Remember-Uma Vida Pra Viver escrita por Thay Paixão


Capítulo 1
Fragmentos- Edward


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu trazendo a vocês a fic que surgiu através dessa one https://fanfiction.com.br/historia/705608/Remember_Sunday/

Espero que curtam mais essa criação. Sem mais, boa leitura ♥



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Remember

 

Capítulo 1- fragmentos.

 

Novembro 2001.

 

Edward.

Era um estúpido jogo. Apenas uma final de futebol entre ligas escolares, todos os alunos animados e vibrantes e minha namorada-não-oficial sendo a líder de torcida mais bonita e perfeita ao lado do cara mais popular daquela maldita escola, sorrindo e acenando feliz, e aquele cara não era eu.

O time da escola havia chegado as finais em uma bonita e invicta campanha, e acabara de vencer em casa no jogo mais acirrado de 3x2. Os leões de Phoenix eram os campeões! Minha namorada fazia seu papel feliz, ao lado do babaca do Garrett. O capitão do time de futebol era perfeito para ela! Por que continuava a correr atrás de mim?

Ela me avistou. Sorriu aquele lindo sorriso e veio pulando em minha direção. Jogou-se em meus braços controlando sua força para não me derrubar, afinal ela não sabia como eu estava de saúde hoje.

— Edward! Estou tão feliz que você veio! - ela entrelaçou suas mãos na minha.

— Parabéns pela noite. - falei tentando sorrir. Eu só vira porque Jane minha vizinha e melhor amiga me arrastará.

— Vou só pegar minha bolsa e podemos ir. - ela disse.

— Tanya, a festa vai ser na casa do Garrett mesmo! - Irina sua colega de time passou por nós gritando.

Tanya sorriu para mim em forma de desculpas.

— Pode ir. - assegurei.

— Poxa Edward… fiquei tão feliz por você aparecer! Quero ficar com você!

— Você é a líder delas. Elas precisam de você para comemorar. - dei de ombros. Tanya se dedicava muito aquele time. Ela realmente merecia o título de chefe das lideres de torcida.

— Você não tem passado muito tempo comigo. - ela reclamou fazendo bico.

Aquilo era verdade; eu a estava evitando nas últimas semanas, aproveitando que ela estava ocupada com a torcida, com o baile dos alunos e com a escola em geral, e me mantendo afastado.

— Esse é o ponto, Tanya; não quero passar muito tempo com você. - Eu sabia que aquilo iria magoa-lá, mas passar todo o Hight Scool com um cara com câncer que está na corda bamba da morte doeria mais. Quando eu morresse ela ficaria péssima.

Vi seus olhos encherem de lágrimas que ameaçavam transbordar. No último momento ela fungou, abriu um sorriso. Ficou na ponta dos pés e deu um beijo suava nos lábios.

— Você esta num péssimo humor mesmo. Bem que sua mãe me alertou. Vou para a festa marcar presença, depois irei para sua casa.

— Tanya…

— Até mais gostosão. - ela acenou e saiu correndo pelo campo e deu uma estrelinha finalizando com uma cambalhota dupla. As pessoas que viram aplaudiram.

— Ela não parece alguém que acaba de ter o namoro rompido. - Jane literalmente brotou do meu lado.

— Não sei mais o que fazer. - resmunguei começando a pegar o caminho de volta para o carro.

— Simples; deixe a moça ficar com você. - ela disse de forma tranquila andando a meu lado e chutando as pedrinhas no caminho com seu all star surrado.

— Não quero mais ela perdendo tempo comigo. - repeti pela milésima vez. Parei do lado do passageiro do carro esperando que Jane entrasse e abrisse a porta. Ela percebeu minha careta; eu odiava quando ela dirigia.

— Não... Trato é trato. - ela me lembrou. Quarta era o dia dela de dirigir.

— Trouxe uma garrafa de vodka para comemorarmos. - ela disse.

— Minha internação e o começo da quimioterapia?- ri sem humor. Jane permaneceu quieto o resto do caminho. Parou o carro no vale onde tinha o banco que dava para a vista da cidade. De certa forma aquele era o nosso banco. Jane ficou seria fitando a cidade á baixo de nós.

—  Edward vou ser sincera; estou evitando pensar que você irá morrer. Quero comemorar por que... Acho que você voltará curado.

— Eu vou morrer. - falei serio. - a quimioterapia irá me matar mais rápido que o câncer.

— Um doador de medula não é uma opção?

— O médico acredita que posso ficar bom com a quimio. –sussurei

— Viu? Se o medico e seus pais acreditam… O que custa ter fé? - olhei seus olhos azuis. Jane e eu éramos amigos desde sempre. Vizinhos desde sempre, no começo era ela o irmão gêmeo e eu.

