POV Willow

Hoje é dia da Colheita, já dou o meu nome há quatro anos, nunca fui escolhida, talvez tenha tido sorte e o Capitólio tenha chegado à conclusão que o castigo que deram aos meus pais era suficiente. 

Não é fácil ser filha da Katniss Everdeen e do Peeta Mellark, nunca foi, mas desde que o meu irmão se tornou Realizador dos Jogos, a minha vida tornou-se ainda mais difícil, sou um pouco odiada no Distrito 12, não por toda a gente, mas por um grande grupo de pessoas. A minha melhor amiga ganhou há dois anos, tínhamos 14 anos, é muito conhecida no Capitólio, toda a gente a adora, inclusive porque é a namorada do meu irmão. Desde que ela ganhou, nunca mais nada foi o mesmo, ela não para muito no Distrito 12, quando para é quando vem com o meu irmão e por isso não falamos muito. Daisy Cartwright é a musa do Capitólio, aparece nas revistas, nos programas de televisão...

Eu não me posso queixar, acabo por ir muitas vezes ao Capitólio porque os meus pais são constantemente convidados para dar entrevistas ou porque o meu irmão me convida, provavelmente para ficar bem na fotografia. É... eu e o meu irmão não nos damos muito bem, na verdade ele ignora-me muito, lembro-me que quando ganhou os Jogos e se tornou no Realizador, quando vinha ao 12 passava a vida toda aos gritos durante a noite, provavelmente problemas de consciência, isso nunca me fez muita confusão, os meus pais também os têm muitas vezes, assim como o avô Haymitch. O que me fazia confusão era ele permitir que toda a gente ficasse de roda dele, menos eu, ele estava constantemente a expulsar-me, hoje em dia, quando isso acontece, eu já nem me dou ao trabalho de ir lá.

Acordo destes pensamentos todos com a minha mãe a chamar-me e a dizer-me para eu me arranjar para a Colheita, todos os anos é a mesma coisa, eu não sei se vou ser escolhida, mas penso que não, se até hoje não fui, é pouco provável que este ano seja. Tomo o meu banho quente, sim porque eu tenho direito a banho quente, eu vivo na  Vila dos Vitoriosos, ou seja, tenho muitas condições, condições essas que a maioria das pessoas pelo Distrito não têm, que a minha mãe não teve, e até mesmo que o meu pai não teve. Visto-me, eu sou muito como a minha mãe, eu gosto de ir simples, quem escolheu a roupa foi o Flavius, o novo estilista do 12, já que o Cinna... bem, não importa. Eu tive que andar quase à machadada como diria a Johanna com ele para me deixar usar as minha sabrinas e um vestido sem brilhantes. A trança é algo que eu até posso deixar que ele faça, é parecida à da minha mãe e digamos que um dos meus passatempos favoritos é desafiar o Capitólio, já que eu sou a mais parecida à minha mãe, mas ao mesmo tempo ao meu pai.

Saio de casa juntamente com os meus pais e o tio Haymitch, e claro com os emplastros dos Soldados da Paz, sim, porque nós não podemos dar um passo sozinhos, ou melhor podemos, mas para impedirem alguma desordem ou fuga, eles estão sempre à nossa volta nestes eventos.

Assim que chego à fila dou o dedo para o picarem, o meu nome está dado, vou para o meu escalão e qual não é a minha surpresa ao ver a Penny, a irmã da Daisy a ser levada para o palco à força, a miúda nem sequer tem 12 anos, ela não pode ir!

—PAREM! - vou para o corredor e logo um grupo de soldados da paz vem a puxar-me para trás, mas eu debato-me. - PAREM! O QUE É QUE ESTÃO A FAZER? ELA NEM SEQUER TEM 12 ANOS! ELA NÃO PODE IR! LARGUEM-ME! - ninguém me deu ouvido e é nessa altura que as palavras me saem da boca e eu faço com que me larguem com uma força vinda de sabe-se lá onde. - EU VOLUNTARIO-ME! EU VOLUNTARIO-ME! EU VOLUNTARIO-ME COMO TRIBUTO!

