Oposto Complementar escrita por Tai Barreto


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Olá, minhas queridas, lindas, e maravilhosas leitoras.
Eu sumi, não foi? De antemão, peço mil perdões. Como eu amo muito vocês, vou dar o verdadeiro motivo do meu sumiço.
Para quem já leu outra história minha, sabe que eu estou num dilema para fazer a minha casa desde o ano passado, meados de agosto, eu diria.
E finalmente iniciou o processo de construção. Quer dizer, começou a cavar o terreno, fazer a divisão dos cômodos e tudo o mais, então, isso tem consumido a minha vida.
Além de eu cuidar do meu sobrinho, um garotinho de 2 anos, que está na "adolescência" da fase infantil, onde é difícil lidar com muitas coisas. Ele é libriano, indeciso, então tem que muito jogo de cintura.
Ainda mais quando eu sou a única que tem voz de autoridade para ele, numa casa com a mãe, o pai, a avó e o tio, meu namorado.
Mil perdões.
Além disso, eu estou criando mais duas histórias para vocês. Uma até tem o título bafônico, que envolve o romance entre uma detetive e um médico e isso é tudo o que eu posso dizer.
A outra, é a minha primeira história, criada em 2008. Quase dez anos depois, eu obtive resultado com a escrita, depois de mudanças drásticas, eu optei por fazer a narrativa masculina
Para as que esperam a continuação de Amor Ardente, saibam que eu espero estar postando até sexta-feira, dia 3. Estou procurando alguém que faça a capa.

Sem mais, boa leitura.



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— Eu queria ser o primeiro a te desejar feliz aniversário — diz papai. — Por isso estou entrando em contato com você agora. Não sei de devo levar em considerar o horário daqui ou o daí. O que eu faço?

Eu sorrio e dou de ombros. Gustavo mantém os olhos escuros em mim e de repente, me bate uma saudade de casa, mas mais por ele do que pela Gisele. A julgar que são quatro horas da manhã aqui, sei que lá ainda é dia 23. Claro que eu vou levar em consideração o fato de que ele se deu ao trabalho de entrar em contato comigo, coisa que tinha feito antes, mas de maneira vaga. Satisfazendo-se mais com minhas respostas do que a esposa.

— Eu também não sei, papai. Por que não vai dormir um pouco? Mais tarde nos falamos.

— Estou te atrapalhando?

Eu balanço a cabeça em negativa e sorrio outra vez. Estamos nos falando por uma vídeo-chamada graças ao meu smartphone ultramoderno, presente dos meus pais ingleses.

— Não, pai, mas você vai trabalhar mais tarde...

— Eu sei que fui um pai ausente para você, Laila, e sei que pode parecer egoísmo da minha parte, mas eu realmente sinto muito a sua falta.

— Eu também sinto, pai, mas eu vim garantir um futuro bom para mim aqui. Eu volto quando finalizar minha graduação, está bem?

— Antes disso, você não vem nem para as festas de fim de ano?

— Eu não sei. Talvez eu comece a guardar dinheiro para isso, mas não garanto nada para esse ano.

Ele concorda.

— Vou deixar você dormir. Falamo-nos mais tarde.

— Obrigada.

— Eu te amo.

— Eu te amo, pai.

Encerro a chamada e, por não estar a fim de ir me exercitar, eu me viro na cama e volto a dormir.

***

— Bom dia, minha linda, maravilhosa, estupenda e incrível flor do dia. — Sinto os lábios do Harry na minha testa. — Quem é a garota mais sortuda do mundo que está fazendo aniversário hoje.

Eu rio e abro os olhos, encontrando-o se sentando na beira da minha cama. E para a minha surpresa, Harry começa a me fazer cócegas, enquanto eu gargalho feito uma hiena ensandecida. A fim de escapar do surto, eu vou me erguendo e me jogo sobre ele, o derrubando na cama. Harry embola e cai por cima de mim, me fazendo soltar um gemido de dor.

— Esse é o seu presente de aniversário? — Tento tirar os cabelos da boca, bufando, mas os fios continuam firmes e fortes no mesmo lugar. — Minha cabeça está doendo. — Faço uma careta.

Ainda sobre mim, Harry tira os fios do meu rosto, aproximando o seu perigosamente. Eu sinto o seu hálito quente contra a minha pele e seus lábios na ponta do meu nariz. Eu solto uma lufada, sem perceber que havia prendido a respiração.

— Não. Esse é o meu café da manhã especial o dia de hoje, que é muito mais que especial.

— E eu posso saber o motivo de ser mais que especial?

