I love you M'Lady escrita por Vampira


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Eu estava sentimental quando escrevi
Boa leitura (sei que o desenho não tem nada a ver)



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Desenho

 Adrien’s POV

 

            Às vezes é tão bom fugir um pouco da realidade que eu vivo, fugir de todas as responsabilidade que Nathalie me impõe, fugir do desprezo de meu pai.

            E é justamente pra fugir de tudo que eu assumo minha forma mascarada e saio vagando pelos tetos parisienses, ato que estou realizando agora mesmo. Mas hoje minha fuga está sendo diferente das outras, afinal essa prática já se tornou um hábito. Está sendo diferente porque hoje eu não estou vagando sem rumo, eu sei exatamente pra onde ir. Prrreciso descansar um pouco de ser Adrien.

            Cheguei ao telhado que queria e para minha sorte a moça que procurava já se encontrava lá, sentada em uma cadeira de praia encarando a posição oposta a que me encontrava. Sorrateiramente me apoiei nas barras de segurança, me equilibrando com os pés no metal e a cabeça entre os joelhos.

            - Olá, prrrrincesa. – Ronronei seu nome, chamando sua atenção.

            Seu rosto se virou rapidamente e pude ver seus olhos um pouco cansados, me deixando um pouco preocupado. Desci rapidamente da barra e me esgueirei até a garota e a abracei por trás, como sentia falta desse corpo pequeno, mesmo tendo a abraçado na sexta-feira anterior.

            - O que houve minha prrrincesa? – Disse, agora a olhando de frente. Passei meus dedos cobertos pela luva em sua bochecha rosada.

            - Nada não, gatinho. – Me respondeu meio sem entusiasmo. Eu não gostava de vê-la assim, isso acabava comigo.

            - Mari, o que foi, não gosto de te ver assim tão sem vida. – Disse meio sem graça. – Se quiser te empresto uma das minhas sete.

            Um leve sorriso se formou nos lábios da garota, mas nenhuma palavra foi emitida. Abracei-a novamente, colocando minha boca próxima ao seu ouvido e dizendo:

            - Não me deixe com essa agonia, me deixe te entender, me deixe ser próximo de você.

            Minhas palavras eram meras súplicas que foram jogadas de forma impensada para a garota. Desvencilhei-me do corpo da garota e a olhei nos olhos. Seu rosto agora tinha um sorriso gentil, o mesmo sorriso que sua mãe sempre exibia para mim. Qualquer um que as olhasse atentamente poderia afirmar que são parentes, mas apenas aqueles que olhassem seus sorrisos poderiam dizer que eram realmente próximas.

            - O amor. – Disse ela me deixando confusa. – O amor é o que tanto me deixa inquieta nesta tarde, na verdade está me deixando inquieta desde sexta até agora, no domingo.

            - Por que o amor está tirando seu sono princesa?

            - Duas coisas relacionadas ao amor estão me preocupando na verdade, dois acontecimentos. – Suspirou forte e continuou. – Duas coisas entrelaçadas no sentido.

            - Continue purrr favor?

            - Sexta-feira aconteceu algo, que eu vou deixar para falar depois, e algumas garotas vieram dormir em minha casa no sábado para amenizar a situação de nervosismo em que eu me encontrava.

            Fiz sinal para que ela continuasse, queria saber aonde essa história chegaria. A morena tomou fôlego novamente e voltou a falar:

            - Nessa noite eu e minhas amigas ficamos conversando por horas e em algum momento eu parei pra olhar para cada uma das garotas...

            Conforme as palavras iam saindo de sua boca, imagens iam sendo formadas em minha cabeça. Vi algumas garotas no quarto dela, provavelmente Alya, sua amiga inseparável. Talvez Juleka estivesse também. Quem sabe Mylene, aquela garota era um doce.

            Consegui imaginar as garotas usando pijamas grandes de malha ou algodão, ser filho de estilista é foda mesmo. Espera ai eu acabei de pensar um palavrão? Se meu pai estivesse me ouvindo agora com certeza desaprovaria minha ação, mas ele não está aqui então que se foda.

            - Notei como minhas amigas eram diferentes...

            Uma imagem de garotas sentadas no chão apareceu, mas o foco estava em Marinette, ela usava uma camisola curta vermelha com detalhes em preto. Ela ficaria tão sexy usando uma roupa assim. PARA ADRIEN, isso não é pensamento que se tenha sobre uma garota. Mas que ela ficaria mesmo sexy não era mentira. CHEGA ADRIEN, a personalidade de Chat Noir não lhe faz muito bem às vezes. Agradeci a todas as divindades egípcias que a garota voltou a falar.

            - Quando olhei para uma delas notei o olhar dela sobre outra menina. – Procurou pelas palavras. – E pude notar que ela tinha sentimentos pela garota.

            - Sim, e daí? Hoje em dia é comum encontrarmos homossexuais pelo mundo todo.

            - O ponto não é a sexualidade dela, fico contente que ela tenha encontrado alguém tão legal para se apaixonar. – Olhou para mim meio exasperada. – O que me incomoda é o fato da outra garota não ter notado ainda o amor da amiga, e sem saber sobre isso acaba magoando a pobre garota apaixonada.

