The End Of The Peace escrita por Saffra Everdeen Mellark


Capítulo 24
Turné dos Vitoriosos | Distrito 12




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Neste momento estou num comboio em direção ao Distrito 12. A neve cai, apenas agora voltei do meu treino. Sim, durou este tempo todo e foram meses e meses de agonia. Estou bastante letal, não posso negar, a minha preparação é completamente diferente da que tinha quando lá entrei. Após aquele episódio, tive que retomar os treinos, mas nunca mais tive esses problemas, fiquei no meu canto. O meu treino está terminado e eu só quero esquecer esta fase da minha vida que passou.

Agora estou a ir para o 12 para a Turné dos Vitoriosos, a Effie ainda não nos foi acordar. Desde a morte do Haymitch que ela anda mais tristonha, mas está sempre cá para me apoiar. Além disso ela tem uma amiga nova, uma tal de Vicky que é a acompanhante do Finnick. A Annie também está connosco, a volta vai do 12 ao Capitólio. A minha mãe vai acompanhar-me nesta viagem, ela ficou como minha mentora, mas vamos apanhá-la no 12.

Estou agora deitada, ao meu lado o Finn dorme profundamente, não quero acordá-lo. Ele mexe-se e acorda a olhar para os meus olhos que observam os dele.

—Estás acordada há muito tempo? - pergunta-me com um sorriso.

—Não - minto. Na verdade, mal dormi.

—Como te sentes por voltar a casa? - encolho os ombros como forma de dizer que me é indiferente.

—Isto não é propriamente voltar a casa - digo. - Eu vou e volto rapidamente. Nem vou ter tempo para ficar um pouco, amanhã já estamos a ir para o 11.

—Ao menos vais estar com a tua mãe - ele tenta ver o lado positivo.

—Eu tenho saudades de toda a gente, dos meus pais, da Prim, da Penny, da Delly, do Caleb, da May, da Posy, do Casper, da Hazelle, do Haymitch... - enumero-os e reparo que por um segundo ele contrai ao ouvir o nome do meu melhor amigo. - Custa saber que nunca mais vou ver alguns deles...

—Eu sei - ele beija a minha testa.

—Meninos! Toca a acordar! Hoje vai ser um grande dia! - a Effie traz aquela animação de que senti falta. Ela está a ser forte por nós e eu não podia ficar mais orgulhosa dela.

—Bom-dia Effie - sorrio-lhe.

—Bom-dia! Agora vá que a Vicky foi acordar a Annie! - ela pede e eu levanto-me e dou-lhe um abraço.

—Tive saudades tuas - sou sincera.

—E eu tuas, Willow - ela também retribui o abraço e olha para mim. - Vossas. Mas vá, estamos a chegar a casa, toca a preparar!

—Eu vou despachar-me - prometo e vou tomar um duche secando os meus cabelos. Limito-me a fazer uma trança normal, nada muito "Willow Everdeen Mellark tentando ser Katniss Everdeen e atacar o Presidente". O meu outfit foi aquela coisa bem básica. Não tenho que ir com demasiada ostentação a Distritos extremamente pobre, não faria sentido. Além do mais, vou estar em casa e não estou muito preocupada em ser um fashion icon que toda a gente quer seguir, mas na verdade ninguém segue.

Junto-me para o pequeno-almoço com todas as presentes, a Annie, a Effie e a Vicky. As duas últimas estão extremamente entusiasmadas pelos seus Vitoriosos estarem a começar esta fase, já a Annie parece estar simplesmente na dela, enquanto come uma torrada com doce de morango.

—Bom-dia - sento-me ao lado da Annie.

—Bom- dia - saúdam-me de volta.

—Falta muito tempo para chegar? - as mulheres do Capitólio dão aqueles risos típicos "Ohohoh" que as faz parecer o Pai Natal.

—Não querida, após o pequeno-almoço estamos no teu Distrito - a minha acompanhante toca-me na mão. Sirvo-me com um pouco de leite achocolatado e umas torradas com doce de morango. 

—O Finnick? - a Annie pergunta.

—Estou aqui - ele aparece e dá um beijo no rosto da avó. - Bom-dia, mulheres encantadoras.

—Não é um amor? - a Vicky pergunta à Effie que assente.

—Tão amor como ele, só mesmo o meu Peeta Mellark - ergo a minha sobrancelha. - Convenhamos, a tua mãe quase esfaqueou o Haymitch e estrangulou o Peeta, o Ryen sempre foi um pouco arrogante, a Daisy pouco fala, e tu... ias atacando os teus pais...

—Eu não os ia atacar - corrijo.

—Ela simplesmente bateu com as mãos na mesa e quase ia para o lado onde eles estavam sentados com aquele olhar fulminante - ela descreve e eu olho para ela. - Tipo aquele!

—Tenho que concordar, o Peeta Mellark é um doce! - a Vicky gaba o meu pai. - Não é emocionante vocês serem mentores num Quarteirão?

