Oposto Complementar escrita por Tai Barreto


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Olar.
Consegui terminar o capítulo a tempo.
Prestem atenção. Depois do aniversário da Laila, eu vou adiantar um pouco o tempo, pois colocarei aqui somente o que realmente importa.
Então, Letícia se vai e depois disso somente o aniversário da Eleanor, que vai ser um grandioso evento. Seguido do aniversário do George para, enfim, começar a acontecer o que vocês tanto anseiam.
Sei que devem estar furiosas comigo, mas as coisas têm seus tempos para acontecerem por aqui. E se confiaram, juro que irei compensá-las.
Para o Nathan, eu pensei no Aaron Johnson. Super gostoso. KERO!

Sem mais, boa leitura.



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Eu seguro uma folha branca, com o nome do Bruno em vermelho, enquanto o espero. Eu acordei no horário de sempre, mas optei por não fazer exercícios para vir buscar meu amigo e sua esposa, independentemente de ela gostar ou não de mim. E pensar que eu não sei que merda eu fiz para essa mulher. Ele disse que estaria chegando logo cedo, então arrastei minha irmã e meu vizinho para se juntarem a mim nessa espera. Eu os vejo, Skye agarrada ao braço do esposo como um bicho preguiça, como se isso fosse impedir qualquer mulher de olhar o Bruno. Ele é lindo. Que negro lindo. E é completamente apaixonado por ela, então não vejo necessidades de ter ciúmes.

Bruno ri, se desvencilha da esposa e corre até mim, me abraçando apertado. Eu emito alguns gemidos de dor, enquanto ele me balança de um lado para o outro. E depois vai abraçar a minha irmã.

— Oi, Skye. Seja bem-vinda. — Sorrio imensamente para ela.

— Obrigada. — Ela mantém a expressão fechada.

Eu me afasto dela e vou até Bruno, que conversa com Harry.

— Cuidei sim. Laila é minha vida. Mato e morro por ela, então pode acreditar que eu cuidei dela.

— Como foi a viagem? — Eu abraço Harry de lado e ele aperta levemente a minha cintura. Reprimo o gemido que quase escapa por entre meus lábios.

— Foi maravilhosa. — Ele estica a mão para Skye, que se apressa a pegar. — Eu te mostro as fotos mais tarde. Eu estou tão feliz que tenham vindo. Não imaginei, de verdade e eu realmente estou feliz.

— Somos seus amigos, não somos?

— Claro. — Ele abraça minha irmã outra vez. — Só falta você encontrar um inglês para ficar aqui de uma vez por todas.

— Não — digo. — Eu não quero que ela fique de uma vez por todas. Os dezoito anos tendo que aturar essa geminiana implicante me bastam.

Bruno ri.

— Ela está quase chorando porque eu vou voltar para o Brasil em poucos dias. — Letícia bagunça meus cabelos e eu dou uma tapa em sua mão.

— Só se for de felicidade. Bem, foi muito bom ver vocês, mas precisamos ir. Temos que trabalhar.

— Eu vou de táxi? — Letícia me olha.

Cê sabe. “Tava” morrendo de saudade. — Canto, em português, e Bruno ri alto, enquanto minha irmã fecha a cara.

— Laila é maravilhosa! — Bruno me abraça outra vez e eu sorrio.

— Gracinha. — Letícia fecha a cara.

— Eu perdi a piada — diz Harry.

— Laila cantou o refrão de uma música famosa no Brasil, completando a pergunta da irmã — diz Bruno.

Eu canto em inglês, para que ele entenda.

— Ah, sim — diz Harry.

— Eu me pegava sentindo falta de casa por causa de vocês duas, sabiam? Mas agora que Laila está aqui, eu me sinto melhor.

— Ah, seu lindo. — Pego sua mão e aperto levemente. — Letícia e eu formamos uma boa dupla somente para implicarmos mesmo.

— Não me coloca nessa situação, Lalinha. Eu sou uma pessoa boa. — Ela se defende

— Quando não está sendo má. Vocês estão convidados para a reunião lá em casa essa noite — digo.

— Eita, Lalinha. Eu esqueci de te avisar. — Bruno faz uma careta.

