The End Of The Peace escrita por Saffra Everdeen Mellark


Capítulo 25
O castigo




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O resumo de toda a turné dos vitoriosos? Ler cartões escritos pela Effie e pela Vicky, ir a festas e jantares com os Vitoriosos, beijar o Finnick, sermos muito apaixonados e pronto.

Quando chegamos à Mansão Presidencial, o Presidente parecia satisfeito com o meu desempenho, convenci-o de tudo e acalmei as coisas pelo país, que perdeu qualquer esperança de que eu fosse fazer algo e lutar contra o Capitólio. 

Que dia é hoje? Dia de Colheita. É, estamos em maio e vai haver a colheita. A Prim está cada vez mais fofa e mais parecida àquela ave rara de tio que ela tem. Se bem que eu não posso falar muito, comecei a servir o Capitólio, tal como ele e todos os outros fazem.

—Caleb, eu vou voltar em breve - digo-lhe. O Finnick está no Distrito 4, visto que é mentor lá e não aqui. - Eu prometo.

—Eu sei, espero que te corra tudo bem como mentora e que tragas alguém para casa - ele fica sempre sentimental nas Colheitas porque se lembra da irmã, e mais recentemente do Harry.

—Eu vou fazer o que estiver ao meu alcance - ele sorri e vai para lá. Dirijo-me para o Edifício da Justiça com uma Escolta de Soldados da Paz, juntamente com todos os Vitoriosos, apesar de apenas eu e o Ryen sermos os mentores deste ano. O casamento dele e da Daisy será logo após os Jogos, de forma a que o Vitorioso possa comparecer também.

Quando toda a gente se encontra organizada e todos os nomes já foram dados, a Effie chega perto do microfone e faz aquele hábito estúpido de bater-lhe duas vezes com o dedo indicador que ensurdece toda a gente.

—Bem-vindos, bem-vindos! Hoje é um dia muito especial para todos nós, porque é a Colheita dos 100º Jogos da Fome! - ela sorri entusiasmada. Algo que aprendi ao conviver com ela, é que ela não fica tão entusiasmada com os Jogos quanto parece porque se lembra sempre da minha família, dos Odair, das Mason, e isso não a agrada de forma alguma. - Como sempre, senhoritas primeiro! - ela desloca-se àquilo que eu chamo de aquário, mexe a mão antes de a mergulhar no montão de nomes e tira um, dirigindo-se de novo ao microfone e abrindo-o. Posso dizer que para quem está do lado de lá, só o barulho dos saltos altos berrantes dela nos fazem ficar ainda mais nervoso, porque aí está, pode ser qualquer um de nós. - Catalia Ospergen. Anda lá, podes vir! - a miúda está aterrorizada e eu fecho os olhos ao ouvir a mãe dela gritar e a ser levada pelo Soldado da Paz. - Agora, para os rapazes! O Tributo Masculino que vai representar o Distrito 12 é... - noto que ela fica hesitante e meia abalada. - Caleb Reedfold.

—Caleb! - a pequena May grita da multidão enquanto chora. Eu limito-me a libertar lágrimas. Devia ter-me ocorrido que isto aconteceria, ele tinha que acabar com tudo de bom que eu tinha, ou não seria ele o Presidente Maximilianus Fog. O Caleb está sem grandes cerimónias, sei que tem medo do futuro, todos temos, mas continua firme e sobe ao palco como eu fiz, determinado e sem deixar mostrar todo o receio.

—Bem, podem apertar as mãos! - ela incentiva e eles fazem isso. São tirados de lá pelos Soldados da Paz e eu e o Ryen com urgência também.

—Mãe! Pai! Cuidem da May! - peço enquanto me arrastam e vejo que eles assentem. Somos transportados para o comboio e quando lá chegamos, os Tributos ainda não estão lá. Sentamo-nos os dois e eu limpo as minhas lágrimas, recompondo-me o máximo possível, afinal o Caleb agora está a contar comigo.

—Como te sentes? - o meu irmão quebra o silêncio.

