Maldito problema escrita por paulinhamrs


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Olá. Essa é minha primeira fanfic e espero de coração que todos que se prestem a ler gostem.
Quero muito agradecer alguém que me ajudou, tipo, MUITO. Swan, querida pessoa que me ajudou sem ao menos me conhecer direito. Obrigada a tudo, tudíssimo mesmooooo. Me deu uns super toques e consenhos para melhorar a história, e fez a capa também, enfim, não tenho palavras para agradecer, é sério. ♥ Sem ela eu acho que nem postaria isso, com certeza não.

Enfim, boa leitura.



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Draco tinha um segredo.

Oh, Merlin. Ele não tinha um segredo. Ele tinha um maldito problema cruciando seu cérebro.

 E agora, como se não bastasse, ele estava divagando sobre o segredo. O problema. Os dois. Estava realmente ficando maluco.

Parou de olhar para o teto, e finalmente se levantou de sua cama. Não dava pra enrolar mais, logo estaria atrasado para o trabalho. E que Salazar o ajude se isso o fizesse encontrar seu chefe pelos corredores.

Caminhou até o banheiro, suas costas doíam o lembrando de que já não era nenhum adolescente, em seguida fez sua higiene e desceu as escadas até a sala de jantar, para tomar seu desjejum.

— Bom dia. — disse, assim que entrou no cômodo.

— Bom dia, filho. — respondeu Narcisa, antes de levar sua xícara de chá à boca.

Draco olhou sua mãe, e pensou em como ela era tão bonita pelas manhãs. “Genes Malfoy são realmente maravilhosos, é claro.” Foi o que refletiu. Comeu rapidamente, enquanto trocava poucas palavras com sua, agora, única família e se despediu com um beijo em sua testa. Pegou sua pasta que estava no escritório, e rumou para sala, parando no centro desta e pensando que podia ser como seus velhos tempos em Hogwarts, onde os fins de semana pareciam durar mais tempo.

Não dava mais para enrolar, então com um suspiro, desaparatou rumo ao Ministério.

No caminho para sua sala cumprimentou a todos apenas com um olhar. Afinal, era um Malfoy, e não fazia seu feitio dar bom dia a cada uma daquelas pessoas. Tinha mais o que fazer. E isso se referia a não dar de cara com seu chefe pelo trajeto. De preferência nunca.

Ao entrar, escaneou toda sua sala com um olhar. Nada fora de ordem. Sentou-se então em sua cadeira, relaxando imediatamente. Sempre relaxava ao sentar em sua cadeira extremamente confortável. Presente de Pansy, é claro. Assim como ele, ela também era partidária do conforto, não importa a hora ou lugar.

Pegou um dos relatórios que estava na pilha em sua frente, e começou a lê-lo. Muitos não gostavam dessa parte do trabalho, mas ele apreciava, e muito na verdade. Isso sempre o relaxava e o fazia pensar melhor. Agora sim poderia refletir com mais clareza, e dar um jeito de levar para as profundezas aquele segredo que o estava importunando. Ora essa, convivia com aquele segredo há anos, e agora ele estava vindo o infernizar mais frequentemente do que o de costume. E é claro que alguém tinha culpa, e com certeza não era Draco.

Era seu chefe. Seu maldito chefe.

Claro que ter um chefe não lhe agradava muito. Preferia ele mesmo se dar ordens. Trabalhar no Ministério da Magia lhe custou muito esforço, afinal, não queriam um ex- Comensal da Morte trabalhando em um lugar de extrema importância. Mas estudou, obteve todos os N.I.E.M.s exigidos, e cursou a academia assim como todos os outros. Sendo, é claro, um dos melhores de sua turma. Na verdade, o segundo melhor. Porque se tivesse sido o melhor, não teria que receber ordens de alguém.

Parou de ler o relatório que estava em suas mãos por um minuto, ao lembrar-se de seu segredo. Estava começando a divagar em como estava numa situação deveras complicada, quando ouviu um barulho de algo caindo do lado de fora de sua sala. Voltou à atenção então para o pergaminho, e deu graças a Merlin por ter uma sala só para si.

Claro, era subchefe. Mas não chefe. Porque este era um grande imbecil.

No começo pirou, é claro. Foram chamados, os dois, no gabinete do ministro, e lá se encontravam o próprio e seu chefe naquela época. Não estava gostando nada daquilo, sabia que algo que não gostaria ia acontecer. “Ir à outra missão com esse idiota? Não. Por favor. Não aguento mais essa provação.” Foi o que pensou assim que foi chamado. Mas é claro, subestimou o destino, e o que lhe esperava foi bem pior. Com sorrisos, chefe e ministro os parabenizaram por excelentes desempenhos, que agradeceram instantaneamente. E então veio o Avada Kedrava direto em sua cara. O imbecil seria promovido a chefe. E Draco a subchefe. Ficou feliz com sua promoção, óbvio. Mas não poderia ter sido pior. Sabia que teria que conviver com seu chefe mais do que já o fazia, e isso o fez ter vontade de vomitar. Mas aceitou o cargo, é claro.

Agora estava começando a se arrepender. Por que aceitou o maldito cargo? Ainda teria aquele imbecil como chefe, mas não teria tanto contato com o infeliz. Ele o estava provocando. Merlin, só podia ser. O desgraçado ia à sua sala de hora em hora, isso quando não o chamava para a sua. E suas salas eram vizinhas, para seu desespero. Só fazia alguns meses, mas já estava sendo um martírio. Não sabia o quanto iria aguentar.

