Remember-Uma Vida Pra Viver escrita por Thay Paixão


Capítulo 5
Sensitiva- Edward


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! como vocês estão? obg por cada comentario, cada incentivo e cada critica :) é sempre bom saber o que vocês acham e esperam da fic. sem mais, boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/706729/chapter/5

Sensitiva

Edward.

—Terei que ficar mais quantos dias aqui?- questionei pela milésima vez. Eu tinha que admitir... Carlisle tinha muita paciência comigo.

—Logo o medico irá te liberar, já falei. Vou ligar para sua mãe, tente parecer animado com ela, e não mencione que estamos aqui.

—Muito estranho você omitir essas coisas dela. – resmunguei.

—Isso porque ela esta muito empenhada em te salvar e eu não tenho feito nada por essa família.

—Pai...

—Não Edward. Você já tem idade o bastante para entender essas coisas. Eu traí sua mãe e me sinto um lixo; eu não tenho sido o marido ou mesmo o pai que você e sua irmã merecem.

— É minha culpa. – falei serio.

—Sua culpa? Você é um garoto Edwad. Que tem passado por muita coisa desde muito novo. Eu sou o pai dessa família, deveria ser o centro dela, como o meu sempre foi da minha.

Ele respirou fundo e sentou no pequeno sofá. Colocou a cabeça entre as mãos e então eu nunca me esqueceria desse dia; Carlisle chorou. Chorou como no dia em que pensou que eu estava para morrer e milagrosamente eu comecei a voltar à vida. Eu só o vira chorar duas vezes; quando acordei de um profundo estado de inconsciência de quase morte e quando Rosalie nasceu. Na de Rosalie ele estava completamente feliz. Na outra seu alivio era evidente e sua expressão era de quem para de chorar de pânico e começar a chorar de alegria. E agora eu teria essa; choro por decepção consigo mesmo. Isso não era certo; um filho ver seu pai chorar.

— O que eu posso fazer? – estendi a mão de forma fraca para ele. Ele fungou, respirou fundo, limpou o rosto e me olhou;

—Pode ficar bom. Acha que consegue?

—Posso dar o meu melhor. – dei um sorriso fraco para ele. Ele pegou o celular e ligou para Esme. Um rápido ‘’Oi, você está bem?’’ e então ele me passou o aparelho.

—Oi mãe. – falei baixo. Carlisle fez uma careta, imagino que esse sussurro tenha tido o efeito errado e me fez parecer mal.

—Filho! Por que não me atendeu quando liguei para a casa dos seus avós? – ela questionou mandona. Esme Cullen era uma leoa selvagem quando  o assunto era seus filhos.

—Estive dando uma volta pela cidade. Fazendo amigos. – respondi da forma mais natural o possível. Isso chamou a atenção dela e ela se lançou numa tagarelice sobre como fazer amigos em Forks seria de ‘’estremo bom grado’’ palavras dela, para eles. Eu era um jovem ‘’maravilhoso.’’

—Mãe, eu fiquei de encontrar um pessoal na lanchonete, não quero me atrasar. Vou passar para o pai.

—Espere querido. Está tomando os remédios?

—Religiosamente.

—Bom. Não vai demorar muito para que eu volte. Terei uma surpresa muito, muito boa.

—Eu vou ganhar um CD novo? – Brinquei

—Talvez. – ela riu.

—Vou passar para o pai. Beijo te amo.

—Também te amo. Tchau.

Antes que eu tirasse o celular do ouvido, ouvi o bipe de encerramento de chamada.

—Acho que a ligação caiu. – comentei passando o celular para meu pai. Ele fez uma careta.

—Ela não quer falar comigo, não mais que o necessário.

Eu ainda pensava no meu improvável encontro na praia mais cedo, por isso não dei muita atenção ao que Carlisle dizia. Eu não conseguia acreditar na sua versão para o meu ‘’quase afogamento’’. Ele perceber a ausência do carro... Até ai tudo bem, mais a parte onde Rose entra... Ela encontrou minha carta e contou a ele meu plano mal feito de acabar com tudo. Ele foi a La Push com a policia e uma ambulância, já havia contatado seu velho amigo Billy Black, que de imediato pediu ao filho Jacob e seus amigos, para me procurar na praia. Em qual parte era estranho? Não mencionei na carta aonde iria, Rosalie havia descoberto de alguma forma.

Claro, outro ponto doideira era; eu não me lembrava de ter caído! Horas, até a menina, Bella, entrar em pânico eu estava bem ao lado dela, e nem era próximo à beirada! Como eu fui parar nas aguas?

