Mudança de Planos escrita por Honeyzinho


Capítulo 18
Capítulo XVIII • Dilema


Notas iniciais do capítulo

OLHA QUEM VOLTOU.

Não demorei tanto assim, né?

Agradeço imensamente pelos comentários que recebi no capítulo passado. Vou responder tudo agora mesmo!

Sem mais delongas, tenham uma excelente leitura! ♥



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Entre visitações, muletas e refeições em conjunto, a viagem para Washington tinha sido, no mínimo, dramática demais.

A verdade é que  e sem querer soar pessimista, mas falhando miseravelmente  no momento em que descobri que dividiria o quarto com as amigas de Sam, eu soube que só por um milagre as coisas poderiam dar certo para mim.

O milagre, no entanto, não veio.

Rob estava bipolar. Uma hora ficava longe, depois ficava perto. Uma hora queria conversar, depois simplesmente me deixava de lado pra ficar com seus amigos por pura e real vergonha de mim - e não estou nem aí se ele negou até a morte!

Eu não conseguia acreditar.

Quero dizer, qual era o problema de ele se sentar comigo uma única vez? Seus amigos não morreriam em sua ausência. Ninguém morreria, aliás. Então, por mais que ele escrevesse um best-seller com suas justificativas mais brilhantes, nenhuma delas conseguiria me convencer do contrário.

No fim das contas, e por mais que eu odeie ter que admitir, fiquei mal pra caramba diante do fato de ele estar com vergonha de ser visto ao meu lado.

Por isso, escolhi deixá-lo de lado, e eu sei que ele percebeu. Era para perceber mesmo. Me sentia deslocada, jogada pra escanteio, e queria vê-lo sentir pelo menos uma fraçãozinha disso. Ficar perto de Fred ajudou, porque além de ser uma boa companhia para mim, a todo instante eu via Rob fazer sucessivas caretas de descontento por nos ver juntos.

Podia até ser dor de barriga, mas me convenci de que ele estava com ciúmes.

E é, pensar nisso até que amaciou o meu ego.

Por mais mesquinho que isso seja.

...

As horas foram passando, e meu humor só começou a mudar com a visita à Universidade de Washington, que tinha sido excepcionalmente revigorante. Comecei a imaginar as possibilidades, as portas que o curso de Gastronomia abriria para mim, e fiquei realmente empolgada.

Quando passamos pelo bloco de Administração, vi os olhinhos de Rob brilharem ao ouvir todas as explicações a respeito do curso, e isso também aqueceu meu coração – embora eu ainda não o tivesse perdoado.

Então assim que retornamos às nossas acomodações, e justamente por me sentir melhor, decidi que queria sim dar uma voltinha pelos arredores, para refletir sobre a vida e observar alguns prédios altos.

Também queria visitar um restaurante à la carte e comer algo diferente da comida do hotel. Frederick super topou a ideia quando comentei com ele, então nos arrumamos rapidamente e saímos bem antes do restante da turma.

Googlamos e encontramos algumas indicações interessantes de restaurantes próximos de onde estávamos hospedados. Acabamos optando por um que servia delícias italianas, com direito a muita massa e molhos tradicionais da região da Sicília.

A experiência gastronômica foi excelente. A companhia de Fred era mansa, e boa, embora eu sentisse nele segundas intenções com relação a nós - e isso me incomodou um pouco, porque eu não conseguia parar de pensar em outra pessoa, por mais idiota que conseguisse ser de vez em quando.

De todo modo, o passeio valeu a pena, e assim que terminamos nossa refeição, resolvemos caminhar pelo quarteirão antes de seguirmos juntos retornando aos nossos quartos.

— Hoje foi bem legal, né? – Fred falou, com as mãos nos bolsos e um sorrisinho escondido no rosto, me olhando pelo canto dos olhos.

— Foi sim, me diverti bastante. E aquele molho da casa com berinjelas e manjericão estava extraordinário – tomei nota. Na minha opinião, investir em produção artesanal é o ponto alto de qualquer restaurante que se preze. E, por isso, sempre que tinha oportunidade de experimentar algo assim tão especial, eu o fazia com o maior prazer.

— Pena que já estamos quase indo embora.

— Sim, o mundo real nos aguarda – lamentei.

