Memórias do Outono escrita por Maxine Sinclair


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oiiiii gente, to muito feliz por mais esse capítulo, espero que estejam gostando e espero que comentem e me digam o que acham, os comentários são importantes para que eu veja como estou me saindo e o que pensam, mas agradeço por cada visualização.
Ah e estou querendo marcar dia para postar, estou pensando em todas as quartas ou no sábado, verei e avisarei a vocês... Um beijo e boa leitura.



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Mas há dias em que
Eu não consigo ver um final feliz
Não, não
A vida fica difícil
Às vezes só dói...

Who you say you are – Britt Nicole

Como Aaron imaginava, seu amigo era imprevisível.

— Festa do pijama? Você? — Uma risada ousou sair.

— Sim, eu faço isso com a minha filha, porque é muito divertido. — Scott tinha orgulho de ser daquela maneira e queria que o amigo tivesse a mesma essência, que ele fosse tão presente para Abby quanto ele era para Victoria.

— Muito divertido um cara da sua idade fazer uma festa do pijama — ironizou.

— Tem comida, roupas confortáveis, brincadeiras e karaokê, e repito, muita comida. Se você não sabe o que é bom, não posso fazer nada, meu caro — retrucou.

Aaron o olhou cético. Scott tinha seus momentos doidos, achava que era jovem e ainda por cima conversava com sua filha como se ela fosse uma amiga.

— Vai ficar aí em pé perturbando só porque meu pai está se divertindo ou vai se sentar e se divertir?

Ele não estava muito bem, e qualquer lugar seria melhor que sua casa. Havia um lugar perto de Debra, então ele teve que se sentar ao seu lado enquanto Scott se preparava para começar a cantar.

— Vai, Velho! — Tori gritou, torcendo por seu pai.

— Velho é a tua mãe! — gritou de volta, e todos riram – menos Aaron.

Ele começou a cantar em um idioma estranho.

— Não tinha uma música normal?

— Qual a graça de cantar em nosso idioma? Então a Deb deu a ideia de cantarmos em coreano — Tori explicou enquanto se deliciava com um pedaço de frango frito da KFC.

— Na verdade mudamos as músicas de acordo com a festa do pijama. Mês passado foram músicas italianas, e esse mês são as coreanas. As que estamos cantando hoje são conhecidas como k-pop — Debra informou sem tirar sua atenção de Scott e dando risadas pela sua performance e desafinação.

— E que música é essa?

Up & down. O nome do grupo das meninas é Exid.

Wi arae wi arae wi arae wi arae
Wi arae wi arae up,
cantava Scott e ainda por cima tentava fazer a coreografia. Aaron não aguentou e começou a rir daquilo. Ao ver a reação de Aaron, ele apontou para o amigo ainda cantando. Parecia uma mulher.

— Me desculpe por hoje de manhã — Aaron disse inesperadamente em direção à morena.

— Por...? Ah, por ter falado que sou uma criança para o seu pai?

— Exatamente!

— Não tem problema, nem me importei. O que você pensa de mim não me torna quem sou, então fica tranquilo, apenas se divirta. Você parece tenso.

Estendeu-lhe seu baldinho com salgados.

Why don't u know
Don't u know don't u know

— Obrigado.

Após várias músicas cantadas, Scott tentou ensinar Aaron a dançar. Era muito ridículo, mas ele não conseguia fugir. Até que a primeira música de Scott não era tão ruim, ficava na cabeça, e a dança era bem divertida para alguém sem ritmo algum como os dois amigos.

Depois participaram de um jogo de cartas. Ambos perderam para as meninas as cinco vezes em que jogaram. Ficou melhor quando fizeram um jogo de copos com bebidas. Aaron achou errado de início, porém não tinha nenhum menor de idade. Ele não se divertia assim fazia um bom tempo.

— Bem... acho que vou embora, está tarde e estou cansado.

— É festa do pijama, todos dormem na casa do anfitrião — Tori disse.

— Eu não sei se devo dormir aqui.

— Por que não? — perguntou Scott.

— Meus pais estão na minha casa.

