Ressaca escrita por MTz


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá
Desculpem a demora para postar, porem esta fic iria ser uma one shot, mas como esqueci de finalizar ela, resolvi continuar. Apesar de achar que está siguindo uma linha cliche demais, foi o máximo que consegui extrair da minha mente (desculpem, criatividade estava zero).
Acredito que so terá mais um cap após esse.
Esperam que gostem



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                Soi Fong finalmente chegara a sua casa após um dia, no mínimo, conturbado. Além de ter que assinar dezenas de papéis, ou até mesmo centenas, eram tantos que nem ao menos lembrava a quantidade, teve de começar a treinar seu novo Tenente. Omaeda havia se aposentado do cargo para assumir a sua família fazia duas semanas e, nesse tempo ela teve de correr atrás de alguém para substituí-lo.

                Ela sabia que qualquer um seria mais produtivo que Omaeda, que só sabia comer besteiras e sujar a sala, mas dessa vez queria acertar em sua escolha de Tenente. Depois de vários testes, sua escolha chocou quase todos da Soul Society quando ela escolheu Kurosaki Karin para o serviço.

                Karin, que havia falecido em um acidente de carro há seis meses, era uma integrante do sexto esquadrão. O esquadrão Dele. Byakuya não mostrou nenhuma resistência para liberar a garota, pelo contrário, até mesmo ajudou a convencer o Comandante e Ichigo, dizendo que seria melhor alguém como Soi Fong para treiná-la a utilizar os poderes de sua Zanpakutou.

                Soi Fong não precisava muito esforço para ensinar a garota, visto que ela era bastante inteligente para sua idade. Mas o cansativo foi falar de todos os assuntos diplomáticos que envolvem ser um tenente. E para fechar o dia, que já não estava bom, a Capitã tomou bronca do Comandante Yamamoto por uma missão que não fora muito bem sucedido.

                Seu corpo cansado ansiava por um banho gelado, que ela não tardou em tomar. A água gelada parecia anestésicos para seus músculos tensos. Permitiu-se ficar no banho mais tempo que deveria apenas para aproveitar.

                Quando terminou seu banho enrolou-se em uma toalha enquanto utilizava outra para secar os cabelos enquanto se observava no espelho de seu banheiro. "Não estou tão mal" pensou ela vendo seus cabelos soltos. Focou seu olhar em seu pescoço. "Droga! quando você vai sumir? Faz duas semanas já." perguntou vendo o chupão que Byakuya deixara na noite da festa de Yoruichi.

                A marca estava menor, mas ainda sim era difícil e trabalhoso demais utilizar roupas de gola alta para escondê-la. Queria poder dar um soco em Byakuya por isso, mas sempre lembrava que ele estava muito pior. Principalmente em suas costas. Após aquele dia, ambos não se falaram, a não ser que o serviço obrigava. Por um lado ficará chato, porque Soi Fong não conseguia mais olhar para ele sem lembrar-se de seus beijos e carícias. Mas por outro lado era bom, pois não sabia o que falar com ele.

                Seu pensamento foi interrompido pelo som da campainha de sua casa. Não se lembrava de estar esperando uma visita. Concentrou-se um pouco para tentar sentir a reiatsu na porta de sua casa, mas ficou surpresa ao não conseguir. Apenas capitães sabiam esconder sua reiatsu dela. Pegou sua zanpakutou que estava ao seu lado e foi para a porta, sem se importar muito com suas roupas.

                Tentou abrir a porta de forma lenta, mas algo a fez vir mais rápido que o normal. Ela esquivou-se da porta para não se machucar e depois sentiu um enorme peso cair sobre seu corpo, tendo que flexionar suas pernas para não cair. Percebeu que o ser que caiu em cima de si estava fedendo a álcool. Virou seu rosto para o lado onde enxergou os cabelos negros com três presilhas na cor azul clara que tanto odiava.

                - Byakuya?!- perguntou ela surpresa

                - Shaolin - ele falou levantando o rosto para encara-la. Soi Fong sentiu o bafo de álcool que o home possuía.

                - Você está bêbado?! -ela perguntou mesmo sabendo a resposta.

                - Eu preciso... - ele segurou o que parecia ser um arroto antes de continuar - de um lugar para ficar.

                - E o que te faz pensar que eu tenho um para você?! - ela ralhou com ele, que apenas sorriu.

                - Eu também estava com saudades - disse ele enrolando a língua.