—Edward? – Carlisle chamou minha atenção.

Apenas o olhei.

—Sei que tem sido um tempo difícil... Você tem estado doente por um longo tempo. Eu entendo você querer desistir. Realmente entendo. Mas... Se não puder fazer isso por si mesmo, faça por nós; sua mãe sua irmã... Principalmente sua mãe! Ela está tão confiante! Talvez... E eu ainda não deveria te contar, mas dado às circunstâncias... Tem uma moça na Austrália, e as chances dela ser compatível com você são enormes.

—Claro. – resmunguei. Também havia uma moça na China, e antes disso houve uma na Índia. Um transplante foi feito, e dias depois meu corpo o recusou. Eu estava bem farto disso.

—Você sabe que é adotado.

—E?

—Sua mãe tem perseguido cada funcionário do orfanato onde te achamos, e ela chegou a essa moça na Austrália. Há uma boa chance de ela ser mesmo sua irmã.

Parei.

—Tenho uma irmã? De sangue?

—Parece que você foi deixado lá com uma garota, um pouco mais velha. Os registros dizem que ela foi adotada antes de você, e os pais adotivos se mudaram logo depois para a Austrália. Sua mãe está lá agora, parece que ocorreu tudo bem, e ela virá para cá. Por isso peço... Não desista, não agora.

—Ela faria o transplante? – sussurrei em choque, era muito para absorver. Eu tinha apenas dois anos quando fui adotado, não me lembrava de algo antes de Carlisle e Esme!

—Ela conversou com sua mãe, disse que se lembra de ter um irmão... Ele tinha apenas dois anos e ela sete quando ocorreu o acidente que matou seus pais. Um exame será feito... e se ela for compatível com você, fará.

Eu estava desconectado do meu corpo. Uma completa estranha salvaria minha vida? Bom, não seria a primeira vez. Mas... Uma irmã? Alguém que se lembrava de mim pequeno, que começou meus pais biológicos? Eu tinha medo de ter esperanças.

—Qualquer um de nós daria a vida por você; Esme, eu, e ouso dizer que até mesmo Rose apesar da pouca idade. Ela é muito protetora com você.

Ser a irmã mais nova de um cara doente fez Rosalie amadurecer rápido.

Carlisle se sentiu confiante o bastante na minha sanidade para ir passar a noite na casa dos pais. Ele voltaria logo cedo, prometera. Eu tive uma noite agitada, sonhei com penhascos, ondas, e olhos cor de chocolate, olhavam-me hora, felizes, hora em pânico.

Logo cedo recebi a visita de um jovem da reserva, tinha rosto que sugeria pouca idade, quinze anos talvez, porém ele era alto, como se tivesse passado por um surto de crescimento, longos cabelos castanhos, ombros largos. A expressão era amigável e preocupada.

—Oi... Nossos pais são amigos. Eu... Achei você na praia. Na agua. – ele disse encabulado. – Sou Jacob. Black. Jacob Black, - ele riu da sua confusão e estendeu a mão de forma desajeitada. A diferença de Sua mão na minha era gritante; apesar da pouca idade, Jacob tinha uma mão maior e mais forte, sua pela morena parecia bonita perto da minha quase transparente. Ele faria sucesso em Phoenix.

—Você me viu pular? – perguntei após soltar sua mão.

—Não... Você não pulou. Caiu mesmo. Eu estava na praia, só olhando o mar. Estava bem revoltado. Vi você na beirada... Parecia falar com alguém, não vi a pessoa. Você se desequilibrou e caiu. Na hora nem pensei... Só entrei na agua a atrás de você. Com sorte não atingiu as pedras.

—Obrigado, mesmo.

—Não foi nada de mais. Eu não poderia deixar alguém se perder naquelas aguas. Bem na medida em que se pode conhecer o mar eu o conheço.

Jacob olhou pela janela e me perguntei onde seus pensamentos o levavam.

—É comum, jovens pularem alí? –o chamei

— Sim... Pulamos dali direto, é ‘’Mergulho do penhasco’’ algo divertido se você pular dos lugares mais baixos.

—Alguém já se machucou?

Seus olhos ficaram tristes. Por um momento ele parecia ter a idade que seu rosto sugeria.

—Uma amiga caiu. – Falou com a voz indicando que poderia chorar. – Nunca achamos o corpo. Bom, já vou indo, só vim ver como você esta, nossos pais são amigos, então... Já vou.