— Pois é. Timmy foi lá em casa, te procurando.

— Eu vou para a reunião. Tenho que falar com ele.

— Você precisa descansar — diz Skye, pronunciando-se pela primeira vez.

— Eu não estava correndo uma maratona. Não estou cansado. — Bruno a olha.

— Oito horas lá em casa — digo. — Agora realmente precisamos ir.

Despedimo-nos e Harry e eu vamos, de mãos dadas, até o estacionamento. Entramos no carro e vamos em direção à empresa. Harry está em silêncio e eu tenho certeza de que é por causa da reunião de mais tarde. Decido permanecer na minha enquanto me for possível, porque eu sei que, quando abrirmos a boca, pode ser que venhamos a discutir.

***

— Como se sente? — Eleanor me abraça e eu relaxo em seus braços.

Por que Jéssica nunca me passou essa sensação? De lar. De conforto. De amor. Carinho e tudo o mais que uma mãe sente por um filho? Eu apoio a cabeça no seu colo e fecho os olhos, nos balançando de um lado para o outro e ela beija meus cabelos e afaga os fios. Eu realmente amo essa mulher.

— Melhor agora, obrigada e você?

— Também, por te ter em meus braços.

— Meu Deus! — Afasto-me somente o suficiente para olhar em seus olhos. — Eu te amo.

— Ah, querida. — Ellie volta a me abraçar. — Eu também te amo. Que menina mais linda.

— Chega desse grude vocês duas. — Harry resmunga. — Eu também quero abraçar a minha mãe.

Eu me saio e ele a abraça.

— Tenho muita sorte com vocês dois na minha vida, sabiam? — Ela me oferece a mão e eu me aproximo e me misturo no abraço.

— Eu quem tenho por ter vindo do outro lado do oceano e ter conhecido vocês. — Eu lhe beijo a bochecha.

— Agora, chega de conversa, pois eu estou faminto. — Mais uma vez, ele resmunga.

— Papai vem? — Eu o olho.

— Não. Tem uma reunião.

Sentamo-nos.

— E o que vamos fazer para comemorar o seu aniversário? — Ellie pergunta.

— Eu não sei. Nada?

— Seu primeiro aniversário conosco e não vamos fazer nada? — Ela pega o cardápio e franze o cenho. — Claro que não. Se vai fazer dezenove anos, vamos fazer uma festa à altura.

— Ah, mãe, não precisa de tanto. Só conheço vocês, os amigos do Harry, e conheci os mais poderosos da Inglaterra. Então, acho que algo grande seria desperdício.

— Por que não aproveitamos o seu aniversário para te apresentar para o nosso círculo de amigos? — Ellie se empolga. — Assim você conhece mais pessoas.

— Eu acho perfeito — diz George, aparecendo. — Consegui fugir da reunião. — Ele beija a minha cabeça. — Assim você não fica em casa sozinha nas sextas-feiras e sábados à noite ou presa ao Harry. — E beija a esposa.

— Ela não está presa a mim, pai. — Harry fecha a cara.

— Refiro-me a ela ter mais opções para sair e não sair apenas com você. — George se senta.

— Mas tem a Mia e o pessoal. São muitos para ela sair.

— Está querendo impedir a Laila a conhecer mais pessoas? — Ele olha o filho.

— Claro que não. Eu apenas estou querendo evitar que ela conheça alguns babacas. Além do mais, Laila vai fazer universidade. O pessoal pode querer atrapalhá-la.

— Ela sabe se defender, não é, querida? — George me olha e eu concordo.

— Eu realmente adoraria, mas não vejo necessidade. Podem me interpretar mal. Como se eu estivesse interessada no dinheiro de vocês por ter aceitado uma festa como a que pretendem fazer.

— Não, querida. — Ellie segura em minha mão.

— Eu farei o seguinte. Na sexta-feira, comemoro apenas com vocês e minha irmã, que são as pessoas que eu amo muito. E no sábado, com os amigos, numa casa noturna. Não quero nada grande. Talvez ano que vem.

— Tudo bem, então. O que você decidir, está perfeito. — George sorri.

— Mas, e se fizéssemos assim: um jantar lá em casa para te apresentar a alguns amigos nossos no sábado, antes da casa noturna? — Eleanor sugere.

