MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 48
Guerra — parte 1




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Hatori e Serena retornaram há alguns dias para Draken, desta vez não houve confusão, pois por incrível que pareça foi tudo relugar, planejado e avisado. Algo bom, porque um reino conhecido por ser disciplinar estava se destruindo com tantas atividades impróprias: Fugas, missões secretas, buscas sem autorização.

Estava tudo muito bem planejado. Miguel e Serena separaram os soldados que seriam mandados para guerra, os bárbaros já estavam a caminho, e os selvagens prontos para o ataque.

Hatori estava novamente com a face de um sádico. Em guerras ele se alterava, era um assassino e assim se apresentava diante dos inimigos. Miguel ainda tentou pedir para Serena ficar, mas quem disse que ela o obedecia? Serena com toda satisfação estava entre os soldados.

Como os dois alfas ficariam fora do reino, o responsável mais uma vez seria Helio, e Marcio o auxiliaria, como também um funcionário da confiança dos alfas.

Cavalgaram até Findoram. Todos os homens e mulheres lapidados pelos treinos e muito disposto a lutar, pelo reino, pelos alfas, pelos deuses e pela futura paz.

A diferença desta batalha era que não seria surpresa, toda Wakanda esperava a invasão. Draken nunca foi de fazer lutas pequenas, uma vez que entrava na luta, não parava tão cedo.

*

Ao longe de via a cidade suspensa por rios, era grande e muito festiva, já era de manhã e se escutava o povo de Findoram cantar. Por mais que a vista fosse tentadora, não era hora de apreciar.

Os soldados já desceram dos cavalos e estavam preparados para o ataque, desta vez não iriam se camuflar em neve, pois esta nem tinha mais, a primavera estava ganhando seu espaço, tecnicamente, deveria acontecer o festival da primavera em Draken, mas devido as circunstâncias a festa deveria esperar.

— Os soldados serão a grande força. — Miguel falou. — Os bárbaros e selvagens vão invadir ao nosso sinal. — estavam na parte onde o rio passava era um dos poucos lugares que tinha vegetação para escondê-los. — Hatori, não se importe com o resto, faça o que tem que fazer!

O alfa maior confirmou com a cabeça.

— Serena, eu sei, você é forte, mas tome cuidado, irá comigo! — ordenou para a rebelde de sua esposa. — Sem reclamar. — acrescentou antes que uma discussão se iniciasse.

Serena concordou.

Em um ato tão simples, Miguel anuncia o começo da batalha. E singelamente, os soldados se infiltram na cidade.  Porem não tardou a serem descobertos, tinha muitos homens escondidos em colunas nos rios que não foram percebidos, estes apareciam sem fazer barulho e encurralavam os drakinianos.

Invadir território inimigo nunca foi fácil. Miguel e Serena foram para o templo da Kalisse, e se esquivavam das lutas no caminho. Os selvagens e bárbaros apareceram do outro lado na cidade, em suas posições estratégicas, a luta mal começou, mas era nítido que a invasão não estava sendo controlada muito bem. A luxuria nunca ganharia do orgulho.

Hatori nem parecia estar em batalha, praticamente caminhava. Chegou à porta do castelo, onde o alfa de Findoram: Arthur morava, era bem pomposo o lugar. Os guardas não o barraram, pelo contrario, deixaram o alfa maior passar pelos longos corredores. Arthur queria mesmo uma batalha com ele.

Em um grande salão repleto de escadas, tapetes felpudos, sofás, almofadas, vinhos, entre outros artigos afins. No meio estavam Arthur, era um homem elegante, com o dom da sedução. Tinha algumas mulheres com ele, que ao verem Hatori entrar soltaram gritos finos e saíram correndo.

Que ridículo — pensou Hatori revirando os olhos, odiava mulheres escandalosas.

Arthur se levantou, suas roupas eram abertas, muito mal vestidas, apesar de parecerem ser feitas do melhor material que se pode encontrar. Ele estava armado com duas facas nas mãos. Nem parecia muito disposto a luta, apenas ficou encarando o outro alfa.

