Blue Sky escrita por Calpúrnia


Capítulo 2
Capítulo Um


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, o primeiro capítulo. Espero que gostem e se divirtam com essa história cheia de NaruHina.
Boa leitura!



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Capítulo Um

Escrito por G. de Oliveira

Estava tão cansado. Não estava reclamando de forma alguma de seu trabalho, afinal de contas, lutara a vida inteira para que pudesse ser Hokage, para estar ali, firme e forte para proteger toda a sua vila. O único problema eram todos aqueles pergaminhos que não paravam de chegar, e por mais organizada que Shizune fosse, era impossível aguentar toda aquela carga de trabalho.

Suspirou. Só nesses momentos era que ele entendia porque Tsunade era tão estressada e adorava beber um bom saquê. Adoraria ter um momento de tranquilidade, mas ele sabia que só teria isso de noite, a não ser que surgisse um compromisso de emergência, o que acontecia na maioria das vezes.

A porta abriu-se e ele viu uma Shizune ofegante.

— Você precisa ver isso.

Ele arregalou os olhos assustados.

— O que houve? — disse, já correndo com Shizune pelas ruas de Konoha.

— Você precisa ver. — repetiu ela em tom animado e ao mesmo tempo temeroso.

Continuaram andando e ele não entendeu por que Shizune lhe empurrava diretamente para o hospital. Só então ele começou a se preocupar, imaginar que algum amigo havia sofrido um acidente ou estivesse ferido demais. Pensou em Sasuke. Se ele tivesse tentado fugir, morreria com os choques que levaria.

Acelerou os passos e quando entraram no local, ele percebeu a confusão de... Hyuugas? Franziu o cenho e continuou seguindo Shizune. Ele sabia que o clã Hyuuga era enorme e que havia muitos integrantes, mas não pensava que ele poderiam estar daquele jeito. De qualquer forma, não se pareciam com os Hyuuga nobres que ele conviveu uma vida inteira. Suas roupas eram esfarrapadas ou rasgadas, não possuíam a nobreza da Soke. E mesmo assim, os olhos eram os mesmos. Muitos olhos brancos, e ele só queria achar um.

— Hinata está aqui?

— Sim. Está na minha sala conversando com o líder.

— Líder?

— Vá lá. Você vai entender.

Naruto se meteu na confusão de pessoas e acabou demorando mais do que o necessário para encontrar a sala de Shizune. Bateu à porta, primeiramente, e depois entrou. Hinata estava lá, com sua vestimenta ninja e com uma aparência de cansaço terrível. E mais linda do que nunca.

— Rokudaime-sama! — ela disse com aparente alívio. — Que bom que veio.

— Shizune me chamou. O que está acontecendo? — perguntou, seriamente. Em momentos como aqueles, ele precisava assumir a postura de seriedade, um homem que podia transmitir intimidade para com os amigos.

— É um pouco complicado. — ela disse em um murmúrio. — Bom, chamaram-me para saber sobre uma ocorrência de ataque em uma vila próxima. E eu fui, porque segundo disseram, envolvia os Hyuuga. Eu me surpreendi em chegar lá e encontrar outra parte do clã. Eles são totalmente diferentes, é claro. Não são tão rígidos. — ela virou-se para um homem mais velho. — Este é Hyuuga Hikko, o líder.

O loiro apenas assentiu e curvou-se diante de Hikko, que fez o mesmo. Naruto ainda parecia desnorteado.

— Mas... Por quê? Por que vocês vivem em outra vila e não em Konoha?

— Bom, somos pessoas que recusamos toda a rigidez do clã. Eu saí de Konoha antes mesmo de você nascer, garoto.

Naruto franziu o cenho. Bom, até então ninguém lhe chamara de “garoto”, levando em consideração que ele era o Hokage, mas era bom, de certa forma, porque se sentia normal.

— Entendo. E agora estão de volta.

— Só porque essa adorável moça me convenceu. — disse ele meio sorridente para Hinata, que corou.

