Remember-Uma Vida Pra Viver escrita por Thay Paixão


Capítulo 11
Corredores.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! desculpa pela demora :( muito obg por cada comentário! é otimo saber que essa fic é diferente do que vcs já leram, e isso me impulsiona a trazer o melhor, por isso acabo demorando também, porque não posso trazer ''de qualquer'' jeito.
Boa leitura ♥



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Remember

Corredores

Uma semana após a cirurgia de Edward, eu recebi alta. Melhor, receberia alta amanhã, estando cem por cento de saúde, precisando apena ganhar peso- eu estava atualmente com quarenta e um quilos e os médicos julgavam perfeito cinquenta, o que era muito bom mesmo considerando os trinta com que cheguei aqui.

Charlie e Renée estavam eufóricos com minha alta, mais Renée que já fazia planos de me levar para a Califórnia, coisa que eu ainda não havia lhe contado era que eu não iria com ela a lugar algum.

Apesar de todo o tempo passado no hospital, com jornalistas do lado de fora, querendo entrevistas, e Renée tentando me convencer a ceder pelo menos uma, ‘’eles pagariam bem’’, eu poderia usar o dinheiro para a faculdade, eu realmente não queria aparecer na TV. Agora as coisas estavam mais calmas, apenas o jornal local aparecia vez ou outra, eu me sentia triste em sair do hospital e deixar Edward.

Havíamos feito essa jornada juntos! Ele quase morrerá para me salvar, e logo depois sua saúde piorou e agora... Ele estava vivendo de novo. Sim, eu estava muito apegada a Edward, meu salvador, e sua namorada, Jane não parecia se importar.

Era dez e meia da noite, e eu andava com ela pelos corredores vazios do hospital, ela tinha um enorme saco de batatinhas chips nas mãos que comíamos felizes.

 -Carlisle e Esme mal se falam. – ela declarou com a boca cheia.

—Será que irão se divorciar? – eu tinha experiência com pais separados, aquilo não me afetava muito, mas Edward e Rosalie pareciam vir deu uma família bastante unida, e pareciam ser muito apegados aos pais.

Ela sacudiu a cabeça.

—Não acho. Carlisle é covarde de mais. Medroso, sabe? Esme é quem tomam as decisões na família, e quem o mantem de pé, sem ela, ele não seria nada. Porem... Se ela pedir a coisa muda de figura.

—Deve ser difícil para você. Como... Namorada do Edward. – a palavra saiu meio engasgada. Fiz um som de tose para disfarçar.

—Como?! – ela parou no lugar. Continuei a andar para que ela não visse meu rosto corada apensar do corredor escuro.

—Com Rosalie e Edward no meio disso, com os pais podemos se separar... –gaguejei. Que merda!

—Não. O que você disse antes... Sobre Edward ser meu namorado.

Suspirando parei de andar e me virei para encará-la. Agradeci de novo pela pouca luz no corredor, ela não conseguiria ver meu rosto muito corado.

—Você deve se preocupar em como essa separação afeta Edward.

—Afinal somos namorados. – ela completou com um sorrisinho.

Fechei a cara.

—Você está aqui, não? O tempo todo ao lado dele, matando aulas, longe de casa...

—Por que o amo. – ela disse.

Aquilo doeu. Que coisa! Eu não deveria me sentir assim... Na verdade nunca me senti assim sobre ninguém.  Edward ter alguém que o amava deveria me deixar feliz, e não com... Ciúmes?

—Acho que você esta ‘’afim’’ de Edward. – ela disse cruzando os braços sobre o peito, o saco de batatinhas sendo amassado no processo. Ela mantinha o sorriso.

Estava se divertindo com a situação.

Meu coração disparou.

—O que?! Não mesmo! Eu o conheço a o que? Um mês?

Ela riu.

—Sua negativa é tão ruim que só te entrega mais! Bella... Edward e eu não somos namorados. Sim, eu o amo, porem é como... – ela parou para pensar na palavra. Sua expressão ficou triste. – um irmão. – sussurrou.

Senti todo o sangue fugir do meu corpo. Eu deveria estar parecendo muito boba.

—Você deve me achar uma boba.

Ela riu andando em minha direção. Passou um braço pelos meus ombros num abraço, com um pouco de dificuldade já que eu era pelo menos um palmo mais alta do que ela.

—Uma boba muito fofa. Você deveria ter visto sua cara! – ela riu mais.

—Pelo menos agora sei por que você me olhava estranho.

—Não te olho estranho!

