Remember-Uma Vida Pra Viver escrita por Thay Paixão


Capítulo 10
Oscilação


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! sei que demorei ( bastante) mil desculpas! o Cap ta curtinho, mas é um cap necessario.
Boa leitura ♥



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Remember

Oscilação

As coisas estavam voltando aos poucos. Eu ainda não assimilava muito bem o tempo que passei num estado de coma. Seis meses? Minha família e amigos seguiram suas vidas normalmente nesses seis meses, passaram pelo período de luto e aprenderam a viver sem mim. E agora eu estava aqui, literalmente voltando dos mortos. Eu não podia culpar minha mãe por estar me tratando com extremo cuidado. Cuidado de chegar perto de mim. De falar comigo.

Eu me lembrava do último verão, onde passei semanas na casa dela depois de tantos anos, e percebi que nossa relação agora era de amigas. Ela não se procurava comigo como uma mãe, no máximo como uma irmã mais velha.

Voltei da Califórnia tentando aceitar que eu teria em Renée uma amiga e não uma mãe.

Agora enquanto ela ocupava o lugar de Charlie ao meu lado já que ele precisou ir à delegacia (montanhistas estavam desaparecidos) Renée estava firmemente ao meu lado tagarelando sobre a correria na Califórnia, sobre seu grupo de amigos, e sobre alguma novela estúpida. Ela estava nervosa.

— Mãe tudo bem. Temos tempo para você me atualizar. - comentei com um sorriso discreto. Ela riu fraco. Peguei sua mão e ela se agitou um pouco assustada.

— Eu só… estou um pouco nervosa. Por te ter de volta.

— Eu entendo. Mesmo. Não precisa preencher cada momento de silencio com palavras de mais. Pra mim é como se eu tivesse caído na agua na semana passada, não como se tivesse passado todo esse tempo. E agora estou apenas preocupada com Edward.

Ela me deu um sorriso.

—Ele vai ficar bem.

—Não diga coisas que você não sabe. Você viu como ele caiu cai ali. – a lembrança era vivida na minha mente apensar de fazer horas do ocorrido.

—Quer que eu busque por noticias dele? – ofereceu.

—Por favor.

Renée saiu do quarto e creio que foi o melhor para nós duas. Levaria tempo até ela se acostumar comigo.

Eu estava sozinha com meus pensamentos, que me levavam o tempo todo de volta a Jane Volturi. Bonita de mais, legal de mais e... Namorada de Edward, eu não tinha duvidas! Ela tinha intimidade para falar com a irmã dele, com o pai dele, e com ele! Namorada, com certeza. Eu não entendia por que isso me perturbava... O fato de ele ter namorada não mudava o fato de que podemos ser amigos, certo? E essa garota era legal, chegou ao meu quarto já querendo ser intima, e quando percebi que ela era namorada do Edward ( pela intimidade com a qual falava dele) passei a ser seca com ela. Como resposta ela ficou na defensiva. Pobre Jane, não fazia ideia do por que eu a estar tratando daquela forma. Na verdade nem mesmo eu me entendia. Edward havia salvado minha vida, certo, mas ele não era nada além disso; meu salvador e agora amigo. Ela merecia ser melhor tratada por mim, afinal não havia me feito nada.

Fazia um tempo que Renée havia saído, quando Rosalie, irmã de Edward bateu a minha porta na parede ao entrar chorando.

Meu coração parou ao ver sua expressão de desespero.

—Entubaram ele! – ela se desesperou. O rosto pequeno vermelho, cheio de lágrimas. – Eu não o sinto Bella, eu não o sinto!

—Calma Rosalie! Os médicos vão ajuda-lo! – levantei meio trôpega da cama tentando abraça-la. Ela não permitiu, continuou andando de um lado para o outro.

—Não podem! Não conseguem! É como se ele já tivesse partido... – ela sussurrou se jogando no chão. Mãos segurando a cabeça. Me ajoelhei ao seu lado. Eu não sabia o que fazer. Ela era uma garota de que? Treze anos? Passando por uma situação difícil de mais.

