Desafio de mini fics Star Wars escrita por Livia Y


Capítulo 2
Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Desafio da Ana Lima: "Anakin tem um sonho sobre seu futuro como Vader. Ele assiste o momento em que a estrela da morte destrói Alderaan, sentindo (Ainda como Jedi) a perda de todas aquelas vidas."



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Anakin desvencilhou-se delicadamente de Padme, afastando-se do beijo apaixonado que trocavam, deitados na cama macia da senadora. Ele estava exausto após longas horas de treinamento. Obi-Wan não o poupara, e cada músculo em seu corpo doía, parecendo ter sido esgarçado até o limite das fibras. Beijou-a candidamente na testa, sinalizando que estava cansado demais para a proposta muda que ela lhe fazia.

— Amanhã, meu amor... eu prometo.

Ela riu, virando-se de costas para ele e aconchegando-se contra o peito do cavaleiro jedi.

— Amanhã... ou vou reclamar com Obi-Wan!

Ele sorriu e aspirou o perfume dos cabelos dela. O que ele não daria para dormir todos os dias assim, abraçado ao corpo suave da mulher que amava! Mas seu Código de Honra jamais permitiria que admitisse para o mundo que tomara a jovem política como esposa... seu coração apertou-se ao pensar nisso, e Anakin esforçou-se para repelir a ideia. “Eu a amo e estamos juntos agora, é o que importa”.

Embalado pela respiração de Padme, ele logo adormeceu.

Horas depois, acordou em um imenso jardim. Um prédio branco e de formas arredondas brilhava contra o sol, quase ofuscando sua visão. Padme não estava ao lado dele, mas aquilo não pareceu lhe incomodar. O lugar era estranhamente familiar, tinha a nítida sensação de que conhecia cada canto daquele jardim, cada flor e árvore, cada fruta, cada pequeno inseto. Ao mesmo tempo, tinha certeza de que não fazia ideia de onde estava. Vasculhou as próprias roupas em busca de seu sabre, mas surpreendeu-se ao tentar liga-lo em vão. Sacudiu o cabo, pensando o que haveria de errado com o cristal.

— Quem é você?

Foi interrompido por uma vozinha aguda. Virando-se, deu de cara com uma menina de cabelos e olhos castanhos, que não devia ter mais do que sete anos. Ele devolveu a pergunta.

— Fale você primeiro.

A garotinha ergueu uma das sobrancelhas e o encarou desconfiada. Ele podia sentir a Força emanando delicadamente dela, envolvendo-a como um véu.

— Meu nome é Leia. Você é o novo jardineiro?

— Jardineiro?

— Sim... você está no jardim principal do palácio do meu pai. Se não é o novo jardineiro, então quem é?

Ele sorriu. Antes que pudesse responder, Leia correu e tomou o sabre das mãos dele.

— Ei, devolva! Isso não é um brinquedo!

Mas Leia já corria longe, rindo como se eles estivessem mesmo brincando. Anakin surpreendeu-se ao ver que ela havia conseguido ligar o sabre, mas à distância a lâmina de luz lhe pareceu avermelhada... ele tentou correr atrás dela, perseguindo as gargalhadas infantis, mas sentia-se cansado demais para conseguir alcançar a velocidade da garotinha. Correu até perde-la de vista, mas o eco do riso dela permanecia, guiando-o fracamente rumo... rumo a o quê, mesmo?

Antes que ele pudesse se dar conta, anoitecera. Uma lua única brilhava pálida no céu, e ele caiu exausto na grama verde do interminável jardim. Lua cheia. Sentiu as pálpebras pesarem e fechou os olhos, pois tudo silenciara de repente.

Foi despertado pelo desespero. Ao seu redor tudo desmoronava, em chamas, banhado em sangue, vísceras, ossos descarnados. O horror era algo palpável, atravessando-o como lâminas, partindo seu corpo em incontáveis pedaços, todos sentindo a mesma insuportável dor. Em pânico, ouviu dentro de sua mente milhões de vozes gritando, e então subitamente se calando, no mais completo terror. A Força era um redemoinho de dor e tragédia, incontrolável. Ele gritou aos prantos, fechando os olhos e tapando os ouvidos para se proteger do silêncio devastador.

No fundo de sua mente, viu mais uma vez o rosto da garotinha, agora uma mulher jovem e séria, encarando-o com ódio, culpando-o pela destruição de seu planeta. Ele tentou dizer que não tinha culpa, mas ela lhe virou as costas e sumiu, sem derramar uma lágrima sequer.

Acordou mais uma vez, o coração tão acelerado que podia senti-lo bater dentro da cabeça. Estava novamente no quarto de Padme, que ressonava baixinho ao seu lado, adormecida. Arfando, Anakin sentou-se na cama e assumiu sua posição de meditação, tentando espantar a terrível visão. Mais uma.

Enquanto tentava controlar o próprio corpo, pensava se deveria ou não dividir aquele pesadelo com Mestre Yoda. Ao seu lado, ainda dormindo, Padme estendeu a mão procurando pelo corpo do marido. Ele a tocou, assegurando-a de sua presença.

Amaldiçoou a ordem, amaldiçoou a si mesmo. Que vida miserável, refletiu. Nem mesmo podia dormir todas as noites ao lado de sua esposa legítima.

Irritado e cansado, pegou no sono mais uma vez. Quando se lembrou novamente do estranho pesadelo, já não havia nada a ser feito.


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Notas finais do capítulo

"Eu não pinto sonhos ou pesadelos; pinto minha própria realidade"

Frida Kahlo



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