                A capitã corou e acabou decidindo ajudar ele, afinal, Byakuya sempre manteve sua palavra de manter em segredo o que aconteceu com eles.

                - Vamos para o sofá - ela falou enquanto o ajudava a ser carregado.

                Ele murmurou algo incompreensível aos ouvidos de Soi Fong, mas deixou ser levado sem nenhum problema para o móvel, que ficava a alguns poucos metros da porta. Metros que para ele foram tortuosos de se manter alinhado. Ela o colocou deitado, de lado para que ele não vomitasse seu tapete novo, e voltou para fechar a porta de sua casa.

                Ajeitou a toalha em seu corpo, pensando que, para sua segurança e a dele também, deveria colocar alguma vestimenta mais decente, mas sua linha de raciocínio foi cortada quando viu Byakuya sentar-se no sofá.

                - Algum problema? - ela perguntou enquanto se aproximava.

                - Estou tonto - ele disse tentando manter-se parado e ela suspirou. Ela se abaixou e começou a tirar os calçados do homem que a olhava calmo.

                - Você vai tomar um banho para ver se melhora - Ela falou e ele deu uma pequena risada - E se você pensar em alguma besteira eu vou matá-lo - Ela olhou mortalmente para ele, que levantou a mão em forma de rendição.

                - Como desejar - ele falou.

                Ela colocou seus calçados para o lado e depois se levantou. Ajoelhou-se no sofá ao lado dele e começou a soltar seus cabelos das presilhas. Ao ver a mulher tocar em seus cabelos Byakuya começou um discurso de como ela deveria ter cuidado com o objeto, já que eles eram o símbolo de sua família. Ela concordava certas vezes, apesar de achar tudo uma chatice.

                Quando ela terminou de soltar seus cabelos ele parou de falar. Ela saiu do sofá e parou em sua frente se abaixando para retirar sua roupa. Ele pendeu o corpo para o lado e ela o segurou.

                - Não Não - ela falou dando um leve tapa no rosto dele - Sem dormir Byakuya. Você precisa tomar um banho antes.

                - Mas...

                - Sem "mas" - Soi Fong o cortou - Me conte como foi seu dia? - ela tentou intertelo.

                - Um porre - Ele falou de imediato.

                - Por quê? - ela perguntou tentando soltar o suas roupas

                - Primeiro - ele começou enrolado - descobri que minha irmã quer se casar com Kurosaki Ichigo.

                - Jura? - Ela não conseguiu esconder a surpresa.

                - Sim, e parece que eles querem fazer isso no próximo mês. Depois disso, meu incompetente do meu tenente pediu uma missão no mundo humano, pois não queria ver minha irmã se casar com outro. - ele falou como se fosse algo normal.

                - Nossa, que triste - falou Soi Fong ainda tentando desfazer o nó que a roupa dele tinha ficado.

                - No início da tarde, foi à gota d'água. Tive que falar com os anciões para liberarem o casamento da minha irmã. -ela o viu ficar mais irritado - Eles liberaram com uma condição, que, em no mínimo um ano arranjasse uma esposa. Esses idiotas vivem se metendo - Soi Fong concordou mentalmente afinal ela entendia como os anciões das famílias nobres sabiam ser chatos - Eu não quero me casar agora.

                A ultima frase dele a atingiu como um tapa no rosto, mesmo sem ela saber o porquê. Apenas... Doeu. Muito mais do que um músculo cansado após um dia exaustivo de treino. Muito mais do que qualquer ferimento que já havia sofrido. "Mas por quê?" ela perguntou a si mesma. Ela finalmente conseguiu tirar a roupa dele, deixando apenas de cueca.

                - Vamos ao chuveiro Byakuya - ela o ajudou a levantar.

                Ela o colocou no chuveiro e foi se trocar em seu quarto. A frase dele a deixou triste. Pegou uma toalha e um kimono masculino, que havia comprado para dar de presente ao seu pai, para que ele usasse, apenas para não dormir nu.

                Voltou ao banheiro e ele já havia desligado o chuveiro, alcançou uma toalha para ele e deixou o kimono sobre a patente para que ele se vestisse quando terminasse. Foi para a cozinha e fez um sanduiche para si, afinal ainda não havia comido nada desde que chegara.

                Após seu rápido lanche, que levou cerca de dez minutos, estranhou o fato de o homem não fazer, mas nenhum barulho e resolveu ir verificar.  Chegou ao banheiro e o encontrou sentado em cima da patente dormindo. "Pelo menos ele já estava vestido" pensou ela.