Não posso dizer com exatidão o tempo que levou para a pequena se acalmar, em determinado momento ela deitou a cabeça em meu colo e ficou sussurrando palavras rápidas que pareciam uma cantiga antiga em outra língua.

—Que musica é essa? – tomei coragem para perguntar.

—Uma cantiga antiga que minha avó me ensinou. Um pedido aos nossos ancestrais para proteger o Edward.

Continuei fazendo um cafuné nela. Seus cabelos loiros eram muito macios.

—Bella querida... – Charlie nos encontrou um tempo depois. Pedi silencio a ele com um gesto, Rosalie havia adormecido.

—O que ela faz aqui? – ele sussurrou. Certamente ele reconheceu a filha do amigo.

—Edward piorou. – me lamentei. Charlie me olhou com pena, tirou a arma da cintura, colocando numa mesinha próxima e se abaixou para pegar Rosalie do chão.

—Para alguém tão magra, ela está bem pesadinha. – ele riu de leve, o bigode balançando.

—Onde está a mamãe? – perguntei.

—Esperava que ela estivesse aqui. – ele logo ficou serio.

—Eu pedi que ela buscasse noticias de Edward. Isso tem mais de meia hora. – fiquei de pé, braços cruzados. Charlie suspirou diante da minha postura, sabendo que teria de me dar uma resposta.

—Não vou mentir para você garota, a situação do menino é delicada. A irmã que será doadora assinou um terno de responsabilidade, e estão preparando ambos para o transplante.

A irmã! Ela então seria sua salvadora. Meu pai vacilou ao ver minha expressão mais animada.

—Não se encha muito de esperanças, ouvi o medico dizer que será difícil ele se recuperar.

—Eu tenho fé que ele ficará bom. – falei convicta.

—Mesmo assim...

—Não papai. Edward ficará bom sim, eu posso sentir. Ele não me salvou à toa. Ele merece uma vida! – me senti nervosa de imediato. Toda a vida dele acabando agora? Quando a minha havia acabado de recomeçar? Não era justo!

Charlie continuava com a expressão de pena no rosto, e isso me enfureceu. Lágrimas de raiva brotaram em meus olhos e escorreram pelas minhas bochechas. Charlie me abraçou.

Escondi o rosto em seu peito chorando.

Por que a vida era assim? Por que alguém tão bom quanto Edward tinha de passar por uma coisa dessas?

Narrador.

 

Observando a cena que se desenvolvia no quarto de hospital, estavam a morte e a terceira Esposa.

—Você já a viu; ela me parece muito bem. Hora de ir, como você me prometeu.

A mulher hesitou.

—O menino ficará bem?

Sob o capuz preto, a cabeça balançou de um lado para o outro.

—Isso não diz respeito a você. Já interferiu de mais, agora é hora de seguir a diante, a próxima pagina da sua jornada aguarda para ser escrita. – nesse momento a morte, sua companheira de tantas décadas lhe estendeu a mão humana.

Pálida e delicada, claramente de uma mulher. A terceira esposa se encheu de coragem e olhou bem dentro do capuz para tentar enxergar quem era ela; uma luz forte a cegou por um momento a obrigando a fechar os olhos. Quando os abriu de nova, a morte havia se tornada uma jovem pálida de longos cabelos pretos. Suas feições suaves.

—Por favor. – disse.

—Por que nunca se mostrou para mim? – quis saber. A mulher deu de ombros.

—Tenho muitas formas. Só me revê-lo quando meu alvo enfim sede. Deixe me dar alivio para sua alma.

—E a tribo? – a terceira Esposa ainda se preocupava, ainda mais com os recentes aparecimentos de bebedores de sangue por aquelas bandas.

—A magia em volta da sua aldeia cuidará de tudo. Deixe que a próxima geração lide com seus problemas, e hora de você seguir.