Hatori como sempre carregava sua montante. Espada de lamina larga. Pensou diversas vezes se aquele homem realmente pensava que poderia vencê-lo. Pela nítida diferença até dos portes físicos, Hatori facilmente o mataria.

Arthur sorriu. — Não seja tão orgulhoso assim. — pronunciou. — Eu não irei lutar sozinho com você.

Quando ele revelou esse detalhe, uma mulher de cabelos brancos e olhos azuis, saiu de trás de uma escada. Hatori ficou espantado, a semelhança era gigantesca. A senhora veio caminhando, tinha uma espécie de cinta com varias poções em seu corpo.

— Não conhecia você, mas pelo simples fato do que sei, te reconheci. — Hatori dialogava ainda perplexo. A senhora era conservada e muito bonita. — Lara, avó de Luna.

A senhora sorriu de forma apática. — Parece que tem intimidade com minha neta.

Hatori sentia raiva dela, pois fez sua amada sofrer. Matou Daniel com o veneno que introduziu nele, e ainda por cima estava do lado de Findoram. Mas, no entanto, não poderia lutar com a Lara como era acostumado, pois aquela velha tinha venenos, qualquer tanto que ela o encostasse, poderia ser sua morte.

Arthur voltou a sentar no sofá onde se encontrava. Ele não gostava de lutas, e não era agora que iria começar.

— Porque fez isso tudo? — indagou o alfa maior de Draken. Realmente não conseguia olhar para ela e ver um ser tão ruim como ela é, talvez, pelo fato de se parecer muito com Lunally.

— Porque você faz isso? — perguntou Sara de volta, se referindo à guerra, união, pacificação.

— Porque os deuses pediram, porque o povo precisa, porque é certo! — respondeu Hatori como se fosse a coisa mais obvia do mundo. Começou a achar que a velha não era lúcida.

— Os deuses? Você acredita mesmo que eles farão algo por ti? — a senhora expressou raiva na voz. Era como se cuspisse as palavras. Tinha um ódio pelos deuses enterrado em seu coração.

— Sinceramente, não muito. — Hatori falou verdadeiramente. Nunca esperou algo em troca, ao menos queria acabar com essa tirania e relações abusivas que estava tento em Wakanda.

A ex alfa de Golty se surpreendeu. O garoto lutava por ideias vazias. — Pois então, não espere nada. Os deuses não tem o poder que vocês acham que eles possuem. Nem sei por que os chamam de deuses se não são supremos, nem onipresentes, e muito menos onipotentes.

— São espíritos. — corrigiu Hatori. — Os chamamos de deuses pelo respeito que temos, pois você deve admitir que eles nos ajudaram muito no passado. — Hatori não queria dialogar, mas ainda pensava em uma tática para lutar com a velha. Seria a mesma forma se fosse lutar com Lunally?

— O único Deus que existem nem se quer nos olha. — disse Lara. — Mas não é algo que você tem que saber.

A informação intrigou o rapaz. — Existe um ser supremo, a mãe natureza, se refere a ela? — indagou disposto a enrolar a conversa. — Ela nos ajuda, mas não deve se intrometer tanto.

Lara gargalhou por um instante. — Pare de acreditar que as divindades são boas, deste modo, só ira cair! — gritou em nervosismo. — Sabe, ela usa sempre alguém. Sempre aquele que tem mais esperança. Desta vez, o boneco de teste da mãe natureza, é Luna.

Quando ela falou essas palavras, correu em direção ao alfa de Draken, com agulhas nas mãos pingando líquidos desconhecidos, mas sem duvida alguma letal.

Hatori pensou em correr para o lado contrario, mas não seria muito bom fazer isso. Então levantou a montante em sua frente, na vertical, a espada era muito longa, tinha alguns centímetros a mais do que o braço de Hatori, então para a mulher chegar perto dele teria que se desviar, de frente não alcançaria sem ser atingida pela espada.

E quando esta desviasse o alfa atacaria.

No entanto, Lara tinha muita experiência, era tão velha que não há sequer um ataque que ela não soubesse lidar. Ela agachou, e jogou uma agulha na direção da perna de Hatori, e afastou-se.

Mas a habilidade de um dragão não pode ser questionada, Hatori pulou e desviou com sucesso.

