Blue Sky escrita por Calpúrnia


Capítulo 9
Capítulo Oito


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como vocês estão? Espero que bem. E cá estamos no findar desta história. Só tenho a agradecer a todos, aos que gostaram e aos que não gostaram, aos que apoiaram e acompanharam a história até aqui. Vocês foram incríveis e me ajudaram muito, em tudo. Postarei os dois últimos capítulos e assim seguiremos em frente com a vida. Muito obrigada por tudo; foi uma história feita do meu coração para o de vocês.
Boa leitura!



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Capítulo Oito

Escrito por G. de Oliveira

O céu estava tão bonito. Mesmo que Konoha fosse um lugar em que o tempo sempre condizia com os sentimentos de seus moradores, naquele dia ela imaginou que talvez eles não estivessem tão felizes quanto ela estava naquele momento. A calmaria não condizia com toda a euforia dentro de si.

Sozinha, no balanço debaixo da árvore que ficava de frente para a Academia, ela se perguntava como seriam as coisas dali em diante. Na mão esquerda, a aliança brilhava sob a luz do sol, fazendo-a lembrar sobre o dia do seu casamento, um belo dia, o melhor de sua vida. Ela cresceu, tornou-se uma verdadeira mulher ao lado do grande homem que era seu marido.

Olhando para a porta da Academia, ela se lembrava da infância. Havia várias crianças ali, rindo, brincando e fazendo planos sobre como seriam fortes e conquistariam o cargo mais importante de Konoha: o do Hokage. Ela riu. Então Naruto teria muitos adversários nos próximos anos. Mesmo depois de quatro anos, ele sempre se mantinha radiante e feliz por fazer o que mais amava. Mas ela acreditava naquele sonho, se eles lutassem por ele, teriam tudo que o mundo pode oferecer. Hinata sabia muito bem no que o esforço poderia resultar.

E a determinação. Ela podia ver nos olhos de todos eles. Uma vez, Naruto lhe disse que “tudo estava nos olhos”, e que quando ele queria entender alguém, bastava que os analisasse através de seus orbes; aliás, ele fazia isso com ela o tempo todo.

De longe, ela viu uma menina tímida e um rapaz muito sorridente ao seu lado. Sentiu como se estivesse olhando para o passado, onde ela era tímida demais e Naruto, muito confiante. Bom, ela não teria como adivinhar que o alcançaria, não daquela forma. Observando bem, ela torceu para que ele percebesse logo. O mais rápido possível.

— Eu não sabia que você gostava de rir sozinha.

Hinata olhou para sua frente e lá estava ele, sorrindo e com a capa de Hokage nas mãos. O sol entrava pelas folhas e deixava seu rosto ainda mais bonito. Ela bem sabia como era difícil controlar a euforia das mulheres daquela vila.

— É que eu vi uma coisa engraçada. — apontou. — Tá vendo? Ela gosta dele, ele é baka, não sabe, mas eu espero, sinceramente, que ele perceba.

— Oh! Já sei! Você está comparando o moleque comigo?

— Exato! — riu da cara de desgosto dele. — O quê? É a verdade.

Ele sorriu enquanto se ajoelhava diante dela.

— Mas eu percebi.

— Claro, depois de eu quase morrer. — riu, mas ficou séria. — Mas eu não me arrependo.

Hinata voltou a olhá-los e viu o menino fazendo alguma graça, o que arrancou uma risada sincera da menina.

— Valeu a pena. Cada segundo, cada dor, cada lágrima.

— É, valeu, sim. — ele sorriu. — Mas o que você está fazendo aqui?

— Vim descansar um pouco.

— Sakura-chan falou que você foi ao hospital hoje. Está tudo bem mesmo?

— Hai. — sorriu. — Não se preocupe. Foi só um mal estar. Acho que é o calor.

Naruto estreitou os olhos, como se soubesse que ela estava mentindo, mas não insistiu. Uma hora ela falaria o que queria e ele ouviria.

— Hm... Mas se eu te abraçar, vai fazer mal?

— Nada disso.

Ele sorriu enquanto trazia-a para seus braços. Fechou seus olhos enquanto inalava aquele cheiro doce que só ela tinha. Seu corpo pequeno sempre se encaixava perfeitamente ao seu grande e forte, e seu pescoço alvo era sempre receptivo aos seus carinhos. Os anos passaram rápido, em uma velocidade tão incrível que fazia com que Naruto se sentisse tonto, porém nada mudava o que eles eram, quem eles eram. Na verdade eles só melhoravam a cada dia, a cada dificuldade.

