Annabethestava sentada na loja encarando Atena conversar com a mãe da Reyna, Afrodite que tinha encontrado elas na loja para se deleitar nas compras, palavras da própria e a Reyna.

Percy entrou na loja com dois sorvetes e se sentou ao lado da loira entregando um para a menina com um sorriso amarelo.

— Entendi o porquê não gosta do festival. – Ele disse fazendo a loira rir e provar o sorvete em seguida sentindo a mistura do morango com o chocolate.

— Você ainda não viu nada, espere até elas nos fazerem experimentar. – Disse ela rindo de leve vendo-o levar o sorvete a boca e se sujar todo.

— Isso é bom, mas é muito complicado. – Ele reclamou tentando ver aonde tinha se sujado.

Annabeth não conseguiu segurar a risada e riu um pouco alto demais chamando a atenção das mulheres que olhavam os vestidos, a loira pegou um dos guardanapos que ele tinha trazido e limpou o nariz dele rindo.

— Não ri de mim eu não comia essas coisas. – Ele disse rindo, mas com um tom triste meio brincalhão.

— Tadinho dele meu Deus. – Ela falou como se estivesse com pena arrancando uma risada do dragão.

— Boba! - Ele mostrou a língua e levou o sorvete a boca.

Os dois riram e Annabeth seguiu seu movimento levando o sorvete a boca, mas também notou que as três mulheres mais velhas olhavam com um sorriso sonhador e em partes malicioso, como se visem coisas que não deviam.

— Fofos. – Reyna comentou, mas ela estava de costas como não se importasse deixando apenas as adultas olhando-os.

— Estranho. – Percy comentou e deu de ombros. – Vai na festa né?

— Não sei. – A loira mentiu, com sua mãe ali não poderia sair explanando festas aleatórias, principalmente quando tem bebida e muita coisa que ela não deixa a fada ter acesso.

— Que isso?  Você tem que ir. – Percy disse a fazendo sorrir.

— Vou ver. – Annabeth tentou encerrar o assunto, afinal sua mãe não poderia ficar sabendo e ele assentiu.

— Anne querida vai experimentar esses. – Atena interrompeu a conversa e a loira suspirou.

— To tomando sorvete. – Ela tentou, mas recebeu um olhar reprovador da mãe o que foi suficiente para entregar o sorvete para o moreno, que mal conseguia lidar com o dele.

A loira pegou os três vestidos e caminhou até o enorme provador, fechando a porta e colocando as peças com delicadeza em cima do sofá vermelho. Parou em frente ao espelho e se despiu devagar, afinal não estava com presa e colocou o primeiro dos três vestidos. Esse era de um azul marinho, muito colado no corpo da garota para o gosto dela, o decote apesar de não muito fundo fazia com que os peitos da loira, que eram bem volumosos, ficassem espremidos quase saltando para fora.

Annabeth caminhou tentando não tropeçar no vestido para fora do provador, logo viu Percy tentando não deixar o sorvete derreter, o que ele não tinha sucesso. A loira caminhou rápido até ele e pegou o seu sorvete o levando a boca.

— Está linda! - Percy comentou baixo apenas para a loira ouvir o que fez ela sorrir.

— Horrível. – Afrodite se pronunciou vendo o vestido.

— Eu gostei. – Reyna comentou analisando a peça por inteiro.

— Muito colado. – Atena disse sorrindo. – Próximo.

Anne suspirou e devolveu o sorvete para o menino e caminhou até o provador tirando essa peça e colocando outro vestido, que na opinião da loira era um típico vestido de fada, o que fazia ela não se sentir tão confortável assim com a peça, uma fada da natureza como a Reyna divaria naquele vestido, mas ela não era uma fada da natureza, ela não era fada de nada.

A garota saiu em passos lentos e com a cabeça baixa indo até o seu sorvete. Percy notou que ela não tinha ficado confortável com a roupa e antes que alguém comentasse algo ele disse.

— Próxima.