— Tudo bem. Eu vou adorar.

Ela bate palminhas e me solta diversos beijos.

— Obrigada, querida.

— Não precisa agradecer. Adoro vê-la sorrir, então faço tudo o que for preciso.

— Não é a filha mais linda que temos? — Ela olha o marido e ele concorda, sorrindo imensamente.

***

Outside, do Calvin Harris com a Ellie Goulding, apesar de já ter três anos de lançamento, ainda me faz dançar demais. E ao som dela, eu estou no meio da minha sala, com Timothy e Evelyn, dançando como se o mundo fosse acabar amanhã. E talvez ele acabe, mas, de qualquer maneira, eu estou me divertindo muito. Harry está sentado no sofá, conversando com Bruno sobre qualquer coisa, e a cada cinco segundos, eu sinto seus olhos em mim, de maneira intensa e se fosse outra pessoa, eu seria capaz de apostar que eu já estaria nua em sua mente.

Eu vou até a mesa de bebidas e me sirvo de uma dose de tequila.

— Tem idade para isso? — Uma voz masculina faz meus pelos eriçarem só de pronunciar essa frase, entretanto, para disfarçar o desconforto, eu simplesmente dou uma risada.

— Eu estou na minha casa. — Olho por sobre o ombro e encontro um homem alto e forte. — Além do mais, sou dona do meu nariz.

— Nathan. — Ele me estende a mão e eu deixo a garrafa de lado e a pego.

— Laila.

— Seja muito bem-vinda a Londres.

— Muito obrigada. — Sorrio e bebo a minha dose. — Eu espero que não fiquei aí parado, pedindo a documentação de cada pessoa que se aproxima dessa mesa.

Ele ri. Talvez não haja diferença de tamanho entre ele e Harry. A voz, sensual é extremamente atrativa, os olhos de um azul intenso e seu rosto me passa a falsa impressão de que é um ser doce. A pele clara demais, porém eu entendo. Harry está, a cada dia que se passa, mais incandescente. Penso em levá-lo ao Rio de Janeiro qualquer dia desses para ficar, pelo menos, vermelho.

— Não vou afastar seus convidados, vizinha.

— Que andar? — Cruzo os braços.

— Segundo. Já lhe vi por aqui diversas vezes, mas jamais imaginei que fosse minha vizinha.

— Não me encaixo na faixa etária padrão? — Dou um meio sorriso, a fim de provocar.

— Talvez... — É sua vez de revidar, até que eu ouço a introdução de Work.

— Eu preciso ir. Meu corpo não fica parado nessa música. Rihanna é dona da minha alma.

Eu já chego no meio da sala dançando, atraindo olhares. É como se eu estivesse fazendo para os convidados como uma atração, mas o que eu posso fazer se é sempre assim quando ouço a música? Eu me rendo à voz da Rihanna e ao ritmo, sem me importar com absolutamente nada. Eu poderia me importar um pouco com o fato de que eu sei que Harry deve estar puto, como da primeira vez.

Eu rebolo sensualmente. E no refrão, mexo bem os quadris, provocando. Aposto que a Skye deve estar querendo voar em meu pescoço e quando a olho, encontro seu olhar fulminante, o que me diverte. Eu faço quadradinho de quatro, sem querer prejudicar a minha coluna com o de oito e ao fim, eu agradeço por terem me visto. Para a minha surpresa, eles me aplaudem.

— Garota! Você é demais — diz Gi, sim, eu estou bancando a íntima da mulher de cabelos negros. — Que rebolado. Quase caí dura aqui.

Eu rio e volto à mesa de bebida.

— Meu corpo se manifesta sozinho ao som dessa música. — Sirvo-me de mais uma dose.

— Podemos conversar? — A voz de Harry aquece meu interior e alegra a minha alma e eu o olho.

— Claro. — Espero que ele fale, porém Harry não faz. Viro minha dose e vou até a área de serviço. — Diga. — Peço, quando estamos dentro.

— Precisava dançar daquele jeito?

— Você está com ciúmes da sua vizinha? — Alguém questiona antes de mim.

Olhamos a porta ao mesmo tempo e encontramos Nathan.

