Oposto Complementar escrita por Tai Barreto


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores.
Terminei esse capítulo agorinha, pois estava fazendo em parceria com o de Damon.
Para quem não sabe, Laila aprece aqui e na continuação de Amor Ardente, pois Damon está em Londres e eles se conheceram no capítulo 18.
Para quem não sabe quem é Damon, ele é o protagonista da história mencionada acima. Meu primogênito.
Para quem ler Amor Ardente, eu ainda estou adiantando uns capítulos para poder fazer a capa. Ainda não tenho muita coisa, 5 capítulos, e falta definir momentos importantes.
Perdoem a minha demora para AA.

Sem mais, boa leitura.



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Eu me espreguiço, viro de lado e puxo um travesseiro para abraçar. Eu não tenho ideia das horas, mas estou pouco me importando com isso. A noite de ontem foi tão maravilhosa que, se dependesse de mim e dos que estavam envolvidos, aposto que não teria fim. Se bem que, ela teria que ter, já que ainda tem a de hoje. A ansiedade corrói a minha pele e eu sorrio imensamente diante da ideia de rever o meu grupo de amigos, que partilho com Harry. E por pensar nele, ele foi tão incrível comigo ontem que, a cada dia que se passa, eu morro mais de amores por ele.

— Lalinha?

Eu olho por sobre o ombro e vejo Letícia na porta.

— Oi.

— Podemos conversar?

— Claro. Entra.

Ela faz e fecha a porta trás de si. Permaneço deitada, mas eu fico de frente para ela.

— Fim do mês eu estarei voltando ao Rio. — Leti senta na beira da cama e me parece triste.

— Eu já sei. Você não quer voltar.

— Não é isso. Estou tranquila.

— E o que é?

— Eu vou sentir a sua falta.

— Ah. — Eu fico em silêncio. — Se espera que eu diga que vou voltar com você, pode desistir. Não pretendo voltar ao Brasil enquanto não tiver minha graduação.

— Por que essa insistência?

— Por que finge que se importa? — Eu me sento. — Nunca se importou. Eu sempre fui apenas uma paisagem naquela casa. Servia apenas para ficar de olho nos gêmeos.

— Você não era assim.

— Pois é. Aqui eu encontrei alguém que se importa comigo. Na minha segunda semana aqui, Harry cuidou da minha gripe e ainda por cima, me deu uma vaga de emprego na empresa dos pais dele.

— Mamãe e papai sentem a sua falta.

— Não sentem. Pelo menos a mamãe, não. Ela me quer em casa para cuidar dos meninos. Santiago e Guilherme têm dezesseis anos. Sabem o que fazem das suas vidas.

Ela suspira.

— Não tem como eu te convencer do contrário?

— De maneira alguma. — Eu cruzo os braços. — Eu não vou deixar a minha vida aqui e voltar para a de lá, frustrada. Muito menos deixar o Harry aqui.

— O Harry é um mulherengo. — Letícia levanta. — Você vai ser apenas mais uma na vida dele, se chegarem a se envolver.

— Eu não vou ser mais uma na vida do Harry, pois jamais haverá algo entre nós dois. Somos apenas amigos.

— Você é uma cega. Idiota e cega. Não enxerga um palmo a frente do nariz.

— Para quem chegou mansa aqui, dizendo que ia sentir minha falta... Algo de errado não está certo. — Eu pisco, tentando me situar.

— A questão é que você não abre os olhos para a realidade. Você e Harry quase namoram. Apenas não se beijam, entretanto, ele continua se envolvendo com outras garotas, saindo todo fim de semana, enquanto você fica aqui, o esperando, para cuidar da ressaca dele.

Eu hesito.

— Eu não quero falar sobre isso. — Saio da cama e vou até o banheiro, onde eu lavo o rosto.

— Você não quer falar porque sabe que eu tenho razão.

— Para de destilar seu veneno sobre mim. — Saio. — Eu estou cansada, Letícia. Toda vez é isso. Você diz que vai mudar, mas sempre volta a ser a cobra venenosa. — Calço minhas pantufas e saio do quarto. Para a minha tristeza, Harry ainda não chegou.