—Jacob... Espere. Qual era o nome da garota que caiu?

Seus olhos ficaram marejados.

—Isabella. Isabella Swan.

—Filha do chefe de policia? Acho que meu pai já falou dela.

Lembrei que quando estávamos no Arizona, há seis meses, e eu estava numa fase boa, Carlisle veio a Forks para o enterro da filha de um amigo. Isabella Swan.

—Bella. –sussurrei

—Sim, nós a chamávamos assim. Você a conheceu?

—Não... Meu pai que comentou. Essa é a terceira vez que venho aqui, e nunca passei muito tempo ou conheci alguém.

—Entendo. Você é neto dos Cullen. Seu avô já havia mostrado fotos suas. E sua avó também. Ela dizia que Bella precisava te conhecer. – ele limpou uma lágrima solitária que escorria pela bochecha.

—Nossos pais foram bons amigos, cresceram juntos; Charlie, Carlisle e Billy, meu pai. Bella era maravilhosa, todos a amavam. Você também amaria. – ele continuou.

Ele acabou ficando mais um pouco, falando sua idade – dezesseis anos- e o que os amigos faziam na reserva. Jacob era um garoto legal, alguém que eu gostaria de ser amigo. Isso me fez pensar por que nunca quis vir aqui e ficar mais tempo? Todas as vezes que vovó Elizabeth chamava eu inventava algo. Eu poderia ter conhecido essa Bella, e talvez...

Nossa! Típico de mim; começar a fantasiar sobre coisas impossíveis. Mesmo que eu passasse um tempo de qualidade em Forks, só seria pior! Eu teria feito amigos, e quando... Caso morresse, deixaria mais pessoas tristes.

Apesar de ainda não ter visto uma única foto se quer da Bella, eu sentia que ela era a garota no alto do penhasco. Não era possível minha mente ter inventado aquilo tudo.

Eu precisava voltar lá.

(...)

—Edward, eu não acho uma boa ideia. – Rosalie começou do banco do carona. Levou dois dias, malditos dois dias até que eu recebesse alta e pudesse colocar meu plano em pratica. Fiz minha irmã me ajudar e ela procurou os jornais da cidade, onde havia fotos de Bella, e a reportagem do seu desaparecimento e em seguida de sua morte.

—Eu estou me sentindo muito bem. – garanti

—Não é só sobre isso. Você está certo de que essa menina... Bella possa estar por aqui. Não sei é certo nos envolvermos com isso.

—E se ela estiver viva?

—Irmão, faz seis meses. Quase sete, que ela foi dada como morta.

—Rose, sei que parece loucura, mas não posso deixar tudo de lado assim. Você pode me esperar aqui, não vou demorar.

A deixei no carro e entrei no pequeno cemitério da cidade. Não foi difícil achar sua lapide; eu havia feito Rosalie procurar. Sua lapide era nova, e embaixo de sua foto os dizeres;

‘’Não importa que você esteja perto ou longe, o que importa é que você existiu, e deixou sua marca em nossos corações. ’’

Filha amada. Querida amiga. Isabella Swan 1988 a 2004.

Meu coração estava batendo de forma descompassada. Ali, vendo sua foto, seu sorriso bonito, eu conseguia ver claramente a menina simpática que queria saber meus motivos para por um fim na minha vida. Ela não estava morta, ela precisava da minha ajuda.

Voltei ao carro quase sem fôlego pela pequena corrida. Eu preciso me controlar, não poderia ir parar no hospital de novo.

—Achou o que queria? – Rosalie estava agitada ao lado do carro, andando de um lado para o outro.

—Rose, precisamos ir a La Push. Vamos entre.

Ela entrou alarmada.

—Ed, ela não está aqui.

—Eu sei! Ela não está morta, não pode estar. Eu não sei como... Mas preciso fazer alguma coisa!

—Vou tentar sentir a energia dela. – ela disse seria fechando os olhos.

—Como assim?

—Apenas dirija para lá. Depois te explico.

Caminhamos pela praia da reserva durante horas. Rosalie andava com os olhos fechados e hora ou outra fazia caretas.

—Você é a Raver?- a provoquei. Ela fez uma careta.

—Não mesmo. Eu... Não me chame de aberração ok? Eu posso sentir coisas. Como quando toquei na sua carta... Eu senti que você viria para cá e tentaria se matar, então avisei ao papai.

—Você é incrível. – falei simples.