— Mas a gente pode combinar de sair mais vezes. O que você acha? - ele perguntou depois de um tempo em silêncio.

Por um instante pensei em concordar. Mas depois, e após analisar a sugestão de Fred, eu sabia que ele não estava falando sobre encontros amistosos – e Müller mexia demais comigo pra eu começar a pensar em viver aventuras românticas ao lado de Frederick Anderson, mesmo quando eu estava decidida a deixá-lo pra escanteio como ele havia feito comigo.

Quando minha vida tinha se tornado esse dilema sem fim?

— Ah sim, claro. Vamos marcar – respondi evasiva, e mais por educação do que por qualquer outra coisa. Não queria tratá-lo com indiferença, nem distanciá-lo, mas também não podia fingir que não sentia nada pelo babaca do capitão.

...

Chegamos um pouco mais tarde do que pretendíamos - e deveríamos. Por sorte, os professores pareceram não perceber.

Meio que acabamos nos distraindo admirando vitrines, e depois resolvemos experimentar bombas de chocolate numa confeitaria bem próxima ao hotel, o que nos tomou mais alguns longos minutos de apreciação gastronômica e conversas a respeito da vida.

Já no corredor das acomodações, me despedi de Fred quando passamos primeiro pelo seu quarto. Sozinha, segui pelo corredor até chegar ao meu. Inconscientemente, me peguei pensando se o dia seguinte seria melhor, ou se Robert e eu continuaríamos naquele impasse.

No entanto, e assim que cheguei à acomodação, meus devaneios viraram fumaça ao perceber que a porta estava entreaberta, e lá dentro alguém sussurrava alguma coisa. Meu instinto imediatamente me preparou para o pior, e por isso decidi não entrar logo de cara.

— Aquela idiota vai entender quem é que manda aqui - ouvi uma voz robotizada dizer, como quando estamos numa chamada no Viva Voz. 

— Mas Sam, e se ela acordar? - outra garota falou, e essa estava no quarto. Era Vanessa, com toda certeza. O que elas estão tramando?, pensei.

— Se vocês duas fizerem o que estou falando, ela não vai acordar. Só façam um estrago naquele cabelo horroroso, e pronto!

— Certo, Samantha. Entendemos! A Dallas vai aparecer de visual novo amanhã - dessa vez foi Trish quem abriu a boca pra falar, e logo em seguida terminaram a ligação. 

Se meus cálculos estavam certos, elas tramavam fazer alguma brincadeira de mau gosto comigo. Provavelmente, picotariam meu cabelo enquanto eu dormisse, e não achei a ideia lá muito atraente. Por isso, e assim que elas pareceram mudar de assunto, entrei no quarto fingindo não saber de nada, peguei minha escova de dente e meus analgésicos sem que elas percebessem, e não demorei pra deixar o ninho de cobras.

Não fazia ideia de onde passaria a noite, mas definitivamente não seria ali.

Mancando pra lá e pra cá, até pensei em ir ao quarto do capitão, assim como quem não quer nada, para pedir ajuda. No entanto, me lembrei que ele estava acomodado com seus amigos que conseguiam ser tão ruins quanto ele, e eu não estava a fim de ser esnobada mais uma vez.

Então caminhei mais um pouco, até uma luz se acender sobre a minha cabeça. Honestamente, eu sabia que estava abusando. Talvez até mesmo iludindo. Porém, a quem mais eu recorreria a não ser Frederick Anderson?

Não quis bater à porta para não acordar seus colegas de quarto caso já estivessem dormindo. Então, saquei o celular do bolso e mandei uma mensagem para o moreno, na esperança de que ele estivesse acordado.

Sophie:

Acho que as minhas colegas de quarto estão tramando algo.

Pfvr, me ajude. Estou aqui fora.

[23:12]

Fred A

o.ó?

[23:16]

Considerando que ele não estivesse levando muita fé no que dissera, pretendia mesmo enviar outro recado, sendo mais específica sobre o que eu havia ouvido e tudo o mais, mas acabei sendo interrompida quando ele resolveu abrir a porta do seu quarto, parecendo confuso – e incrédulo.

