— Como se mantem assim? Sabe você não produz melanina...- Percy comentou pegando uma mecha do cabelo castanho da zombie à sua frente.

— Vejo que temos um fã de zombies? – Meredith disse apoiada na parede enquanto o garoto de olhos verdes mar enrolava uma mecha do cabelo no dedo.

— Eu sei alguma coisa. – Ele admitiu. – Estudei em um trabalho e acabei me interessando pela ciência, tenho que admitir que biologia me interessa bastante.

— Tem várias maneiras de aprender biologia, uma delas é da forma prática. – Meredith disse sorrindo fazendo o garoto rir de leve.

Ele tinha que admitir que a morena era bonita, ela tinha olhos azuis quase brancos, seu corpo era perfeito o que ele tinha escutado que era bem raro de acontecer, mas talvez a ideia de ficar com uma zombie fosse algo que ele não imaginasse para ele.

— Podemos resumir em bronzeamento artificial e pintura de cabelo semanais. – A garota disse puxando o moreno mais para perto discretamente.

— Posso fazer uma pergunta? – Ele questionou

— Como eu morri? – Ela perguntou e ele assentiu. – Me envolvi em uma briga para ajudar a minha prima e acabei com a garganta cortada.

— Uau. – Ele comentou surpreso. – Não deveria ter dito uau, desculpe.

— Tudo bem. – Ela disse rindo de leve.

Um pouco mais longe dali.

— Parece que a Meredith já está de olho em um novo alvo. – Piper comentou se sentando ao lado da Thalia e olhando o que Annabeth rabiscava em seu caderno.

— Quando ela não tem um alvo? – Anne perguntou colocando o lápis na boca e abrindo o estojo.

— Trabalho? - A unicórnio perguntou e a fada revirou os olhos.

— Reyna me barrou e disse que tinha que ter uma noção básica do que eu queria e ordenou que eu fizesse um esboço do vestido. – A loira explicou olhando o desenho. – Até que é legal.

— Que bom que tá gostando de algo do festival. – Piper comentou e olhou para a vampira que tinha os olhos vidrados no Percy e na Meredith.

— O que foi Thalia? – Perguntou a unicórnio chamando atenção da morena. – Tá calada a um tempão.

— Sei lá, a Meredith não parece tá fazendo mais um dos joguinhos dela. – A vampira explicou. – Ela tá nervosa.

— Como sabe disso? – Annabeth perguntou tirando os olhos do desenho e olhando para trás, já que estava de costas para o casal. – Sabe ela está morta, não é como se pudesse simplesmente ouvir os batimentos cardíacos dela.

— Sei lá! - Thalia admitiu. – Só sei.

— Ok-  Annabeth deu de ombros, a loira não estava com cabeça para pensar em coisas fúteis como se a Meredith estava nervosa ou não falando com o Percy. – Como foram na prova de latim?

— Acho que bem, sabe escrever um texto sobre delinquência juvenil não é tão difícil. – Piper comentou. – O meu eu comecei assim: Actuellement la société de l'enfant...

— Piper isso é francês não latim. – Thalia cortou a garota levando sua garrafinha a boca.

— É talvez eu não tenha ido tão bem. – Piper disse abaixando a cabeça. – Não posso ficar em latim de novo, aquela professora é uma vac...

— É homem Piper. – Annabeth cortou a menina que a olhou pasma.

— Tá de sacanagem? – A unicórnio perguntou pasma. – Não é possível.

— Sim Piper, é o senhor Miralwers. – Thalia disse olhando para a morena que estava boquiaberta.

— Acho que agora sei porque ele não gosta de mim. – A menina disse triste, afinal a sua confusão era super plausível, ele tinha seios, como era um homem?

— Em compensação ele ama a Thalia. – Annabeth disse fazendo a vampira revirar os olhos.

— Ele ama meu avô, não a mim, eu só sei aproveitar isso. – A garota disse sorrindo.

Uma mão envolveu a cintura da menina a puxando do banco e a colocando em pé.

— O que foi Nico? - A morena perguntou se virando e abraçando o menino que riu.

