O Deus da Escuridão escrita por AnnaGrandchamp007


Capítulo 13
Esmagados por um Gigante-Pug


Notas iniciais do capítulo

Oi gafanhotinhooooos! Demorei... Mas voltei! E vou tentar fazer um bom capitulo pro nosso amiguinho Gale.

Um pequeno aviso; Eu não vou usar muita comedia (Mesmo sendo o Gale), porque estou levando em consideração que o mundo ta meio que acabando e eles acham que a turma morreu lá... Bem, também queria avisar que estou passando a levar em consideração algumas coisas do livro As Provações de Apolo, que eu li depois de começar a historia. Vou achar uma maneira de explicar porque a Calipso não estava no Acampamento.

PS: Eu tentei compensar que o outro capitulo foi muito curto e que demorei pra postar esse. Então, espero que gostem do resultado!

Boa leitura!



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Caímos de cara no chão. Não preciso dizer que não foi nada divertido.

Nico foi o primeiro a se levantar, praguejando coisas em grego que com certeza não eram elogios. Maya parecia estupefata, mal se movia. Virou-se de barriga para cima, tossindo, e continuou olhando para o céu, que parecia escurecer lentamente. Sentei-me e olhei para o lugar que estávamos. Era aparentemente uma praia de areia branca, mas eu via prédios próximos dali. E num ponto distante, mas facilmente visível uma estatua de braços abertos. Eu sorri após reconhecê-la, o que comprovava que ao menos uma vez na vida eu tinha prestado atenção na aula de geografia: Estávamos na terra de Paulo Costa, do Acampamento.

Acabamos por chegar no Brasil.

Depois de um tempo silencioso, que começou a me deixar muito ansioso, finalmente ouvi algo sair da boca de Maya.

— E-Eles... Vão ficar bem...? – Murmurou ela, com os olhos brilhando de molhados.

— Reyna esta lá. – Diz Nico, simplesmente. – Ela não deixaria os monstros ganharem. Você nunca a viu em campo.

— Mas... – Comecei a falar.

— Parem com isso. – Ralhou o garoto. – Eles têm que conseguir. E vão.

Tive a impressão que a menina deitada na areia soluçou, mas logo ela se levantou e saiu marchando (E mancando) pela praia.

Depois do silencio entre mim e Nico se tornar irritante e insuportável, eu reagi.

— Vamos? Ela vai acabar perdida, e acho que sei onde estamos.

Nico assente distraído e se levanta, segurando sua espada de ferro estigio com uma das mãos. Ele estava mais nervoso que eu, se isso for possível. Mas eu conseguia esquecer o nervosismo só de olhar a paisagem.

Estranhamente, ele parecia bem melhor do que a ultima vez que viajou nas sombras. Já Maya, estava doentiamente pálida (Mais do que o normal). Mais ate do que quando nos encontramos pela primeira vez (Bons tempos... O mundo era só mortal para semideuses, e não HACKER).

Depois de minutos na areia fria, encontramos uma escada de degraus altos que levava para uma calçada em preto e branco. Escalamos e nos vimos frente a frente com um punhado de prédios e ruas vazias. Parecia o fim do mundo, e eu não entendia como era possível. Se ali era mesmo o Rio, devia estar lotado de pessoas e carros, como nas fotos. Mas o fim do mundo que estava o Brooklin parecia afetar ate o Brasil.

— Que lugar mais vazio. – Comentei. Do nada, Maya força a mim e Nico a descer um dos degraus e se agachar ali. O garoto de cabelos negros e anel de caveira, se afastou.

— Não me toque assim! – Fala ele, com raiva e constrangido. A menina ignorou-o.

— O que foi? – Perguntei, abaixando o tom de voz por dar valor a minha vida. Bem, o ataque podia vir de qualquer lado, principalmente de Maya.

— Dentro do prédio. – Ela aponta para uma janela iluminada no meio de tantas apagadas. Uma movimentação ocorria dentro da sala. Apesar de eu estranhar, não deixava de parecer loucura suspeitar dos moradores...

Bom, eu pensava isso ate ver os tentáculos, ou seja, o que for aquilo.

Eu sei o Brasil de fato era muito diferente dos EUA. Mas tentáculos? Isso já é demais.

