Mudança de Planos escrita por Honeyzinho


Capítulo 11
Capítulo XI • Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Olá pra você que pensou que eu não voltaria euheuehe, pois é: EU VOLTEI!

E antes de você devorar o Capítulo XI, deixa só eu AGRADECER A FOFÍSSIMA MAH PRIOR (ID: 580972) QUE RECOMENDOU A FIC!

AAAAAAAAAAHH! *-*

Menina, eu andei passando por dias muito esquisitos e não muito legais e ler sua recomendação, com certeeeeeza, fez o meu dia se tornar mais leve! ♥ Agradeço do fundo da minha alma e dedico esse capítulo a você!

No mais, é isso aí! Boa leitura e até as notas finais.



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Josh disse:

Tic-tac, tic-tac

O tempo está passando

Vai comer a Dallas ou já quer escolher a nova cor do seu carrinho?

Verde, rosa ou laranja? Que tal as três?

Hahahahah

Bom dia, parceiro!

Acordar com uma ameaça não é algo que recomendo a ninguém – nem ao meu pior inimigo. No entanto, Joshua tinha razão: o tempo estava passando e eu sequer tinha conseguido encostar a minha boca na boca de Sophie – o que era, de certo modo, anormal para alguém como eu.

Tinha qualquer uma aos meus pés.

Por que Sophie teimava em ser tão difícil assim?

Então, naquele dia, após pensar bastante sobre o assunto, resolvi que tinha de me preparar para novas táticas de conquista. Apelaria até mesmo para buquê de flores e chocolate, se fosse preciso.

Eu ia transar com ela.

...

Estava pegando o meu material no armário, para as primeiras aulas, quando vi Sophie chegar ao corredor principal. Ela usava um dos seus clássicos vestidos com cara de filme antigo. Esse era branco, com flores amarelas e ia até os joelhos.

Antes, eu costumava achar o estilo dela meio... coisa de gente velha. No entanto, depois de um tempo de convivência forçada, eu não conseguia imaginá-la usando outro tipo de roupa.

Na verdade, combinava muito bem com a personalidade forte e politicamente correta que ela tinha – e era legal, de qualquer modo. Por mais estranho que fosse admitir isso, sua autenticidade era atraente.

Ela estava distraída, mexendo em algo no celular, quando parou frente ao seu armário, para pegar seus livros. Respirei fundo e comecei a caminhar em sua direção.

— Bom dia, Dallas – falei, escorando nos armários e cruzando os braços. Ela tomou um susto e quase deixou o celular cair. Dei uma risada e Sophie, sem jeito, me deu um bom dia quase gaguejando.

— Você me assustou – ela disse, colocando o celular na bolsa e abrindo em seguida o armário. Sophie ainda não tinha olhado pra mim e isso me incomodou um pouco.

— O que você tem? – perguntei, e a maluquinha enfim me encarou, com seus grandes olhos castanhos. Depois, riu com o nariz e sussurrou um “Nada, Rob”.

Apesar de não a conhecer há tanto tempo assim, eu sabia que aquele comportamento não estava nem próximo de ser considerado normal. Havia sim algo de errado e eu esperava descobrir o que era.

— Sua mãe não brigou com você ontem, né? – questionei. A essa altura, nós já estávamos caminhando juntos pelo corredor. Ela balançou a cabeça em negativa à minha pergunta.

— Sabe, minha mãe é advogada, e sua mãe é uma das clientes dela – ela contou e eu franzi a testa, acompanhando o raciocínio – E por isso é que minha mãe ficou mais tranquila quanto à sua visitinha.

— Que mundo pequeno! – estava surpreso de verdade – Mas acho que isso é bom, certo?

— Acho que sim – ela disse, meneando a cabeça e olhando para o chão.

Eu, sinceramente, pretendia continuar perguntando o que ela tinha de errado, porém comecei a achar que ficaria chato e mudei de ideia, optando por agradecer pela noite anterior, que, de fato, tinha sido bem mais legal do que eu imaginava que pudesse ser.