— É por isso que deve dormir aqui. — Scott deu dois tapinhas nas costas de Aaron, que assentiu. Scott sabia muito bem como eram os pais de seu amigo, ele o viu crescer e sabia o quanto Aaron não queria assumir a empresa quando era mais novo.

Logo forraram o chão com sacos de dormir para que dormissem.

No dia seguinte Aaron acordou às 10h da manhã, e não havia ninguém na sala, então decidiu ir até a cozinha.

— Bom dia — Scott cumprimentou.

— Bom dia. Por que não me acordou?

— Parecia um bebê, seria maldade te acordar.

Aaron começou a arrumar suas coisas.

— Aonde você vai? — Scott indagou.

— Embora, tenho que trabalhar.

— Aaron, você trabalha demais. Podia diminuir o ritmo.

— Eu sou o presidente da empresa; se eu não trabalhar, ela afunda.

— Diminuir não é o mesmo que parar.

— Não posso, Scott.

— Não vai nem tomar um café?

— Não, eu vou tomar em casa.

— Fazer desfeita é muita sacanagem.

— Mas agradeço.

— Bom dia, gente. Vim me despedir, tenho que ir em casa, já que amanhã tenho que trabalhar. — Debra disse aparecendo na cozinha e então se virou para Aaron. — Não que eu não goste, eu amo trabalhar na sua casa.

— Claro.

— Aaron, você podia lhe dar uma carona — Scott comentou, fazendo uma careta ao sentir o gosto amargo de seu café.

— Sim, só me dizer o caminho.

— Ela mora perto da Senhora Margareth.

— Não é preciso, eu posso ir de táxi — ela afirmou.

— Eu faço questão — Scott disse como se o carro fosse dele.

— Não vejo problemas — Aaron tentou convencê-la.

— Está bem, agradeço.

— Cuidado, ele é maluco e pode te contaminar. — Tori logo apareceu com um roupão e uma toalha na cabeça.

— A alien aqui é você — retrucou Aaron, e Scott não segurou o riso.

Logo Aaron e Debra saíram de lá. Passaram por várias casas. Aaron olhou para a morena ao seu lado, que estava admirando pela janela a paisagem, e se lembrou de como Annie tinha mania de contar cada casa até chegar ao destino, isso quando não mexia com as pessoas que passavam. Ao lembrar-se da loira, respirou fundo.

— É aqui — Debra o despertou de seus pensamentos.

— O quê? — parou o carro, distraído.

— Onde moro. Bem ali. — Apontou o dedo para o outro lado da rua.

Debra vivia em uma casa que, na visão de Aaron, era bem pequena, mas de certa forma era bem bonita. Era cinza, tinha uma varanda e dois andares, com flores cercando a frente.

— Ah, sim.

— Agradeço a carona, Senhor Carter.

— Foi um prazer, Senhorita Bennet.

Ela logo foi em direção a sua casa. Deu uma leve corrida até atravessar a rua e cumprimentou a todos que ali passavam.

Ao chegar a casa, a dor de cabeça de Aaron começava, e ele não queria ver ninguém, mas era impossível. Sua mãe, Amber, nunca o deixava quieto.

— Onde você estava, querido? Eu estava preocupada.

— Já tenho 26 anos, sei muito bem me cuidar.

— Você está se tornando rabugento igual ao seu pai.

— Só estou com dor de cabeça.

— Vá ao médico, então.

— Não é preciso — declarou, indo ao seu escritório.

Sentou-se na cadeira, olhou para aquele porta-retratos e logo seu coração doeu. Sentia tanta falta de Annie, e aquilo o consumia.

Sinto falta dela me acordando pela manhã, dos seus cabelos loiros fazendo cócegas em meu rosto e do cheiro de seu café. Até hoje não consegui achar um café tão bom quanto o seu. Annie, como queria que você estivesse ao meu lado.