Como ele poderia não melhorar tendo uma mulher tão incrível como Hinata a sua frente? Sim, a sua frente, porque era ela quem comandava tudo em sua vida, não como uma dona, mas como uma guia. Seu caminho.

— Que tal um passeio?

— Hm. Eu aceito. Mas...

— Ih!

Ela riu.

— Leve-me nas costas.

Naruto franziu o cenho e sorriu.

— Pensei que você fosse a kunoichi mais forte de Konoha.

Hinata corou. Ela não conseguia evitar em meio aos elogios dele.

— E eu sou, baka! — resmungou. — Só estou com preguiça.

— Oh, grande justificativa.

— Obrigada. — riu.

Naruto virou-se, esperando que ela subisse em suas costas. Hinata era tão leve quanto uma pena e isso o preocupava às vezes. Costumava dizer que ela precisava engordar um pouco mais, se bem que… nas últimas semanas ela aparentou ter engordado levemente. Isso realmente lhe agradou. Bom, ele considerava sua esposa linda de qualquer forma, até mesmo quando estava brava e agia de forma fria. Sempre tinha algo charmoso nela.

Começou a andar por Konoha enquanto conversavam tranquilamente sobre o dia. As pessoas passavam e os observavam, pensando em como eles eram felizes. E eram mesmo. Muitos se questionavam se eles eram mesmo casados, porque na verdade pareciam ainda namorados, jovens que não tinham responsabilidades e nem precisavam se preocupar com o mundo. Claro que tinham várias responsabilidades, mas isso não os impedia de viver. Hinata e Naruto gostavam da ideia de que não precisavam se prender a costumes ou a uma vida monótona demais.

Pararam em várias lojas apenas para olhar as vitrines e fazer algum comentário engraçado sobre como o objeto era estranho e que poderiam colocá-lo em casa, talvez, se não fosse tão idiota. Seguiam caminho por entre as pessoas ocupadas não tão ocupadas assim de Konoha. Poderia parecer que estavam cuidando da vida deles, mas não era bem assim. Hinata e Naruto tinham uma chama própria que chamava a atenção de qualquer um. Como não parar para ver aquela intensa chama de amor?

— Hina?

— Hm?

— Acabei de me lembrar de uma coisa.

— Surpreendente.

— Calada! — bufou. — Até parece que eu não sou responsável.

Ela riu.

— Hai, hai. Do que você lembrou?

— Lembra-se da missão em que fomos eu e o seu time para buscar o mosquito?

— Oh, lembro bem. — riu.

— Sem gracinhas, por favor. — suspirou. — A menina na cachoeira dançando era você?

Hinata nada disse. Não entendia por que ele estava questionando-a sobre isso depois de tanto tempo. E nunca pensou que ele poderia ter reparado em uma besteira dessas.

— Pervertido!

— Então era mesmo você!

Ela revirou os olhos.

— Do que isso importa agora? — resmungou envergonhada.

— Importa que eu quero saber. Era você. — sorriu. — Engraçado, porque eu realmente pensei que estava vendo um anjo e olha só: ele estava ao meu lado o tempo todo.

— Você é baka, Naruto-kun, é claro que não enxergou.

— Você está tão doce hoje, Hina-chan. Pergunto-me o que aconteceu. — brincou.

Hinata ficou em silêncio, o que acabou atraindo a atenção do loiro. Era estranho que ela ficasse em silêncio e ainda mais séria, porque poderia apostar que ela estava com o cenho franzido e olhando para qualquer ponto, com um bico nos lábios, pensando em como ele é idiota. Naruto sabia ler Hinata sem nem precisar olhar para ela.

— Vou te levar para casa. — ele disse.

E num piscar de olhos eles estavam no quarto. Hinata desceu de suas costas e correu para o banheiro. Naruto franziu o cenho e foi atrás dela, surpreendendo-se em vê-la vomitando com muita força, como se fosse colocar seu intestino para fora. Preocupado, aproximou-se enquanto segurava seus cabelos azulados. Esperou até que ela terminasse e erguesse a cabeça. Ela simplesmente foi até a pia e escovou os dentes.

Ficou parada olhando para a água descendo pelo ralo.

— Agora eu fiquei preocupado. O que foi isso? Você está doente? Está, eu sei.

