Blue Sky escrita por Calpúrnia


Capítulo 10
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, o último capítulo. Aqui nos despedimos. Quem sabe nos vemos numa próxima vez?!
Boa leitura!



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Epílogo

Escrito por G. de Oliveira

Sentada em sua cadeira de balanço, Hinata pensava em como o tempo havia passado muito rápido. Ela ainda conseguia se lembrar de cada momento importante em sua vida, todos gravados em seu coração, mente e alma. Ao se lembrar deles, um sorriso sempre vinha ao seu rosto. Ela sabia que estava realmente velha, os filhos já estavam todos adultos, um prestes a ter o segundo filho, a outra chegando ao seu segundo casamento e a última começando a entender o que era estar em um relacionamento.

Quando casou-se com Naruto, mal conseguia se contar de ansiedade em ver as crianças correndo pela casa, em vê-los crescidos, tornando-se ninjas e seguindo uma boa vida, como sempre sonhou para eles. Hinata não poderia, jamais, reclamar de sua vida. Tudo que sofreu e enfrentou valeu a pena no final das contas. Era a mulher mais feliz e completa do mundo.

Desde sempre acordando com aquelas safiras lhe observando, ouvindo sobre como ela é linda logo nos primeiros raios de luz do dia. Naruto lhe preenchia de forma a lhe deixar extasiada. Ele sempre encontrava um jeito de tornar o dia melhor e fazer com que ela sorrisse mesmo que estivesse estressada ou triste. Lágrimas ou raiva nunca duravam muito para Hinata. E ela sempre fazia o mesmo para ele, nunca permitindo que ele pensasse em desistir.

E os filhos. Hinata sempre pensava em como nunca saberia agradecer a Naruto por lhe presentear com bens tão preciosos. Claro que teve suas dificuldades tendo duas meninas lindas e um marido e filho muito ciumentos, mas ela se divertia e sabia que aqueles gestos eram apenas uma forma de demonstrar o amor que sentiam por elas. Esses momentos lhe permitiram entender o que era uma família e também pôde proporcionar isso a Naruto. Ele, que não pôde conviver com seus pais, teve a oportunidade de ser um pai e ter uma família para chamar de sua.

Ela já havia o pego várias vezes sorrindo sozinho, mas ela conseguia adivinhar no que ele pensava. Naruto era feliz. Uma vez havia prometido que ficaria sempre ao lado dele, e o faria feliz, faria com que ele se esquecesse das maldades do mundo e tudo que lhe deixasse tão triste. Quando disse isso a ele, viu-o sorrir e dizer que ela poderia se orgulhar, porque a promessa foi cumprida com êxito.

Viveram muitas coisas juntos, e separados também. Suas vidas trilharam caminhos difíceis de dor e sofrimento que os levaram a um encontro. Cada um com seu poder oculto, sentimentos que precisavam ser compreendidos, e então foram compensados com a presença um do outro, uma surpresa muito boa e bem-vinda. Mesmo que suas vidas fossem diferentes, eles viviam em um mesmo mundo, os sentimentos similares, podiam se entender muito bem.

A conexão que compartilhavam ia muito além do que o compreensível, pelo menos para que aqueles que estavam de fora. Hinata e Naruto eram os únicos que poderiam se entender. Ela sabia como doía a solidão de Naruto, e ele entendia o desprezo que ela sofria. Ela gostava de se lembrar das vezes em que ele dizia o quanto a admirava. Mesmo passando por toda aquela pressão, ela conseguiu enxergar em Naruto uma ponte para a esperança em que ela sabia que encontraria um arco-íris em seu final.

Repassando todos os momentos de sua vida, ela sempre parava no momento em que ele a salvou. Aqueles meninos malvados que lhe batiam, e então seu salvador, Uzumaki Naruto, o garoto que queria ser o Hokage. Naquele dia ela pensou que eles lhe bateriam até desmaiar, mas então aquele garoto entrou na briga só para livrá-la. Quis tanto agradecê-lo, porém suas oportunidades eram zero, ninguém permitia que ela falasse com ele, porque ele era um demônio. Passou sua vida escutando isso, e nunca entendeu, afinal de contas, um demônio é mal, mas ele... ele era bom, havia lhe salvado!