Quando Annie descobrira que estava grávida, ele tinha acabado de chegar do trabalho. Na época ele era apenas um ajudante de seu próprio pai, não tinha responsabilidades. Ela dera uma caixa a ele, que ficara meio curioso, pois não era seu aniversário, e os olhos dela havia um brilho diferente. Ao abrir aquela caixa com um laço acoplado na tampa, havia dois sapatinhos de tricô, um lilás e um azul. Na hora ele achara que era brincadeira, mas os olhos de sua esposa... seus olhos confirmaram que teriam um bebê.

Havia três semanas desde que Debra havia começado a trabalhar na casa de Aaron e duas semanas e meia que ele não parava de trabalhar. Mal ficava em casa, chegava à 1h hora da madrugada e saía às 5h da manhã. Não via Abby e muito menos seus pais. A grande reunião que poderia afundar a empresa estava para chegar, então ele tinha que deixar tudo preparado.

— Oi — Scott, ao ver o amigo sonhando acordado, disse quase colando seu rosto ao dele.

— Mas que porra...! — um palavrão saiu enquanto ele quase inclinava a cadeira para trás com o susto.

— Então ainda está lúcido — falou indo para a cadeira em frente à mesa.

— O que deu em você?

— Seus olhos estavam abertos, mas parecia que você estava em um tipo de encanto ou transe, sei lá.

— Nada, só estava pensando.

— E aí, os pensamentos eram bons?

— Eram sobre a empresa.

— Ah, então eram ruins.

— Sério isso? Você trabalha aqui, está sabendo disso, né?

— Eu sei, mas você é um chefe legal e que me escuta, não totalmente, mas finge escutar. — Ele sorriu. — Aaron, falando sério, você está trabalhando demais, nem dormindo em casa direito você está. Eu sou seu amigo e tenho que ser sincero com você.

— Eu sei, mas eu preciso.

— Não vou teimar, porque sei o quanto cabeça-dura você é.

— E o divórcio, como vai?

— Triste, mas já desisti de tentar. Agora vamos sair por aí e pegar mulheres lindas que saibam o que querem.

— Você já não faz isso?

— Claro, estou solteiro e nada me impede.

— Não sei o que as mulheres veem em você — comentou em tom brincalhão.

— Elas sabem o que é bom — gabou-se Scott.

No meio das brincadeiras, a secretária entrou.

— Com licença, Senhor.

— Toda — Scott disse lançando um olhar malicioso, e ela sorriu. — Entre, linda.

Ela olhou para Aaron aguardando sua permissão, e ele assentiu.

— Aqui estão as grades de horários de todos os seus funcionários, que o senhor pediu. — Entregou-lhe um envelope.

— Já te vi antes? — inquiriu Scott.

— Sim, senhor, eu trabalho aqui há dois anos.

— Scott, sossega.

— Senhor Carter, recebi algumas ligações de alguns cursos de sua filha.

— O que queriam? — perguntou olhando-a e querendo rir de Scott, que a observava apoiado em seu braço.

Ela lhe entregou um papel com os nomes e detalhes dos cursos e horários de Abby.

— Os que estão com um pequeno risco ao lado são os cursos que ligaram e disseram que sua filha não está comparecendo às aulas.

Seu rosto se fechou.

— Deve ter havido algum engano.

— Não, Senhor, eles só ligam quando a criança obtém certa porcentagem de faltas. — Sua postura era perfeita.

— Obrigado por me avisar, pode se retirar.

— O que vai fazer? — Scott indagou.

— Não sei.

— Debra não deixaria Abby faltar sem motivos.

— Vou saber dela e espero que me convença — seu tom foi seco e rude.

Não conseguiu sair mais cedo, mas assim que conseguiu se livrar de alguns relatórios, foi para casa. Já era noite, não havia ninguém nas ruas. Provavelmente Debra estaria em sua casa. Ele não sabia se falaria ou deixaria para o dia seguinte.

Quando chegou a casa, foi para seu escritório e pediu para que a chamassem. Ela logo compareceu sorrindo e pedindo licença para entrar.

— Me chamou, Senhor Carter?

— Por que Abby está faltando a alguns cursos?

— Porque ela não gosta deles.

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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo e continuem acompanhando para ver o final que está lindo ♥ Muito obrigado pela companhia.
Até a próxima.



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