— Naruto-kun...

— Hinata, eu sou seu marido, eu não quero que você esconda as coisas de mim. Escondê-las só vai me deixar ainda mais preocupado, portanto faça-me o favor de dizer o que está acontecendo, você não é de ter enjoos quando eu faço o teletransporte. Se você está doente...

— Sakura-chan disse que gravidez não é doença. — cortou-o.

— Ah, mas é claro que eu... Hã?

Hinata respirou fundo e virou-se lentamente para o marido. Naruto estava branco como uma folha de papel. Por um momento ela teve certeza de que ele não gostou da ideia, por mais que ela quisesse apenas pensar que ele só estava chocado demais para reagir.

— Naruto-kun? — chamou, hesitante. — Diga algo.

— Você... Gravidez... Bebê...?

— Quê? — bufou. — Pelo jeito você ainda não entendeu. Eu estou grávida.

Ela viu Naruto arregalar ainda mais os olhos e preparou-se para pegá-lo nos braços caso desmaiasse, o que aconteceria muito provavelmente, porém minutos se passaram e nada aconteceu. Nada, até o momento em que ela viu lágrimas surgirem nos olhos de Naruto, lágrimas silenciosas que surgiam e caíam sem qualquer impedimento. E nem mesmo autorização.

— Acho que você não gostou...

— Eu te disse que está tudo nos seus olhos, Hina, você não consegue enxergar nos meus? — perguntou com a voz rouca.

Ela arregalou os olhos e só então entendeu. Aproximou-se dele, abraçando-o o mais forte que podia, sentindo-o agarrá-la e dessa vez chorando alto, molhando seu pescoço. Hinata permitiu-se chorar também, mas, assim como ele, era um choro cheio de felicidade.

E talvez um pouco de medo.

— Você achou mesmo que eu não gostaria dessa notícia?

— Fiquei com medo...

— Sua boba. — riu. — Eu te amo e você não poderia ter me dado presente melhor. Um filho!

Naruto agora ria, balançando Hinata em seus braços, que se segurava forte para que não caísse e tentando não ficar enjoada, mas não podia se conter de tanta felicidade. Estava tudo bem no final das contas.

— Você está realmente feliz?

— O quê? Eu vou ser pai, Hina! Imagina isso! — riu. — Era a melhor coisa que poderia acontecer comigo. Eu nem sei como te agradecer.

— Me agradecer?

— Sim, por me amar e por me fazer feliz. O homem mais feliz do mundo.

Ela sorriu e deixou que mais algumas lágrimas caíssem enquanto beijava-o. Nunca se cansaria de ouvir isso e muitas outras declarações amorosas que ele sempre fazia a ela. Hinata entendia o que Naruto estava sentindo naquele momento, porque ele não teve a oportunidade de ter os pais por perto, de ser criado por eles e ele teria a oportunidade de criar seu filho. Já tinha feito isso com Kotarou e achou incrível a experiência, porém era diferente dessa vez. Teria a oportunidade de cuidar do seu filho desde o primeiro segundo e ele sabia que moveria mundos para que ele vivesse em segurança e feliz. Muito feliz.

— Na verdade, eu preciso agradecer. — ela sorriu. — Por tudo. Você me tirou de um buraco do qual eu pensei que jamais poderia sair. Eu te amo por quem você é, simples assim, e ter um filho seu dentro de mim, me faz acreditar que é isso, essa é a vida que eu escolhi e eu não poderia me arrepender de nada. Eu faria tudo de novo, mais alguns milhões de vezes.

— Acredite, não faça. Você me desesperou quando lutou contra Pain. Não faça mais isso. — riu. — Mas eu não posso deixar de me orgulhar. Vê? Minha esposa é a kunoichi mais incrível de todo o mundo ninja.

— Bobo. — sorriu, corada. — Eu queria sair contando que estou grávida, mas eu preciso de um banho primeiro.

— Oh, é um convite?

— Na verdade é uma intimação.

Δ

— PARABÉNS, HINA-CHAN! — berrou Ino.

— EU TAMBÉM MEREÇO OS PARABÉNS, INO, EU SOU O PAI!

— VOCÊ NÃO IMPORTA! CALA BOCA, NARUTO!

As pessoas no restaurante apenas observavam a gritaria dos dois loiros, pensando em como eles eram loucos, mas quem poderia criticar? Era o Rokudaime, afinal, não era bom “brincar” desse jeito com aquele homem por mais simpático que ele fosse. E a loira... Bom, ela era bem pavio curto, portanto era um risco provocá-la quando estava em uma discussão.