A índia olhou mais uma vez para a cena a sua frente; Isabella Swan nos braços do pai chorando copiosamente com medo de perder o jovem que salvará sua vida, e quem ela já amava de alguma forma, o pai que acabará de ter a filha de volta aflito pela sua dor, e compadecido pelo sofrimento do amigo, afinal sabia o que era a dor de perder um filho, e a jovem bruxa na cama, inconsciente.

—Espero que eles tenham finais felizes. – ela disse para a morte.

—Como o seu? Morrendo por nada?

—Eu morri para salvar minha família. Isso é morrer por algo, algo maior que tudo.

A morte sorriu para ela.

—E eu te admiro por isso. – foi o que disse quando a mulher finalmente colocou a mão sobre a sua. As duas seguiram para o véu que separava os mundos.

A terceira esposa sentia que havia cumprido sua missão, e rezava para a nova geração de sua tribo pudesse cuidar de seu povo.

Tempos difícil estavam por vir.

Em outra parte do hospital da pequena cidade, Alice Brandon estendia a mão, deitada na maca, para segurar a do irmão caçula.

—Senhorita Brandon, tudo bem? – o medico perguntou.

—Meu namorado ligou? – quis saber. O medico fez uma expressão triste. Não, Jasper não havia ligado.

—Farei o tudo o que puder. – não era costume um medico se envolver tanto com os pacientes, mas desde que virá Alice Brandon e sua determinação de salvar o irmão há muito perdido, ele se apegara. Dr. Lincon estava determinado a salvar ambos para que eles pudessem se reconectar como família.

—Edward tem de ficar bom. – foi o que a jovem sussurrou antes de ceder à anestesia.

Os pais de Edward se abraçavam no corredor, toda a tensão entre eles deixada de lado. O filho era o que mais importava.

—Ele vai ficar bem certo Carlisle? – Esme sussurrava ao marido.

—Eu tenho fé. – ele disse forte. Edward tinha que ficar bom. Era jovem de mais, bom de mais, merecia muito da vida.

Abraçada ao marido Esme Cullen fazia suas orações pela vida do filho.

Não muito longe dali, dentro da floresta de Forks, Elizabeth Cullen fazia um ritual para pedir a suas irmãs bruxas forças para o neto.

O marido a observava a distância, maravilhado com a esposa conectada a natureza a sua volta.

Jacob

O calor. Eu sabia que o vento era forte, cortante e frio. Mas eu estava quente. Muito quente. Olhei minhas mãos; tremiam muito. Eu podia sentir meu coração batendo forte de mais no meu peito.

Será que estou infartando?

Eu tinha dezesseis anos, por favor! Não quero morrer! Era o meu pensamento mais forte. Eu corri para a floresta densa envolta da praia em La Push. Uma dor muito forte me atingiu, como se meu corpo estivesse sendo rasgado de dentro para fora, meus músculos se expandindo ao ponto de não caberem dentro de minhas roupas. Gritei em meu pânico.

E então eu não eu mais eu mesmo. Minhas mãos eram garras, as garras de um animal, meu corpo se retesava e um rosnado bestial saia de meus lábios. Meus lábios não, minha boca, grande com dentes afiados.

Vozes, uma confusão delas dentro de minha cabeça.

 

Ele está sendo mais dramático que o Quill!

Não seja estúpido Paul! Eu não sou dramático!

Não é?! Quem ficou chamando pela mamãe mesmo?

Parem vocês! Jacob pode nos ouvir, e ficará mais confuso ainda.

 

A ultima voz soava como uma ordem, e eu senti meus músculos se retesarem ao seu comando. Como uma ordem que até mesmo eu deveria acatar. Rosnei de novo e corri.

 Hum hum esse lobinho é bravo!

Já chega Paul!

 

Eu corri, o mais rápido que minhas recém-adquiridas patas permitiam. Correr era bom, fazia a raiva se dissipar de mim, fazia tudo parecer fácil...