—Muito bem, parece que temos uma voluntária, isso já não acontecia há exatamente 25 anos... - a Effie estava a referir-se à minha mãe, olhei para a Effie, para os meus pais e para o avô Haymitch, todos pareciam estar a voltar atrás no tempo, há 25 anos atrás, quando a minha mãe se voluntariou pela minha falecida tia Prim. Subo para o palco e ponho-me ao lado da Effie, apesar de ela saber perfeitamente quem eu sou, segue os procedimentos normais. - Como te chamas, querida?

—Willow Everdeen Mellark - eu não sei porquê, mas sempre que as pessoas ouvem o meu nome parecem estremecer, como se estivessem assustadas, por culpa do Ryen, claro.

—Muito bem, porque te voluntariaste, querida? - a resposta saiu-me da boca para fora.

—Porque há injustiças a mais neste mundo e quando as podemos travar as coisas ficam melhores, além de que há coisas que têm que ser revividas, mas por pessoas diferentes! - naquele momento juro que toda a gente olhou para mim, o avô Haymitch deu um golo na garrafa com a bebida alcoólica, a minha mãe tirou-lha para beber também e o meu pai abanou a cabeça reprovadoramente.

—Muito bem! - ri nervosamente a Effie. - Bem, agora vamos aos rapazes, e o jovem corajoso que vai representar o Distrito 12 é... Harry Dornan. Nenhum voluntário? - obviamente ninguém se voluntariou porque ninguém é tão maluco como a Katniss, o Peeta e a Willow. O rapaz dirige-se com a escolta dos Soldados de Paz até ao palco, colocando-se do outro lado da nossa acompanhante. - Muito bem, podem apertar as mãos.

Somos levados para as salas para as despedidas, entra então a Daisy.

—Obrigada por te teres voluntariado pela Penny! A culpa tinha sido minha, eu pisei o risco e eles queriam mostrar-me que ninguém faz o que quer com o Capitólio! Obrigada! - ela abraça-me. - O teu irmão acabou de me ligar a avisar que o distituiram do cargo dele, as pessoas não querem que te facilitem a vida na arena.

—Tu não tens que me agradecer, eu fiz  que achei estar correto! - ela abraça-me e despede-se de mim saindo em seguida. Mais tarde entra o meu avô com a sua garrafa.

—Se continuares assim, nunca te vais safar! - fiquei confusa e ele senta-se. - Não desafies quem não deves desafiar, tu não tens noção das consequências que vais sofrer devido àquela resposta.

—Eu só disse a verdade! - contradigo-o e ele bebe e ri. 

—És tão igual à tua mãe, realmente se continuares assim não vais longe! Sobrevive à arena porque eu sei que tu consegues, as pessoas do Capitólio vão adorar-te, só tens é que saber fazer as coisas bem! Mas pronto, tu consegues, mostra quem és, eu vou estar aqui para te dar força e vou estar em contacto com os amigos do Capitólio, enquanto o teu irmão lá esteve serviu, por isso contigo não deve ser muito diferente - ele despede-se de mim e vai embora, de seguida aparece a Delly.

—Obriga por salvares a Penny! - ela abraça-me e chora. - Eu espero que saias viva da arena, eu tenho a certeza que consegues, eu vou rezar por ti, caso não consigas eu nunca me vou perdoar!

—Está tudo bem, ninguém me obrigou a fazer nada! Vai tudo correr bem! - eu não acredito muito que vá voltar, visto que pelo que vi dos Jogos do meu irmão, não vai ser fácil, e ele nem desafiou ninguém, já eu...

A Delly sai da sala e entra a Penny, a miúda está a chorar que se mata.

—Obrigada por me salvares a vida eu espero que tu ganhes e eu sei que tu consegues! - ela abraça-me e eu faço-lhe carícias no cabelo.