—Mal porque sei que a culpada fui eu, pensei que tivesse ficado tudo mais calmo com o facto de eu ter convencido os Distritos, mas não - ele sorri compreensivo e dá-me um copo de uísque que eu bebo de penálti. Assim que termino os dois Tributos sentam-se à nossa frente com uma Effie tentando parecer animada e positiva. É nestes momentos que sinto falta do Haymitch, dos meus pais... uns conselhos para isto poderiam dar muito jeito! Quem é que eu quero enganar? Eu não percebo nada disto, só estou aqui porque fui obrigada! Não tenho experiência quase nenhuma e não sei como ser mentora! Nem tenho contactos no Capitólio, não venci há tempo suficiente para ter influência.

—Olá. Sou o Ryen Everdeen Mellark e vou ser teu mentor, Catalia - a rapariga parece mais aterrorizada ainda ao ouvir o nosso nome de família.

—Olá. Sou a Willow Everdeen Mellark, tua mentora, Caleb - tento chutar o pessoal para o lado, mas não estou bem a ver isso a acontecer. - Primeiramente, temos que fazer a análise da situação, por isso, vamos assistir atentamente ao painel de Tributos que temos este ano.

—Exatamente. Antes de ver tenham em mente que os melhores dos melhores Carreiristas voluntariaram-se este ano, logo, para além de uma Arena mais mortífera, terão adversários mais fortes - o meu irmão comenta e eu dou o play, reconheço todos os carreiristas, entre eles temos aquele Brayland do 4, gente forte do 1 e do 2, pelo que me lembro, membros de família de vencedores. 

—Quem acham que é uma grande ameaça? - pergunto e o Caleb responde prontamente, deixando a rapariga para o canto. Relembra-me muito eu e o Harry, ano passado. Sorrio internamente ao rever aquelas memórias.

—Os carreiristas - ele diz e eu assinto.

—É verdade, mas desta vez não subestimem os Tributos do 4, conheço-os e são letais. Além do mais, tenham cuidado com os Tributos do 7 - aviso e eles ficam confusos.

—É verdade, era boa ideia terem aliança com eles, mas tenham cuidado - o Ryen avisa.

—Eu não quero aliados - e agora deparo-me com um problema enorme que o Haymitch já enfrentou com a minha mãe, que enfrentou com o meu irmão e comigo. É a minha vez de lidar com ele.

—Numa situação tão delicada como esta, não ter aliados vai ser como suicidares-te! Vais para uma Arena muito mais mortífera que o que possas imaginar, com Tributos muito mais fortes que o costume, habitua-te à ideia de teres aliados que te venham salvar quando precisares, ou pelo menos tentar! - repreendo-o.

—E quando os tiver que matar? - não lhe conto a dura verdade de que muitas vezes, a aliança acaba antes da metade dos Jogos porque os aliados morrem todos.

—Na altura farás o que achares melhor e como achares melhor - ignoro e desvio o tema. - Mas tenham cuidado com os do 7.

—Porquê tanto foco neles? - ele questiona.

—Este ano a mentora é a Hayley Mason e quando ela é mentora, um Tributo do 7 costuma sobre... vencer! - corrijo assim que me apercebo da gralha que ia dizer.

—É verdade - o meu irmão confirma. - Acerca da Arena, eu contactei umas pessoas e eles disseram-me que iam ser umas recriações de alguma coisa, não sei do quê, mas contem com surpresas bem horrendas.

—Eu tenho que ir para o meu quarto - a rapariga tem lágrimas nos olhos. O Caleb também vai lá para dentro.

—Pelo menos um deles vai morrer - confesso devasta e o meu irmão abraça-me.

—O Caleb vai voltar - ele sussurra e eu olho para ele. - Ela não tem esperanças.

—E os outros? - ele dá de ombros.

—Aprende que os Everdeen Mellark são a família mais influente de Panem, toda a gente nos adora por lá - vejo o ponto dele mas continuo mal, destroçada, acabada, tenho medo pelo Caleb. Se ele regressar, nunca será o mesmo, nunca vou ter o meu melhor amigo de volta.

 

Continua...


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