Oposto Complementar escrita por Tai Barreto


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Olar, pessoas.
Eu quero muito agradecer a Carina Darlly por mais uma recomendação.
Menina, eu não sei como você me aguenta, então esse capítulo é para você.
Sei que ainda estou devendo respostas, mas farei muito em breve.
Estou na corridinha do lado de cá, pois faço parte de um grupo de combate a ISTs. Tivemos aulas e agora estamos indo para as escolas dar palestras sobre.

Sem mais, boa leitura.



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Harry apareceu aqui, furioso por eu ter pego as chaves, antes do jantar, avisando que ia fazer com Olivia, mas não saiu enquanto o meu pedido para tal refeição não chegou e ainda levou o seu chaveiro. Quando ele cruzou a porta, eu simplesmente passei a tranca, larguei a caixa na geladeira e fui conversar com Marcela e, para a minha incerteza, Matheus apareceu. Bem como os meus amigos e do Harry, que resolveram me arrastar para curtir a noite, mas não sem antes eu ouvir o meu ex-namorado vir me dar um sermão por sair com tantos meninos. Como se eu me importasse. Dancei e bebi, tirei dezenas de fotos e me diverti como nunca.

Agora eu estou sob o chuveiro, depois de ter me exercitado um pouco, tentando não pensar na distância que Harry está colocando entre nós dois. Eu só não posso deixar claro o quanto isso é ruim. Como prova, essa noite, eu vou sair outra vez com o pessoal. E hoje não vai ser diferente.

Saio do banheiro, com os cabelos enrolados numa toalha e um roupão envolvendo o meu corpo e paro no closet, pegando uma calcinha da gaveta e vestindo ali mesmo. Pego um short jeans curto e de cintura alta, um cropped preto e justo e saio, encontrando Harry sentado na minha cama. A surpresa escapa por entre meus lábios em forma de grito e ele me olha.

— Desculpa. Eu não quis te assustar.

— Tudo bem. — Deixo a roupa sobre a cama e vou até a penteadeira.

— Está chateada comigo? — Questiona e eu pego o pente.

— Por que eu estaria? — Tento manter o tom de voz neutro.

— Porque todas as nossas fotos estão deitadas.

— Acho que... — Eu hesito. — Estou. — Começo a pentear os cabelos com cuidado.

— E eu posso saber o que foi que eu fiz?

— Nada.

— Então por que está chateada?

— Não quero falar sobre isso agora.

Harry aparece atrás de mim e coloca os meus cabelos para trás, tocando a minha orelha e eriçando todos os meus pelos. Meu coração acelera dolorosamente em meu peito, mas eu me mantenho firme.

— É por causa da Olivia?

— O quê? — Olho-o pelo espelho e seguro a risada nervosa. — Claro que não.

— Vou confiar.

Eu fico em silêncio, retiro o excesso de água dos cabelos, devolvo o pente ao seu lugar e pego a roupa de cima da cama, indo ao banheiro vestir. Saio do quarto com toalha e roupão em mãos e entro na área de serviço, onde eu os estendo.

Preparo a massa para panqueca, e enquanto o liquidificador finaliza o trabalho, eu arrumo a mesa sozinha.

— Estive vendo seu Instagram — diz Harry, aparecendo. — Parece que a noite ontem foi boa.

— Foi sim. — Despejo metade da massa na frigideira e espalho. — Foi maravilhosa. Tomamos tequila, dançamos, rimos. Eu me diverti como nunca.

— Nathan foi com você ou apareceu?

— Ele estava saindo quando eu estava no elevador. Então fomos juntos. — Eu viro a panqueca. — Ele dança muito bem. — Eu comento como quem não quer nada. Harry se senta. — Já comeu?

— Não. Eu estou sem fome.

— O que aconteceu? — Eu o olho e me arrependo amargamente.

Harry está simplesmente de tirar o fôlego com uma camisa cinza grafite, de mangas compridas e os cabelos bagunçados. Ele arregaça as mangas e passa a mão pelos fios, me fazendo engolir em seco. Volto a atenção para a panqueca, antes que queime e coloco no prato. Despejo a outra metade e tento não me perder em devaneios, organizando a massa na frigideira.