—Shhh, está tudo bem, eu fiz o que era correto! - tranquilizo-a e nesse momento os Soldados de Paz entram dentro da sala e levam-na, no entanto, ao longe consigo ouvi-la a gritar e a dizer "TU CONSEGUES GANHAR!", mas se há coisa que eu aprendi é que a partir do momento em que és sorteado ou te voluntarias, nunca mais sais dos Jogos, apenas vais sobrevivendo, é o que vai acontecer para o resto de toda a tua vida e sempre.

Vou para o comboio juntamente com o Harry, assim que lá chego já os meus pais estão lá dentro sentados. No entanto, ficam calados, assim como o Harry, já lhe cacei o tipo, é o menino que já sabe que não tem chances de sobreviver.

—O que é que estão à espera? - eles levantam a cabeça, olham um para o outro e em seguida para mim. 

—Como assim? - fazem-se de desentendidos.

—São nossos mentores, é suposto darem-nos conselhos, estiveram em duas arenas! - eles riem de mim e o Harry continua na mesma, nem se mexe, se não soubesse que ele estava a respirar, pensava que ele estava morto.

—Peeta, ela disse duas arenas? Ahahahah, querida és tão engraçada! - ri a minha mãe seguida do meu pai e começo a não achar piada, levantando-me e apoiando as mãos na mesa que separa os mentores dos Tributos e indignando a Effie.

—Willow! Que maneiras são essas! - e pelo que o meu avô Haymitch me contou, ela teve a mesma reação quando a minha mãe quase lhe espetou com uma faca na mão.

—Sabes querida, assim não vais muito longe! - empurra-me a minha mãe para a cadeira levantando-se. - Queres mesmo saber como sobreviver aos Jogos? Tens que fazer as pessoas gostar de ti. Não era o que estavas à espera? Mas é assim, e não é com essa atitude que vais fazer as pessoas gostarem de ti!

—Quanto à tua observação não foram duas arenas, nós sobrevivemos a uma guerra e a todas as arenas das Edições em que acompanhamos Tributos diretamente para a morte! Só um pode sobreviver, e até agora nenhum de vocês se está a comportar para ser o vitorioso, o que estão a fazer-nos pensar é que um de vocês não tem esperança de ganhar e o outro que é um carreirista! - chama a atenção o meu pai e eu acabo por me sentar simplesmente, se eu não me tivesse voluntariado a esta hora podia estar em casa descansada, mas não, tinha que me voluntariar! Que raio de pensamento que eu estou a ter, sinceramente Willow, agora já está, pensa que ao menos salvaste uma vida! Podes perder a tua e acabar com umas tantas, mas ao menos conseguiste salvar uma vida, o que já não é mau!

Resolvemos ligar a televisão para ver os resumos das Colheitas nos outros Distritos. Mais uma vez o 1 tem dois voluntários, uma loira e um loiro, o 2 não tem voluntários desta vez, provavelmente devem estar a guardar-se para o próximo ano, no entanto quando chamam a miúda é morena e ele é moreno, parece-se mais com as pessoas do 12... assim que o chamam ele sobe ao palco com glória e todo contente, como é que é possível alguém ser tão estúpido ao ponto de ficar feliz para ir para o caminho da morte e caso sobreviver ter que ser escravo do Capitólio?

—Katniss? - o meu pai chama a minha mãe. - Aquele não é?

—Sim, é o filho do Gale! - o Gale matou a minha tia Prim, ainda que por acidente, ex-melhor amigo da minha mãe, ela preferiu o meu pai ao invés dele e ainda bem que o fez.

—Estes Jogos vão ser complicados! - constata o meu pai e a minha mãe assente. Continuamos a ver, no 3 um rapaz de óculos e uma rapariga de totós, parecem ser brilhantes, mas não me parece que passem do Banho de Sangue, pelo menos ilesos, são demasiado pequenos e magrinhos, mas não os vou julgar porque nunca se sabe. No 4 houve drama, e do grande.

—Meu deus! - a minha mãe põe a mão na boca.

—Aquele é o neto da Annie! - exclama preocupado o meu pai.