— Eu não estou destilando veneno. Eu estou, apenas, falando a verdade. Você, com esse mapa cheio de peixes que te deixa tão lunática assim. Se bem que eu acho que nem precisava ter tanto assim. Somente o seu sol basta.

— Não vem falar mal do meu mapa. — Eu ergo o dedo indicador, a fim de o defender com unhas e dentes. — Sua geminiana venenosa.

— Meu doce? — O tom de voz do Harry é sonolento.

— Ei. Pensei que não fosse vir. — Vou até ele e o abraço. — Bom dia.

— Bom dia. Eu perdi a hora. Desliguei o despertador. — Ele faz uma careta. — Desculpe.

— Está tudo bem. Por que está se desculpando?

— Podem se afastar — diz Letícia e só então eu percebo que ainda estou nos braços dele.

— Por que não cuida da sua vida? — Eu a olho por sobre o ombro.

— Já começaram? — Harry questiona e eu me afasto, enquanto ele olha de mim para ela.

— Eu não quero falar sobre absolutamente nada. — Vou em direção à cozinha e decido preparar um chocolate quente.

— Comeram algo? — Harry vem logo atrás.

— Ainda não. — Pego os ingredientes. — Mas eu já vou resolver isso.

***

Eu mantenho os olhos no teto, tentando não pensar em absolutamente nada do que a cobra da minha irmã me disse pela manhã, porém, a minha mente continua repetindo cada uma das palavras que saíram daquela boca venenosa. Eu inspiro fundo, querendo me acalmar só que eu sei que estou falhando miseravelmente nesse quesito. Saio da cama e vou ao closet, onde eu vasculho uma roupa apresentável para a noite de hoje. Eu poderia ir ao salão, cuidar dos cabelos e pele. Quero estar lindíssima, para quando ou se tocar Work, eu possa arrasar ainda mais.

Mordo o lábio inferior, passando os cabides de um lado para o outro, procurando por um vestido ou talvez uma saia. Coloco a mecha que se desgarrou do coque atrás da orelha e coço o pescoço.

— Meu doce?

Eu olho para Harry, na entrada do closet.

— Oi.

— O que faz aí?

— Estou procurando o que vestir. Estava pensando em ir ao salão, mas acho que não vai ter vaga para mim. Sei como funcionam essas coisas.

— Eu posso fazer isso por você. — Ele se aproxima, pegando o smartphone, mas eu o impeço.

— Não. Não precisa.

— Por favor, vai. Eu quero que você se sinta bem quando sairmos mais tarde.

— Mas eu vou me sentir assim porque terei você ao meu lado, junto com Holly, Fred, Damon, minha irmã e os nossos amigos.

— Tem certeza?

Franzo os lábios.

— Está bem. Mas eu não quero nada muito chamativo, deixa isso bem claro.

Ele ri e faz uma ligação.

— Podemos ir agora, se quiser — diz, após encerrar.

— Deixa só eu trocar de roupa.

Harry beija a minha testa e sai. Eu pego uma jeans preta, uma camiseta de alças finas e mesma cor e uma camisa de botão em jeans, azul claro. Visto rapidamente, junto com uma jaqueta de couro preta e uma bota de cano médio de mesma cor. Faço um rabo de cavalo, dou um pouco de cor aos lábios, pego uma bolsa de alça tiracolo e franjas e arrumo com carteira, documentos e saio, encontrando Harry na beira da cama.

— Podemos ir?

— Claro.

— Você está linda. — Ele levanta e vem até mim, beijando minha testa.

— Obrigada. Podemos almoçar antes?

— Podemos sim. Foi para isso que eu vim, na verdade.

Saímos do quarto, descemos a escada e eu encontro minha irmã sentada no sofá.

— Estou indo almoçar com Harry e ao salão em seguida. Está a fim de ir?

— Não. Eu vou comer qualquer coisa aqui.

— Está chateada comigo?

— Nem. — Letícia abana o ar com desdém. — Não estou mesmo. Vai tranquila.

Eu concordo e nós saímos.