—Olha sim! Não tenho muitas amigas, me dou melhor com meninos, mas como você e Edward parecem ter uma... Coisa – ela fez aspas no ar- Queria ser sua amiga. Fiquei com medo de que não quisesse.

—Desculpe Jane, por te tratar mal.

Ela deu de ombros.

—Não foi nada. Você esta afim do meu melhor amigo, eu entendo.

—Não estou afim dele!

—Está sim! – ela riu. Havíamos chegada a porta do meu quarto.

—Quer passar a noite aqui? – convidei. Renée estava na casa de uma amiga, acho que a mãe de Jessica, a maior fofoqueira de Forks, e Charlie na delegacia, aparentemente havia mais dois montanhistas desaparecidos, e ele estava mais tranquilo em me deixar aqui, já que os médicos o garantiram minha alta no dia seguinte, ter Jane para passar a noite seria bom.

—Não, vou dar uma volta pela cidade.

—Há essa hora?

—Forks não me parece perigosa. – ela deu de ombros.

—Não vai à casa dos Cullens?

—Não. Disse que passaria a noite com você. Então... Se alguém perguntar...

—você foi ao banheiro – revirei os olhos.

—Garota esperta! Até amanhã belinha!

—Boa noite. – resmunguei. Ela deu as costas e seguiu pelo corredor. Suas roupas pretas, botas, maquiagem borrada... Jane às vezes parecia uma personagem de um filme de rock. Fiquei olhando- a até que sumiu pelo corredor.

Jane era um mistério para mim. Mesmo Edward sendo seu melhor amigo (o pensamento me fez sorrir) como os pais dela a deixavam ficar longe de casa, longe da escola por tanto tempo?

Deitei na cama olhando para o teto. Mesmo que ela não fosse namorada de Edward, eu não tinha nada haver com isso, eu não estava ‘’afim’’ dele. Isso só era bom por que poderíamos ser todos amigos. Isso, Edward e Jane não namoravam então uma amizade entre nós era algo mais fácil. Resolvi mudar o rumo dos meus pensamentos, pensando em algo mais fácil.

Nessa mesma hora no dia seguinte eu estaria em casa. Como seria? Apenas eu e Charlie, por que com toda a certeza Renée voltaria logo para a Califórnia, e eu voltaria para a escola. Meio ano perdido... Virei enterrando a cabeça nos travesseiros. Eu teria que correr para pegar a matéria.

Rosalie.

 

Acordei sobressaltada e ofegante. Lobos. Muitos lobos correndo em uma floresta. Eles perseguiam... Algo. Algo rápido, forte, e duro. E frio. Sua presença era muito fria. Minha janela estava aberta, e o vento que entrava por ela me deixava com frio. Levantei indo até ela e a fechando. Eu tinha certeza de que a fechei antes de dormir. O quarto estava muito escuro e frio, apesar da luz das estrelas que entravam pela janela. Eu estava inquieta, a sensação de que não estava sozinha naquele quarto era quase sufocante. Tentei manter a calma e sem olhar para o guarda roupas, andei a passos rápidos para a porta. Foi rápido, alguém ‘’normal’’ não teria notado. Minha janela voltou a abrir e a fechar. Um vento frio passou pela quarto. Alguém esteve ali enquanto eu dormia e saíra agora.

Tentando mostrar a confiança que eu não sentia, andei de vagar para a cozinha buscando agua.

—O que faz acordada querida? – meu pai estava sentado à mesa com um copo e uma garrafa de Vodka. Nada bom.

—Tive um pesadelo. – falei indo para a geladeira.

—Quer falar sobre?

Sua fala estava meio embolada e arrastada. Estava bêbedo. Eu nunca tinha visto meu pai bêbado. Aquilo me entristeceu... Edward estava melhorando de saúde! Deveríamos estar todos felizes não? Mas havia uma tempestade chegando, eu podia sentir. Vir para Forks parecia ter fortalecido meus poderes de bruxa, e eu sentia... Nada seria como antes na minha família.

Sentei em uma cadeira a sua frente.

—Você e a mamãe vão se divorciar? – perguntei o olhando bem. Ele se assustou. Ficou quieto me olhando então. Depois parecia ter envelhecido vinte anos, ombros encurvados, expressão triste.

—O que estamos fazendo com você Rose? Você só tem treze anos não deveria passar por isso! Não deveria ter esse tipo de preocupação.

—Muitas crianças mais novas que eu passam por isso.

—Crianças... Você percebe que está falando como um pequeno adulto?

—Pai... Eu quero a verdade. Tudo bem se você e a mamãe não continuarem casados, se for o melhor para vocês.