— Não vejo a hora de provar outros experimentos gastronômicos, hein? – disse, cutucando seu braço com o meu cotovelo. Ela riu baixinho e assentiu, dizendo que seria bacana.

— Ontem foi divertido mesmo – Sophie concordou, parando de andar e me olhando de um jeito diferente. Deu um sorriso meigo, que fez meu estômago congelar por um breve momento. Era uma sensação muito diferente de tudo o que já sentira – Essa é minha sala, então... até logo!

— Ei! – chamei, antes que abrisse a porta. Ela se virou e me fitou, ainda com aquele olhar e aquele sorrisinho— Quer sair comigo depois da aula? Ficar de bobeira, passear no parque, ir ao shopping... você escolhe.

Cocei a nuca, enquanto ela parecia pensar na proposta. A minha inquietação não era charme, eu estava mesmo sem jeito para lidar com ela e eu não sabia o porquê. Meu estômago não parava de oscilar entre quente e frio, e era terrível!

— Acho que hoje não vai dar, Rob... – ela falou, fazendo uma cara triste e mordendo os lábios nervosa – Desculpa.

Foi quase como ganhar um tapa.

— Tudo bem – respirei fundo, porque eu não queria levar aquilo para o lado pessoal. Nem devia. Sophie Dallas era só a nerd esquisita que eu devia comer e esquecer.

Era só uma grande pedra no meu sapato.

— Até mais – foi a última coisa que ela disse antes de entrar na sala.

E eu fiquei parado ali por mais alguns segundos quase eternos, pensando no que aquela garota estava fazendo com a minha cabeça, e nenhuma de minhas conclusões eram tranquilizadoras.

...

No intervalo, como costumo fazer, segui com a minha galera para a nossa mesa de sempre, ao centro do refeitório. Todos conversavam agitados, reclamando do colégio, de suas notas e de suas vidas fúteis.

Enquanto isso, eu me resumia a beliscar o purê de batata, lembrando dos problemas que andava tendo em casa, e de todas as mudanças que aconteceriam na minha rotina devido ao divórcio. Em meio a esses pensamentos, eu me peguei pensando também na esquisitíssima Sophie Dallas.

Ela era divertida, inteligente e cozinhava melhor que minha própria mãe. Sentia uma espécie de remorso antecipado só de pensar no que eu pretendia fazer com ela para evitar que destruíssem o meu carro.

A Dallas jamais me perdoaria, porém eu não podia me concentrar nisso. Não podia sentir pena – até porque eu nunca sentia isso por nenhuma garota com quem saía.

Elas não passavam de diversão gratuita. E, bom, Sophie sequer devia ser considerada como forma de diversão.

Ela não fazia o meu tipo.

— Você está em outro planeta, cara – Josh comentou e toda a nossa mesa fez silêncio. Eu só via aqueles atletas calados quando estavam ouvindo um belo sermão dos treinadores.

Olhei para todos eles me encarando e meu cérebro demorou a processar a realidade. No fim das contas, soltei minha melhor risada falsa e desconversei. Felizmente, não me encheram o saco pelo resto do intervalo.

...

Assim que a aula acabou, e como Sophie estava ocupada demais para sair comigo, resolvi distrair a cabeça e aceitei ir até a sorveteria próxima ao colégio junto com Dylan, Josh, Sam, Mathew e mais alguns atletas e líderes de torcida.

Dylan contava piadas sujas às garotas, que gargalhavam sem sequer perceber o quanto ele podia ser estúpido e machista – não que eu não fosse estúpido e machista vez ou outra, porém sempre procurava ser mais sutil.

Em algum momento, comecei a me perguntar se Sophie acharia tanta graça dele como elas estavam achando.

Certamente não.

Já Josh, Mathew e Arthur falavam sobre novas dietas para melhorar a disposição física e Sam, de repente, tinha se agarrado em um dos meus braços, sorrindo para mim. Por educação, eu sorri de volta e não tentei me soltar dela.