Os adversários se encaravam com desgosto. Era praticamente a primeira vez que um dragão lutava com um cervo. Orgulho e a precaução nem se quer eram antagonistas.

— Realmente, não sei por que desvio. — reclamou Hatori. — Estou aqui para vencer. Não terei medo de seus venenos, tenho a melhor medica do mundo do meu lado. — se referiu a Lunally.

Hatori nunca foi de esquivar, e estava sendo frustrante fazer tal coisa, decidiu lutar decentemente. Minha adversária pode ser uma mulher — pensou e correu. Pode até ser uma idosa — levantou a montante quando estava perto. — E a criatura mais habilidosa com venenos mortais. — ia fincar a espada na adversária. — Mas eu sou um dragão, e nada me derrubará. — cortou a estrutura corporal na sua frente, sentiu agulhas perfurarem seu corpo, e o sangue que jorrava do que foi acertado pela montante o cegou por um momento.

Lara estava em frente ao sofá, agarrou Arthur e o jogou em sua frente, Hatori acertou o alfa de Findoram, não a senhora, que logo dispôs a correr, ela nunca pensou que o rapaz iria a enfrentar de frente, mesmo sabendo quem ela era, e sua capacidade com os venenos, no entanto, o que ela usou nele demoraria a fazer efeito, e tinha cura, se fosse tratado propriamente e na hora certa. Deu uma chance para o rapaz, o motivo só ela sabia, e não relevaria tão cedo.

Hatori logo percebeu que matou a pessoa errada, viu Lara correndo pelas escadas. Não a seguiu, na verdade ficou com receio pelas agulhas em seu corpo. Mas não pensaria nisso agora, as tirou rapidamente. Jogou o corpo da Arthur para o lado e saiu do castelo, a batalha não acabou.

ZARA CONVERSA COM PAN

Pan que nos últimos dias se ausentou se seu trabalho, quase não saia de casa. Estava com ódio de Marcio, este o espionava e rondava todos os dias, mas pelo fato dos dois alfas estarem fora na guerra, o ancião parou de vigiar ele, porque estava ocupado.

Irei lhe conceder uma chance, vá até o jardim, outra protegida minha estará lá. — esta foi à mensagem que Kalisse mandou para Pan.

Pan fez muito para chegar onde estava. Ele se sacrificou o bastante para não deixar que seus planos fossem acabados. Hatori sempre desconfiou dele, mas nada alem de corrupção. O que o estava desmoronando e fazendo com que ele falhasse diversas vezes foram as estrangeiras.

Pan nasceu em findoram, viveu lá, mas foi vendido, quando era jovem, para ser escravo. E seu “proprietário” foi um Drakiniano que viajava por Wakanda, aquele verme desprezível. Pan suplicou para sua deusa por ajuda e por uma vingança. O líder dos anciões matou seu “dono” com o poder que a raposa lhe concedeu e foi pagar a divida com Kalisse.

E fez de tudo para ela, inclusive ajudou a matar os alfas de Golty e cedeu informações para Premim matar os alfas de Draken. Assim conseguiu ascensão em Draken, virou o líder dos anciões, sempre atrapalhava os rituais, os levando para o rumo errado. Sua missão atual era fazer os irmãos brigarem e fazerem uma guerra civil, assim fazendo o dragão comer sua própria calda e arrancar suas asas. E depois a cidade seria consumida por sua amada deusa Kalisse.

Estava tudo dando certo, Miguel estava a poucos passos de enfrentar Hatori de tal forma que os dois iriam se matar. Pan sentiu a vitoria em suas mãos... E logo em seguida a viu escorregar.

— Serena e Lunally. — sussurrou enquanto andava.

Quando elas chegaram Pan perdeu o poder, Hatori antes o escutava, pois ele era a voz de deus, mas os próprios resolveram falar por conta própria e o pior que as estrangeiras tinham mais poder de decisão que ele.

Começou a falhar tantas vezes que Kalisse sumiu, e não falava mais com ele. Até agora, pois está enviou uma ajuda. Sua chance para ser próximo da raposa.

— Zara? — chamou.

