MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 8
Serena — A rainha de pele dourada


Notas iniciais do capítulo

Oi, aqui é a Lunally.
Devido aos horários lotados da Artanis, eu venho por meio desta apresentar a personagem dela!
Mas, acalmem-se, vou fazer ela redigir um texto em breve para vocês sobre Serena♥

Cara, essa personagem é maravilhosa, como leitora também e fã, digo que o enigma que a Serena é vai encantar a todos. Conheçam a mulher mais carregada da Fic, vão entender esse termo conforme a leitura
Aproveitem!



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SERENA

UM

O Sol nunca se fazia presente no horizonte das vastas planícies de Premin. Este reino era dominado por um clima hostil, cinzento e nem um pouco acolhedor. Seu território se estendia por uma imensa área, onde estavam as mais prósperas minas do continente. Apesar do povo não ter o direito de desfrutar de tamanha riqueza, a família real fazia questão de se adornar com luxuosas vestimentas e acessórios, demonstrando seu poderio econômico aos súditos.

O motivo de tanto exibicionismo era, na verdade, uma desculpa para a complexidade que envolvia a genealogia da família do Alfa. Mathias, o rei, tivera uma filha fora do casamento durante sua mocidade, a bastarda fora aceita como um membro integrante da etnia real e era mimada constantemente por seu pai, fato que desagrava sua madrasta, Liliana. Esta não conseguira gerar um filho saudável para seu marido, o menino nascera com sérias dificuldades de locomoção e de seu pai só recebera o desgosto.

O garoto, chamado Nathaniel, no entanto, não revidava ou se estressava. Ele tinha algo que faltava a muitos nos arredores, o prudente bom senso. Seu pai era o patriarca de sua linhagem e para um monarca, um descendente aleijado não era uma boa aposta como líder militar ou governante. Sua irmã, Serena, mesmo ilegítima, fora nomeada como herdeira universal do trono, porém ela amava com todo seu coração o pequeno Nathan.

Fazia questão de levar o rapaz em cavalgadas e expedições nas jazidas das imediações, também lhe contava histórias míticas sobre a origem do império e quando era questionada a respeito do espírito patrono da região, mudava o rumo da prosa ligeiramente. Há anos, nenhum cidadão ou ancião de Premin conseguira se comunicar com Amom, o Leão. O povo se sentia abandonado, nas mãos de um governo tirano, que os escravizava em prol de sua ganância sem fim, sendo tidos como homens de pouca fé.

A inteligente Serena desde sempre fora talentosa na arte da guerra e por isso, era responsável por comandar os batalhões militares nos conflitos com outros países. Era aclamada pela nação como a Princesa dos Exércitos e nunca antes dela, o reino conseguira tantas vitórias. Em menos de três anos, o domínio de Premin se expandiu cerca de duas vezes mais e alcançou sua ascendência. Tal culminância possibilitou o desenvolvimento tecnológico da pátria, que passou a ocupar lugar de destaque como potência bélica, o que fazia estremecer de alguma forma seus vizinhos mais próximos.

Rainha Liliana era a típica encarnação de um demônio. Seu passatempo predileto era atazanar a vida da jovem princesa. Pregava-lhe maldosas peças e a trancafiava no castelo, impedindo-a de se alimentar e principalmente, de se aventurar. Só que quando o Alfa descobria sobre estes maus-tratos, a situação não ficava nem um pouco agradável para a dama. Os castigos do rei eram severos e faziam estremecer até um gigante de ferro. Bem, Liliana é o que o diga.

Mathias adorava a companhia de sua primogênita e a tinha como confidente e forte aliada. Pai e filha unidos eram o símbolo da constância de poder nas mãos da realeza. Ninguém os contestava ou desafiava, eram estrategistas natos e até intitulados, máquinas de matar. Mas, no interior frívolo do Alfa, residia uma saudade imortal de sua amante e mãe da esperta garotinha. Os olhos cor de mel de Serena lembravam a alma guerreira de sua progenitora, seus cabelos escuros como o mogno e sua pele negra dourada perpetuavam a memória dos povos a Nordeste de Mellory.

Em contraste com os molambos que os habitantes usavam, a menina gostava de se enfeitar com trajes feitos fio a fio em ouro puro e na cabeça, recobria parte se suas madeixas castanhas com uma pesada coroa pontiaguda de mesmo material. A respeito desse objeto medonho existiam muitas lendas, uma delas aborrecia o ouvido da princesa. Dizia o conto que nunca Serena havia tirado a peça de sua cabeleira e que quem encostasse em uma das pontas era morto por envenenamento lento e doloroso. Ela odiava tamanha blasfêmia e punia severamente quem ousasse espalhá-la.

Para a princesa punir era sinônimo de aniquilar.

DOIS

A brisa esparramava os fios encaracolados do pequeno Nathan por todo seu rosto. O garoto, preso a sua cadeira de rodas, admirava a vastidão das fronteiras de seu reino. Percebia, porém, que sua limitação o impediria de explorar e se aventurar por aquelas terras tão misteriosas, onde quem ditava as normas eram somente os deuses. Mesmo assim, era incrível poder pensar que o mundo não era um quadrado fechado, sem esperanças de um recomeço em outros lugares.

— O que faz aqui fora, irmão? – Perguntou Serena, pousando uma coberta de linho sobre os ombros largos do menino, que agradeceu com um sorriso singelo.

— Apenas observando um pouco o que você um dia irá governar. – Respondeu Nathaniel, sua voz era marcante e conseguia penetrar a alma de quem possuía a dádiva de escutá-lo.

A princesa riu, bem-humorada e sentou na grama seca ao lado do irmão.

— Acho que isso ainda irá demorar. – Disse, mordiscando uma maçã adocicada que trazia nas mãos. – Papai deseja continuar com sua política imperialista por um bom tempo ainda.

— Entendo. – O garoto tomou a maçã da irmã e a balançou, provocando Serena. – Eu fico com isso.

— Ei! – A jovem plainou sobre os pés e se levantou rapidamente. – Devolva isso!

Mas, Nathaniel já estava a postos para começar uma corrida pela charneca assombrada pelo frio do inverno rigoroso. Restou a garota persegui-lo. Ela não conseguia entender como ele conseguia ser tão ágil, mesmo não podendo movimentar as pernas.

E os dois corriam incansáveis, vultos velozes no ambiente hostil, sem sequer uma árvore. Os sorrisos naquelas faces eram tão inocentes que coloriam a paisagem de tal forma que lembravam um arco-íris celestial, onde era possível se escutar o rugido forte e profundo do Leão das Sombras, Amom. Era bom saber que Premin não estava abandonado. O mais complexo, contudo, era pensar que a esperança de todo um povo estava sendo depositada em duas crianças, uma de dezessete e outra, o príncipe, de apenas quinze anos.

Talvez fosse por causa do vento, mas eles se assemelhavam a uma fênix, renascendo fervorosos na alegria de apenas poderem desfrutar de um momento em conjunto. Reza a lenda, que um elo de irmãos jamais pode ser quebrado, nem pelo maior dos ódios. Por isso, todos os dias ao se levantarem, Vossas Altezas repetiam um mantra que renovava sua aliança pela eternidade. Em uma só voz bradavam: Meu coração é o teu coração. Na ausência e na presença.

No final, ambos cansados da maratona, acabaram por repartir a fruta.

[...]


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Notas finais do capítulo

E ai? Comentários?
Sentiram um pouco da "bagagem" que Serena carrega? Ela é mesmo surreal.



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