— Imagina. Só acho que temos que ficar todos juntos, afinal somos uma família. — disse ela docemente.

Hikko concordou.

— Só falta convencer Hiashi disso.

— Não precisa se preocupar. Eu sou a líder agora. Eles não podem me impedir. Vocês ficarão na sede comigo. — disse ela com firmeza.

— Mas...

— Hikko-san, fique tranquilo. Apenas confie em mim.

Hikko pareceu hesitante, mas acabou cedendo.

— Rokudaime-sama, eu pedi para Shizune lhe chamar para informar sobre isso. Não queria que ficasse assustado em ver mais Hyuugas.

— Está tudo bem, Hinata, tudo que precisar basta me pedir e será seu. — disse Naruto e ele não pensou que soaria tão apaixonado.

Hinata corou um pouco, havia sentindo a tensão no ar. Mas por querer ser mais forte, continuou firme.

— Hai. Obrigada.

— Hinata-sama, você já é casada?

A morena corou ainda mais dessa vez.

— Ah... Não.

— Oh, que maravilha!

— Por quê?

— Vou apresentá-la ao meu filho. Sinto que farão um casal incrível.

Ela arregalou os olhos e olhou para Naruto, que não parecia nem um pouco feliz com essa história.

— Hm, Hikko-san, eu não pretendo me casar. Pelo menos, não agora.

— Ah, mas vocês terão tempo, certo? — ele sorriu. — É o mínimo que posso fazer por você.

Hinata se aproximou do senhor e apertou seus ombros com delicadeza.

— O mínimo que o senhor pode fazer por mim é viver. Viva feliz, ao lado da sua família. — ela sorriu. — Não vou me casar, Hikko-sama, pelo menos não alguém que eu não ame.

— Entendo. — ele parecia triste. — Conheça-o, pelo menos.

— Claro que sim!

Hikko assentiu e curvou-se para ela e Naruto antes de sair. O loiro ainda estava tonto com toda aquela conversa.

— Ah, o que foi isso?

Ela riu.

— Uma loucura, não é? Mas eu me sinto bem em saber que existem pessoas boas e corajosas no meu clã.

— Hinata, seu pai vai pirar.

— Eu sei, mas ele vai me apoiar. Ele tem que me apoiar.

— Volto a dizer: você é uma cabeça-dura.

Hinata gargalhou. Encostou-se a mesa e ficou olhando para Naruto por alguns segundos.

— Você parece cansado.

— Estou cansado. — ele suspirou. — Muita coisa para fazer. Sinto falta de uma boa noite de sono.

— Sei. Não sou nenhuma Hokage, mas liderar um clã também tira a sua tranquilidade. Kami-sama sabe disso. Bom, eu preciso ir. Resolver a história com o otou-san. E o conselho.

— Devo me preparar?

— Ah, sim, com certeza. O conselho não vai perder a oportunidade de te importunar com isso. E reserve um dia inteiro, porque a discussão será longa. Eles são Hyuugas, afinal, os senhores da lábia e genialidade.

— Oh, sorte minha ter você por perto.

Ela corou.

— O quê?

— Claro, porque eu já me acostumo com essa genialidade Hyuuga. — sorriu.

— Não sou genial.

Ele repreendeu-a com o olhar e aproximou-se o suficiente para deixá-la entorpecida com seu cheiro.

— Você é genial. E cabeça-dura. Por Kami-sama, Hina-chan! — ele sorriu. — Você é incrível.

— E-Eu...

Hinata não conseguia respirar direito. Claro que ele já havia se aproximado, mas aquela distância era perigosa demais. Já havia feito loucuras como lutar contra Pain por causa dele, beijá-lo não seria nada demais. E ela estava prestes a fazê-lo.

— N-Naruto-kun... Próximo...

— Hm?

— Você... — ela gaguejava e tentava fazê-lo entender o perigo, mas ele não entendia e ela não conseguia parar de olhar para sua boca.