—uma aberração. E a vovó fica falando que isso é incrível.

—por que é. Se não fosse você eu provavelmente estaria morto.

—Então você acredita nisso?

—Eu estou aqui. E você sempre foi meio...

—Estranha.

—Diferente. Sensível. Sempre sentiu empatia com a dor dos outros, agora vejo que é porque você pode sentir.

Ela me olhou com os olhos marejados e veio para mais perto e me abraçou.

—Você é o melhor irmão do mundo.

—Ah! Então sou um irmão melhor que o Zac Afron?

Ela riu e fungou.

—Ninguém poderia ser. Mas confesso que ele seria um namorado perfeito.

—Você não está nessa de namorados. – resmunguei.

—Continue se iludindo irmãozinho. Vou passar de novo por ali.

Contrariando o lado de Rose, rumei para o penhasco. Comecei a chamar seu nome ali na base da pequena vegetação.

—Bella? – comecei meio inseguro. Imaginei sua pela suave, seus cabelos longos, seu sorriso leve... Alguém assim não poderia já ter partido não era justo!

—Bella?! –chamei mais alto. Meu coração voltando a martelar alto.

—Ora ora. Você voltou. - uma voz suave e melodiosa me saldou saindo por de trás das arvores.

—Sim... Estava em um mau momento. Desculpe. – falei mal acreditando que ela estava mesmo ali na minha frente! Ela parecia reluzir... Diferente da primeira vez em que a ví, dessa vez ela parecia mais... Fantasmagórica.

—Tudo bem, todos passamos por isso. – ela deu um sorriso feliz! Deus! Não era possível alguém ser tão bonita, era? – Quer dar uma volta? – ela convidou.

Olhei em volta tentando achar Rosalie. Ela estava um pouco longe.

—Tudo bem. – respondi. Rose ficaria bem.

—Está olhando ela? – ela apontou minha irmã a distancia.

— É a minha irmã. Ela vai ficar bem. Vamos. – fui para o lado dela e começamos a caminhar de volta para as arvores. Preenchi o silencio falando de mim e minha breve história de vida. Por fim acho que ela entendeu meu motivo para acabar com minha vida

— Mesmo assim... Você ainda esta vivo. Deve haver um propósito, certo? Não pode desistir! – ela olhava a frente, as sobrancelhas unidas como se tentasse resolver um problema de matemática difícil.

Achei melhor procurar mudar de assunto.

—Claro claro. Mas me fale de você; filha do chefe de policia, mora em Forks... Por que só te encontro aqui? – a olhei procurando sinais que ela poderia dar que justificariam tudo; ela ser um fantasma? Um espírito vingativo?

—Às vezes fico aqui. Vim encontrar Jacob. – ela respondeu de forma calma, mexendo numas samambaias.

—Não acha que passa muito tempo aqui? – pressionei.

—Aonde quer chegar com isso? – ela perguntou me encarando de braços cruzados.

Resolvei que era melhor parar com a enrolação e ir direto ao ponto.

—Bella. – será que eu poderia pegar suas mãos? Aproximar-me unindo nossas mãos, e tentei fingir que o gelo das suas mãos me sobressaltou. – Aonde você vai quando não está comigo?

Ela pareceu ficar confusa.

—vou à escola. Espere, as aulas ainda não voltaram... Então por enquanto... – ela olhou para todos os lados menos para mim. – que dia é hoje?

—Aonde você vai quando não está aqui? – insisti.

—Para casa. - ela disse incerta.

—Bella onde você está?

—Não entendo. – ela franziu o cenho.

—Eu te chamei da praia e você apareceu. Onde estava antes disso?

—Caminhando...

—E antes disso?

Ela pareceu lembrar. E sua expressão ficou horrorizada. Eu nunca esqueceria aquela expressão de completo pavor.

Ela começou a chorar.

—É escuro. Edward não tem nada lá. É escuro e frio. E às vezes há vozes... E às vezes há agua... Edward eu tenho medo.

Ela tentou me segurar com mais força, mas suas mãos estavam perdendo a textura. Eu não as sentia.

—Edward não deixa a escuridão me pegar! Não tem nada lá! Eu não existo lá!

Seu choro ficou mais forte.

— Eu vou tirar você de lá. – prometi. E ela sumiu. Bem diante dos meus olhos, Isabella Swan ficou translucida e sumiu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? cada vez mais perto do Ed a achar... O que acharam? volto o mais rapido possivel! bjs :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Remember-Uma Vida Pra Viver" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.