O Deus da Escuridão escrita por AnnaGrandchamp007


Capítulo 3
O Acampamento Meio-Sangue!


Notas iniciais do capítulo

Haloooooooooooo!!!!! Gafanhotinhos da minha vida, espero que gostemmmmm!!!!!!



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A cidade é um lugar louco, assim como Gale. Pessoas indo de um lugar ao outro, conversando em celulares, comendo coisas estranhas... Esse lugar não é para mim. Meu corpo ficava cada vez mais fraco, mesmo comendo ambrosia. E o pior é que se eu comesse mais, provavelmente eu passaria ainda mais mal.

— Você é pálida assim mesmo ou está muito, muito, muito mal?

Eu dou de ombros.

— Acho que a segunda opção. Mas sou meio pálida também.

— Percebi...

— Pra que lado agora - Interrompo - O Acampamento está muito longe?

Ele pensa um pouco antes de responder. Então aponta para um ônibus.

— Acho que leva para lá.

— Você acha. - Pergunto.

— Quase sessenta por cento de certeza.

Dou de ombros de novo.

— É suficiente.

Correndo, pegamos o ônibus. Eu fico na janela, e ele senta ao meu lado, franzindo a testa.

— Tem alguma coisa estranha aqui.

— O que?

Ele fica olhando para os lados, então diz:

— A nevoa nos protege, mas também nos atrapalha. Como vamos saber se em algum monstro nos seguindo?

Quando penso naquilo, tenho lembranças do meu irmão. Decido ignorar o problema ate ele surgir.

— Não vamos. Mas se alguém nos atacar, nós saberemos.

Ele faz uma careta.

— Ah, sério?

Depois de alguma conversa, que era basicamente ele perguntando e ele respondendo (e eu ignorando), ficamos o resto da viagem brincando (juntos) de perguntas e respostas.

— Cor favorita? - Perguntou Gale.

— Preto. - Não era totalmente verdade. - E a sua?

— Vermelho. - Ele aguarda alguma coisa - Eai, não vai rir?

— É o que costumam fazer?

— Normalmente sim. - Ele diz, aliviado.

— Animal favorito? - Minha vez de perguntar.

— Hum... Gosto de cobras. Sei lá.- Então ele me observa, curioso - E o seu?

— Lobos. Mas fala sério, cobras? Não falaria isso se tivesse que ouvir as Dracaena noite e dia quando... Deixa pra lá.

— O que? - Ele me cutuca. - Você ouvia Dracaena noite e dia?

— Sua vez - Interrompo, louca para mudar de assunto. - Vai logo, ou eu paro de brincar.

— Tá, tá. - Ele ergue a mão em sinal de rendimento. - Qual o seu signo?

— Sagitário... quer dizer, eu acho. Não me lembro muito bem.

— Eu sou Gêmeos... Que dia você nasceu?

— 07 de dezembro. E você?

— 26 de maio. Cara, sou mais velho. Bem, sua vez!

— Ah é. Você veio de onde? Tipo, como você chegou lá nas plantações?

— Minha mãe é do Brooklin. Mas eu moro nessa cidade com os meus avos, perto daquelas plantações. Ou morava. Quero dizer... Hã, digamos que eu causei problemas demais. Daí um cara com asas nos pés, chegou e me disse que eu deveria ir para o acampamento Meio-Sangue se quisesse que minha família ficasse segura. Então, eu peguei algumas coisas e saí de casa. Só que eu vi umas coisas loucas, e acabei indo para o meio das plantações. Aí, aqui estou eu! - Ele toma fôlego e pergunta - E você? De onde você veio?

— Não quero responder - Digo, me voltando para a janela. Ele nem fica surpreso. Desde que iniciamos a brincadeira, eu respondia isso para a maior parte das coisas importantes.

— Certo. Minha vez... Que tipo de pessoa era a sua mãe?