— Ok. – Afrodite disse tirando o sorriso do rosto, porque a loira tinha ficado deslumbrante na roupa.

O terceiro era vermelho, muito justo, muito cheguei para a loira e ela agradeceu por sua mãe concordar com isso. E essa foi a rotina do resto da tarde deles, tira e coloca roupas, essa e aquela loja, comida e conversa e ela tinha plena noção que ela só se divertiu, mesmo que minimamente por causa do moreno de olhos verdes mar.

— Até que não foi tão ruim. – Percy comentou enquanto todos caminhavam em direção ao carro.

— Sim. – A loira comentou pegando a sacola da mão do moreno. – Desculpe pela minha mãe, ela é ótima, mas perfeccionista.

— Quer ir na praia? – Ele perguntou e ela franziu o cenho.

— Agora? – A loira perguntou e ele deu de ombros. – Minha mãe não deixaria...

— Tia? – Percy perguntou chamando atenção das mulheres que conversavam animadas. – A Anne pode ir na praia comigo?

Atena olhou surpresa e sorriu logo em seguida.

— Desde que a deixe em casa cedo. – A mulher falou o que surpreendeu a filha.

— Claro. – Percy disse pegando a sacola novamente da mão da loira e guardando no carro das mulheres.

Annabeth correu em direção a areia com o moreno logo atrás.

— Eu sou mais rápi... – Antes que ela pudesse terminar a frase os braços do moreno envolveram sua cintura e os dois foram para o chão rolando praia abaixo.

Quando finalmente pararam a fada ria em cima do garoto que também ria, sentindo a areia molhada infiltrar por sua roupa, já que ele estava completamente em contato com o chão.

— Te peguei. – Ele disse e ela revirou os olhos rolando para o lado, saindo de cima do moreno.

— Não diga! – A loira disse sarcástica com um sorriso no rosto.

Ela se sentou na areia olhando o mar calmo a sua frente e realmente a cor era incrivelmente semelhante com a dos olhos do moreno.

— Sente saudades de casa? – A garota perguntou vendo-o se sentar ao seu lado e olhar o mar.

— Às vezes, aqui é tudo muito diferente. – Ele admitiu. – Mas foi minha escolha se mudar sabe?

— Porque decidiu vir? – A fada questionou abraçando os joelhos sentindo o vento bater contra seu corpo o que de certo modo era relaxante. – Se não for me meter demais perguntar.

— Tudo bem. – Ele deu de ombros. – Tive uns problemas na escola depois que um amigo meu cometeu suicídio e era difícil demais ficar lá e muitas pessoas falam que ele fez isso porque era fraco e porque eu era um péssimo amigo, então decidi vir para cá, afinal meu pai tem casa aqui e eu quero trabalhar na superfície, então achei que era a melhor opção.

A loira assentiu e segurou a mão do moreno que sorriu fraco para ela e voltou seu olhar para as ondas que quebravam na areia macia, as vezes fazendo que respingos batessem nos dois.

— Sempre morou aqui? – Ele perguntou e a loira assentiu.

— Nascida e criada.

— Legal.

— Mais o menos, queria conhecer mais do mundo, entende?

— Entendo, conhecer pessoas novas, novas emoções, experiências, aventuras. – Ele disse suspirando. – Temos tempo.

— Na verdade não muito.

— Pretende ir direto para a faculdade depois da escola? – Ele questionou deitando na areia e eu assenti.

— Pretendo, é o que costuma se fazer aqui. – Disse a fada e ele deu de ombros.

— Porque você não pode ser diferente? – O moreno perguntou fechando os olhos. – Não é porque os outros fazem, ou esperam que você faça que seja obrigada a fazer.

— Sei que não, mas...

— Faça o que quiser fazer. – Ele disse finalizando o assunto.

A loira deitou na areia e ficou olhando o céu começar a ganhar o tom alaranjado do sol partindo, havia algumas nuvens, mas mesmo assim tinha sido um dia claro, limpo.