— Além de ser seu aniversário, é o primeiro que passamos juntos, de muitos que virão.

— Você age como se eu nunca mais fosse embora.

— E você, como se soubéssemos viver sem o outro.

Minhas maçãs esquentam e ele beija cada uma delas.

— Você é muito exibido.

— E você, muito linda com essas presas em evidência. Eu as acho linda, sabia?

Eu nego.

— Você nunca falou o que acha lindo em mim.

— A lista é extensa, então, sugiro que tome seu café da manhã.

— Eu poderia se você saísse de cima de mim.

— Ah, sim. — Harry levanta. — Estava tão confortável.

Semicerro os olhos e pego a mão que ele me oferece. Vou ao banheiro, lavo o rosto e volto para a cama.

— Como você aguentou meu hálito matinal na sua cara tão cedo?

Harry ri e me oferece a caneca de chocolate quente. Inalo o delicioso aroma e beberico.

— Eu acho que até suportaria te beijar.

Eu me engasgo, mas felizmente, depois de duas tosses, eu consigo engolir.

— Para com isso. — Acerto um tapa no seu braço, indo ao closet.

Beijar-me. O que ele tem na cabeça? Harry nunca falou sobre essas coisas e justo no dia do meu aniversário, faz. Balanço a cabeça em negativa, pego uma calça jeans, camisa de mangas compridas e decote redondo, ambos pretos, e coloco sobre o ombro. Pego um conjunto de lingerie cor de vinho e depois de deixar a caneca no chão, no canto, eu entro no banheiro e troco a camisola pela roupa de trabalho.

Pego a caneca outra vez e volto ao quarto, encontrando Harry no mesmo lugar. Eu me aproximo, deixo a caneca sobre a mesinha e pego uma torrada, passando uma camada generosa de geleia.

— Ficou chateada? — Harry pergunta, enquanto estou colocando a torrada na boca e eu nego.

— Parabéns, irmãzinha! — Exclama Letícia, entrando no meu quarto. — Diga-me que vai trabalhar com a bolsa que eu te dei. — E vem até mim, abraçando-me. — Feliz aniversário, tudo de bom, que seus sonhos se realizem, que apareça um gato bem gostoso na sua vida... — Ela se afasta. — Na verdade, já apareceram alguns... Timothy, Ethan, Nathan... Mas que o gato te faça muito feliz, te beije bastante, te faça delirar...

— Obrigada, Letícia. — Interrompo-a, ciente do rumo que ia tomar. — Muito obrigada e não precisava perguntar, porque é óbvio que eu vou usar minha bolsa. — Pego a caneca outra vez. — Estive falando com papai de madrugada.

— Jura? Mamãe está querendo falar com você.

— Quando eu voltar do trabalho. — Volto ao closet e pego a minha Louis Vuitton, a arrumando. — Tenho muito que fazer na empresa hoje. — Pego um overcoat e calço as botas over knee pretas.

Coloco tudo sobre a cama, arregaço as mangas da camisa, termino o chocolate quente e vou ao banheiro, onde eu escovo os dentes. Em seguida, faço uma maquiagem discreta, com delineador de traço simples, batom cor de vinho e umas ondas nos cabelos. Pego um cachecol também preto.

— Está de luto? — Letícia provoca, enquanto eu me analiso na frente do espelho.

— Tem ideia de o quão maravilhosa eu fico de preto? — Olho-a pelo objeto e sorrio. — Eu tenho. — Pego a bolsa sobre a cama.

— Suas luvas. — Harry me oferece um par de couro.

— Obrigada. — Pego-as, ao overcoat, coloco sobre o braço, junto com o cachecol.

Saímos do quarto e, diante da porta, Harry me ajuda a me agasalhar. Eu estou mais enrolada do que os fios encaracolados da Letícia. Não sei se devo considerar que estou nervosa se tratando da possibilidade de os Carter virem com alguma surpresa mirabolante.

***

— Eu não posso acreditar que nossa garotinha já é uma moça — diz Eleanor, enquanto eu me aproximo segurando a mão do Harry e George confirma. — Feliz aniversário, minha flor.

Eu sorrio. Não sei o motivo de Ellie me tratar com tanto amor assim, como se eu realmente fosse sua filha de sangue e ela tivesse acompanhado cada acontecimento importante da minha vida. Não vou dizer que não gosto, porque é tão bom se sentir parte da família, por mais que seja adotiva, mas eu tenho sentido com ela o que Jéssica não foi capaz de me fazer sentir.

