MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 7
O desparecimento do Alfa menor de Draken


Notas iniciais do capítulo

DESCULPE T-T! Não queríamos demorar, mas tem tantas coisas para "justificar" que precisaria um capítulo! Mas vamos voltar com nosso cronograma!
* fugindo das pedras jogadas pelos leitores tristes com a demora*

Mas vem cá. Neste episodio, narrado na visão de Hatori, vocês poderão conhecer um pouco sobre o metódico e nostálgico alfa maior. Ele tem duas faces a mostrar. Vão amar esse capitulo, pois o encontro essencial se dá por esse capítulo♥



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HATORI

QUATRO

O dia amanhecia frio e chuvoso, dava para ver o sol se infiltrando pelo imenso aranhol da floresta, não só enchendo de luz cada coisa, como espantando a noite que reinava nas últimas horas. Os últimos morcegos medrosos pela luz soltavam guinchos de temor e descreviam círculos rápidos, iluminando esses mesmos círculos com elipses incendiadas de luz.

Hatori estava agasalhado apropriadamente frente à casa de seu irmão. Seu cabelo longo, até os ombros estava preso. Ele iria se desculpar, sabia que Miguel odiava quando o GCA o tratava mal e vinha apoiar ele nas expedições, mas desde que fosse por suas condições.  Hatori visava o bem de todos, e a segurança era importante, se Miguel o líder do órgão de poder, Forças de Militâncias Reais (FMR), dizia que havia um perigo, seria idiotice do alfa ignorar, ele iria investigar e assegurar para que tudo ficasse bem.

— Não acredito que ele está dormindo até agora. — resmungou pela demora em ser atendido, havia batido algumas vezes, não estava impaciente, uma coisa que Hatori tinha era paciência, por mais difícil que estava de tê-la, ainda assim ele a mantinha. Era uma das coisas que garantia sua seriedade e respeito na sociedade.

— Alfa, nós precisamos ir para a reunião. — Helio seu fiel beta alertou. Hatori virou com relutância, ultimamente ir trabalhar estava se tornando tortura. Ter que lidar com os anciões e o conselho dos betas estava virando uma coisa chata, e também inventavam cada moda estranha e ideias sem fundamento que chateava o rapaz só de ouvir, isso quando não acontecia algum caso inesperado na cidade.

— E a tarefa que lhe dei? — Lembrou Hatori enquanto entrava na carruagem, mesmo que não agradava muito andar nelas, hoje devido ao atraso seria necessário. Lançando um olhar serio para o Beta, essa missão era simples, mas de extrema importância, aguardava a resposta do mesmo.

— Será feita está tarde. — respondeu Helio prendendo direito seu cabelo comprido em um rabo de cavalo. Os dois sempre tiveram cabelos compridos devido à marca de suas posições. — Amanhã cedo entrego para você um relatório.

Um vento ríspido, gelado e direcionado atacou a face de Hatori fazendo seus olhos arderem, olhou para frente e viu a floresta de Mellory, seu corpo arrepiou, viu um vulto branco voando para dentro do local. Fechou os olhos e abriu no mesmo momento, será que o cansaço estava o alucinando?

— Helio. — chamou o Alfa. — Ache Miguel e o leve para cúpula o mais rápido possível. — ordenou. Sabia que o irmão não estava em casa, se não este tinha atendido suas batidas na porta.

Se Hatori não estivesse tão confuso diria que tinha visto um dragão entrando na floresta, ele iria conversar com os anciões, mas somente com os que ele confiava de verdade, os que servem o conselho desde o tempo que seus pais eram vivos. Hatori estava convicto que tudo se resolveria, havia dado a missão para Helio discretamente, sem ser notado a todo custo, investigar todos os órgãos do estado. E assim selecionar alguns de cada para missões especiais, que seriam as expedições, se tudo desse certo, e se Hatori conseguisse dialogar com Miguel apropriadamente.