— Ai. — Praguejo quando sinto o calor da frigideira tocar as pontas dos meus dedos anelar e médio. — Merda. — Vou até a pia, colocando a mão debaixo d’água e Harry se apressa até mim.

— Deixe-me ver. — Ele pega a minha mão.

— Não precisa. — Puxo, bruscamente. — Cuida da panqueca.

Ele se afasta de mim e eu permaneço com um pequeno jato de água fria na área afetada. Harry termina a panqueca e a coloca no prato.

— O que está havendo com você? — Ele me olha.

— Nada. Não deveria agir como se eu tivesse amputado a minha mão sem querer. Foi apenas uma queimadura de primeiro grau. — Fecho a torneira. — Até onde sei, o primeiro socorro desse tipo de incidente é com água apenas e foi o que eu fiz. Para que você ver se não é enfermeiro nem vai fazer nada para cuidar disso?

— Quem disse que eu não pretendia cuidar? — Harry se aproxima e eu ergo a guarda, empinando o nariz em seguida. — Depois do café da manhã, vamos ao hospital.

— Não tem nada de mais aqui.

Ele pega o smartphone e faz uma ligação.

— Oi, mãe.

Oi, filho. O que houve?

— A Laila se queimou preparando panquecas e disse que não tem nada de mais e eu acho que ela quis dizer que não vai ao hospital, mesmo depois de eu ter dito que a levaria.

Eu fecho a cara.

— Deixe-me falar com ela.

— Pode falar. — Ele me olha e dá um meio sorriso. — Está no viva-voz.

Laila, meu amor, preciso que vá ao hospital.

— Mas, mãe, não foi nada de mais mesmo.

Um curativo vai adiantar o processo de cura, amor. Por favor.

O que houve? — Ouço George questionar e solto um grunhido, semicerrando os olhos de maneira ameaçadora para Harry, que parece se deleitar com isso.

Laila se queimou e não quer ir ao hospital.

Filha, por mim e pela sua mãe, vá. — Ele pede.

— Não foi nada de mais, sério. — Eu olho os dedos. — Nem está mais vermelho. Eu apenas encostei na frigideira e retirei rapidamente.

Certo. Vamos aceitar a sua decisão, pois não acho certo a pressionar a fazer o que não quer.

— Ah, mãe, muito obrigada. — É minha vez de me deleitar. — Muito obrigada. Sabem que eu jamais faria algo para me prejudicar dessa forma. Eu amo muito vocês.

Nós também te amamos — diz George.

Mas, se eu vir o seu dedo machucado, eu mesma a levarei.

— Certo. Certo. Amo vocês demais.

Também amamos — diz Ellie e eu sorrio para Harry. — Tchau, querido.

— Tchau, mãe. — Ele encerra a chamada, de cara fechada. — Fica se exibindo aí e depois não vem reclamar.

— Eu estou dentro da minha casa. — Argumento.

— Um dia você sai daqui. — Ele me dá uma piscadela e se senta.

***

Tem meia hora que Mia chegou e estamos tendo uma tarde de meninas. Já fizemos baby liss nos cabelos, estamos com eles enrolados para durar um pouco mais de tempo, pintamos as unhas, em estilo francesinha e agora estamos esperando secar, com as pontas dos dedos geladas, dentro da água numa temperatura ainda mais baixa. Eu não sei se isso realmente funciona, mas resolvemos tentar, enquanto jogamos conversa fora. Ela disse que já ouvira Harry falar sobre essa Olivia, mas eu decidi mudar de assunto, não querendo estragar o meu humor. Até porque, hoje de novo, Nathan vai nos acompanhar.

— Depois que as unhas secarem, o que vamos fazer? — Questiona.

Eu franzo os lábios.

— Você vai me ajudar a escolher o que eu vou usar.

— Depois podemos ir lá em casa e você me ajuda.

— Perfeito. Iremos sim.

***

— Eu queria ter coragem para usar sideboob — diz Mia, diante do espelho, com dois vestidos. — Mas eu morro de vergonha.

— Vergonha? Ah, não, Mia. Poupe-nos dessa.