— Pode nos deixar à sós? — Harry fecha a cara.

— São namorados? Porque somente assim eu vou entender os ciúmes. — Continua o outro.

— Não. Somos apenas amigos — digo.

— Sério, Nathan, sai. — Pede Harry e ele faz, mas não sem antes me dar uma piscadela e me deixar sem graça. — Vai ficar dando espaço para esse folgado? — Ele fecha a porta e me olha.

— O quê? — Eu tento me situar, porém Harry simplesmente bufa.

— Olha, você deveria pegar mais leve. Skye estava bufando de raiva.

— Problema dela. Deixa eu me divertir, vai? — Puxo-o para junto de mim, roço meu nariz contra o seu e lhe dou um beijinho nos lábios.

— Laila... — Seu tom de voz me arrepia por inteira e eu fico sem graça.

— Desculpa.

— Chega de bebida, está bem? — Ele coloca as mãos em minha cintura e eu meneio a cabeça em negativa. — Por favor.

— Por hoje.

— E quando vai ter mais? — Harry se afasta um pouco e me olha nos olhos.

— No dia do meu aniversário. Ou você acha que eu não vou beber?

Ele suspira e passa a mão pelos cabelos. Eu faço o mesmo e me deleito com a maciez dos seus fios. Trago as pontas para o meu nariz e inalo o delicioso cheiro. Eu fungo e sigo para o seu pescoço, roçando a ponta do nariz contra sua pele quente, fazendo os pelos eriçarem. Continuo a provocar, seguindo a linha da mandíbula e outra vez, roço o nariz contra o seu.

Duas batidas na porta me despertam e eu me afasto do Harry, indo abrir.

— Skye e eu estamos indo — diz Bruno. — Está tudo bem aqui?

— Só o Harry querendo me controlar. — Saio. — Eu acompanho vocês até a porta.

Eu caminho sem me dar ao trabalho de olhar para trás. Abro a porta, despeço-me do Bruno, aceno para Skye e fecho após eles saírem. Vou até a cozinha pegar algum petisco, quando vejo a mulher letal conversar com Nathan. Pego um torresmo e como, ouvindo que eles falam sobre a estadia da minha irmã por aqui.

— Por que não fica mais um pouco?

— Tenho trabalho e minha irmã está quase me deportando. — Letícia me olha.

— Eu tenho meus motivos. — Sorrio e pego uma batata frita. — Quer por ordem de acontecimentos ou alfabética?

— Por que não vai dançar um pouco e fazer ciúmes ao seu irmãozinho? — Seu sorriso é venenoso e eu resisto à vontade de erguer o dedo do meio para ela.

— Se eu estou fazendo ciúmes ao Harry é porque eu estou seduzindo alguém por aqui.

— Ele — diz ela, sem rodeios e eu fecho a cara e me afasto.

Vê que eu tenho motivos para querer essa cobra venenosa longe de mim? Eu subo a escada e entro no meu quarto, fechando a porta.

— Você está bem? — Harry coloca somente a cabeça para dentro do quarto.

— Letícia. Sabe que ela gosta de me alfinetar. Nunca vi pessoa mais venenosa. — Eu passo a mão pelos cabelos.

— Você está linda, sabia? — Ele me dá um meio sorriso, ainda do mesmo jeito.

— Jura?

Harry concorda e entra.

— Desculpa a invasão. — Ele enfia as mãos nos bolsos. — Mas está sim. Muito linda.

Eu sorrio e vou até o espelho, onde eu encontro minha imagem suada, descabelada, já que minhas ondas se foram, e de batom vermelho. Aliso o vestido preto de couro, um pouco abaixo da metade das coxas, e alças grossas.

— Obrigada. — Prendo metade dos cabelos e coloco um laço. — Eu só estou descabelada.

— Porém continua linda.

Eu o olho pelo espelho e sorrio.

— Vamos voltar? — Aproximo-me. — A noite está apenas começando.


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Notas finais do capítulo

Vocês viram que quase rolou um beijo? Além do beijinho que Laila levemente embriagada .
Foi apenas uma provocaçãozinha, que pode resultar em algo futuro.
Sem mais spoilers.
Até o dia 20, eu espero.



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