*

O jovem alfa estava na cúpula vendo e analisando documentos/pedidos/ propostas em geral de Draken. Hatori estava tão concentrado no trabalho, sempre atento nas palavras que lia, e colocando suas observações e ordens nos papéis. Ele tinha que fazer isso todo dia, já virou rotina e ele já fazia no automático. Criou a habilidade de lidar com isso.

Estava de dia, mas nuvens cobriam o sol, temporal típico do outono. Hatori acendeu algumas velas. Sua sala no meio da cúpula espaçosa e bem mobiliada, toda de madeira com estantes cheias, lembrava seu escritório na sua casa. Cheia de estantes de livro, objetos de luta e sua mesa de madeira escura.

— O recrutamento dos jovens para serem betas e militares está chegando. — lembrou o rapaz que lia as fichas dos candidatos, este ano tinha muitos estrangeiros refugiados na lista. Draken recebia alguns, mas sempre ficava de olho neles. Os betas e militares eram escolhidos pelos Alfas — maior e menor — indicados por integrantes do grupo CB e FMR. Os anciões eram por conta da GCA, pois era decisão divina, não tinha data, acontecia na hora que Deus decidisse; em termos mais simples, era assim. Agora, os betas e militares era sempre entre o outono e inverno.

As velas estavam mexendo de forma suspeita, no que o Alfa notou de imediato. Hatori olhou em volta de seu estabelecimento, soltou os documentos e cruzou as mãos as levando para seus lábios. Sua espada montante — de lamina larga — estava na sua cintura, muito afiada e pronta para uma luta, que foi lhe presenteado pelo seu pai.

O cabelo comprido de Hatori com uma leve franja na frente estava bem penteado, os cidadãos de Draken eram tão disciplinados que até suas vestimentas eram corretas e arrumadas. Arrumou a franja para trás para que não atrapalhasse a possível batalha. Seu maxilar definido movia com o estresse. Arqueou as costas largas e musculosas e saltou. As velas apagaram e um vulto branco se fez presente na sala, Hatori pegou sua espada — montante — em meio ao salto e a apontou para o intruso. O estranho era que ninguém havia escutado o barulho de seu salto, tinha militares por todos os lados, como o invasor entrou? Não que Hatori precisasse de ajuda, somente era um absurdo alguém invadir a sede de um país militar tão fácil.

— Como esperado de um Alfa. — uma voz pragmática, grossa e firme bradou. O vulto que antes Hatori apontava a espada sumiu e foi para seu lado. Era um dragão branco em forma comprida, como uma enguia, só que com patas e cabeça grande com bigodes cumpridos, um dragão chinês. — Só que se eu quisesse já poderia ter lhe matado, deve treinar mais. — riu orgulhoso e deitou na mesa do Alfa. — Só lhe dou credito porque sou um Deus, somos difíceis de matar.

Hatori manteve a pose destemida, encarava de modo minucioso, tentava processar em sua mente a situação. Não disse nada, nem estava acreditando. Não era possível.

— Devia se curvar diante de mim, não sabe quem sou eu? — Dhiren o dragão branco levantou a cabeça. — Deve ser essa forma pequena e Débil que estou, tenho a forma de um grande dragão, mas seria muito difícil entrar aqui com ela sem chamar atenção. — transformou em homem. Um homem robusto, forte, com olhos cinza e cabelos prateados longos e presos em rabo baixo, com armadura de ouro branco e armas do mesmo tipo, seu rosto e físico era como de Hercules, impecáveis.

Hatori ficou incomodado com o espírito, deve ser a disputa de orgulho, mas como um bom devoto, o Alfa ajoelhou-se um joelho no chão e o outro inclinado. — Dhiren, Deus dragão albino. Quanto tempo faz desde a ultima vez que foi visto em Draken?

— Levante-se meu jovem. — Dhiren sentou-se na cadeira do Alfa, era confortável e agradou o espírito. — Sabe que tem outro? Meu irmão gêmeo: Helias. — Hatori confirmou com um gesto enquanto levantava, estava atento, mesmo sendo o Deus protetor do reino ainda assim era perigoso, ele matou a maioria na vingança dos deuses, a grande guerra. — Por favor, relaxe! Parece que vai me atacar a qualquer hora! — ordenou Dhiren. Mesmo que estivesse satisfeito que o Alfa do reino que é patrono seja forte e destemido.