— Mas que porcaria é aquela? – Perguntei em voz ainda mais baixa. Nico analisou o lugar todo e nos fez olhar para o fim da rua.

— Parece que não estamos sozinhos.

Achei aquilo o tipo de frase que encerraria um filme de apocalipse zumbi, o que me deixou com uma expressão estranha. Parte de mim queria fazer o que mais faço: Sorrir feito bobo alegre. Mas pensar nos semideuses no Brooklin, enfrentando aquele exército gigante, que eu mal consegui registrar, e com aquela coisa liderando... Corta o barato de qualquer um. E pensar nas duras palavras de minha mãe antes de nos sairmos... Esqueça o famoso “Em casa a gente conversa”, que faz qualquer filho tremer. Escutar o que minha mãe disse era bem, bem pior. Sem sombra de duvidas.

Bem, de qualquer forma. Não entendemos o que ele quis dizer. Não havia nada, no final da rua. Somente um semáforo e placas mostrando para que lado seguir para chegar ao Cristo Redentor.

— Mas e agora...? – Perguntei levianamente, sem muita ideia do que dizer. Eu, sem palavras? Assustador.

— Onde estamos? – Interrompeu Maya, aparentemente confusa. Eu e o filho de Hades a olhamos como se fosse a primeira vez que a víamos.

— Você nunca viu nenhuma foto do Rio?

— Não estamos num ‘Rio’! – Exclamou a mesma, irritada. – Ali atrás só tem uma praia...

Nos entreolhamos, pensando em uníssono quem se mataria primeiro.

— Escute. – Começou Nico. – Estamos no Brasil. E este é o estado Rio de Janeiro. Familiar a você?

A menina emitiu um “Ah” mudo, mas percebi que ela não entendera. Como era possível? Maya era estranha, isso nunca foi segredo para mim. Mas mesmo entre nós semideuses, ela se destacava. Não conhecia coisas simples. Não conhecia BACON! E agora, descubro que sequer sabia o que era Brasil.

De fato, com esse nível de estranheza, ela serve para ser minha amiga.

— Voltando. – Digo devagar. – O que faremos agora? Não sabemos onde esta o inimigo, e pode estar em todos os lugares!

— Como no final da rua. – Resmungou Nico. Eu ainda não entendia o que ele queria dizer.

— O que raios tem no final da ru-...

Fui interrompido (De novo), por uma mão selando minha boca. Vi que foi Maya quem me calava, e logo corei. Mas olhando para frente, o vermelho de meu rosto se transformou em verde.

Um monstro simplesmente gigante caminhava calmamente pela rua. Ele tinha uma cabeçorra alargada para os lados e achatada como um Pug, só que com um sorriso de escarnio. O corpo era musculoso, cheio de tatuagens sem sentido, mas que se moviam. Quero muito saber quem foi o tatuador que fez aquela arte.

Os pés eram irritantemente sujos, cheios de cortes, joanetes e calos. As pernas eram cheias de machucados roxos, e em um ponto acima do joelho, havia um bandeid, aparentemente colocado às pressas, e que estava lhe incomodando.

Tirando tudo isso, ele era estranhamente “atraente”.

Não sou de ficar reparando em outros homens, e nem ligo para minha aparência (Isso fica obvio quando me olham). Mas ainda assim, quando digo atraente, quero dizer como uma espécie de imã errado. Eu o olhava vidrado, como se fosse o tipo de cena repugnante em um filme que você simplesmente não consegue tirar os olhos. Quando a fixação em olha-lo começou a me irritar e chegou num ponto máximo de constrangimento, eu desviei o olhar com dificuldade.

Nico me olhava com curiosidade, mas quando me viu olhando-o, ficou vermelho e mirou o chão. Ótimo, agora pensam que estou apaixonado por um meio gigante-Pug. Mais um dia normal na minha vida... Pelo menos, Maya não estava olhando.

Espera, não deveria ter lado bom! Voltando para o que interessa (Para me impedir de me fazer passar mais vergonha).

Bem, o meio-gigante resmungava, conversando calmamente consigo mesmo sobre alguma coisa... Que deve ser pertinente a gigantes, mas meu déficit de atenção me impediu de escutar.