—Se for ele a morrer a Annie vai ficar despedaçada, sem ele ela não tem mais nada, ela já perdeu o Finnick e o Finn, se ela o perder... - a minha mãe sente-se muito mal pela Annie e também por achar que teve culpa, ela foi mentora no ano do Finn e viu-o morrer, a Annie ficou sem chão, no entanto, uns anos antes ela tinha ficado sem o marido porque ele tinha morrido na guerra quando estava com a minha mãe, ela viu-o morrer e não pode salvá-lo, desde aí tem um grande sentimento de culpa.

Voltamos a ver, nos outros Distritos não há ninguém que me chame muito a atenção, exceto no 11, em que um rapazinho muito novinho e uma rapariga também novinha são sorteados e ninguém se voluntaria por eles, confesso que me partiu um pouco o coração.

—Muito bem, vamos fazer a análise do que vimos! - começa o meu pai. - Quem acham que pode ser um grande rival?

—Os carreiristas, os do 1, os do 2 e os do 4, nomeadamente ele! - digo logo e o Harry concorda comigo.

—Falando de alianças, quem acham que pode servir para aliados? - questiona a minha mãe.

—Os carreiristas do 1 e do 2 - responde o Harry e eu abano a cabeça juntamente com eles todos.

—Rapaz, não vás por aí! Estás a ver isto? - o meu pai levanta a calça e mostra a prótese que tem em vez da prótese. - É o que acontece quando te juntas aos carreiristas.

—Não quero aliados - digo logo e o meu pai olha para a minha mãe e faz a expressão facial de "Revolve tu isto! Tu é que nunca querias aliados!".

—Mas acredita que ter aliados faz toda a diferença, especialmente se forem certos carreiristas, vocês vão fazer aliança com os do 4 - afirma convicta e pela cara do meu pai ele já prevê uma explosão da minha parte.

—Eu não fazer alianças com ninguém! E muito menos com carreirista, esquece! Não é porque ele é neto da tua amiga que eu vou ter aliança com ele porque à primeira oportunidade ele não vai hesitar em matar-me! - a Effie e o meu pai ficam com cara de "Isto não vai ser bom".

—Eu fiz alianças com os do 4 e nenhum deles me tentou matar, nenhum! - ela reclama e eu vou-me embora para o quarto que um dia já pertenceu à minha mãe. Vou tomar um banho e mais tarde uma Avox vem chamar-me para o jantar.

Sento-me à mesa ao lado do Harry e do meu pai, que estão sentados ao lado da Effie e da minha mãe, respetivamente, provavelmente porque nos querem separar uma da outra.

—Amanhã de manhã vamos chegar ao Capitólio, vão ter com a vossa equipa de Preparação que vos vai deixar impecáveis, em seguida com o estilista e por fim, mas não menos importante, vão ser apresentados no desfile dos Tributos! - a Effie parece entusiasmada e isso irrita-me um bocado.

—Claro e a seguir vamos para o Centro de Treinos, fazer a prova das Aptidões, em seguida vamos para as entrevistas com o lendário Caesar Flickerman e por fim, mas não menos importante, vamos para o sítio onde podemos morrer e matar pessoas, tão divertido, não há nada melhor! - digo irónica, o Harry continua a comer como se não houvesse amanhã, o que eu até compreendo porque as pessoas do Bairro de Lata não têm e não vêm muita comida, é meio complicado, infelizmente isso deixa-me triste, de vez em quando o meu pai dá-lhes algum pão e a minha mãe alguma carne que caça ilegalmente, é por isso que ainda há pessoas no Distrito que gostam de nós, são praticamente as do bairro de lata, porque da área Comercial as pessoas não nos falam, assim como alguns mineiros. Sinto os meus pais a prenderem o riso e algures parece que estou a ouvir o avô Haymitch a rebentar a rir da cara de indignação da Effie, ele deve achar que não mas eu sei que eles têm qualquer coisa, já os vi aos beijos e já a vi a sair de casa dele, no entanto, a vida é deles e por isso eu não me meto e faço de conta que não sei de nada.