— Por favor, me deixa ficar – implorei mais uma vez. Ele tornou a olhar para dentro, como se conferisse algo, e depois fez um sinal para que eu não perdesse mais tempo ali fora.

Me esgueirando pela porta e segurando as muletas com uma só mão, quiquei para dentro da acomodação dos garotos. Era errado, e claramente colocava Fred numa posição difícil diante às regras do colégio, mas precisava arriscar ou acabaria dormindo no saguão.

Na pior das hipóteses, eu com certeza daria um jeito de convencer os professores de que a culpa era minha e de mais ninguém.

O quarto estava escuro, e como previa seus colegas de quarto já dormiam, tendo seus roncos cansados para confirmar.

— Sophie, vou me ajeitar no chão. Você fica com a cama, combinado? - Fred sussurrou para mim.

Pretendia mesmo contestar, mas diante da possibilidade de acordar os garotos, preferi apenas concordar com a gentileza dele, sussurrando de volta um agradecimento tímido.

Fui ao banheiro pra escovar os dentes e cuidar da minha higiene pessoal, tomei meus medicamentos da noite, e sem demora já estava na cama. Frederick também já tinha se acomodado na sua cama improvisada, feita com um edredom e seu travesseiro.

— Obrigada de novo, Fred - falei baixinho, e ele sorriu na penumbra, tocando minha mão num gesto carinhoso, mas um pouco mais íntimo do que estava acostumada quando o assunto era a nossa amizade.

— Amanhã você me conta o que houve... se quiser.

Assenti, e nem percebi quando peguei no sono.

Acordei com Fred me cutucando, falando que era melhor deixarmos a acomodação antes que seus colegas me vissem. De fato fazia todo sentido. Por isso, e com cuidado para não fazer muito barulho, fui cuidar da minha higiene pessoal e não demorou para estarmos no corredor.

Agradeci imensamente pela bondade e disposição, e já ia saindo, pretendendo voltar ao meu quarto com a certeza de que àquela hora do dia as garotas não fariam nada do que Samantha havia ordenado.

— Te vejo daqui a pouco! – falei por último, me despedindo de Fred, e virando para ir embora.

E era isso. Eu estava tranquila, sem remoer a angústia com relação a Robert, despreocupada no que dizia respeito às garotas, e feliz por poder contar com a amizade do Anderson.

Achei que pelo menos aquele finzinho de viagem seria comum, e digno do que uma excursão escolar deve ser.

Mas então eu senti sua mão tocar meu pulso, e com um solavanco em me virei, e logo seus lábios colaram nos meus – totalmente perdidos e imóveis – e meu mundo voltou a dar uma pirueta, me deixando completamente desconcertada.

Solteira, desimpedida e muito nova, apesar da minha cabecinha de idosa. No entanto, e apesar de todas essas constatações, eu me senti culpada por estar ali, sendo beijada por um cara bonito, inteligente, mas que não fazia meu coração descompassar.

E, inevitavelmente, eu também pensei nele.

Robert Müller.

Só de ouvir esse nome, meu corpo arrepiava. Só de saber o que, por acaso, ele fazia ou deixava de fazer, eu me sentia extasiada. E até quando enfrentávamos um estranhamento como o do dia anterior, era difícil simplesmente esquecê-lo.

E foi então, nesses milésimos de segundos, enquanto eu pensava nele, que ouvi sua voz chamando pelo meu nome. De imediato, pensei que fosse coisa da minha imaginação. Mas assim que me desvencilhei de Frederick eu o vi, e a forma como ele nos encarava acabou comigo.

— R-Rob... – falei me recuperando do susto e caminhando em sua direção.

Antes que eu pudesse alcançá-lo, o capitão deu meia volta, se escondendo em seu quarto sem dizer nenhuma palavra. Chamei mais algumas vezes, porém não obtive resposta, e com medo de acordar todo o andar, virei-me uma última vez para Fred, que carregava a culpa nos olhos, e me despedi sem jeito.

— Eu preciso ir – falei, e então saí correndo da forma como consegui. De longe, pude ouvi-lo gritar um pedido de desculpas, e eu apenas tentei me controlar emocionalmente para não ficar com raiva dele por ter ido longe demais. Eu sabia que o Anderson era um cara legal, e provavelmente só tinha confundido um pouco as coisas entre nós.