Alec seu irmão morrerá há quatro anos num acidente de carro quando eles tinham dez anos. Estavam no carro seus pais e eles; a mãe e o irmão morreram ficando ela e o pai Aro. O pai passou a trabalhar de mais e beber de mais. Jane ficava muito tempo em minha casa e nossa amizade só se fortaleceu. Quando a contei da minha doença no ano passado, ela foi a mais empenhada em me fazer melhorar. Agora que parecia mais difícil ela continuava otimista; Jane tinha medo de perder mais alguém.  Eu tentei me manter forte, por ela também. Mas eu não acreditava na minha recuperação. Eu tinha apenas quatorze anos e estava certo de que morreria.

Algumas semanas depois.

Eu estava uma boa merda. Como eu previra, a quimioterapia tinha me ferrado legal e não consegui passar muitos dias em casa. Eu estava internado, fraco, pálido e com os cabelos ficando ralos.

Uma Tanya de shortinho e regata se encontrava ao lado da minha cama.

— O que faz aqui? - sim, eu estava sendo grosso porem ela precisava entender que eu não a queria aqui.

— Sou sua namorada. - ela deu de ombros.

— Meu gelo tem sido sutil de mais? Significa ‘’terminamos’’.

— Entendo que queira me manter longe, Edward. Mesmo. Mas eu quero estar aqui com você. - ela estava seria e toda mandona.

— E eu quero que você vá embora.

— Porque Jane Volturi pode ficar e eu não?!

— Acredite, eu a mandaria embora se pudesse. Mais Você sabe tão bem quanto eu que sou o melhor amigo dela.

— Eu amo você. - Tanya disse com os olhos cheios de lágrimas.

— Por isso deve ir. Eu vou morrer e continuar se apegando a mim vai ser pior.

— Sou apaixonada por você desde os meus cinco anos de idade. Não tem uma forma de eu… seguir e deixar você para trás.

 - Não quero mais te ver por aqui. - falei entre dentes.

Ela começou a chorar.

— Não vou deixar você me afastar. - ela disse e saiu batendo a porta.

Que foi aberta por Rosalie em seguida.

— Furacão Tanya está aos planos. Parabéns. - ela jogou sua mochila no chão e se largando no pequeno sofá.

— Eu só queria terminar. - resmunguei.

— Você quer fugir dela. Por que acha que irá morrer. Isso não é justo.

— A vida não é justa, maninha. Aproposito… O que faz aqui no meio da tarde?

— Resolvi matar aula. - ela disse com naturalidade.

— E veio sozinha?

— Já tenho dez anos. - ela falou como se fosse vinte.

— Onde estão nossos pais?

— Brigando em casa. -falou tranquila. Ultimamente era assim; o casamento perfeito de Esme e Carlisle vivia em crise. Minha mãe estava determinada a me salvar; Carlisle queria um pouco de atenção e que ela relaxasse. Esme era assistente social, desse mesmo hospital, então ela trabalhava aqui, dormia aqui, vivia aqui. Por quê? Porque eu estava vivendo aqui também. Verdade seja dita, ela havia esquecido completamente de Rose, dedicando se completamente a mim nos últimos meses e deixando Rosalie ‘’de canto’’. Minha irmã tinha e não tinha a mãe por perto. Eu me sentia péssimo por isso. Ela não era uma menina de muitos amigos; inteligente de mais, bonita de mais, e amigos de menos. Seu único amigo era Emmett, que tinha a mesma idade e estudavam juntos. Como alguém não iria querer ser amigo dela? Não quero ser um irmão coruja, mais Rosalie é uma menina ótima. Às vezes pensava se não era ela quem afastava as pessoas, mas eu não podia ter certeza.

Os meses que se seguiram foram um verdadeiro martírio; eu estive fraco, vomitando, perdendo cabelo, e realmente acreditei que morreria todas as noites. Jane se dividia em ficar no hospital (eu raramente conseguia ficar em casa), e na rua com os amigos ‘’descolados’’ dela. Um pessoal que eu achava barra pesada parecia uma gangue com suas roupas pretas, e raxas de carros e motos na madrugada. Apesar do que ela falava, eu tinha certeza que não estava indo a escola. De qualquer forma, foi um fim de ano terrível. Quando eu acreditei que não havia esperança e que vegetaria para sempre naquele hospital, eu comecei a melhorar. No ano de 2002 as coisas iam bem, voltei a escola, Jane voltou a escola, Tanya e eu voltamos a namorar, por mais que ela dissesse que nunca terminamos. Foi um bom ano.

Eu ainda tinha problemas com anemia, meu cabelo demorava a crescer e estava ralo, continuava a tomar muitos remédios, mais a minha vida estava perto do... normal.

Mas do mesmo jeito que dizem que antes das coisas melhorarem elas pioram o inverso também é valido. Em agosto de 2004 o câncer voltou. Mais forte, e implacável. Eu só viveria se achasse um doador.

(...)

— Por que seus pais estão brigando? – Jane perguntou jogada na minha cama ao meu lado.

— Ah deve ser o de sempre; contas a pagar, Carlisle com uma amante... – falei fazendo pouco caso.