Naruto estava com medo que ela desmaiasse como sempre fazia, porém queria ter certeza de que ela ainda gostava dele. Poderia soar egoísta, mas queria se assegurar.

— Tudo bem?

— H-Hai. Eu preciso ir. — ela disse afastando-se.

Hinata curvou-se e saiu da sala. Naruto riu com a atitude dela. Ela conseguia ser tão forte e tão tímida ao mesmo tempo, e tudo isso era lindo demais. O que lhe aborrecera foi aquele senhor falando de casar Hinata. Ora, que ousadia! Era besteira toda aquela história. Revirou os olhos. Ele lutaria por ela, assim como ela fez por ele. E faria isso por mais mil vezes se fosse preciso.

Δ

A parte difícil não foi organizar toda aquela gente; eles eram organizados. O seu único problema era que seu pai e o resto do conselho já sabiam e não estavam muito satisfeitos com isso. Bastou se aproximar para que a entrada fosse bloqueada.

— Não posso entrar? — perguntou com doçura fingida.

— O que significa isso, Hinata-sama? — perguntou Hachi, um dos conselheiros.

— Significa que nossa família está completa. Por que eu, a líder, deveria deixar minha família sozinha, abandonada em uma vila distante? Não, não posso.

Hinata forçou a abertura do caminho para o clã, e não se surpreendeu em ouvir as reclamações, porém o mínimo sorriso de seu pai lhe deixou surpresa. Ela também sorriu, porque, dessa vez, ela realmente se sentiu forte.

Guiou seus companheiros para uma das casas principais, que estava vazia e deixou-os à vontade. Ninguém usava aquele lugar, mas estava limpo e bem preservado. Eles teriam espaço de sobra para viver ali.

— Vocês ficam aqui. Se precisarem de qualquer coisa, basta me procurarem. — sorriu. — E não tenham medo. Vocês estão em família. Fiquem à vontade.

Ela curvou-se e saiu, deixando-os a vontade. Havia chegado o momento de enfrentar os velhos conselheiros. Sua preocupação era que eles simplesmente expulsassem as pessoas, mas não faria isso, porque ela não deixaria, e sabia que Naruto estava do seu lado. Bom, o Hokage poderia muito bem interferir naquela situação, e ela não hesitaria em pedir ajuda.

Entrou na sala e não foi sua surpresa que o burburinho cessasse. Curvou-se diante de todos e não esperou que perguntassem ou reclamassem.

— Vocês pensam que isso é errado, mas não é. Eles são tão Hyuugas quanto nós e ficarão aqui sim, com toda a assistência que precisarem.

— A senhorita não pode fazer isso.

— Já fiz. — sorriu. — E faria de novo. Aliás, eu já falei com o Rokudaime-sama.

— O quê? — berrou um deles. — Ele não pode ter apoiado essa loucura.

— Sim, ele apoiou. E ainda prestou solidariedade. Já está feito, senhores. Só vim lhes comunicar. — fez uma pausa. — Eles não ficarão na Bouke. Vocês não possuem o direito para tal. Com licença.

Curvou-se mais uma vez antes de sair. Não se incomodou com as reclamações, porque havia feito o que considerava certo. Foi diretamente para o quarto e tomou um bom banho, tirando toda a sujeira e cansaço do corpo. Depois, vestiu um vestido azul, que ia até o joelho e era bem confortável. Quando estava secando os cabelos, sua irmã entrou.

— Hana!

— Oi, Hina. — disse, sentando-se na cama da irmã. — Que confusão, hein?

— Pois é. — suspirou. — Mas estou satisfeita.

Hana arregalou os olhos.

— Pare de andar com o Naruto! É sério! Você está começando a gostar de fazer confusões como ele.

Hinata corou.

— Hanabi! Não diga isso! Ele é bem responsável, se não fosse, não seria Hokage.

— Não se iluda, one-san! — riu. — Só pensa assim porque você o ama.

— Deixa de besteira! Eu sei reconhecer a força do Naruto-kun.