Assim que acabo de jantar vou dormir, queria ir ver um filme, mas o único que está a dar é a compilação de alguns momento dos Jogos do Finnick Odair I (como lhe resolvi chamar), da tal Annie Cresta, de uma Johanna Mason, do Haymitch, do Ryen e dos meus pais. Resolvo ficar a ver, está a dar os Jogos da Annie, fico triste por ela, ela devia ser muito apegada ao rapaz do Distrito dela visto que desde essa altura ficou muito mal dos miolos e ganhou apenas por sorte, eu sei que estou a soar muito cruel, mas ainda assim é a realidade. Eu não queria ter que matar alguém, mas se para conseguir voltar for necessário, assim que a altura chegar eu vou ter que sujar as mãos.

Quando começo a ver os comentários dos Jogos desligo a televisão e vou dormir para não me irritar, irrita-me como aqueles pavões com cérebro de goma gostam e vivem os Jogos, qual é a pessoa que é doente o suficiente para se divertir com o sofrimento e com a morte alheia? Qual é a pessoa que se diverte a ver a tortura de pessoas indefesas? Como esses eu só conheço uns, que são os carreiristas, mas esses são uns avariados da cabeça que em vez de terem sido educados para serem seres humanos foram educados para ser máquinas de matar moldadas pelo Capitólio. Eu vou ser sincera, eu tenho aquela atitude apenas em frente ao Harry porque eu quero que ele pense que eu sou forte, na realidade, eu estou apavorada com esta ideia toda, mas eu sei que tenho que ser forte e tenho que voltar para os meus pais, para o meu avô, para a minha melhor amiga e até mesmo para o imprestável e para o traidor do meu irmão, se bem que de todos esse é o que eu mais abomino e o que com menos me preocupo.

Acordo com a Effie naquele humor matinal a abrir as janelas e a dizer "Hoje vai ser um grande dia!", segundo a minha mãe e a Daisy este é um costume dela e é algo que eu vou ouvir, pelo menos, durante os próximos dias, mas que no entanto até sou capaz de sentir falta quando estiver na arena, e eu sinceramente acredito, eu preferia mil vezes ouvir a Effie toda bem disposta e sempre a dizer as mesmas coisas de manhã, o que é irritante especialmente pela forma como ela as diz e da forma como me resolve acordar, do que estar numa arena a lutar pela chance de viver.

Acabo por me levantar e vestir a mesma roupa de ontem, vou para o pequeno-almoço aturar o bom humor excessivo da Effie e como algumas coisas.

—Estamos a chegar ao Capitólio, vão ser encaminhados para a vossa Equipa de Preparação, o processo é doloroso, começando pelo facto de nos tirarem os pelos... - o meu pai tapa a boca da minha mãe.

—Ainda assim, eu não quero ouvir de ninguém que alguém - ele pigarreia - ameaçou espetar-lhe com um machado na cabeça ou em qualquer outra parte do corpo! E já agora, nem o machado, nem outra arma qualquer, incluindo o vosso corpo!

É, eu acho que vai ficar para a história o dia em que eu ameacei o Flavius com um machado, se ele fosse esperto, sabia que era a fingir e que tinha sido a Johanna a dar-mo, além de que ele era de plástico, mas pronto, nunca se questiona o cérebro de goma das pessoas do Capitólio!

—Olhem! - o Harry levanta-se e vai à janela acenar às pessoas, definitivamente chegamos! 

—Vai lá ter Willow, as pessoas querem ver-te, sorriso na cara! - avisa a Effie e eu lá lhe faço a vontade ainda que meio contrariada, lembra-te Willow, estas são as pessoas que te podem ajudar a sobreviver, trata-as bem ainda que te apeteça estrangula-las por tanta coisa e pirosa, o facto de te olharem como se fosses um extraterrestre e de te quererem embonecar de forma esquisita e espalhafatosa!

Assim que acabam os sorrisinhos fingidos e os acenos como quem está a dizer "É uma honra estar no Capitólio!". Nunca gostei deste lugar, desde pequena, vai contra os meus princípios e não vai de acordo à educação que os meus pais me deram, mas que segundo algumas pessoas eu esqueci.

Definitivamente, isto vai ser uma longa, longa, longa chatice!