The End Of The Peace escrita por Saffra Everdeen Mellark


Capítulo 19
Novo membro da família?!




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—Willow, antes foi brincadeira de crianças, não precisavas deles. Agora, estas pessoas passaram pelo que tu passaste, são mais experientes que tu, muitos deles continuam a treinar ilegalmente, tens que ser simpática - o meu irmão diz-me.

—Mas não percebes que eu não preciso de nenhum deles? - reviro os olhos.

—O teu irmão tem razão! Eles são amigos há anos, inclusive, nós conhecemos cada um deles e podemos dizer-te que é melhor seres amiga deles que inimiga deles - o meu pai tenta convencer-me.

—Eles não iriam hesitar em matar-me! - a minha mãe chega perto de mim e foca os nossos olhos cinzentos uns nos outros.

—Willow, tu não estás no Jogos. Não tens que viver em defesa e com medo que te vão matar a qualquer momento - ela parece preocupada.

—O Haymitch também pensava assim, olha o que lhe aconteceu... - vejo a minha a segurar as lágrimas. - Ninguém que entra naquela Arena sai dos Jogos, apenas muda de Arena. 

—Eles podem ajudar-te - o meu pai argumenta.

—Engraçado, todos os que vos ajudaram estão neste momento mortos, mortos, mortos - observo.

—Não é verdade... - eles parecem pensar em alguém. - O Gale, a Johanna, a Annie...

—A Enobaria! - a minha mãe completa.

—Exato! Todos eles estão vivos! - o meu pai conclui.

—Por favor! A Enobaria escapou impune de todas as torturas do Capitólio, nem sofreu nada! O Gale teve que juntar-se ao lado de lá para sobreviver, e com a morte dos filhos está morto por dentro! A Annie não quase nada, só vos deu apoio moral, perdeu o marido e a única razão pela qual ficou sóbria foi o filho, e mais tarde o neto! A Johanna é uma das pessoas que não compreendo como está viva após tudo o que lhe aconteceu, mas ainda assim sofreu muito por ficar do vosso lado! Até tu, pai! Tu recuperaste quase que por um milagre e se vocês estão vivos, é porque se juntaram a eles! - eles parecem chateados.

—Vê isto desta forma. Eu vou estar lá, a Daisy vai estar lá, o Finnick vai estar lá... - interrompo-o.

—Porque posso mesmo contar com ele... - digo com desprezo.

—Obrigadinha - o indesejado pronuncia-se. - Não foi isso que demonstraste lá fora.

—Podes calar-te? - o meu irmão intervém na nossa discussão.

—Deixem isso de lado, por favor! Há dois meses estavam numa Arena  a lutar até à morte e a protegerem-se! Há um mês andavam todos apaixonados! Por favor, convençam as pessoas que se amam para o vosso próprio bem e deixem de ser infantis, não está no jardim de infância! - ele altera-se e nós amochamos. - Além do mais, toda a gente sabe que quando chegasse o momento vocês proteger-se-iam a todo o custo, é o que vocês fazem!

—Vocês mantêm-se vivos - os meus pais dizem ao mesmo tempo dando as mãos, parecem rever-se em nós os dois... estranho...

—Agora, Willow, vais ter-nos aos três, vais ter a Hayley, os amigos do Finnick... vai correr bem! Conquista os restantes sendo tu própria, eles têm-te debaixo de olho. Querem poder contar contigo, aprende uma coisa. Isto é um Jogo de Vitoriosos cujo objetivo é mantermo-nos todos vivos e percebermos as dores uns dos outros utilizando o humor para ridicularizar o Capitólio - seria bastante porreiro gozar com os cérebros de goma.

—Porque o Distrito 2... - o meu irmão nem me deixa terminar.

—Não, nem os Vitoriosos do 2 gostam do regime em que vivemos - esclarece.

—Ok, tu ganhas. Eu vou fazer isso - todos parecem mais aliviados. Subo para o meu quarto e deito-me. Remexo-me na cama, mas o sono nunca mais chega. Decido ir lá abaixo beber um copo de água e quase me assusto quando alguém me agarra pela cintura. Dou-lhe um pontapé nas partes baixas.

—Autch! Isso doeu! - o Finnick sussurra.

—Mereceste-o! - digo voltando para beber.