No começo nem foi tão difícil assim, o imbecil entrava em sua sala, ou o chamava para a sua, e discutiam sobre o trabalho. Às vezes discutiam sobre outra coisa, mas os velhos costumes não morrem, não é mesmo? Havia também as reuniões, e as missões que sempre estavam juntos. Detestável, mas já estava se acostumando. O pior mesmo estava acontecendo há algumas semanas. Na verdade, fazia duas semanas, 4 dias, 17 horas, 32 minutos, e, hm, 14 segundos? Mas quem estava contando? Com certeza Draco não estava.

A partir daquele dia, algo vinha acontecendo. Algo que não deveria acontecer. Algo que nunca fora direcionado a ele. E seu segredo estava transbordando, e o fazendo transpirar de raiva – e talvez de outras emoções.

Olhou para o relógio e notou que já se marcavam quase dez horas. Suspirou e pensou que hoje ele estava demorando. Melhor assim, é claro. Estava começando a ter um fio de esperança que talvez fosse um daqueles dias que eles nem se cruzavam. Eram dias que não tinham tempo nem para respirar, de tantos relatórios para preencher. E se Merlin o ajudasse, esse seria um desses dias.

Agora, esclarecendo uma coisa: o mundo não gostava de Draco. Merlin não gostava de Draco. Os benditos Deuses trouxas não gostavam de Draco. Obviamente, estava tudo contra Draco. Isso porque a porta de sua sala foi aberta e seu chefe entrou, antes mesmo dele ter tido um pouco de esperança.

— Malfoy, Shacklebolt está me enlouquecendo, e quer esses relatórios até o final do dia. Já terminou sua parte?

— Olhe bem para minha mesa, e diga você mesmo, já terminei minha parte? – respondeu para o dito imbecil, e levantou o olhar de mais pura impaciência para aquele ser desprezível.

— Alguém acordou com o pé esquerdo hoje? – esperou uma resposta, mas o que obteve foi um rolar de olhos por parte de Draco, que logo voltou a dar atenção para seu relatório. – É sério Malfoy. Eu ainda preciso ler o que você escreveu para dar meu parecer, e se não entregar até o final do dia, estarei morto.

— E eu ficaria tão feliz com isso. Só vá e morra. – proferiu o Malfoy, sem ao menos olhar seu tão querido chefe. Este bufou, e Draco segurou um sorrisinho. – Ainda falta toda essa pilha que está bem na frente do seu ridículo nariz, então, assim que terminar mando te entregar.

— Não vai dar tempo. – disse exasperado e se sentou na cadeira em frente da mesa de Draco pegando um relatório de uma pilha menor. — Estes você já leu, certo?

— Sim, o que tem? — Draco levantou o olhar para ele curioso.

— Vou ficar aqui. Os que você terminar, eu já leio imediatamente. Será bem mais rápido. – falou pegando uma pena para anotar alguma coisa no rodapé do pergaminho, e não percebendo que o outro o olhava como se fosse uma aberração.

Calma. Respira Draco. Esse grande idiota só vai ficar aqui e examinar essas porcarias de relatórios.” Pensou já entrando em desespero. Se soubesse, com certeza teria virado a noite fazendo esses relatórios para não ter que passar por essa situação. “Mas é só ficar em silêncio e ele já vai embora. Não vou nem notar. Isso. Vou fingir que ele nem existe. É claro.” Já estava se acalmando quando o outro levantou o olhar e o pegou com uma expressão, pra dizer no mínimo, estranha.

— Não precisa fazer essa cara, Malfoy. – falou fitando Draco, — Sei que não gosta da minha companhia, mas é necessário ok? Não quero que Kingsley me mate, e sei que apesar do que disse, sou seu chefe preferido e sentiria minha falta. Então colabore. — e sorriu.

Desgraçado. Imbecil. Grandissíssimo idiota. Um filho da puta. Isso mesmo. Um porra de um filho da puta.

Esse era o problema. O palerma estava sorrindo. O sorriso mais bonito e sincero que Draco já tinha visto em toda sua vida. E vinha pegando Draco desprevenido com esses sorrisos faz dias. E isso o estava deixando louco. Aquele maldito nunca sorrira assim para ele. E só tinha o visto sorrir assim poucas vezes, mas agora era diferente. Ele estava sorrindo para si. Para Draco. Com a maior cara de paspalho de todo o mundo. Como se não tivesse fazendo Draco derreter por dentro, e se aquecer imediatamente. Como se suas entranhas não estivessem dando um puxão estranho, e desconhecido pra ele. E isso vinha acontecendo sem explicação, de repente.

Draco o olhou com a mesma expressão que sempre fazia quando isso acontecia: uma cara de “O que Diabos está acontecendo aqui?”, e os olhos cinzas e brilhantes focados naquele sorriso. E o imbecil aumentou mais o sorriso, e abaixou o olhar para seu relatório. E Draco não podia se sentir mais idiota que naqueles momentos, e mais vulnerável também.

Olhando para aquele sorriso, o segredo de Draco aparecia. Submergia das profundezas mais íntimas de seu ser e praticamente explodia dentro dele. O segredo que ele guardara dentro de si desde que olhara pela primeira vez naqueles olhos que tem a mesma cor que sua casa em Hogwarts, porém tão mais vívida. O segredo que jurou não expor, não transparecer, não exibir, não exteriorizar. O segredo que o fazia se sentir tão idiota quanto àquele em sua frente. Ele não podia negar. Nem esconder. Olhar para aquele sorriso o fazia admitir.

Ele o amava. Ele era tão, mas tão apaixonado por seu chefe. Por seu arqui-inimigo de infância. Pelo maldito Cicatriz. Pelo herói do mundo bruxo. Por Harry Potter.

Maldito sorriso.


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Notas finais do capítulo

Obrigada à quem leu! ♥