Hinata, quando pôde, finalmente, ter contato com Naruto, pensou que poderia explodir devido a sua felicidade. Gostava de ficar por perto, de ter sua presença marcante lhe cercando, seu sorriso sincero e seus olhos brilhantes, aquelas safiras intensas. O que ela mais gostava nele era a forma como ele insistia nas coisas, nunca pensando em desistir sem antes tentar milhões de vezes. Não pôde evitar a admiração por ele.

E também não pôde evitar amá-lo. A cada momento que o via, fosse lutando ou simplesmente andando por Konoha, ela sentia seu coração disparar, desmaiava, porém ela se sentia satisfeita em apenas vê-lo. Naruto era uma miragem num deserto, uma válvula de escape que a fazia se esquecer de quão perdida e sozinha estava.

Os problemas com o pai e o primo nunca deram brecha para que ela pudesse respirar. No Clã, ninguém gostava dela, com exceção para Hanabi e Ko. Hinata sempre acreditou que seu pai a odiava, porque era essa a impressão que tinha; era uma pena que tivesse descoberto tarde demais que ele tinha orgulho dela. Tudo isso sempre foi uma enorme pressão para ela que deveria se tornar mais e mais forte, algo que aos olhos do Clã, não acontecia. Foi rejeitada, dada por inútil, mas bastava que aquelas safiras surgissem em seu pensamento para que ela entendesse que não deveria desistir.

“Porque esse é o meu jeito ninja, eu nunca desisto!”

“Eu costumava te achar estranha e misteriosa, mas sei que gosto de pessoas como você.”

“Você é forte.”

“Foi tudo graças a você que sempre esteve ao meu lado.”

“Eu te amo, Hina.”

Ele sempre teve essa aura que lhe transmitia confiança e esperança, por isso que nos momentos em que ele não podia mais resistir, ela o fazia. Hinata resistia e seguia com o jeito ninja deles. Quando ele não podia, ela era forte, a mão que o guiaria para a direção certa. Ela havia aprendido muito com Naruto e agradecia aos deuses por terem permitido que aquele garoto se tornasse importante em sua vida, alguém a quem ela pudesse se agarrar em todos os momentos de sua vida e também amar.

E por amá-lo, ela lutou. Lutou por ele e por aquilo que era importante para ambos. Hinata jamais se arrependeria das decisões que tomou ao longo da sua vida. Lutar com Pain foi difícil, algo completamente fora do normal, mas ela não se preocupou em morrer ou não, só pensava que precisava fazer algo, por ele, pela vila, por todos. Sabia que, às vezes, sacrifícios são precisos. Na Quarta Guerra, ela arriscou tudo, pensando em ajudar seu amado e seus amigos, porque era disso que se tratava aquela vida, era isso que precisavam defender: a esperança e seu suporte.

Agora, anos depois, ela consegue entender que faria tudo de novo. Os caminhos, no final das contas, haviam se encontrado, e eles, com seus arco-íris em seu final, conectaram-se, tornado aquela vida tão cruel em algo muito melhor, algo que poderia ser resgatado.

Hinata via sua vida como algo precioso. Esse tipo de pensamento não teria espaço se tudo tivesse sido diferente, se ela não tivesse lutado, mas fez tudo conforme ela soube que era certo, e não havia arrependimentos. Se lhe fosse pedido, ela faria tudo de novo, exatamente como já havia feito.

— Hina-chan? Está esfriando, entre.

Ela virou-se e viu Naruto enrolado em um cobertor.

— Por que não fica aqui?

— Hina-chan... Está ficando frio, entre logo.

— Só mais um pouco.

— Nada disso. Entre logo. Mas que mulher cabeça-dura. — resmungou.

Ela riu. — Você sabia disso quando resolveu que era interessante entrar no meu quarto.

Naruto fez um bico. — Vai ficar revivendo o passado?

Hinata sorriu e levantou-se, indo até ele para abraçá-lo.

— Baka. Não é o passado, é a nossa história, e eu, sinceramente, fico agradecida pelo ser que te aconselhou a entrar no meu quarto.

— Oh, então, de nada, porque fui eu mesmo quem me aconselhei.

Ela franziu o cenho. — Ah, é? Então o prodígio estava sob nossos narizes e não percebemos? Que desperdício.

— Hina-chan, Hina-chan... Vamos entrar logo.

— Por favor!

— Pare de ser cabeça-dura! Você fica doente e, depois, quem leva a bronca sou eu.

— Baka.

Δ


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Notas finais do capítulo

Até mais! ♥ ♥ ♥