— INO!

— Vocês dois! Já chega! — gritou Sakura. — Que baderna! Meus parabéns para os dois.

— Obrigada, Sakura-chan. — sorriu Hinata.

— Ainda existem pessoas que sabem parabenizar alguém da forma CERTA!

— Vai ficar provocando, Uzumaki? Acha que eu tenho medo de você? Acha mesmo?

— Quer brigar, Ino? Eu não vou ser delicado.

— Ah! O Roku-baka quer brigar! PODE VIR!

Eles se levantaram, prontos para brigar, porém com um soco forte na mesa, Sakura cessou a briga e impediu que eles fossem expulsos do local.

— Eu realmente estou morrendo de fome, trabalhei como uma escrava no hospital e só quero descanso, portanto calem a boca, certo? — disse, friamente e baixo.

— Hai. — disseram Naruto e Ino em uníssono, ficando quietos rapidamente.

— Sakura-chan, — murmurou Hinata. — eu fico imaginando como seria Sasuke Uchiha com medo de você.

A rosada gargalhou atraindo as atenções, mas respondeu em sussurro para a amiga.

— Você não tem ideia de como isso é divertido.

Riram. A conversa continuou fluindo tranquilamente, todos tranquilos, com apenas algumas interrupções de pessoas que iam parabenizar o casal que logo teria um bebê. Era uma noite como qualquer outra, mas Hinata e Naruto sentiam que havia algo muito mais profundo para se viver, e aquela vida era muito boa, a melhor que poderiam ter escolhido.

As horas seguiram-se tranquilas, muita conversa e várias risadas, até que decidiram ir embora, porque, segundo Naruto, sua esposa e seu filho precisavam descansar. Hinata até tentou impedi-lo, mas precisava concordar que estava cansada. Caminharam em silêncio, nada que fosse ruim, o que não durou muito, porque Naruto estava incrivelmente falante naquele dia.

— Né, Hina-chan, amanhã vou comprar o berço.

— Mas Naruto-kun, a gente nem sabe o sexo do bebê, e está cedo demais.

— Hina-chan...

— Naruto, sem essa. Acalme-se, por Kami-sama! — riu. — Nosso filho não vai sair voando por aí. Pelo menos não ainda.

Ele choramingou. — Se for uma menina, teremos problemas sérios.

— Por quê?

— Simples! Imagina o tanto de tribufu rondando minha menina, porque é claro que ela vai ser linda e inteligente, e essas coisas vão querer namorá-la, mas é óbvio que eu jamais permitiria isso.

— Oi? Naruto-kun, você não vai poder controlá-la, especialmente se ela tiver uma personalidade como a sua.

— Eu sou incontrolável? — perguntou chocado.

— Hm, não, mas quando você se decide por algo não pode ser impedido. Tenho certeza que nosso filho ou filha será assim.

Naruto sorriu e agachou-se, segurando a cintura de Hinata com delicadeza. Ela se surpreendeu, porém não o impediu.

— Bebê? Hm, você ainda é pequeno, eu sei, mas saiba que eu, seu pai, irei te proteger de qualquer mal. Inclusive dos tribufus mal intencionados, porque se você for uma menina, vamos ter problemas, afinal de contas, você vai herdar toda a beleza da sua mãe. E, por favor, não seja cabeça-dura como ela.

— Ei!

— Ouviu, não é? Agora, pode voltar a descansar. Vamos para casa. — disse, erguendo-se em seguida.

— Você... Já queimando meu filme com meu próprio filho.

— Filha, Hinata. É menina.

— Oh! Como você pode estar tão certo?

— Intuição... de pai? Eu simplesmente sei. — resmungou. — Terei problemas.

— De novo isso? Não é como se ela fosse ligar para essas coisas.

— E não vai mesmo. Não vou deixar.

Ela riu. Continuaram a andar, até que Naruto parou-a. Olhava-a profundamente, um sorriso mínimo no rosto.

— Será diferente, não é?

— Hai, Naruto-kun. Você nunca mais ficará sozinho. Eu prometo.

— Porque...

— Esse é o meu jeito ninja. — completou, sorrindo. — Sou cabeça-dura, nunca se esqueça disso.

Δ


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez: obrigada por tudo! Vocês são uns fofos! ♥ ♥ ♥