Ela ri alto, largando o vestido preto sobre a cama e analisando o vermelho. Seu irmão está aqui. Ele tem dezesseis anos, está no último ano do ensino médio e babando ao meu lado como se eu fosse alguém disposta a dar uma chance a ele. Dominic se assemelha a irmã mais do que eu aos meus irmãos. Isso, em certa fase da minha vida, me fez questionar se realmente sou uma Vidal de sangue.

— Eu não sei o que vou usar. — Ela suspira.

— Vai com esse vermelho mesmo. Vai ficar incrível em você.

— Sabe o que eu queria fazer? — Ela me olha pelo espelho e eu nego. — Uma tatuagem. Saiu a edição de aniversário de cinco anos da Ellementary e eu vi as da dona.

— Eu também vi. Achei lindo o significado dos pássaros que ela tem no tornozelo e o do ramo de cerejeira que ela tem na costela. Queria ter coragem para fazer uma daquela.

— Eu queria mesmo era uma ramificação de rosas aqui. — Mia indica o braço direito, do ombro ao cotovelo. — Ou no esquerdo ficaria melhor?

— Acho que não teria diferença.

— E você? O que faria?

— Acho que na costela. Acredita que eu adoro essa parte do corpo?

— Imagina fazer uma e usar um vestido estilo sideboob.

Eu mordo o lábio inferior ao lembrar que terei o aniversário da Eleanor. Eu poderia fazer uma tatuagem na lateral do meu peito. Eu só preciso encontrar uma imagem perfeita.

— Você me ajuda? — Olho para Mia e ela franze o cenho. — A encontrar uma imagem para tatuar?

— Você está falando sério? — Ela se vira.

— Juro pela minha vida. Eu já tenho dezenove anos, moro sozinha.

— Você teria coragem mesmo?

— Por que não? Ah, mas antes, eu vou falar com mamãe. Eu sei que ela não é minha mãe de sangue, mas eu não quero a decepcionar.

— Eu vou adorar. Quando pretende fazer?

— Segunda-feira. Vamos?

— Claro. Deixa só eu arrumar meus pertences.

***

Eu aliso a saia lápis, de cintura alta, acima dos joelhos, justíssima em meu quadril e passo a mão pelos cabelos ondulados. Analiso o batom vermelho matte, dou uma piscadela para mim, mais que satisfeita com a minha produção. O delineado dos meus olhos é em estilo gatinho e eu não poderia deixar de lado a minha paixão por cropped. De mesma cor, ele é de manguinhas, com listras pretas e brancas e meus scarpins são pretos. Eu pego a bolsa da Louis Vuitton que minha irmã me deu de presente de aniversário, que já está devidamente carregada com meu batom, espelho, smartphone, carteira e saio do quarto, para encontrar Mia sentada no sofá.

— Podemos ir? — Eu desço a escada.

A porta é aberta antes que Mia me responda e Harry aparece. Por que ele ainda está com minhas chaves?

— Vão sair? — Questiona, fechando a porta. — Que pergunta.

— Achei que Nathan já tivesse chegado. — Mudo de assunto, olhando Mia.

A campainha ecoa e ela sorri.

— Só pode ser ele.

— Vai sair com o Nathan? — Harry me olha, enquanto eu passo por ele para atender a porta.

— Nossa! Você está maravilhosa. — Nathan me olha da cabeça aos pés. — Caramba. — E foca seus olhos claros nos meus.

— Quer alguma coisa? Uma água, um suco?

— Não. Obrigado. — Ele desvia os olhos de mim. — Harry.

— Nathan.

— Mia! Vamos?

— Claro — diz ela.

— Deixa só nos agasalharmos. — Pego jaqueta da Mia e lhe dou.

Apesar de estarmos na primavera, a temperatura está abaixo de dez graus e ainda pode chover, que foi o que aconteceu quando estávamos voltando da casa da Mia. Visto a minha jaqueta impermeável.

— Agora podemos ir — diz Mia, saindo.

— Harry, quando sair, tranca a porta, por favor — digo, me juntando aos outros dois do lado de fora.