Às vezes eu sentia pena por ela não se tocar de que nós não tínhamos mais nada. Porém, tê-la ali sempre à disposição me parecia vantajoso, então eu a suportava mesmo que agisse como um verdadeiro chiclete.

Não demorou para que todos nós chegássemos ao Gelatto. Outros alunos também estavam por ali, jogando conversa fora e consumindo o máximo de calorias que julgassem ser possível.

O grupo avançado de cálculo conversava sobre Trigonometria, as ginastas riam como hienas e os maconheiros tomavam baldes de sorvete para tentar saciar a fome.

Nada parecia fora do normal pra mim, até notar numa das mesas ao fundo, duas criaturas assentadas lado a lado, rindo como se a vida da raça humana dependesse disso.

Eu só podia estar ficando louco.

A cada passada, a cena se tornava mais nítida: Sophie e Fred, juntos.

Tomando sorvete, como se fossem um casal – desses de verdade mesmo. O que aquele garoto estava querendo com ela? O que ele tinha visto de tão maravilhoso nela para continuar insistindo e interferindo no trabalho que eu devia cumprir?

Nunca tinha pensado em Fred de forma negativa – muito pelo contrário. Entretanto, naqueles últimos dias ele tinha se tornado insuportável. Ele não tinha o direito de roubá-la de mim.

Eu estava me esforçando tanto.

Não era justo, simplesmente.

— Vamos nos sentar, Rob – Sam falou para mim, tentando despertar a minha atenção. Infelizmente, eu a ignorei, me soltei dela e depois caminhei firme até os pombinhos.

Aquela sensação esquisita no meu estômago estava de volta, junto de muita adrenalina. Eu mal percebi quando a raiva tomou conta do meu cérebro, fazendo com que a sanidade desse lugar ao meu instinto.

A ideia de que ele não tinha o direito de roubá-la de mim martelava na minha cabeça sem parar.

Que porra é essa?— foi o que eu disse, usando do meu mais ríspido tom de voz. Sophie e Fred me encararam ao mesmo tempo e quando ela ameaçou dizer algo, eu me voltei apenas para o aspirante a príncipe encantado – Você é um babaca, cara!

— Rob, por favor... – Sophie começou a dizer, preparando-se para ficar de pé, e com um gesto de mãos eu mandei que ficasse quieta.

Por que está saindo com ela?— Fred se colocou de pé lentamente, tentando manter a pose de durão. No entanto, eu sabia que ele estava com medo.

Ele não se metia em brigas e, para o seu azar, esse nunca foi o meu caso.

— Capitão... eu... eu... – seu olhar vacilava e ele respirava fundo diversas vezes. Meus punhos estavam cerrados. Seu tom de voz por si só me irritava. Torcia muito para que escolhesse ir embora calado, evitando assim mais dores de cabeça.

Porém não foi isso o que aconteceu.

Fred começou a dizer que achava Sophie legal, e por isso a convidara para sair. Não fui capaz de deixá-lo terminar de contar a sua comovente história de amor.

Acertei um soco em seu rosto, ele se desequilibrou e caiu no chão.

Todos nos observavam e nem eu conseguia acreditar no que tinha feito. Sim, eu estava incomodado com o Anderson interferindo nos meus planos, mas não ao ponto de querer machucá-lo por estar se metendo onde não devia.

Meu corpo inteiro tremulava e então comecei a sentir a minha mão direita latejar de dor. Tudo estava em câmera lenta, até que Sophie correu para ajudar o seu novo amigo.

Num piscar de olhos recuperei a minha noção de tempo, espaço e sensatez e fiquei envergonhado. Que merda eu estava fazendo? Por que tinha agido como uma garotinha ciumenta?

Quando encarei as pessoas ao meu redor, elas seguravam seus celulares, filmando o meu show de horrores. Fitei Sophie, e ela analisava o rosto de Fred, aflita e preocupada.

Aquilo tudo já tinha sido suficiente, então dei meia volta e fui embora.

...