— Podemos conversar? – Ele perguntou no ouvido da morena que assentiu e pegou sua garrafinha.

— Vejo as duas no ginásio. – Thalia disse sorrindo e seguiu abraçada com o garoto corredor a fora. – Como conseguiu driblar sua namorada?

— Estou fazendo isso desde ontem, porque basicamente estou surtando. – Nico disse e a vampira franziu o cenho entrando no laboratório de química, ninguém usava o do primeiro andar o que fazia com que muitos alunos fossem para ali matar aula, se pegar entre outras coisas.

— Porque está surtando lobinho fedorento? – Ela perguntou coçando o nariz, mesmo que o cheiro do garoto não estivesse realmente incomodando ela.

— Porque na festa ela ficou puta, porque eu enrolei ela dizendo que estaria cansado da caçada e não iria e talz...

— E você foi comigo. – A morena completou e ele assentiu.

— Exatamente, a Lilith só não surtou realmente porque ela preza demais a aparência dela para isso, mas depois que ela apanhou da Silena eu fui ajudá-la a limpar o machucado, sabe coisa de namorado e  ela meio que forçou eu dizer eu te amo para ela. – Nico disse tenso e Thalia deu de ombros.

— Você é namorado dela a um ano e meio, acho que estava na hora.- Ela comentou se sentando na mesa do professor.

— Talvez, mas sei lá eu me sinto mentindo. – O moreno disse se apoiando em uma mesa ficando de frente para a garota.

— Não ama ela? – Thalia perguntou surpresa.

— Sei lá! Acho que não! – Ele disse confuso. – Está entendendo porque estou surtando.

— Mas não é como se você nunca tivesse dito isso antes. – Thalia disse balançando as pernas.

— Mas todo mundo sabe quando é verdade ou não, sabe na cama depois do sexo, não tem o mesmo valor do que falar olhando nos olhos da pessoa, assim como simplesmente dizer em uma brincadeira ou por mensagem, eu falei olhando nos olhos dela. – Nico disse lembrando da mãe falando aquelas palavras enquanto dava os últimos suspiros.

— Nico eu sei o quanto essas palavras são especiais para você, mas o mundo não vai acabar por isso, por exemplo você já disse que me amava. – A garota disse tentando fazer o moreno perceber que poderia ser algo simples.

— Mas eu te amo princesa das trevas, como amiga, mas todos nós sabemos que o que eu disse para a Lilith não teve esse sentido. – Nico disse suspirando e jogando a cabeça para trás.

— Sei lá acho que ela não deveria ter forçado você falar isso, é meio que culpa dela. – A vampira disse pulando da mesa e caminhando até o moreno abraçando sua cintura.

— Eu meio que entendo, ela já disse isso para mim antes, querer que eu fale faz parte eu acho. – Ele comentou e ela riu.

— Eu lembro, você surtou igualzinho agora e ficou tudo bem no final, afinal ainda está namorando ela. – A garota disse dando um selinho no peitoral do garoto. – Relaxa, tenta não pensar nisso, vai dar tudo certo.

— Mas pensa, eu já disse uma vez e se quando ela falar eu te amo eu tiver que responder? – Nico perguntou nervoso. – Sabe não quero iludir ela nem nada, ela é meio do mal, mas ainda é uma boa pessoa.

— Nem acredito que disse isso da sua namorada. – Thalia comentou. – Sabe você deveria achar ela perfeita...

— Não acho, sei que ela não é perfeita, muito menos para mim, sei lá dá certo e sei que se ela não tivesse colocado tanta pressão para namorarmos isso não teria acontecido. – Disse ele respirando fundo e limpando o canto da boca da garota.

— Então tecnicamente vocês já se iludem né? – A morena perguntou se apoiando na mesa do professor.

— Sei lá! – Ele disse com os olhos fixos nos da morena. – Acho que é mais comodidade do que ilusão, porque sou bem realista do que sinto por ela só não costumo dizer isso em voz alta. – Nico comentou abaixando a cabeça. – Mas também sei que ela não mente quando diz que me ama.