Eu tento me lembrar dela, mas por algum motivo, como a maioria das minhas lembranças, aquilo estava enevoado. E por mais que eu mesma tivesse criado essa nevoa, eu sabia que não poderia desfazer. Era informação demais.

— Não sei. Não lembro. E acho que não devo lembrar. - Depois, digo um pouco mais suave. - E a sua?

— Eu passava os verões com ela, e os fins de semana. Ela é legal, sabe... Gosta de cuidar das pessoas. Ela é uma mãe típica, acho. Te ama tanto que sufoca.

Algo me dizia que minha mãe não era assim. Mas ignoro a informação.

— Entendi. Bom, acho que a próxima parada é a nossa. Você tem dinheiro?

Ele faz que não com a cabeça.

— Mas tenho uma ideia, vem, levanta. - Nós nos encaminhamos para a porta. Estávamos em uma estrada rural. O acampamento se aproximava, cada vez mais, junto com meu medo. Assim que o motorista nos percebe, Gale abre a porta com um chute.

— Pule! - Ele grita. - Vamos!

Seu cabelo batia em seu rosto, o que era só mais um sinal de que na velocidade que o ônibus estava, pular era suicídio.

— Ei vocês, saiam da porta! Vocês tem que pagar!

Nesse momento, decido pular. O impacto não foi tão grande; Uns ossos quebrados, ralados e vários cortes. Saio rolando na estrada, até que bato a cabeça em uma pedra, com força. Sangue começa a escorrer da minha testa. Eu solto um arquejo e me levanto, ou tento. Sou recebida por uma forte sensação de tontura e me ajoelho. Um cambaleante Gale se aproxima. Ele parecia melhor do que eu, apesar do nariz estar sangrando.

— Precisamos ir. Agora!

Eu me levanto novamente. Sinto uma dor gigantesca na perna esquerda e caio de novo. Tenho medo de ver o que acontecera com ela. Quando tomo coragem, sinto uma ânsia somente de olhar. A pele saíra quase inteiramente, e estava em carne viva. Acho que ralei enquanto caia, ou talvez o escapamento do ônibus tivesse feito aquilo. Não importa. Só posso dizer que a dor era torturante.

— Temos que ir! - Ele me ajuda a levantar. Quando eu me levanto quase caio e grito de dor. - Não se apoie nessa perna. Vamos.

Foi como uma corrida de três pernas, só que no inferno. Minha perna parecia querer me torturar. Meu corpo parecia aguentar o peso do céu. Minha cabeça latejava. A dor era tão... Familiar. E horrível. O problema realmente foram as alucinações. De repente, eu via pessoas, no meio das árvores, pessoas que eu sei que deveria conhecer, mas não consigo me lembrar de onde.                - Maya, tenta ir mais rápido! - Ele grita. Logo eu entendo o motivo. Uma flecha passa zunindo minha cabeça. Estávamos sendo atacados. Quando tento mover minha cabeça, ela dói ainda mais, e eu abandono a ideia.

— O que são essas coisas? - Minha voz saiu rouca, e as palavras tinham gosto de sangue. - Gale, estamos longe?

— São pássaros. E eles lançam penas.

Achei que fosse brincadeira. Mas vejo que o que eu pensei ser flechas eram vermelhas e lembravam penas. Não poderia ser mais estranho.

— Gale, me deixe aqui. Vou atrasa-los.

— Nem pense nisso! - Seus olhos estavam determinados. - Somos parceiros.

— Gale...

— Você morreria em dois segundos. - Ele completa. Aquilo me irritou. Ele me salvaria de novo, deixando minha lista de favores a pagar com ele cada vez maior.

— Pare Gale. - Ele não diminui o passo. Eu me solto dele e caio no chão. Só aí ele para. - Se quiser ficar fique, mas eu não vou só fugir.

Ele abre a boca para falar, então vejo algo atrás dele. Mal tenho tempo de gritar antes que o bicho assoprasse seu rosto, o deixando verde e desmaiado no chão.

— Gale! - Eu, com um esforço extremamente dolorido me levanto.  Minha voz falha quando pergunto. - Quem são vocês?