Eram quase nove da noite, e eu estava deitado no sofá da sala, de pijamas, assistindo a algum filme violento que passava na televisão mesmo. Meus pais resolviam questões referentes aos negócios no escritório, então toda a casa se encontrava em completo silêncio.

Tinha desligado meu celular e saído da internet por um tempo, porque eu não aguentava mais ver e rever meu vídeo circular pela rede. Pior ainda era ler comentários como: “quanto ciúmes, Robert!”, “não sabia que Rob e Sophie estavam ficando” e “parece que Robert foi traído mesmo!”.

Tudo isso era ridículo demais.

E eu ainda repassava todas as cenas constrangedoras em minha cabeça, quando ouvi a campainha tocar. Com muita preguiça, deixei a sala e caminhei até a porta.

Não me dei ao trabalho de conferir no olho mágico sobre quem se tratava e, ao abrir, eu não podia ficar mais chocado.

— O que faz aqui? – Sophie, milagrosamente, usava uma calça jeans e não parecia ter saído de um filme de época. Seus cabelos estavam soltos e suas bochechas, vermelhas.

Ela vestia um suéter e estava de braços cruzados, aquecendo-se, afinal, fazia frio lá fora.

— Eu precisava saber como você estava – ela falou, sem gaguejar e nem nada. Curta e direta. Seus olhos me fitavam com intensidade e isso me deixou ainda mais desorientado.

— Entra – foi o que consegui dizer, abrindo passagem. Então ela entrou, ainda atenta a mim.

— Obrigada por não me mandar embora – respirou fundo e descruzou os braços, aliviada.

— Por que eu faria isso? – obviamente, eu tinha sim uma noção do motivo de ela imaginar que eu pudesse ser capaz disso, mas queria ouvir a opinião dela. Fechei a porta logo atrás de nós e caminhamos juntos até o sofá, onde desliguei o volume da TV para ouvi-la sem interrupções.

— Você não está bravo comigo? – Dallas perguntou, sentando-se ao meu lado.

— Olha, eu fui um babaca – admiti – Não devia ter batido no Fred.

Dei de ombros e suspirei.

— Você não me respondeu – Sophie tomou nota e eu rolei os olhos. Por que ela tinha que ser tão... tão Sophie? Não dava para esquecer tudo o que tinha rolado?

— Não estou bravo com você. Você não faz nada de errado – respondi, mesmo que colocar a verdade em palavras ainda fosse complicado para mim.

— Não está chateado por eu ter saído com Fred? – seus olhos me analisavam com leveza e receio ao mesmo tempo.

Pensei um pouco antes de balançar a cabeça em negativa. Era evidente que eu não estava chateado, e nem devia estar. Eu não tinha que sentir coisas estranhas por vê-la com outro cara. Tudo bem, ele era uma ameaça ao meu árduo trabalho de conquista, mas não era pra tanto.

— Tem certeza? – Dallas insistiu.

— Sim – sussurrei, desviando a atenção para o chão. Meu coração começou a bater mais rápido.

Por que eu me sentia daquela forma?

Rob, você tem certeza?

Dessa vez eu não consegui negar de cara, pois ao erguer minha cabeça e fitá-la, dei de cara com seus olhos fixos nos meus. Ela parecia ler meu subconsciente. O silêncio permaneceu entre nós por alguns minutos, até que ela colocou uma de suas pequenas mãos em meu joelho, parecendo implorar que eu falasse alguma coisa.

Ou que eu falasse o ela queria ouvir.

Ou que, simplesmente, falasse a verdade.

E então ela escapou:

— Desculpa. Eu fiquei com ciúmes sim.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? ♥ Não deixem de opinar, de criticar, de apoiar. Cada palavrinha pra mim importa - E MUITO!

Estou fazendo uma alteração de capas por aqui (e eu espero que gostem, viu?), mas ainda está em fase de construção, então... relevem a bagunça ueheuheue

Caso o texto tenha algum errinho, amanhã eu volto aqui para reler pela 6428462862784x e corrijo o que for necessário. Relax! ;)

Tentarei não demorar tanto para o próximo capítulo.

Beijos de luz! ♥