— Seu pai tem uma amante?! – Ela arregalou os olhos azuis.

— Uma menina da faculdade. Ele diz que foi um pequeno ‘’deslize’’. – bufei

— É aluna dele?!

—Jane não grite.

— tudo bem mais... Isso é muito forte.

— Sim... Só fico preocupado com Rosalie. Ela tem ouvido as brigas deles, passa muito tempo no quarto, liga muito para a vovó... Não tem amigos...

— Ela não é amiga daquele menino dos McCarty?

— só ele. – suspirei.

— Ninguém precisa de muitos amigos, Ed. – ela lembrou. – Só dos melhores.

E isso era verdade. Nós dois não éramos muito de amigos, eu tinha só ela e ela tinha só a mim.

Bom, tinha um pessoal com que saímos às vezes, mas a única pessoa que realmente me conhecia era Jane.

— Edward desça já aqui. – Carlisle me gritou.

— Ótimo vai sobrar para todo mundo. – resmunguei

Largando o livro que estava lendo de lado e indo para as escadas.

Carlisle e Esme estavam sentados no sofá da sala de estar com expressões tensas.

 

— O que foi? – sussurrei. Minha voz saiu pesada.

 Até falar já estava me cansando, mais descer as escadas... Eu estava um trapo.

— Seu pai está querendo ir a Forks. – Esme disparou

— O jeito que você fala parece que quero ir por diversão. Um amigo está passando por um momento difícil. –Carlisle estava exasperado.

— E isso é mais importante que a sua família.

— Esme, ouça-me; Charlie e eu somos amigos desde sempre! A filha dele acaba de ser dada como morta! – ele concluiu jogando as mãos para o alto.

Esme bufou e cruzou os braços.

— E você precisa ir para lá. Quando eu preciso de você aqui!

— Precisa de mim aqui para cuidar das crianças enquanto você viaja?! – ele riu sem humor.

Esme o olhou com ódio.

— Não estou indo por diversão. Ao contrario de você eu me importo com meus filhos!

— Olha, se o problema é Rose e eu ficarmos sozinhos...

— Podemos ir com o papai para Forks. – Rosalie surgiu na entrada da sala.

— Há quanto tempo está aí? – Esme questionou. Rosalie as vezes era assustadoramente silenciosa.

— Tempo o bastante para bolar uma solução. – ela deu de ombros.

— Você não vai ficar fora da escola por algumas semanas. – Esme foi categórica.

Carlisle fechou os olhos. Respirou fundo. Eu sabia o que viria a seguir; a voz da razão.

— Esme, querida. Fique aqui essa semana. Volto no máximo em três dias. E então você pode sair nessa sua busca sem sentido.

E dizendo isso ele saiu porta a fora.

E foi isso. Minha mãe ficou três dias emburrada em casa, e eu fazia uma boa ideia de onde ela queria estar, pesquisando um jeito de me curar, tratamento novo em algum lugar.

Eu passei mal e tive que ser internado. Para meu completo azar, fiquei bem e voltei para casa. Eu estava cansado dessa rotina de hospital, de ter pessoas cuidando de mim e preocupadas comigo o tempo todo.

Quando Carlisle voltou, eu estava bom para ir para casa. A essa altura eu não frequentava mais a escola.

Eu só conseguia agradecer por ter terminado com Tanya um ano antes quando ainda estava bem. Ela não me deixaria se eu estivesse assim.

Quando Carlisle voltou, ele me mostrou uma foto da menina que foi dada como morta; Isabella Swan tinha dezesseis anos assim como eu, era uma menina bonita, aparentemente frágil e suave. Na foto sorria tímida. Suas feições delicadas me deixaram com um aperto no peito. Como uma menina bonita e saudável morria assim? acabava com a própria vida assim? Ela pulou de um penhasco! Quando me apavorei achando que ela tentou e conseguiu se matar, Carlisle esclareceu que os jovens de lá pulavam daquele penhasco direto. Porem não era um bom dia para um mergulho do penhasco, e o mar revolto foi de mais para ela.

Então a jovem de aparência frágil gostava de esportes radicas? Era uma pena que tivesse ido tão cedo. E eu aqui... Pensei com ironia, querendo partir e preso nessa vida.

Cinco meses depois desse evento, minha mãe estava empenhada em alguma busca particular, da qual Carlisle não queria falar, mas Rose e eu, nós ouvíamos a briga constante deles. A mãe de Carlisle, nossa avó Cullen estava doente e ele queria fazer uma visita a ela. Rosalie ficou radiante porque iria ver a avó, Esme se recusou a ir dizendo que iria a Austrália. O que ela iria fazer? Ninguém sabia.

O medico autorizou minha viajem, e depois de me despedir de uma quase chorona Jane, nós três seguimos para Forks.

 


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Notas finais do capítulo

E aí? gente, esse Edward ta bem tristinho... ansiosos para a chegada deles em Forks? me deixe saber o que acharam, comentem! obrigado por lerem até aqui, beijos :*



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