—Ninguém vai se separar ok? – ele segurou minha mão por cima da mesa.

 Eu não saberia dizer o que provocou aquilo. Se foi o meu pesadelo da noite, a presença no meu quarto, ou todo o stress fazendo algum outro dom se despertar dentro de mim. O toque do meu pai enviou pensamentos, imagens e sentimentos a minha cabeça. Uma mulher no Arizona, uma aluna dele. Ela está grávida. Dele. Ela tenta falar com ele, mas ele está fugindo dela. Ele está com medo. Ele quer que ela aborte e suma. Ela não quer.

—Tudo vai ficar bem Rose.

Puxei minha mão com força da sua, meu coração a mil.

—Sim. Vai ficar tudo bem. Se você parar de beber, e for dormir agora. – me levantei pegando a garrafa da mesa e despejando o conteúdo na pia. Minha respiração estava entre cortada.

Meu pai havia traído minha mãe. E feito um filho no processo.

Com certeza nada seria como antes.

Não consegui dormir naquela noite. Vovó Elizabeth me encontrou dentro da parte da floresta que cercava a casa antes das seis da manhã. Eu tinha um dos seus livros de magia aberto no chão, buscando me conectar com a natureza para que isso me trouxesse um pouco de paz, coisa que eu não consegui desde a noite, quando acordei assustada.

—Querida, venha tomar o café da manhã.

—Não está cedo de mais para comer? – sorri ainda de olhos fechados.

—Não está cedo de mais para você estar acordada? – retrucou. Senti que ela sentou ao meu lado, pegando minha mão direito. Seu toque não enviou imagem alguma a minha cabeça, apenas amor, calor e conforto. Finalmente senti meu coração desacelerar as batidas. Relaxei.

—Meu amor... Você está tão nervosa! – ela me puxou para seus braços, deixei que me abraçasse.

Todo aquele carinho e amor me fez começar a chorar. Por que minha mãe não era mais como a vovó?

—O que houve Rosalie? Está me assustando!

—O papai está escondendo algo muito serio da gente! E ele e a mamãe vão se separar!

—Como sabe disso?

—Ele colocou a mão em mim ontem, e eu apenas vi! Tudo dentro da minha cabeça. – minha voz saiu abafada, já que eu mantinha a cabeça enterrada em seus peitos fartos.

Ela beijou meus cabelos.

—Você é muito poderosa meu amor. Temos que treinar esses dons.

—Preciso fazer algo por eles!

—Rosalie, olhe par mim. – ela segurou meu rosto em suas mãos.

—Não há nada que você possa fazer. Seus pais são adultos deixe que eles se resolvam.

Eu sabia que ela tinha razão. Mas eu não podia!

—Não existe um feitiço para isso? Fazer um casal se dar bem? – perguntei sorrindo triste. Ela acariciou meu rosto.

—Todo feitiço que mexa com as emoções das pessoas, está tirando o livre arbítrio delas, e então é proibido.

—Mas existe.

—Rose... – um barulho alto dentro da floresta chamou nossa atenção. Uma árvore caindo talvez, não muito longe.

—O que foi isso?

Vovó se levantou depressa.

—Vamos para dentro.

—Por quê?

—Não é seguro aqui fora. Vamos.

—Vovó...

—Filha, existem coisas nesse mundo que você ainda não entende. Os lobos tentam nos proteger, mas nem sempre conseguem. Vamos para dentro.

Lobos?

A segui tropeçando pelo caminho de volta a casa. Quando me virei para olhar a floresta que deixávamos para trás, juraria ter visto um lobo enorme e preto nos olhando.

Bella.

 

—É isso Isabella. Você está liberada, mas quero vê-la no próximo mês. Continue as vitaminas, para acabar com essa anemia logo. – o medico disse sorrindo. Sorri de volta agradecida. Eu finalmente iria para casa.

—Com certeza irei fazer tudo direitinho doutor. Posso ir ver o Edward agora? – pedi olhando de Charlie para Renée.

—Sim, mas não demore. Temos uma surpresa em casa. – Charlie respondeu.

Eu apostava como boa parte da cidade havia feito uma festa de boas vindas para mim, no quintal de casa ou até mesmo na rua.

—Ok. – dei um beijo em sua bochecha e outro em Renée e corri porta a fora.

—Não precisa correr! – Ouvi a voz divertida de Renée atrás de mim. Tentei controlar minha corrida nos corredores para não alarmar nenhum interno. Cheguei à porta do quarto de Edward respirando com dificuldade, meu coração aos pulos.

