Pov's Punzi

Depois que voltei para o meu quarto,tentei dormir,mas não parava de rolar na cama,pois não conseguia parar de pensar no que Gothel disse.

"Você não está nem aguentando mais a vida de princesa!"

Abri meus olhos para encarar o teto.

Não.Não era verdade.Ou era?

Me sentei na cama e levei as mãos ao rosto.

Meu Deus!Eu preciso dormir!Saí da minha cabeça sua bruxa!

Arregalei os olhos e retirei as mãos do rosto quando tive uma idéia.

O diário!

Me virei,levantando o travesseiro e pegando o diário,colocando-o no colo.

Abri o diário,coloquei na página certa e comecei a escrever:

"Querido diário,
Kristen e Renata me humilharam em público!O mundo inteiro viu o mico que passei!Nossa,que vergonha!
Eu não queria sair do quarto!Nem meus pais,nem Julie conseguiram me animar!
Apenas uma pessoa conseguiu:Flynn.
Eu não imaginei,que eu fosse criar um vínculo de amizade com o cara que tentou roubar minha coroa kkkk.Hilário!
Mas outra coisa ruim aconteceu:Gothel veio me ver.
Ela disse coisas horríveis pra mim,que abalaram meu auto estima,mas eu não posso permitir!Eu sou uma boa princesa e serei uma ótima rainha!
Ass:Punzi."

Sorri satisfeita,enquanto fechava o diário e o colocava debaixo do travesseiro.

Me deitei novamente e fechei os olhos,aliviada pelo sono estar me consumindo.

(...)

No dia seguinte...

Dei leves batidas na porta do escritório.

—Entre—ouvi a voz de papai.

Abri apenas um pouquinho da porta e coloquei a cabeça pra dentro.

—Oi pai!-sorri animada-Posso falar com o senhor?

—Pode...-respondeu desconfiado e com a testa franzida-Resolveu sair do quarto,foi?

Adentrei a sala e fechei a porta atrás de mim.

—Sim.Bom,eu estava pensando...-comentei me aproximando-Como o povo já gosta de mim,eu já tenho 18 anos e sei todas as etiquetas...seria bom,para intimidar as irmãs Hale,eu já começando a aprender os ofícios de rainha.

Ele se pôs de imediatamente.

—É SÉRIO FILHA!?!-berrou empolgado.

Ri da sua animação.

—Sim-afirmei.

—Ótimo!Vamos começar agora mesmo!-declarou já se afastando e saindo do escritório.

—Agora?-perguntei levantando as sobrancelhas surpresa.

(...)

O carro estacionou e eu saí com papai do veículo,vendo que estávamos no porto de Corona.Havia um navio enorme e vários homens trazendo cargas.

—Uma das coisas que um governante faz,é administrar os negócios do reino-declarou papai se afastando,mas eu o segui-Exportar ou importar especiarias,produtos naturais,tecidos e várias outras coisas.

—Parece chato-comentei fazendo uma careta.

—Você se acostuma-riu pegando uma prancheta da mão de um homem e então assinou,entregando-a de volta-Vamos,tem muito o que ver ainda.

(...)

Na sala de reuniões...

Meu pai eterno!Só tinha homem no conselho real e era tudo velho!Eu era a única mulher e jovem na sala!

—Bom,já que a princesa,optou por participar da reunião,acho que já podemos discutir aquele assunto-alertou um dos homens.

—Agora não Jim,é a primeira reunião dela-repreendeu papai.

Franzi a testa confusa.

—Mas que assunto?-questionei vendo eles se entreolharem-Podem dizer.Não sou nenhuma criança.

—Casamento,Vossa Alteza-respondeu outro homem.

Arregalei os olhos chocada.

—Como assim,pai?-murmurei assustada encarando papai-O senhor disse que o rei é o poder maior e que o conselho não manda nele!

—O conselho real,serve justamente para "aconselhar" o rei,Rapunzel-explicou ele-Eles só querem o melhor para você.

—E o que é o melhor pra mim?-rebati aborrecida,mas com elegância.Andrea disse que eu podia me aborrecer,mas não me irar-Casar com um estranho e ser infeliz?

—Vossa Alteza...-começou Jim me fazendo encará-lo-Uma princesa não deve pensar só em si mesma,mas também em seu povo.Já que vai se tornar rainha em breve,o povo vai lhe cobrar um companheiro.E que tipo de rei você quer dar à eles?Um plebeu?Um pobre miserável que não tem onde cair morto?