                - Byakuya, acorde - ela falou passando a mão sobre o rosto dele.

                Por alguns segundos ela se perdeu na beleza dele. Os cabelos soltos estavam caídos sobre o seu rosto, enquanto os olhos fechados transmitiam uma serenidade que ela nunca tinha visto no olhar do capitão. Ela sorriu de canto quando ele começou a abrir os olhos lentamente.

                - Você não prefere se deitar na cama? - ela perguntou e ele, sonolento, acenou positivamente.

                Ambos se levantaram e Soi Fong o apoiou sobre o seu corpo e devagar o levou até seu quarto. Resolveu deixá-lo dormir em sua cama, pois sabia que ele era grande demais para passar uma noite inteira no sofá. Ela, pelo contrário, conseguiria.

                Quando chegaram ao quarto, ela o colocou ele sentado e depois o deitou. Byakuya, mesmo dormindo, era forte e mais pesado que ela e acabou por puxá-la junto a si.

                -Byakuya! - ela ralhou forte com ele, que apenas murmurou algo, mas não a soltou.

                Ela agora estava deitada ao lado dele, de frente para seu peito enquanto um dos braços dele rodeava sua cintura. Ela o encarou e percebeu que ele já estava dormindo.

                "Qual o problema Soi Fong? Não está gostando?" Suzumebachi soou em sua cabeça.

                "Não enche Suzumebachi" ela respondeu áspera.

                "Oh... É justamente o contrário. Você está gostando!" Sua zanpakutou falou rindo alto.

                Soi Fong ignorou as risadas da pequena abelha em sua cabeça e mais uma vez tentou se soltar. Sem êxito na ação ela deu um suspiro cansado e o olhou.

                "Porque você tem que ser tão bonito Byakuya?" ela acariciou seu rosto e depois pegou no sono.

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                Byakuya acordou no outro dia pela manha um pouco mais tarde do que deveria. Sua cabeça doía um pouco e os olhos não pareciam se acostumar com a pouca claridade do ambiente. Pôs-se sentado na cama e olhou ao seu redor. Definitivamente não estava em casa. Não se lembrava de ter uma cama tão macia e nem ao menos uma foto de Yoruichi no criado mudo.

                "Onde estou?" Perguntou a si mesmo em pensamentos.

                "Você está na casa da Capitã do segundo esquadrão" Senbonzakura respondeu a ele.

                "Soi Fong?" ele perguntou surpreso.

                Saiu do quarto em direção à sala, onde pode enxergar uma pequena luz brilhar sobre uma mesa. Foi até a mesma e encontrou uma pequena esfera de reiatsu sobre um papel. Quando ele a tocou a mesma se dissipou instantaneamente, deixando apenas o bilhete que agora brilhava. Ele o pegou e começou a ler:

                Byakuya você chegou bêbado a minha casa na noite passada, por isto tive de cuidar de você. Suas roupas estão em cima da mesa da cozinha e já devem estar seca. Ao lado dela está um remédio para a sua possível dor de cabeça e um pequeno lanche, pois você não comeu nada noite passada.

                Não esqueça que você deve ir trabalhar hoje. Tranque a casa e me leve à chave ao final do dia.

                De: Soi Fong

                PS: Kurosaki Karin avisou a Renji que você chegaria atrasado devido a um incomodo estomacal.

 

                Ele fez o que mandava o pequeno bilhete de Soi Fong e foi para a cozinha. Notou que estava com uma roupa mais folgada que o comum. Gostará de usar aquele kimono branco. Trocou sua roupa de forma rápida enquanto perguntava a sua Zanpakutou o que realmente tinha acontecido noite passada. Senbonzakura explicava enquanto ele comia o sanduiche que ela havia deixado. Não sabia se era sua fome ou aquilo realmente estava bom demais.

                "Então você disse a ela que não queria se casar. Depois foram ao banho e adormeceram juntos na cama dela" a sua zanpakutou finalizou e Byakuya murmurou algo em compreensão. Porem quase se engasgou quando a ficha do que tinha dito caiu.

                "Eu disse o quê?!" perguntou ele quase gritando em pensamentos.

                "Que não queria se casar" respondeu sua espada calma.

                "Merda" Ele falou já juntando suas coisas para sair de casa.

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                Soi Fong estava concentrada lendo alguns relatórios quando escuta algumas batidas em sua porta. Olhou para a mesa de seu tenente e se lembrou de que mandara Karin até o quarto esquadrão para ver as condições de alguns de seus subordinados. Com um pouco de preguiça de se levantar, ela apenas murmurou um entre, que foi rapidamente atendido.