—Bom dia Bella. – Alice, irmã de Edward apareceu ao meu lado com dois cafés na mão.

—Bom dia Alice!- respondi esbaforida. Ela riu.

—Quer um café?

—Não é para a senhora Cullen?

Ela deu de ombros.

—Bom é. Mas eu trouxe só para ser educada... Não me leve a mal, mas não gosto dessa mulher. – ela fez uma careta. Eu ri. Alice era engraçada. Aceitei a bebida quente.

—É descafeinado. – ela me tranquilizou. – Recebeu alta?

—Sim. Vim me despedir do Edward... Agora não poderei vir ao quarto dele toda a hora.

—Tenho uma boa noticia então, vão tirar a sedação dele hoje. Talvez ele acorde hoje mesmo.

—Isso é maravilhoso. – respondi realmente feliz.

—Vamos entrar logo, eu estou longe por muito tempo, Esme deve estar feliz de mais com isso. – ela abriu a porta revirando os olhos. Esme estava sentada o mais perto do filho que o sofá permitia. Segurava sua mão, e a beijava.

—Bom dia dona Esme. – sussurrei. Ela levantou a cabeça, tinha olheiras profundas. O tempo no hospital estava cobrando um preso alto sobre ela. Sorriu fraco para mim, e logo fechou a cara ao olhar para Alice.

—Pensei que fosse... Sei lá, tomar um banho e dormir em outro lugar? – falou. Alice soltou um rum, sentando no sofá de frente para a cama.

—Fiz tudo isso e já voltei. Trouxe até um café para você, mas encontrei Bella na porta, e alimentar uma menina de dezesseis anos é mais importante que uma velha de cinquenta.

—Não tenho cinquenta anos! – Esme elevou a voz.

Tentei controlar a risada que quis sair. Coloquei a mão na boca.

Alice balançou a mão no ar.

—Que seja. Bella recebeu alta.

Esme me olhou de novo, meus tênis all star velhos que meu pai havia trago, minha calça jeans e minha blusa de flanela branco com azul. Claramente sem roupas de hospital.

—Isso é muito bom. Cuide-se menina.

Assenti para ela. Olhou de novo para Edward, passou as mãos pelos seus cabelos ralos. Só havia um soro ligado a ele agora, e uns aparelhos medindo sua frequência cardíaca.

—Logo será meu Edward. – sussurrou.

—Ele vai acordar hoje? – perguntei. Com ela ali, eu não tinha coragem me aproximar dele.

—Espero que sim, tiraram a medicação dele logo cedo. Agora é só esperar.

—Ela veio dizer até logo para Edwad. Você ai está atrapalhando. – Alice disse ríspida.

Esme a olhou de um jeito assassino. Até eu que ainda estava perto da porta tive medo. Respirou fundo e me sorriu.

—Pode vir aqui querida, vou até a lanchonete tomar o desjejum.

Dei espaço para que ela passasse.

—Graças a Deus. – Alice comemorou sua saída.

—Alice, você não deveria ser tão grossa com a mãe do seu irmão.

—Tenho meus motivos para trata-la dessa forma. –resolvi não questionar seus motivos. Me aproximei de Edward na cama. Ainda muito pálido, mas suas bochechas tinham alguma cor agora. Peguei sua mão na minha, quente e frágil.

—Edward, eu to indo, mas venho te ver. Fique bom logo para eu poder te mostrar a cidade.

Fiquei ali, parada sem jeito ao seu lado. Ele parecia dormir tão tranquilo... Senti um aperto fraco na minha mão. Olhei para baixo alarmada, e depois para seu rosto. Seus olhos verdes estavam semicerrados.

—Por favor. – sussurrou.

—Edward! – gritei.

Alice estava ao nosso lado em um pulo.

—Irmão! – ela beijou sua testa.

—Agua. – pediu.

—Você não pode... Não assim, eu acho. Vou chamar a enfermeira. – e saiu rápido.

—Edward, que bom que acordou. – ele sorriu, e apertou minha mão de novo. Não consegui me controlar, e me inclinei para deixar um beijo em seu rosto.

Acabei ficando mais um tempo no hospital, até ter certeza de que ele ficaria bem. Ou melhor, até Renée bater o pé dizendo que tínhamos que ir.

O importante era que Edward tinha acordado e ficaria bem.


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Notas finais do capítulo

E aí? o que estão achando da Rose Bruxinha? e essa ''presença'' no quarto? algum palpite? vejo vcs nos comentarios? vamos conversar kkkkk bjs :*



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