— “Eu sei reconhecer a força do Naruto-kun”. — imitou a irmã, fazendo-a rir. — Sei muito bem que força é essa, Hinata.

— Hanabi! O que é isso? Por Kami-sama!

A menina riu.

— Tá, tá. Você deveria descansar.

— Não posso. Preciso ajudar o pessoal.

— One-chan...

— Hm?

— Não fique como o otou-san.

— Como assim?

— Fria, distante.

Hinata sorriu e abraçou a irmã.

— Não serei, não se preocupe. Afinal, eu sou muito diferente dele.

— Ainda bem. Vai querer ajuda?

— Hm, com certeza. Vamos.

Δ

O dia tinha acabado e Hinata estava exausta. O tempo inteiro correndo por Konoha para ajudar os novos Hyuugas. Comprou de tudo para eles e sentiu-se satisfeita. Hanabi esteve ao seu lado o tempo inteiro, sempre opinando fazendo alguma piada para vê-la sorrir. Era bom tê-la como irmã.

Quando terminaram tudo, ela estava exausta. Só queria deitar na cama e não sair mais de lá. Deitou-se na cama e já estava quase dormindo, quando, de repente, ela sente aquela presença. Era quente e familiar. Sorriu.

— Você não deveria invadir meu quarto desse jeito.

— Nunca fui um bom garoto.

Ela riu e levantou-se. Naruto estava na varanda, com a luz da lua banhando sua pele bronzeada e seus olhos azuis. Estava tão lindo.

— A que devo a honra da sua invasão?

Ele se aproximou até que ela estava presa entre e ele e a parede. Lentamente, colocou uma mecha do seu cabelo atrás da orelha e abaixou-se um pouco para sussurrar-lhe no ouvido.

— Eu queria te ver. — disse ele, sentindo-se satisfeito em vê-la arrepiada.

— Ah... N-Não precisa i-invadir...

Ele riu e afastou-se um pouco para olhá-la. Hinata estava um pouco ofegante, com a boca um pouco aberta e extremamente corada.

— Respira, Hina.

Assim como ele, ela voltou a respirar normalmente e riu da própria estupidez. Naruto tinha que parar com isso. Essa tentativa estúpida de querer a seduzir. Ela já tinha sido seduzida.

— A gente precisa resolver essa situação. Como eu vou me aproximar de você se você sempre prende a respiração?

— É perigoso.

— O quê?

— A aproximação. — ela sorriu. — Você sabe disso.

— Não acho.

— Não?

— Não. — ele se aproximou ainda mais até estar colocado nela. — Na verdade, eu adoro ficar perto desse jeito, porque eu tenho a visão mais bonita.

Hinata sorriu tímida. Por que ela não podia simplesmente beijá-lo e arrastá-lo para sua cama? Se tivesse o mínimo de ousadia...

— Parabéns por hoje. — disse ele para depois beijá-lo na bochecha. — Eu disse que você é forte.

— Acho que sim. Obrigada, Naruto-kun.

Ele deu uma piscadela um sorriso enorme e desencostou-se dela. Ambos sentiram um frio chocante por estarem distantes, mas de alguma forma, sentiam-se muito bem com todo aquele contato.

— Naruto-kun. — chamou.

Ele se virou. Hinata aproximou-se e rodeou seu pescoço com os braços. Ela estava de olhos fechados e com a testa encostada na dele; sua cintura rodeada pelos braços fortes e quentes dele. Naquele momento não se importou com o que ele pensaria ou se alguém os visse, apenas beijou-o. E não foi um beijo simples, apenas um roçar de lábios. Não. Ela mesma agarrou-o com força e beijou-o com paixão, como se fosse a última vez, mesmo sendo apenas a primeira.

— Fica comigo. — ela pediu, baixinho.

— Ainda bem que você é cabeça-dura.

Ela riu.

Δ


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e acompanhem esta história fofíssima que eu adoro. Até mais! ♥