“Blá, Blá, Blá, Mênades, Blá, Blá, Blá, Baco, Blá, Blá, Blá, Loucura... espera ai, ele falou de festa?”

E esse foi o resumo do que eu estava pensando naquele momento.

— Não! Eu me recuso! – Diz o meio-gigante com raiva. – Aquelas loucas vão me matar se eu entrar lá! Odeiam que eu invada as festinhas particulares de Baco...

— Baco? – Perguntou Nico, mas para si mesmo do que para nós. – Ele devia estar do nosso lado...

— Você conhece Baco? – Murmurou sua irmã. – E porque você disse que ele esta do nosso lado?

Ela pareceu bem ofendida com aquilo. Não entendi e estava começando a desistir de tentar entender.

— Baco... Sua forma grega cuida do Acampamento. Bom, cuidava, mas uns dois meses atrás, depois de uma movimentação envolvendo Apolo, Leo e Calipso... – Nico suspira com cansaço. – Baco e Calipso foram resolver algumas coisas no Olimpo, depois de toda uma missão que nos rendeu muitos, muitos problemas mesmo. Inclusive uma estatua... Nua de Apolo toda destruída pelo Acampamento...

— Agh! – Passado o nojo, continuei. – Se o Leo estava lá, então claro que teve confusão! – Encerro, defendendo meu ídolo.

— Isso não vem ao caso. – Retrucou o Filho de Hades, verdadeiramente nervoso ao olhar o ser na nossa frente. – Só queria poder mandar uma mensagem de íris para o Quiron... Saber o porquê disso tudo.

No fundo, eu e Maya tínhamos consciência do quanto Nico desejava falar com Will. O cerco estava se fechando. A guerra estava chegando para todos.

Não. Chega.

Apesar de sempre saber de tudo isso, quando na vida eu parei para pensar nos problemas? Isso não era coisa minha. Era algo naquele gigante.

— Ele deve ser um daemon. – Murmura Maya, quase em transe. – Não sei vocês, mas não estou com meus pensamentos mais felizes agora.

— Idem. – Digo.

— Você pode ter razão. De qualquer forma, melhor ficarmos de olho nele por um tempo. – Continua Nico, puxando sua espada o mais silencioso que conseguiu.

— Não que seja difícil perde-lo de vista. – Resmunguei, sorrindo. “Sorrir é minha arte, seu pé-grande de segunda categoria. Você não vai me fazer ficar chateado e pensando em guerra... De jeito nenhum!”

— Seria melhor sabermos daemon do que ele é...

Bem nessa hora, o filhote de Pug gigante fez algo ainda mais repugnante do que ter nascido. Ele se esticou, tipo, literalmente. Cresceu como uma Amoeba-Pug ate ficar mais ou menos do tamanho do prédio (o que tinha os moradores polvos), e logo em seguida começou a se enrolar, como uma cobra de cara achatada e com pés. Depois, pareceu se enrolar e encolher mais. Parou quando ficou do tamanho humano. Eu estava com ânsias de ver aquele ser retorcido e inumano, quando por sorte, a nevoa fez seu trabalho de censura e me fez enxergar apenas um homem corcunda e de olhos esbugalhados. Bom, nem sempre o serviço de PhotoShop dos deuses consegue consertar tudo.

O “humano que já foi Pug” entrou no prédio (Invadindo aos chutes e liberando um alarme), percebo que estava prendendo a respiração. Em uníssono, eu e os outros dois traumatizados com aquela visão soltamos arquejos enojados.

— Argh... Que show de horrores. – Diz Maya.

— Nem quero imaginar o que ele vai encontrar lá dentro, os Moradores-Polvos.

— Acho que são Mênades. – Disse Nico, se levantando e saltando o degrau, olhando a rua dos dois lados antes de seguir lentamente ate a porta arrombada. – A policia já devia ter chego.

— Provavelmente eles deixaram o lugar todo fechado. – Respondi, mais para minha mesmo do que para ele.

— Isso aconteceu uma vez não foi? Em Manhattan... Mais ou menos há dois anos...?

— Sim. – Nico pareceu surpreso. – Como você sabe disso?