Envolvo-a num abraço apertado, quando minha mente, de repente, me dá um estalo de que eu deveria procurar saber o motivo de ela não ter tido mais filhos além do Harry. Ellie toma distância o suficiente para me olhar nos olhos, cheia de felicidade e amor naqueles castanhos tão lindos e brilhantes e sorri imensamente para mim.

— Obrigada, mãe. — Pego sua mão e beijo a palma.

— Você não tem ideia da felicidade que é para mim poder estar ao seu lado nesse dia tão importante. Dezenove anos. Quando eu lembro do meu, suspiros me escapam...

Eu sorrio outra vez.

— Ellie, amor, deixe-me falar com a nossa filha. — Pede George e eu vou até ele e o abraço. — Feliz aniversário, flor da minha vida. — Ele afaga as minhas costas. — Somos muito gratos de ter você em nossas vidas. Você se tornou alguém de grande importância para nós três.

— Vocês quem são para mim. — Afasto-me e aperto sua mão. — Eu não sei o que seria de mim sem vocês.

— Não vamos pensar nisso. Vamos sentar e almoçar como pessoas que se amam — diz Ellie.

Harry puxa a cadeira para mim e eu me sento, após a matriarca, seguida dos homens.

Fazemos uma refeição tranquila, com pratos sugeridos pelo chefe, especialmente para mim. Simplesmente fantásticos.

— E, agora, chegou a hora dos presentes — diz George.

— Eu achei que as coisas que me deram para o apartamento tinham sido o suficiente.

— Foram para o apartamento, querida. Agora é para você. — Eleanor é a primeira a me oferecer uma caixa preta com laço vermelho, estreita.

— Eu não posso aceitar, mãe.

— Por favor, Lalinha. É seu primeiro aniversário conosco. Por favor.

Eu mordo o lábio inferior, mas acabo pegando a caixa. Abro e encontro um relógio. A pulseira é preta, com pedrinhas incolores cravadas ao redor do mostrador. Eu o aproximo do rosto e quase caio para trás quando vejo a marca.

Piaget?! — Arregalo os olhos e fito a mulher à minha frente. — Não! — Coloco-o na caixa e tento lhe devolver, mas ela cruza os braços. — Não, Eleanor. Eu não posso aceitar.

— O que tem de mais aí? Quer dizer, eu sei que é uma das melhores marcas de joias, mas é um presente. Não se pode devolver.

— Deve ter sido muito caro. Além do mais, em momento algum, da minha insignificante vida, terei dinheiro suficiente para lhe dar algo à sua altura.

— Só aceita, Laila. Sem reclamações, por favor.

Eu olho para Harry, porém ele desvia os olhos dos meus.

— Você também? — Meu tom soa estridente e ele volta a me olhar.

— Olha, é de ouro branco, com diamantes — diz Ellie, abrindo a caixa ainda na minha mão e me mostrando. Ela continua a falar. — Pela sua cara, eu sei que não vai usar no dia a dia.

— Ocasiões especiais. Como o jantar de hoje à noite. Muito obrigada, mãe.

— Perfeito. — Ela sorri imensamente e eu fecho a caixa. — E não precisa agradecer.

— Agora é o meu. — George me entrega uma no mesmo estilo, mas eu concluo que eles mudaram da original para essa a fim de me enganar.

Abro e encontro uma pulseira com um coração unindo ambos os lados dela e um colar com o mesmo coração de pingente.

— São lindos. — Eu o olho. — Muito obrigada, pai.

— É o mínimo, querida. — Ele sorri.

— Desculpa perguntar, mas eu posso saber o material?

— Ouro branco e diamante.

Eu simplesmente concordo, fecho a caixa e a coloco junto da outra.

— E por último, mas não menos importante, o meu. — Harry me oferece uma sacola com o famoso azul da Tiffany.

Eu pego a sacola, retirando uma caixa de dentro. Abro-a e encontro um colar com o símbolo do infinito.

— É maravilhoso. — Toco as pedrinhas cravadas. — Tão delicado.

— De platina com diamantes com lapidação brilhante.

— E de tirar o fôlego.

— Eu queria te dar algo melhor, mas...

— Eu já tenho. — Olho-o. — O amor de vocês. Nenhum bem material vai ser melhor do que isso.

Harry pega em minha mão e beija o dorso.

— Feliz aniversário.

— Obrigada. — Sorrio.