— Queres - Responde uma delas, num sibilo. Quando ela se aproxima, eu puxo o punhal e ergo em sua direção, me sentindo tão ameaçadora quanto uma formiga é para um elefante.

— O que vocês fizeram? - Rosno para elas, meus dentes cerrados com tanta força que sinto um estalo. - Vocês já assinaram sua morte, idiotas.

Um dos estranhos espíritos passa por mim. Eu sinto uma ânsia tão forte que acabo vomitando sangue.

— O que...? - Eu me sinto ainda pior ao falar. O frio toma conta do meu corpo de repente. - Doenças...

Eu me lembro da lenda delas agora. Já tive um encontro com esses bichos. Não foi nada agradável. E não seria agora.

— Maya Carrow... A garotinha fugitiva... - Outro espirito passa por mim de novo. Eu começo a tossir, e minhas mãos tremem. Quando as olho, eu estava amarelada.

— Pobre dela... Será que Ele ficará muito bravo se a matarmos? - Novamente o espirito passa por mim. Eu lhe acerto o punhal, mas em vez de se dissolver em sombras a Queres ri.

— Nada pode nos matar, querida— Ela passa por mim e assopra meu rosto. Agora, eu estava sem enxergar quase nada e meus ouvidos e nariz sangravam - Você morrerá. Pelo menos poderá revê-lo, não é?

Meu ódio explode, ao me lembrar dele. A morte se passava milhares de vezes na minha cabeça...

As trevas compartilham meu ódio. Sombras saiam de mim, se espalhando. Eu ouço o grito distante das Queres misturado ao meu próprio grito. Dor, dor e mais dor. E as lembranças. Se libertando da muralha que eu criei, me fazendo sofrer em dobro, de novo. Naquele momento, tudo que eu desejava era morrer. Mas até a morte me abandonou. Então, eu entro em um sonho.

Peter pulava de um lado para o outro. Ele segurava a minha mão, me puxando junto a ele pela floresta.

— Vem Maya! Aqui, eu prometo que ela não vai nos achar. - Então ele ria, e seu rosto se tornava distorcido, até que eu me visse frente a frente com minha mãe. Ela me segura pelo braço, com força. O assustador era seu rosto, todo queimado, em carne viva. estávamos nos destroços de nossa antiga casa.

 - Seja uma boa menina, e obedeça eles, ok?

Eu solto um soluço preso na garganta á nove anos e acordo.

Me vejo numa sala toda branca. As luzes pareciam facas nos meus olhos. Quando me levanto agito os cobertores na minha perna. Os ferimentos no braço e na perna direita sumiram. O machucado na minha testa também havia cicatrizado, e a ferida na perna esquerda estava enfaixada. A luz me ajuda a me concentrar a ficar acordada. Eu coloco uma mexa de cabelo atrás da orelha bem no momento que um garoto loiro entra na  sala (que não havia percebido, mas era uma enfermaria). Ele arregala os olhos ao me ver acordada. Eu procuro meu punhal; Me sentia vazia desarmada frente-a-frente com um estranho. Quando não o encontro meus olhos se enchem de lágrimas. Eu não podia, não posso perde-lo.

— Oi. - Começa o garoto, cauteloso. - Como você está?

Eu limpo os olhos. Não acredito que estava chorando.

— Onde está meu punhal? - Pergunto, a voz falhada.

— Olhe... Não se preocupe. Ele ficou com seu amigo. - Responde o garoto suavemente.

— Gale está vivo? Ele está bem? Cadê ele? Onde estamos?

— Calma! - O garoto ri, na mesma calma - Ele está bem, esta com os outros. Seus irmãos estão lhe apresentando os chalés e os campistas. Quanto a onde estamos... - Ele faz suspense, então me dá um sorriso travesso - Seja bem vinda ao Acampamento Meio-Sangue!


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Notas finais do capítulo

Ate!!!!!!!!!!



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