— Onde vão? — Ele se aproxima e passa a mão pelos cabelos.

Desgraçado. Engulo em seco, tentando não parece balançada. Harry sabe o quanto eu adoro quando ele faz isso.

— Vamos dançar. — Dou uma piscadela e fecho a porta antes que ele tenha qualquer reação.

Caminhamos em direção ao elevador.

— Você também está maravilhosa, Mia — diz Nathan.

— Obrigada.

Entramos na cabine e logo estamos no térreo, entrando no carro do Nathan. Ele liga o som e nós já vamos nos aquecendo, enquanto conversamos. Mia está falando com o pessoal e ela nos avisa que já estão lá.

Na casa noturna, nós entramos e vamos de imediato até a mesa onde o pessoal está. Eu cumprimento cada um deles e já vamos tirando fotos, conversando, rindo, até que o garçom se aproxima e anota nossos pedidos.

— Eu preciso me aquecer — digo, enquanto preparo o smartphone para fazer um bumerangue no Instagram, com a pulseira que Damon me deu de presente.

Seleciono a câmera frontal, ergo o punho e agito, balançando os berloques, enquanto sorrio imensamente. Posto e volto a interagir com o pessoal.

O garçom traz nossas tequilas e eu decido que vou vingar o tempo que fiquei trancada em casa, quando deveria ter aproveitado bem a minha adolescência.

— No três, todos viram — diz Mia.

Eu guardo meu smartphone e pego o meu copo.

— Um. — Contamos juntos. — Dois. Três.

Viramos e eu faço uma careta. Todos nós erguemos o braço e caímos na gargalhada. Eu adoro esse grupo.

— Agora, é hora de dançar um pouco. — Deixo minha bolsa com Isaac.

— Eu vou com você — diz Mia.

Vamos até a pista e começamos a dançar. Assim, eu não fico bêbada. Claro que, por ter vindo de carro, Nathan foi o único que não bebeu. Riley se aproxima e dança com Mia e para a minha felicidade, Nathan se aproxima.

— Está difícil ficar longe de você — diz, colocando uma mão na minha cintura e me puxando para perto de si.

— Não precisam dançar tão próximos assim — diz Harry e eu o olho.

— Não se intrometa na minha vida. — Aproximo-me ainda mais do Nathan.

Vou me rendendo à introdução de Outside, do Calvin Harris, até que eu me sinto extremamente à vontade. Dou as costas para o Nathan, sem me importar com absolutamente nada a não ser me divertir, balançando no ritmo, agitando os cabelos.

Eu sinto a mão do Nathan na minha barriga e me viro em seus braços outra vez, colando ainda mais os nossos corpos. How Deep Is Your Love me leva ao extremo e, decidida a não enlouquecer junto, coloco minhas mãos nos ombros do Nathan. Movemo-nos de maneira sincronizada, provocante. Ele é lindo demais.

Seu meio sorriso me faz querer beijar seus lábios, entretanto, eu me mantenho firme somente para estender essa noite até as quatro da manhã, se possível. Por mim, não trocava de DJ. Não que seja o próprio tocando, mas as músicas dele são sensacionais.

E This Is What You Came For começa. Rihanna é a dona da minha vida, pena que ela ainda não percebeu isso. Eu me afasto somente o suficiente para provocar mais um pouco, dando um meio sorriso tão provocante quando Nathan me deu. Olho na direção da mesa e encontro Harry me encarando. Eu simplesmente dou de ombros internamente e aproveito a música.

Eu sabia que ele viria atrás de mim. Apesar de termos menos de seis meses, nos conhecemos bem o suficiente para sabermos os próximos passos um do outro. As mãos de Nathan se apoderam da minha cintura e eu lhe dou toda atenção. Sinto sua mão descer pela lateral do meu corpo e meneio a cabeça em negativa.

Nate me puxa para ficar mais junto de si e eu prendo a respiração, querendo controlar meus batimentos cardíacos. Se continuar desse jeito, eu não respondo por mim.


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Notas finais do capítulo

Passarei o fim de semana fora, mas eu vou dar um jeito de começar a responder.
Bom fim de semana.
Beijos e até mais.



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