—Não consegues dormir? - ignoro-o. - Vá lá, eu conheço-te o suficiente para perceber que há algo entre nós!

—Claro que há, um relacionamento de fachada! - eu ainda estou um pouco chateada, mas já devem ter percebido isso.

—Willow podes parar de dramatizar tanto?! A única razão pela qual estás assim é porque precisavas que eu te dissesse que te amava no dia em que o Haymitch morreu, como se nós fossemos um casal normal como os teus pais! Como se tu me amasses, mas sabes que mais? Eu não quero ser o segundo plano! Eu não tenho paciência para ser o Peeta e esperar anos até que sua excelência decida entre mim e o Gale! - percebo finalmente do que se trata.

—Então isto é tudo sobre os teus ciúmes pelo Caleb? Eu não sou a minha mãe, tu não és o Peeta, o Caleb não é o Gale e eu não tenho que escolher ninguém! Além do mais, tu nem tens o direito de ter ciúmes de mim com o Caleb, nem razões sequer! - chego mais perto dele.

—Nem razões? Tens noção de que passaste a gastar todo o teu tempo livre com ele? E agora ele beija-te? - ele chega ainda mais perto.

—Sim, ele beijou-me, mas eu não o fiz de volta! - retruco.

—Claro que não! Nem tiveste tempo! - estamos muito próximos. - Atracavas-te logo a ele!

—Não é porque o faço contigo que o faço com todos os outros! - nesse momento agarramo-nos ali mesmo, meio violentamente, mas ainda assim. Alguém nos bate à porta e pego no meu arco e flecha, armada vou atender e vejo o Caleb com a May e a Prim nos braços.

—Pronto, tinha que chegar! - diz o Finnick.

—Preciso dos teus pais e irmão cá em baixo, já! - ele parece preocupado. Peço que entre e tranco tudo. 

—Pai! Mãe! Ryen! Saiam da cama e venham cá em baixo, algo de muito mau deve ter acontecido! - eles descem a correr.

—Caleb? Que raio fazes com a May e a Prim na rua a esta hora da noite? - o meu pai pergunta.

—Sentem-se - ele pede e eles obedecem, eu faço o mesmo. - Eu estava a dormir com a Prim e a May. Ofereci-me para ficar com ela e deixar a Posy e o Casper ter algum descanso...

—Que se passou, Caleb? - pergunto após a pausa dramática dele.

—Eu acordei e as miúdas também com barulho de tiros, elas estavam muito assustadas, eu também. Esperei um pouco, quando cheguei lá fora vi que a porta de casa deles estava arrombada... - lágrimas começam a escorrer pelos nossos rostos.

—Não Caleb, isso não... - ele baixa a cabeça.

—Eles estavam mortos - ele chora e todos na sala também o fazemos.

—Porque é que eles quereriam matá-los? Eu não percebo! - choro.

—Eles não nos quiseram castigar só a nós, quiseram castigar o Gale. Pensem comigo, devem ter descoberto da nossa pequena reunião após a festa da Willow - o meu irmão tem razão.

—Eu não sei que fazer, eu não tenho condições para ficar com a Prim, por muito que quisesse... - a minha mãe mete-se.

—Nós ficamos com ela - o meu pai olha para ela chocado, mas parece concordar.

—Oh sim! Porque isso ia mesmo resultar! Eles iam apanhá-la! - o meu irmão protesta.

—Não se nós fizermos o país acreditar que ela é nossa filha - a minha mãe sugere. - Pensem, a miúda tem traços parecidos com os meus, facilmente passa por minha filha.

—Sim, porque seria uma ideia brilhante! Como é que ias explicar ao Capitólio uma gravidez que nunca ninguém reparou? Seria plenamente credível! - o meu irmão "aplaude" de pé.

—Claro que seria! Nós escondemos a gravidez de toda a gente, aliás eu apareci cada vez mais e engordei um pouquinho. Posso usar as roupas largas como uma desculpa! - o meu irmão revira os olhos.

—É bom que resulte. Vou entrar em contacto com o Caesar! - ele vai para dentro e manda toda a informação.

Agora, não sei que vai acontecer. O Caleb e a May acabaram por passar cá a noite, a menina morria de medo. A Prim dormiu num berço que guardaram meu. Eu? Não dormi. Só espero que resulte...

Continua...


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