                - Nós precisamos conversar? - a voz de Byakuya fez com que ela desviasse o olhar de seus documentos.

                - Byakuya, Você não cansa de aparecer assim? -Ela perguntou um tanto brava - E não temos nada para conversar.

                - Eu não falei sério na noite passada - ele se aproximou de sua mesa, ignorando a fala dela.

                - Sobre? - ela perguntou enquanto se dirigia a uma prateleira.

                - A respeito de casar - ela agora estava de costas para ele tentando pegar uma caixa na parte mais alta da prateleira - Eu quero me casar, futuramente. Mas não quero casar por obrigação de algum nobre ou algo assim - Soi Fong travou por alguns segundos - Eu quero me casar com alguém que eu goste - Byakuya falou sério. Ela não conseguiu conter um mísero sorriso de canto em seu rosto, mas nunca admitiria que, por um motivo desconhecido dela, estava feliz com a noticia.

                - E o que isso tem haver comigo? - ela perguntou esticando-se para tentar alcançar uma caixa. Ele, com uma facilidade imensa, parou atrás dela e pegou a caixa.

                - Olhe pra mim quando estou falando, por favor - Ela percebeu que ele estava mais próximo que devia, mesmo assim se virou para encara-lo.

                - O que foi? - ela agora tinha as feições levemente irritadas.

                - Não faça isso Shaolin - ele falou a encarando.

                - Fazer o que? - ela perguntou tentando sair daquele canto, porem ele colocou os braços na frente bloqueando sua passagem.

                - Não haja como se não houvesse nada entre nós - ele a encarava, com sua habitual indiferença. Ela suspirou.

                - O que você quer Byakuya? Que eu corra atrás de você como aquelas suas fãs enlouquecidas? - ela perguntou séria - Desculpe, mas não é meu estilo - Ambos ficaram se encarando por alguns segundos mantendo um contato visual intenso. Até que ele sorriu de canto, algo que não passou despercebido por ela.

                - Seus olhos são mais bonitos do que eu lembrava - ele comentou o que a fez corar.

                - E-Eu estou falando sério Byakuya - Ela respondeu virando o rosto.

                - O que eu quero Shaolin é uma chance - ele falou olhando-a fixamente - Apenas para provar para você que eu não sou somente um cara bêbado que quis lhe levar para a cama. Você pode me dar isso? - ela novamente desviou o olhar para o lado enquanto corava. Eles ficaram em silencio por dois ou três minutos, ele mantinha o olhar firme sobre ela, que se deu por vencida e suspirou.

                - Eu - ela começou tímida - quero fazer um novo prato de comida - ela o encarou - Amanha a noite, na minha casa. Você está convidado - ele deu outro sorriso de canto - E não se atreva a dizer que a comida esteja ruim - ela apontou um dedo para ele.

                - Tem alguém vindo - ele olhou para o lado quando sentiu a reiatsu de alguém a distância.

                - Posso voltar a trabalhar agora? - ele se virou de frente para ela.

                Soi Fong não conseguiu entender muito bem o que ele fez, na verdade, nem conseguiu ver o quanto rápido ele se aproximou. Ela só percebeu que ele havia se movido quando sentiu seus lábios serem pressionados pelos dele. Byakuya era quente não só nos lábios como também em seus toques, que nesse momento lhe pressionavam de leve a cintura e a nuca.

                Ele aprofundou um pouco mais o beijo e, ela optou por largar aquela porcaria de caixas de relatórios que estava segurando para poder curtir mais o momento. Suas línguas travavam uma enorme batalha para decidir quem tomaria o ritmo daquele beijo. Porem o mesmo foi encerrado quando Byakuya sorriu.

                - Desculpe Shaolin - ele falou a soltando - Tempo esgotado.

                A capitã do segundo esquadrão piscou, e quando abriu os olhos novamente, ele já não estava mais a sua frente. Ela varreu a sala somente com o olhar e não o encontrou ali. A única coisa diferente em toda a sala era a cortina da janela que balançava um pouco. Dois toques em sua porta ressoaram pela sala e depois a mesma fora aberta.

                - Capitã Soi Fong? - perguntou Karin ao ver a capitã para encarando a janela - Tudo bem?

                - É... - ela sorriu de leve - Tudo bem.


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Notas finais do capítulo

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