***

Eu coloco os cabelos no ombro direito e dou as costas a Letícia, que sobe o zíper do meu vestido. Vou até o espelho, a fim de verificar o meu estado. Meus cabelos castanhos estão com lindas ondas; pensei em dar uma clareada nas pontas, como fiz ano passado, mas acabei desistindo, ficando com eles com a mesma cara de sempre. Eu coloquei uma tiara preta, somente para separar os fios e impedir que caiam no meu rosto. Sei que toda essa produção vai por água abaixo quando eu voltar, mas eu quero sair linda nas primeiras fotos, até porque, Holly, Damon e Fred estarão lá e são pessoas famosas. Claro que Harry também é, mas já tiramos tantas fotos juntos que se eu sair descabelada, como a do café da manhã, nem fará diferença.

Meu vestido é de mangas compridas, na metade da coxa, renda preta, com fundo nude, somente nas partes em que ele esconde minha intimidade e seios. Sim, eu estou ousadíssima e louca para ver a cara do Harry. E os meus scarpins possuem meia pata interna, pretos, com um pouco de brilho. Na maquiagem, os lábios estão num tom nude. Compensação, os olhos estão esfumados

Eu pego a clutch de cima da cama e olho para a minha irmã. Ela usa um vestido verde água, saia levemente armada, um pouco abaixo da metade das coxas, sem mangas e decote redondo. Os scarpins são nude, de meia pata. O cabelo natural, a maquiagem seque a mesma linha e ela usa apenas uma pulseira como acessório. A clutch é nude.

— O que fez enquanto estive fora? — Questiono.

— Estive cuidando da minha mala.

— Vendo o quanto vai gastar a mais?

— Também. Timmy apareceu aqui.

— O que ele queria?

— Falar comigo. Nathan também. Chamei a ambos para irem conosco.

— Tudo bem. Quanto mais gente, melhor.

Saímos do quarto e eu vejo Harry entrando. Ele está com os cabelos soltos, úmidos e eu resisto à vontade de suspirar. Ele usa uma jeans, camisa de listras azul marinho e branca e um blazer preto. Como sempre vem aqui, claro que ele tem alguns agasalhos na porta do meu apartamento.

— Nossa, Laila! — Ele exclama e se aproxima do fim da escada.

Eu desço os degraus e o abraço.

— Você está lindo.

— Você está deslumbrante. — Ele beija a minha testa. — Letícia. Você também está.

— Achei que tivesse ficado invisível. — Ela sorri e desce a escada.

A campainha ecoa e ela vai até lá, abrindo a porta.

— Boa noite — diz Nathan.

— Boa noite. — Ela o cumprimenta com dois beijos.

— Você está maravilhosa. — Ele sorri para ela.

— Obrigada. Entra.

Ele faz. Está lindo de camisa branca e jeans clara, além de uma jaqueta preta.

— Feliz aniversário. — Nathan se aproxima, me cumprimenta com dois beijos. — Eu espero que goste. — E me oferece algo.

— Obrigada. — Pego o presente. — Não era necessário.

— Claro que sim. — Ele enfia ambas as mãos nos bolsos. — Harry.

— Nathan. — Ele acena com a cabeça.

Dou minha bolsa ao Harry e abro o embrulho. Encontro um livro de ninguém menos que Friedrich Nietzsche, Genealogia da Mora, uma Polêmica.

— Nossa! Obrigada. Você prestou muita atenção sobre o que conversamos.

— Claro que sim. — Ele sorri.

— Deixa só eu guardar. Muito obrigada.

— Não precisa agradecer.

Subo a escada, coloco na cabeceira, junto com o papel e desço outra vez. Agasalhamo-nos, saímos os quatro e damos de cara com o Timmy.

— O que houve? — Questiono, preocupada, ao o ver com um pé imobilizado.

— Machuquei. Acabo de chegar do hospital.

— Ah, não acredito que não vai conosco.

— Pois é. — Ele encolhe os ombros. — Não estou nem um pouco contente, porém o médico recomendou repouso absoluto.

— Fica bem. — Eu o abraço.

— Feliz aniversário.

— Obrigada.

— E eu vou ficar sim.

Entramos os cinco no elevador, ele sai no andar terceiro andar e eu sigo com os outros três.

— Vamos no meu carro — diz Nathan.

— Laila e eu iremos no meu. — O tom de voz do Harry soa vazio.