De todo modo, e apesar da força surreal que fiz para pensar positivo, meu coração pulava como louco dentro de mim, e eu sabia que precisaria conversar com Robert mais cedo ou mais tarde se de fato eu fizesse questão de que ele soubesse da verdade por trás daquele beijo.

Quero dizer, eu sei que não tínhamos nada sério.

E até então estávamos brigados, porque ele tinha feito algo que não gostei. Mas depois de vê-lo correr para dentro de seu quarto, com aquela expressão em seu rosto bonito, ficou difícil continuar pensando que não devia nada a ele.

Finalmente parei de correr, ficando cara a cara com a porta da acomodação 201. Respirei fundo uma última vez, tentando não tremer tanto assim.

— Será que.. ele também gosta de mim? — eu me questionei em pensamento, e só então entrei, encontrando as garotas ainda adormecidas.

De certo modo, fiquei com inveja daquela cena. Isso, porque tínhamos mais uma visita antes de voltarmos para Dimsdalle. No entanto, e mesmo querendo muito, eu não conseguiria pregar os olhos para descansar e me preparar para ela.

Ainda pensava em como abordar o Müller e explicar a minha versão da história.

Ainda pensava em tantas coisas.

Por isso, acabei optando por ir me arrumar de uma vez, e esperar que os professores começassem a reunir todos para o café da manhã.

...

Pagar com a própria moeda é um inferno. Eu não sabia disso até receber o troco pelo gelo que dei em Robert no dia anterior. Quero dizer, não que eu me arrependa disso – ele mereceu e muito!

Mas não posso negar que foi terrível tentar me aproximar dele durante a visita à Universidade Gallaudet e receber apenas um olhar severo, profundamente irritado e completamente distante.

E nada disso mudou até retornarmos a Dimsdalle. O caminho de volta foi maçante, ainda pior que a nossa ida. Fred não se sentou ao meu lado, aparentemente sem jeito depois do auê do corredor. O Müller, por sua vez, foi no outro ônibus, o que só me deixou ainda mais chateada e aflita.

Eu realmente queria esclarecer as coisas. Não havia beijado Frederick, não estava afim dele. Eu só estava lá e sofri as consequências do sentimento alheio. E meu coração batia mais rápido só de considerar a hipótese de nunca mais voltar a beijar Robert por conta disso.

Ah, que inferno – pensei, encostando a cabeça na janela do ônibus, torcendo para dormir logo. Eu só queria parar de pensar naqueles olhos azuis.

Eu só queria chegar em casa.

...

Chegamos no domingo bem cedo, recebidos por um tempo nublado.

Müller estava com olheiras profundas, e pareceu incerto quando me viu descer do ônibus, equilibrando as muletas enquanto pegava minha mochila para ir embora. No entanto, e no minuto em que minha mãe apareceu para me buscar, ele se virou e foi encontrar com seu pai sem falar nada.

Já no conforto da minha casa, e como não consegui descansar durante a viagem, acabei dormindo até a hora do almoço – o que foi bom para preencher as horas daquele dia que, definitivamente, estava sendo longo demais.

No entanto, e quando acordei, nem mesmo assistir aos meus seriados prediletos estava funcionando para me manter distraída. Eu ficava revendo a cena do corredor sucessivas vezes, como naquele episódio de Black Mirror.

E era terrível.

Meu estômago doía de ansiedade e nervosismo, e eu só não conseguia entender: desde quando eu me importava tanto assim com ele e com o que ele poderia pensar a meu respeito?

Tudo bem, Rob era bonito. E gentil. E já havia me ajudado algumas vezes.

E eu gostava dele.

E a gente se beijou, e de fato pareceu algo mais.

Mas nós nunca havíamos conversado a respeito disso para eu ficar me sentindo como uma boba apaixonada.

Então sim, eu estava apavorada, e não conseguia manter o foco em nenhuma fala da protagonista, que finalmente havia se transformado em vampira para a alegria da nação.

— Chega disso, chega – falei pra mim mesma, desliguei a TV e segui até meu quarto, onde me vesti com peças confortáveis.