Existe a chance de ele ter tentado parecer casual, mas seu tom estava mais para “Você nunca sabe nada, como sabe disso então?”. A garota não se intimidou.

— Ouvi por ai. Estavam especialmente irritados ao falar da intervenção de Hades na guerra. Preferiam que ele tivesse ficado parado em seu trono, inutilizado, como sempre.

Nico ficou boquiaberto. Depois, disfarçou e franziu a testa, sua expressão cada vez mais desconfiada.

— Ouviu de quem? E quem te disse que ele estava inutilizado?

Maya fechou a cara, e cruzou os braços. Ela parecia mais assustadora com ele, com aquelas estranhas sombras se agitando ao seu redor. Por outro lado, Nico irradiava morte.

— Se esta achando que eu estou do lado dos monstros, você devia parar pra pensar no que esta falando. Não é o único que fica ofendido fácil.

— Gente, vamos parar com isso...

— O que você quer dizer? Se estou desconfiado, você quem deu motivos para isso.

— Deuses! Você sequer sabe do que esta falando quando me acusa?! – Ela ergue o punhal com raiva. Por segundos aterrorizantes, pensei que ela fosse usa-la contra Nico, ou contra mim, para me tirar da frente de seu alvo (Não, não sou importante nem para ser alvo dela. E sim, isso me deprime um pouco.). Mas ao invés disto, ela atira o punhal no chão, bem a frente dos pés de Nico. Ela tem boa mira, então tive certeza que seu objetivo não era acerta-lo. – Quer sua prova?! Que estou do lado dos Deuses? Então tome. Fique com a minha escuridão, para você. Eu nunca a quis mesmo.

As sombras que circulavam Maya imediatamente vão para perto de Nico. Elas não o atacaram diretamente, mas o rosto dele fica lívido. Ele pega o punhal no chão e leva ate sua irmã, lhe entregando.

— Não quero. Desculpe pelo que eu disse.

Ela assente com calma, mas pega o punhal de volta bruscamente. Quando me olhou, fiz a melhor cara de cachorro sem dono que podia.

— Vamos... Acho que aguento mais uma viagem de sombras ate a tal ilha, não temos muito a ganhar enfrentando mais um Daemon...

Entretanto, as Parcas tinham outros planos para nós.

Do nada, algo gigante veio estourou a janela do prédio na nossa frente e nos atingiu. A coisa parecia crescer enquanto caia em câmera lenta. Eu imaginava uma musica ‘Emo’ de fundo, enquanto a historia da minha vida passava diante de meus olhos.

Nem conto que era pesado. O gigante praticamente explodiu minhas costas. Perdi a consciência por poucos segundos, mas recuperei-a com um grito irritadiço de Maya. As duas primeiras coisas que pensei eram bem conhecidas na minha cabeça.

“Nossa! Ainda estou vivo.”

“Já estou com problemas de novo”

Me arrastei mais para fora (Por sorte, minha cabeça e braços não foram engolidos pelo gigante). Esfreguei os olhos, tossindo para respirar e tentando sair do estupor para achar Ambrosia quando...

Espera. Eu ouvi um grito irritadiço de Maya?

Imediatamente, comecei a chamar por ela. Não recebi resposta. Fiquei mais desesperado para soltar minhas pernas, mas sentia tanta dor que não sabia se ia conseguir usa-las em alguma emergência.

— Nico? Ei?!

Consegui me arrastar totalmente para fora, e me ergui com dificuldade. Eu ouvia xingamentos do gigante-Pug, mas ignorei. Olhando ao redor, a primeira coisa que registrei foi Nico caído ensanguentado na areia da praia, a beira da agua.

A segunda coisa que vi foi os ‘Moradores-Polvos’, ou Mênades (tanto faz!), levando Maya sufocada pelos tentáculos e toda enrolada neles para mais longe no mar.


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Notas finais do capítulo

E foi isso, povo. Espero que tenham gostado... E aguardem novos capítulos! Queria agradecer o segundo comentário desta historia, e aproveitar para agradecer o primeiro também! Fico muito motivada quando sei que estão gostando, por isso, não deixem de comentar se gostaram, recomendem e acompanhem....

Bjs e ate!



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