—Os meus pais também iam ser e acabaram eles na Arena prestes a ser comida de macaco mutante - noto que a Annie prende o riso.

—Certamente este ano essa situação não se repetirá - a Effie está meio sem jeito. - No entanto, posso dizer que vai haver algum aspeto novo que vão tornar estes Jogos diferentes!

—Exatamente! Tirando o falhanço dos Vitoriosos, eu penso que o mais desafiante foi o do homem bêbado do vosso Distrito que morreu lá na festa, o Haymitch - noto que a Effie se abala um bocado. - Eram 48 Tributos e ele foi muito inteligente!

—Ele era muito sábio - sorrio forçosamente. Vejo que estamos a entrar no túnel e vou para a janela. Saímos do comboio e a minha mãe está lá fora com uma Escolta enorme de Soldados da Paz. Corro para ela e abraço-a com toda a minha força.

—Willow - ela aperta-me imenso.

—Eu senti tantas saudades - confesso.

—Nós também - ela olha para mim e acaricia-me a cara com algumas lágrimas nos olhos. Percebo que isto se dá porque eu mudei imenso e isso entristece-a.

—Katniss - a Effie chega-se a ela e dá-lhe o típico abraço não me toques dela.

—Effie - ela sorri-lhe ligeiramente.

—Katniss - desta vez a Annie abraça-a com força e ela faz o mesmo.

—Há quanto tempo - ela sorri.

—Katniss, esta é a Vicky que também nos vai acompanhar - a Effie apresenta-as.

—Prazer - a minha mãe cumprimenta-a com um abraço muito leve.

—Prazer é o meu em conhecer oficialmente a tão famosa e respeitada Katniss Everdeen - ela parecia estar maravilhada e eu apenas as observava um tanto quanto confusa.

—Olá - o Finnick também a abraça.

—Olá - ela faz o mesmo.

Saímos da estação com os Soldados da Paz a rodear-nos, o que é bem normal. Atravessamos a cidade até chegarmos ao Edíficio da Justiça, onde está um grande palco por perto cheio de pessoas. É o familiar lugar que visito desde que me lembro, onde todos os anos dois de nós vão para a Arena e poucos são os que voltam.

—Meninos, nós escrevemos aqui uns discursos para lerem - elas dão-nos cartões. As portas abrem e elas ficam atrás até entrarmos. - Sorriam, sorriam, costas direitas, estão em direto para o país inteiro!

—Olá - o Finnick toma conta do microfone. - Bem, há quase um ano eu e a Willow fomos para aquela Arena e saímos vivos. Nunca vamos conseguir agradecer o suficiente ao Capitólio por nos deixar voltar os dois, por permitir que desfrutássemos do amor que sentimos um pelo outro. Hoje estamos aqui no Distrito 12, para anunciar a nossa Vitória, mas também para relembrar a memória do Harry, Tributo Masculino do Distrito 12, um rapaz corajoso e leal que nunca vamos esquecer.

—Eu não conhecia muito o Harry, apenas soube da existência dele quando fomos para a Arena, mas ele sabia quem eu era. No dia em que fui ao funeral dele, recebi uma carta escrita pelo próprio a confessar que tinha sentimentos por mim. Nunca soube por ele, em vida, mas a realidade é que eu queria tê-lo conhecido melhor. O Harry não foi só um aliado de que me usei para vencer, o Harry era meu amigo. Quando nos separamos na Arena, eu pensei sempre que nos encontraríamos e passaríamos o resto do tempo juntos, mas não foi o que aconteceu. Não consigo não pensar que se eu tivesse chegado um minuto mais cedo, as coisas tivessem sido de forma diferente e eu tivesse conseguido salvá-lo. Mas eu não consegui, e eu peço imensa desculpa - naquele ponto eu já chorava. Não era suposto eu dizer aquilo, mas a foto dele ali em cima, olhar para ele mexeu comigo de uma forma incrível. Nada daquilo estava nos cartões, as pessoas revoltaram-se contra mim e gritaram coisas mentirosa e assassina. Os Soldados da Paz estão a tentar conter tudo, sou levada por outros tantos.

—Porque é que esta família não sabe ler cartões? - a Effie parece preocupada. - Tens noção que isto vai ter consequências em todos nós?

—Não vai nada e sabes porquê? - ela parece surpresa. - Aconteceu o que o Fog tanto queria, as pessoas do 12 odeiam-me e não querem lutar comigo, mas sim contra mim!

—Ela tem razão - a minha mãe diz. Limpo as lágrimas e abraço-me a ela.

—Eu nunca vou sair daquele maldito comboio, a Hayley tinha razão, o pesadelo mal começou - tento secar as lágrimas mas não dá. Olho lá para fora e vejo que tudo está agitado. E sabem que mais? Aposto que o Fog está felicíssimo com esta desgraça.

 

Continua...


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