Jacob, volte, vamos conversar! Você precisa se acalmar para voltar à forma humana, se não a mente do lobo irá dominá-lo e ficará difícil. Sou eu Sam.

 

A voz de Sam colocava tudo numa perspectiva mais fácil. Eu era um lobo. Assim como ele e os outros. As lendas do nosso povo eram verdadeiras. Havia bebedores de sangue pelas nossas terras, e estávamos nos transformando para proteger a tribo e a população próxima. Aquilo era uma benção, eu deveria estar feliz...

 

Me desliguei da sua voz quando consegui organizar nossas lendas em minha mente o bastante para acreditar nelas. Eu continuei correndo, eu queria correr até que eu acordasse desse pesadelo.

Isso não deveria ter acontecido comigo, eu não era bom para isso. Eu só queria ser um garoto normal, e algo me dizia que depois desse dia ‘’normal’’ não se aplicaria mais a mim.

Bella.

—Rosalie? – eu a chamei de vagar. Fazia algumas horas que ela havia adormecido, seu pai passara pelo meu quarto para dar uma boa noticia; a cirurgia de Edward havia sido um sucesso, agora era só esperar para vermos como ele reagiria.

As pálpebras dela tremeram, e abriu seus olhos incrivelmente azuis.

—Bella?

—Sim florzinha... Seu irmão está bem. – fui logo dizendo. Ela se sentou na cama em um pulo.

—De vagar... Você dormiu muito tempo. – falei. Ela colocou a mão na cabeça.

—Edward está mesmo bem? – perguntou os olhos brilhando.

—Ele irá ficar. – confirmei. Eu acreditava firmemente nisso.

—Que bom que acordou baixinha! – Jane entrou falando, o braço cheio de salgadinhos e refrigerante. O rosto ainda vermelho, eu apostava que havia chorado, afinal, o namorado estivera entre a vida e morte.

—Sou quase do seu tamanho. – Rasalie reclamou pegando um saquinho de sua mão.

Quase não é ser. Ainda é baixinha. Bella... – Jane me olhou – Você quer um? Não sabia qual você gostava, por isso trouxe vários.

—Ela não é um amor? - Rosalie disse sorrindo para mim. Ignorando meu coração que ficou frio pela presença de Jane, me forcei a ser simpática; Jane era legal, eu deveria ser legal com ela.

—Gosto de todos. – falei pegando as batatinhas. Sentei-me ao lado de Rosalie na cama, e Jane me imitou. Ficamos comendo porcarias, enquanto Jane dizia que achava a cidade muito quieta, e que eu adoraria visitar a cidade deles no Arizona. Ela e Rosalie tinham muitos assuntos, falavam de bandas, filmes e artistas e principalmente Edward. No fim de nosso momento juntas, senti que conhecia Edward um pouco melhor. Elas só saíram do meu quarto no fim da tarde, quando a vovó Cullen veio buscá-las.

—É ótimo vê-la Bella. – ela me cumprimentou com um beijo no rosto.

—É ótimo ver a senhora também. – lhe sorri.

—Tenho certeza de que nos veremos bastante! Vou levar essas mocinhas para casa, para tomarem banho e se alimentarem direito, e amanhã venho lhe ver.

—Estarei bem aqui. –brinquei. A velha senhora fez um carinho em meu rosto.

—Edward e você estão destinados a muitas coisas querida. Terão uma bela vida.

Ela não me deu tempo para perguntar o que queria dizer com aquilo. Passei na noite ansiosa por noticias de Edward, que eu sabia que não viriam tão cedo.

Eu só podia agradecer por ele estar bem, e rezar para que se recuperasse logo.

 


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Notas finais do capítulo

Bella a bobinha kkkk ta achando que a Jane é namorada do Edward! afff logo as coisas ficarão as claras para ela..
O que vcs acharam de ter lobos e vampiros no universo?
vejo vcs nos cometarios? *_* bjs :*