***

Eu estou nervosa. Não posso negar ou simplesmente agir com naturalidade, enquanto eu olho a roupa escolhida pelo meu vizinho para o jantar de aniversário na mansão Carter. Eu paro de pensar e decido me vestir. Retiro o robe, ficando apenas de conjunto lingerie azul marinho, e visto a camisa de mangas três quartos, preta com bolinhas brancas e uma calça de cintura alta, social, modelo flare. Coloco a camisa por dentro, acentuando minha cintura e calço meus scarpins pretos, de meia pata interna. Solto o cabelo, indo ao espelho em seguida. Amasso as ondas e analiso a maquiagem. O batom vermelho é matte é o destaque. Meus olhos estão com cílios postiços, minha paixão, os olhos devidamente delineados e eu passei um pouco de pó compacto a fim de uniformizar a tonalidade da pele e o blush para dar cor às minhas maçãs. Eu não poderia sair sem o presente que meus pais me deram. Bem que eu gostaria de usar o que meu vizinho deu, entretanto, platina e ouro branco não ficam bem juntos.

— Lalinha? — A voz de Letícia soa levemente abafada por causa da porta fechada.

— Entra.

Ela abre a porta e me olha. Minha irmã usa um tubinho de manguinhas cor de vinho. A maquiagem é discreta e suas pernas estão expostas.

— Harry chegou. Podemos ir?

— Claro. — Pego a bolsa cor de vinho, arregaço as mangas da camisa e nós saímos.

Descemos a escada e eu vejo Harry falando ao telefone com alguém. Ele me olha rapidamente, voltando a fazer e permanece, boquiaberto. Passo a mão pelos cabelos, a fim de tirar os fios do rosto.

— Laila! — Ele arregala levemente os olhos e se apressa a me oferecer a mão. — Você está maravilhosa.

— Obrigada. Desculpe não poder usar o seu presente.

— Eu sei que isso não significa que não gostou.

— Eu amei. Muito.

— Tudo bem. Sou mais compreensivo que meus pais. — Ele beija a minha bochecha.

Agasalhamo-nos e saímos. Entramos no elevador e vamos até a garagem.

Logo estamos dentro do carro do Harry, a caminho da mansão Carter. Eu devo admitir que estou um pouco insegura, se tratando do fato de que, apesar de ter dito que não queria algo grande, sei que o jantar não vai ser algo simples.

Saímos do carro assim que ele para diante da entrada da mansão e, após Harry segurar em minha mão, vamos à porta. Ele a abre e me guia para dentro, seguida da minha irmã.

— Chegaram. — Ellie sorri imensamente e me envolve num abraço de imediato. — Como está linda.

— Obrigada. — Aperto-a levemente.

— Querida! — George me abraça assim que a esposa se afasta. — Você está maravilhosa.

— Obrigada. — Afago suas costas.

— Vamos conversar um pouco.

***

Claro que, apesar de já terem me dado os presentes, os Carter me deram mais. Eu juro pela minha vida que tentei recusar, mas a Eleanor tem um poder de persuasão impressionante. Ou talvez eu seja trouxa demais para não conseguir recusar por muito tempo, apesar de querer muito. Depois do maravilhoso jantar, conversamos mais um pouco e agora estamos a caminho de casa, extremamente satisfeitos com a noite.

Harry estaciona e eu saio do carro, indo chamar o elevador, enquanto ele e Letícia vêm logo atrás. Entramos os três e eu aperto o botão para o nosso andar. Lá, saímos e vamos até o fim do corredor. Dentro do meu apartamento, eu vou de imediato ao meu quarto, a fim de trocar de roupa e quando eu estou removendo a maquiagem, Harry entra e se recosta contra o batente da porta.

— Deveria controlar seus pais.

— Meu doce, eu não consigo, está bem? Eles te amam muito. Se puderem te encher de presentes, eles farão.

— Eu não gosto disso.

— Desculpa, mas eu não tenho como mudar.

Saio do banheiro apenas de baby doll, quando ouço Letícia me chamar. Saio do quarto, desço a escada e quando chego na cozinha, a encontro com o notebook aberto. Eu vejo minha família reunida na tela, com um bolo e algumas bexigas ao redor.

— Feliz aniversário! — Exclamam e começam a cantar parabéns.

Eu finjo estar gostando de socializar com eles, apresento o Harry e depois que eles partem o bolo, eu volto ao meu quarto.

— Eles não fizeram isso quando eu estava lá e agora me vêm com essa. — Bufo e começo a arrumar a cama.

— Não gostou?

— Harry, há mais de dez anos minha família não fazia nada por mim. O fato de terem feito hoje não significou nada. Acredite.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez, desculpem. Espero que leiam a nota inicial.
Beijos, bom carnaval e até mais.



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