            - Isso é realmente muito ruim, sei bem como é não ser notado. – Ladybug logo me invadiu a mente.

            - Eu também sei, o que me leva ao segundo ponto da nossa conversa. – Deu uma longa pausa na fala.

            - Continue. – Praticamente implorei.

            - Eu amo um garoto, mas ele nunca me notou, só que na sexta-feira a gente conversou e ele quer ser meu amigo, mas eu estou tão confusa, não sei como reagir. Não sei se ele só quer ser meu amigo.

            - Você o ama mesmo? Se amá-lo deve tentar, conseguirá fazê-lo enxergar seu amor e quem sabe retribuí-lo. – Não faço ideia do por que, mas dizer aquelas palavras doeu de uma forma intensa no meu peito.

            - Isso me levou a mais uma dúvida. – Suspirou cansada. – O que é amar?

            A pergunta me pegou de surpresa, olhei-a nos olhos de novo. Cheguei mais próximo a ela, como se a resposta estivesse em seu rosto. Inspirei fundo e despejei palavras que ensaiei dizer a Ladybug em algum momento.

            - Amar é... – Por que isso era tão difícil? – Amar é se perder no olhar do outro, é ter que tirar coragem dos lugares só pra fazer algo simples, é fazer coisas impensadas, é sempre estar preocupado com o outro, é ...

            Seus olhos azuis brilhavam de forma intensa, um azul mais bonito que o céu.  Seu rosto estava tenso por alguma coisa, provavelmente pensando sobre minha declaração do que era amor para mim. Sua boca estava fazendo aquele bico que ela sempre fazia quando pensava em algo ou ficava nervosa. Sua boca era tão bonita e rosada, parecia ser tão macia. E ah, aquele hálito era tão bom, me lembrava de chocolate.

            Já perdi a conta de quantos atos impensados já fiz por essa garota, mas já posso adicionar mais um para a lista.

            Minhas mãos deslizaram por seu rosto, puxando para mais próximo do meu, seu cheiro me cativava a continuar minha loucura. Rocei meu nariz no dela fazendo seus olhos se fecharem, acabei seguindo sua ação, ficando totalmente imerso em sensações. Já um pouco impaciente, levei meus lábios aos seus e a sensação foi tão boa quanto eu havia imaginado.

            Seus lábios eram macios e quentes contra os meus. Nosso beijo era calmo e lento, não tínhamos pressa mesmo. Senti que aquilo poderia se tornar melhor ainda e decidi segui o que eu coração me dizia. Levantei e puxei-a junto comigo, minhas mãos foram para sua cintura puxando-a para mais próximo de mim. Como reação, suas mãos foram para meu pescoço. Abri um pouco a boca e deslizei minha língua que logo tocou seu lábio, eu definitivamente não sabia o que estava fazendo. O corpo de Mari se retesou com o meu toque molhado, me deixando em pânico, será que eu havia feito algo errado?

            Segundos, que mais pareceram horas, depois sua boca se abriu deixando que minha língua explorasse sua pequena boca. Nosso beijo era inexperiente e atrapalhado, mas não deixava de ser bom.Acabei ronronando durante o beijo. Sua boca tinha um maravilhoso gosto de baunilha e o cheiro de chocolate não a abandonava de forma alguma.

            Separei nossos lábios por conta da falta de ar e me afastei um pouco, o pouco necessário para poder olhar seu pequeno rosto. Sua feição era serena e me arrisco a dizer que também estava feliz. Então seus olhos abriram e me encararam, segundos depois seus olhos ficaram selvagens. E a realização também veio para mim tirando o sorriso que estava no meu rosto. O QUE EU ACABEI DE FAZER?

            Andei para trás me soltando de seus braços, mas seus braços tentaram em vão me segurar.

            - Me desculpe, princesa. – As palavras saíram atrapalhadas pela falta de ar, não sei ao certo se pelo pânico ou pelo beijo. – Eu não deveria ...

            - Chat, eu... – Suas bochechas estavam completamente rubras.

            - Não tem problema, princesa. Você apenas seguiu o que eu estava fazendo. – Cortei-a.

            - Chat... – Inicio novamente, mas eu não aguentaria ouvir a rejeição saindo de sua boca, mesmo fazendo total sentido o fora que eu levaria.

            - Boa sorte com seu príncipe. – Desejei, mesmo que não fosse o que eu realmente queria. – Tchau, princesa.

            Pulei as barras de segurança e me voltei para a noite parisiense, pulando junto ao vento, de prédio em prédio. Quando não aguentei mais me deixei descansar em cima de um telhado desconhecido

            Não consigo acreditar que dei meu primeiro beijo para uma garota de minha classe e ela nem sabe que sou eu por baixo dessa máscara negra.

            Passei a luva sobre meus lábios, lembrando-me daqueles lábios macios. Marinette o que você faz comigo?


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Notas finais do capítulo

Eu tava querendo isso há muuuuito tempo, agora o bagulho começa a rolar.



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