—Quando eu me casar,será com alguém de bom caráter,que ame tanto à mim quanto o meu povo-afirmei o encarando dura,o que ele fez engolir o seco-Eu cresci sem preconceitos com os outros e só porque me tornei princesa,não é agora que vou mudar meu pensamento.Pense bem com quem está falando.Claro que penso no meu povo,mas eles também tem que entender,que eu sou uma pessoa que tem direito de ser feliz também.

Me levantei.

—Com licença-pedi me retirando da sala.

(...)

—Gostei da sua resposta filha-sorriu papai orgulhoso,enquanto caminhávamos pelo o corredor-Agiu verdadeiramente como uma futura rainha.

—Obrigada-sorri-Quanto ao meu futuro marido,não quero pensar nisso por enquanto.

—Concordo-riu.

Me assustei quando um guarda veio correndo em nossa direção.

—Vossa Majestade,encontramos o ladrão da coroa,disfarçado entre os criados-declarou ofegante,me fazendo arregalar os olhos assustada.

—Como ele conseguiu escapar e arranjar roupas de criado!?!-exclamou meu pai furioso e incrédulo-Droga!Fiquei com a cabeça tão cheia esses dias que esqueci desse desgraçado!Me leve até ele!

—Sim Majestade-assentiu o guarda.

O guarda e meu pai se afastaram e eu fiquei paralisada no meio do corredor.

Flynn...Ah meu Deus!

Despertei do transe e corri pelo o corredor,para a alcançar meu pai e o guarda.

(...)

Adentramos a sala e vimos Flynn,sendo segurado por mais dois guardas.Nossos olhos se encontraram e eu engoli o seco,ao ver o pedido de socorro em seu olhar.

—Ora,ora...achou mesmo que podia nos enganar,né?-comentou papai irônico.

—Não!-neguei me metendo na frente de Flynn.

—O que pensa que está fazendo,Rapunzel!?!-exclamou meu pai arregalando os olhos incrédulo.

—Não pode condená-lo!Ele não tem culpa!-afirmei.

—Como assim não tem culpa?Ele tentou roubar sua coroa!-lembrou irritado.

—É só uma coroa!Poderia fazer muitas dessas pra mim,que eu não ia ligar!É só uma jóia,pai!-rebati,fazendo-o arregalar os olhos-Flynn estava com fome,estava sem onde morar e achou que a coroa resolveria seus problemas!Ele estava desesperado!

Meu pai cruzou os braços indiferente e me analisou.

—Pois bem...se acha que ele não tem culpa,qual a sua sentença?-questionou me fazendo arregalar os olhos-O que foi?Não queria aprender a ser rainha?Então aja como uma.Qual.é.a.sua.sentença?

Encarei firmemente meu pai por uns segundos antes de desviar o olhar para Flynn,que estava angustiado,esperando minha resposta.

Voltei à olhar para meu pai.

—Eu já passei pelo o que Flynn passou-afirmei-Então,pelo o poder de princesa concedido à mim,ele terá os mesmos direitos que eu:Será da realeza.

—O QUE!?!-berraram meu pai e Flynn ao mesmo tempo,chocados com minha declaração.

Mas era verdade.Uma vez,Gothel foi despedida de seu emprego e eu tinha 7 anos de idade.Fomos expulsas do apartamento e passamos a morar na rua,com frio e fome.Uns 5 meses depois,nossa vida melhorou,até o dia em que havia achado a caixa que mudou a minha vida.

—Você...já passou fome,Rapunzel?-gaguejou Flynn chocado.

Assenti trêmula,enquanto uma lágrima escorria pelo o meu rosto.

—Roubei uma vez,como você-confessei ouvindo ele soltar um som de espanto.

—Filha...eu...-disse meu pai constrangido.

Me virei para os guardas.

—Soltem ele-ordenei vendo eles me obedecerem-De agora em diante,dirijam-se à ele como:Duque Ryder.Ele é da realeza tanto quanto eu.Levem ele para um dos quartos.

Flynn saiu da sala com os guardas.

Encarei meu pai.

—Você ainda tem muito o que aprender sobre o que eu passei fora dos muros desse castelo-alertei melancólica.

Enxuguei a lágrima que havia escorrido e saí calmamente da sala.