Despedindo da minha mãe, e sem tempo para ouvir sua resposta, fui dar uma volta no quarteirão. Não era a melhor ideia, já que ainda usava as muletas - tendo, portanto, que quicar de lá pra cá, mesmo que meu tornozelo não doesse como antes. Mas, não sei, eu só imaginei que isso me ajudaria a pensar menos em Rob e em como eu o abordaria na segunda-feira.

Se é que teria cara e coragem para isso.

Infelizmente, e para completar a minha cota de azar do fim de semana, não consegui concluir nem vinte minutinhos de caminhada. O tempo começou a fechar ainda mais e de uma hora para a outra, e quando as primeiras gotinhas começaram a cair, acabei voltando pra casa com pulinhos apressados.

Chegando, não perdi tempo e me enfiei de baixo do chuveiro. Assim que terminei de me vestir propriamente, desci para fazer um chocolate quente e aproveitar o som da chuva. No meio do processo, contudo, ouvi batidas desesperadas à porta e tomei um susto, derrubando um pouco de leite na bancada.

Quem, em sã consciência, estaria lá fora com uma tempestade rolando?

Hesitante, larguei minha caneca de lado e fui pulando até a entrada. Distraída e absorta em meus pensamentos melodramáticos, acabei esquecendo de conferir o bendito olho mágico. Por isso, não pude evitar a cara de susto ao ver Robert Müller ensopado e ofegante do lado de fora da minha casa, enquanto raios e mais raios caíam, confirmando que aquela aguaceira não daria trégua tão cedo.

— O-o que faz aqui? – consegui perguntar.

— So-Sophie – gaguejou, tentando recuperar o fôlego. Para um capitão da equipe de Natação do colégio, ele estava cansado demais, e isso era estranho – Eu preciso falar...

— Falar o quê?! – perguntei ao mesmo tempo em que me liguei de que a chuva estava molhando a gente, mesmo havendo uma pequena varanda coberta frente à porta – Entra, Rob. Está chovendo.

Ele passou por mim, dando passos suficientes para que eu apenas conseguisse fechar a porta, e sem perder mais tempo, prosseguiu.

— Aquele bloco de Gastronomia... ele está a sua altura, Sophie. Eles... Eles vão ter tanta sorte por te ter lá — ele disse enquanto tentava controlar a sua respiração. Não entendi muito bem o porquê de tanto drama para dizer isso, mas ainda assim ele estava ali, então aquilo devia significar alguma coisa.

Eu só não havia entendido o quê.

— Você.. veio aqui para.. me dizer isso? - questionei perdida, embora sentisse a euforia crescer dentro de mim à medida em que a ficha caía.

Ele não estava mais me ignorando.

Ele estava na minha cas...

— Eu te amo – ele falou de uma só vez, interrompendo meus pensamentos. Foi um choque e tanto, e eu mal tive tempo para raciocinar quando ele continuou – Me desculpa, eu fiz merda. Eu deixei você sozinha. Mas eu pensei... eu pensei que seria o certo..

— Rob, calma. Ainda estou processando – admiti. Meu coração parecia pronto para sair pela minha garganta. Müller estava mesmo se confessando pra mim?

Dizendo que me amava?

Então ele caminhou mais um pouco, segurou meu rosto entre suas mãos grandes e molhadas de chuva, fazendo-me encará-lo enquanto ele me olhava de volta, ofegante.

Não era cansaço, afinal. Ele estava trêmulo.

Nervoso. Ansioso.

E tão de pertinho, vi que aquele hematoma ainda estava ali, em processo de cura. Porém, não tive tempo para continuar reparando nisso. Seus olhos azuis começaram a me fitar de um jeito como nunca antes, e foi impossível ignorar como isso fez eu me sentir.

E então, com meu coração sambando dentro de mim, finalmente ele repetiu mais uma vez o que já havia dito há poucos segundos – mas pausadamente, para garantir que eu entendesse dessa vez.

— Eu. Te. Amo.

 

 


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?

Admito que estou postando esse capítulo na ansiedade, e talvez tenham errinhos que deixei passar. De todo modo, vou revisar MDP assim que eu concluir - o que não vai demorar.

E eu não sei se pensar nisso me deixa feliz ou triste :(: rçrçrçrç

Enfim, volto em breve.

Não deixem de comentar, hein?!



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