A garota de modo exagerado veio pulando até o ancião. Pan sabia que ela seria uma ótima arma, era só mais uma usada da deusa, ele era a peça principal. Olhou de modo superior, queria deixar clara a relação dos dois.

— Eu já planejei, então vamos fazer algo... — tentou explicar para a garota, mas ela tapou a boca do velho.

— Você está em teste, nada de achar que é meu chefe. — falou provocando o homem. — Eu decido nossos passos. Pan, não me contrarie, eu consegui mais do que você conseguiu em toda sua vida.

Pan ficou bravo com o desrespeito que aquela mulher falou. Ele não estava acreditando. Kalisse o trataria assim? Colocaria uma criança para comandar?

— Não haja desta forma. — confortou a garota. — Na arte de ser dissimulada, eu sou a campeã, e é esse o nosso plano.

O líder não estava entendo nada, e estava tão descontente que não queria mais se empenhar para isso. Depois de tudo que fez iria ser o subordinado? Era uma humilhação, talvez, depois de viver tanto em Draken, aprendeu a ser orgulhoso demais para aceitar que fosse mandado.

— Deixe Draken fazer essas lutas, os deixe ser fortes. — Zara falava enquanto contornava o corpo do ancião com a mão em seus ombros. Ela adorava brincar, principalmente quando a pessoa estava tendo sua ferida exposta.  — Não vamos mais jogar os irmãos contra o outro.

Pan a deixou dizer, estava cansado das artimanhas que a deusa fazia, e ficou realmente desapontada por ser colocado de escanteio. Mas se ela deu uma chance para ele, é porque esse merecia tal coisa.

Zara parou na frente dele, colocou as mãos no rosto do homem e lhe deu um selinho no boca. — Vamos destruir os corações deles e os deixar indefesos.

Pan riu com a ideia patética. — Acha que se destruir a vida amorosa deles, Draken findará? Pelo que sei, Lunally foi embora e Hatori está muito bem conquistando o resto de Wakanda.

— Talvez, pela personalidade responsável, o alfa maior saiba equilibrar melhor seus polos de vida. Mas o alfa menor é mais carente, eu vi com meus olhos. — explicou empolgada, lembrando-se de Miguel bebendo de desgosto e até riu de dó quando este ficou arrasado pela partida de sua esposa.  — Se Miguel cair, Hatori perderá sua força principal e ainda não terá uma vida amorosa para poder se aliviar, e também terá seus militares afetados pela ausência do líder a FRM.

Pan entendia a estratégia, mas Hatori não era tão fácil de ser derrubado quanto aquela menina pensava. E pelo que ele conhecia em Miguel, este poderia ficar arrasado o quanto for se perceber que algo dá errado, ele surta, e fica mais perigoso do que já é.

— Se ao menos deixarmos eles frágeis assim, teremos uma dispersão dessa aliança, e podemos fazer uma guerra. — atiçou a curiosidade do velho. — Se alguma parte se sentir traída está irá revidar.

— Quer fazer Miguel e Serena se traírem? — Pan notou sem problemas o plano. — E desta traição um guerra? Leão contra Dragão.

Zara gargalhou. — Não duvide do estrago que um coração ferido pode fazer.

— Acha que você conseguirá fazer isso? Deitar-se com Miguel.

— Existe outros tipos de traição, meu caro. Trair a confiança, mas posso tentar desse modo também. Se não for eu, será outra, sempre virá alguém para atrapalhar, desde que seja essa a vontade de Kalisse. — dizia animada com o plano.

— Serena nem sequer tem o trono para fazer guerra. Irá fazer guerra contra os selvagens? — achou patética a ideia.

— Oh, você não sabe, já que Kalisse não gosta mais tanto assim de ti. — atacou o ego do líder dos anciões. — A raposa não quer mais ser amiga de um país sem deus que os humilha. Então que Premim seja condenada. Ela quer é que os deuses se destruam, assim como seus protegidos.

Pan sorriu pela primeira vez em aprovação. Ela gostou desta parte. Zara era mais inteligente do que Kohana, pois a antiga pupila dele lutava por um amor não correspondido, agora está menina lutava pelo simples prazer de ver o caos de alastrar na vida dos outros.


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