— Letícia, se importa? — Ele desativa o alarme de um Range Rover.

— Claro que não. Vemos vocês lá. — Ela se afasta com ele.

Harry desativa o alarme e abre a porta para mim. Dou um beijinho em sua bochecha, entro e coloco o cinto de imediato, além da clutch em meu colo. Harry entra, coloca o dele e dá a partida.

— Você está bem? — Questiono, enquanto ele guia o carro para a saída e espera Nathan sair.

— Estou. — Ele sai em seguida e aperta o botão que fecha o portão.

Claro que eu estou com os presentes dos meus pais, que, para a minha surpresa, não me ligaram hoje.

— E mamãe e papai?

— Também. Mal falei com eles hoje, mas me deram sinal de vida.

Eu concordo.

Harry para numa vaga do estacionamento da mesma casa que viemos pela primeira vez. Aproximamo-nos da entrada e eu vejo que a fila não está tão grande. Um movimento à minha direita chama a minha atenção e eu vejo Damon Lundgren se aproximar. Apesar de estar apenas de jeans, camisa de botão e blazer pretos, ele está incrivelmente lindo. Como pode estar solteiro? Aceno e me aproximo.

— Que bom que você veio. — Abraço-o e fico feliz quando ele retribui.

— Eu não ia perder essa noite por nada. Comprei um presentinho para você.

— Não era necessário. — Afasto-me e ele cumprimenta Harry com um aperto de mão. — Sua presença me basta.

— Eu quis e não aceito de volta. — Ele me oferece uma caixa.

— Muito obrigada. — Abraço-o outra vez e pego. — Vamos entrar?

— Claro. Holly e Fred já estão lá dentro.

Damon passa a frente, cumprimenta o segurança e gesticula para que eu entre. Eu sou seguida por ambos e eu vejo meu grupo de convidados à mesa na área VIP. Eu seguro o queixo, mas continuo a caminhar, firme, apesar de querer me balançar no ritmo da música do homem da minha vida: Bruno Mars, That’s What I Like. Sou recepcionada por Mia de imediato, que me aperta forte, como se fizesse muito tempo que não nos vemos. Para falar a verdade, tem um tempo sim.

— Maravilhosa! Feliz aniversário.

— Obrigada.

E logo sou cercada pelos meninos, que me cumprimentam, abraçam, apertam, enchem de beijos, presentes e tiram diversas fotos. Quando me liberam, eu vou até Holly e Fred. Damon e Harry já estão com eles.

— Que linda! — Holly me abraça.

— Não mais que você.

Holly usa um vestido preto, de alças grossas, justo em seu corpo, na metade das coxas e com um decote em V cruzado. Os scarpins num tom de ouro velho. Os acessórios seguem esse padrão. A maquiagem destaca seus lindos olhos azuis e o batom é nude. Os cabelos dourados estão soltos e lisos, acima dos ombros.

— Oi, Laila. — Fred me cumprimenta com dois beijos. — Feliz aniversário.

— Obrigada. — Apoio a bolsa na mesa, guardo meus presentinhos e vejo, finalmente Letícia se aproximar com Nathan.

— Trouxemos uns presentinhos para você. — Ele me oferece um saquinho da Tiffany & Co.

— Não era preciso. Se eu soubesse, teria cancelado. Não precisavam ter se dado ao trabalho.

— Deixe de reclamar. Parece que é virginiana. — Fred diz e eu rio.

— Acho que é o convívio com certo alguém. — Olho Harry de soslaio e o loiro ri.


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Notas finais do capítulo

Para quem não leu lá em cima, terminei agorinha, então não revisei.
Desculpem não ter respondido aos reviews, mas continua foda do lado de cá. Mil histórias na cabeça...
Os detalhes dessa noite na casa noturna serão dados na continuação de Amor Ardente, então, desculpem, mas os babados estarão lá.
E não serão poucos.
Acho que vou dar uma adiantada no momento. Nem sei se vou colocar a despedida da Letícia, mas agora me veio a ideia de fazer uma festinha.
Eu apenas não tenho certeza.
Vejo vocês depois e prometo responder antes do dia 10.
Beijos e até mais.



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