Hatori não conseguiu acatar as ordens, era solene, mas tinha seus momentos de nervosismos, e esse momento era um deles. — Perdão, mas porque apareceu para mim? — perguntou Hatori de forma humilde o que surpreendeu o Dragão albino, este sabia do orgulho de seu povo e dá relutância que tinha em abaixar o ego.

— Alfa, — Dhiren falou com melancolia que não combinava com sua grave voz. — Eu sempre venho no fim da vida de um cidadão de Draken. — observou que suas palavras não surgiram efeito no rapaz. — A sala está isolada, como se o tempo lá fora tivesse parado, por isso ninguém vem lhe socorrer. Tudo está em meu controle. — o dragão albino estava já cansando, nada assustava aquele homem?!

Hatori escorou na parede e fechou os olhos e retornou a abrir-lós. Não sabia o que pensar, ou era o fim, ou era um milagre.

— OK! — gritou insatisfeito Dhiren. — Não vai morrer, pelo contrario preciso de você vivo! — o albino levantou e foi para frente do rapaz. — Algo está acontecendo. É seu dever impedir, mostrar quem somos, e que somos os melhores. Destemidos! — vociferou. — Ajudarei o reino, o abençoarei se tudo der certo, e se o povo me obedecer e nunca mais me trair! — gritava para que as palavras entrassem profundamente na cabeça do Alfa.

— Tudo o que queremos é uma boa relação com os espíritos. — admitiu Hatori. — Mas para isso devemos estar bem e seguros, quer que eu faça guerra? Como Alfa, eu não tenho duvidas que meu povo seja o mais forte, mas tenho consciência de que mortes em guerra é um fato. — o discurso de Hatori deixou Dhiren feliz, seu povo tinha um bom Alfa.

— Não quero mortes. — comentou o dragão albino que andava lentamente de volta para mesa, virou o dragão chinês e deitou no móvel. — Mas o que trás mais mortes? Quando você ataca, ou quando é atacado? Você entendeu muito bem Hatori. Por isso escolhi você, tu és meu súdito. Preciso de sua devoção e confiança.

— Tenho a certeza de que não nos deixará? — indagou Hatori. O dragão confirmou com um olhar decisivo e um acenar de cabeça. — Mas, farei do meu modo, o quanto mais eu puder impedir uma guerra farei, e tentarei conhecer o inimigo. Pode confiar em mim, meu Deus.

— Coloco o destino do povo de Draken em suas mãos. — O dragão foi virando fumaça e as velas acendendo. — Tome cuidado a quem dizer que me viu, pois você sabe que alguns aqui não são confiáveis. — Dhiren sumiu e Hatori suspirou, a tensão estava grande. O alfa estava entusiasmado, mesmo com a difícil missão, ele tinha o apoio do Deus, nem os anciões falaram com ele, apenas Hatori. Um sorriso de vitoria se acendeu nos lábios do Alfa maior.

Saiu da sala viu seus militares em posição de vigia, ele tinha certeza da competência de seu povo, só o espírito do dragão poderia ter invadido daquela forma, qualquer outro teria morrido nas bordas nas montanhas.

Helio junto com Matt outro Beta militar de sua confiança vinham apresados pelo interior da cúpula. Hatori ficou preocupado com as expressões.

— Alfa. — Matt fez reverencia e entregou um pergaminho. Hatori pensou ser o relatório, mas este seria entregue amanhã. Leu o conteúdo que o deixou furioso, Miguel foi longe demais, este foi para a floresta Mellory para tentar achar o caminho do mercado negro basílio, e pior, foi sozinho.

— Helio, Matt, vamos.


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Notas finais do capítulo

Agora vem a surpresa: Não acabou não!

Para não ficarem tristes ainda com essa pausa gigante, vai ter mais um capitulo de bônus♥

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