós dois namorássemos, acredita? — Ele me olha rapidamente, enquanto saímos da cabine.

— Não brinca.

— Juro. — Vamos até o portão dos pedestres. — Ele me disse isso e eu fiquei sem graça, porque eu nunca vi a Lolly como nada além de uma irmã e ela sempre foi apaixonada pelo Fred e, pode não parecer, mas ele, por ela.

Eu abro o portão e saio, sendo seguida por Damon. Na calçada, ele abre a porta do táxi que nos esperava e eu fiz bem em não ter demorado nada para sair. Quero nem imaginar o valor dessa corrida.

— E o que a Holly acha disso?

— Eu não falei com ela. Lolly tem um relacionamento bom com o pai e eu sei que, se eu abrir a boca, ela vai tirar satisfações com ele e não é isso o que eu quero.


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Notas finais do capítulo

Somente quem lê Sempre Na Minha Mente sabe o que aconteceu com Laila e Harry no dia da comemoração do aniversário dela. Foi babado.
Entrem no grupo. Criei para vocês. Só tenho três pessoas lá, contando comigo. Assim enfraquece, já que pediram.
Chamem as amigas, os vizinhos, o periquito, papagaio. Quero muito vocês por lá.
Não me deixem sozinha.



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