MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 47
A morte de Daniel — revelações e descobertas


Notas iniciais do capítulo

Eu, Lunally, chorei muito nesse capítulo!
Os capítulos estão bem grandes né? Se quiserem que eles fiquem mais curtinhos só comentar e mudamos!



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A viajem foi cansativa, mas a angustia que Lunally tinha não permitiu ela descansar nem por um segundo.  Assim que colocou os pés em sua casa, notou as mudanças. Algumas inclusive que nem Eric tinha visto.

Novas estruturas, para o novo órgão de militância instituído recentemente, tinha mais gente, os drakinianos preencheram as casas, e montaram famílias. Mas a arborização era a mesma, aquele ambiente relaxava Luna. As pessoas alegres, sempre andando em conjunto, por segurança, ainda era um povo receoso e depois da guerra Luna podia imaginar como se sentiam. O fetichismo era lei nesse reino, podia ver os enfeites, rezas, coisas, símbolos por todo o lugar.

Por mais que fosse prazeroso Lunally visitar os lugares cada um com o tempo necessário para matar a vontade, ir ao hospital em sua sala que deve estar abandonada. Ir à floresta do cântico a qual a invasão foi feita. Ver o templo de Caius; ela não se permitiu, deveria primeiro ver Daniel.

— Vamos, ele está no quarto! — Eric anunciou, pediu para população deixar a alfa menor passar sem alvoroço, depois ela iria dar atenção aos civis. E barrou os anciões de falarem com ela, Luna estava lá por Daniel.

Lisa quando viu a garota entrando na casa dispôs a chorar. Estava emotiva, não só pela gravidez, mas pela situação de Daniel. E claro, sentia saudades da loira.

—Não acredito! Você já está barrigudinha! — brincou a medica também chorando de saudades e emoção. Abraçou calorosamente a mulher de seu irmão mais velho. — Lisa, eu queria muito ter cuidado de você desde o inicio da gravidez, mas as consequências não me permitiram, mas vou passar algumas vitaminas para vocês tomar.

— Não se importe comigo. — Lisa pediu limpando as lagrimas. — Seu irmão precisa de você. — fez o ato em vão, pois começou a chorar mais ainda.

Lunally soltou Lisa e subiu correndo as escadas. Eric se retirou com a permissão da alfa dócil. O momento era de família, qualquer outro seria incomodo.

Luna parou em frente à porta do quarto antes de abrir, respirou fundo algumas vezes, ela esperou até que o choro cessasse, não queria que Daniel e visse assim. Lisa observava a menina logo atrás. Depois de um tempo Luna abriu a porta.

Daniel olhou, achava que era Lisa, mas quando reconheceu sua irmã, ele ficou envergonhado e triste. Nunca quis que Luna presenciasse um momento tão piedoso quanto o que ele estava agora. Não disse nada, apenas a encarava.

Daniel estava magro, pálido, com o rosto abatido. Luna sentia o sangue dele se entupir nas veias. Seu coração fraco, sua respiração falha. Quase sentiu a dor que ele estava presenciando.

— Você vai ser pai. — comentou, foi à única coisa que conseguiu dizer.

Daniel sorriu. — Caius me disse que você já sabia. — sua voz era fraca e rouca, como se ele estivesse sentindo dor ao pronunciar a palavras.

Luna, realmente tentou ser forte, mas correu na direção de seu irmão, o abraçou e disparou a chorar. Por tudo no mundo, Daniel era sua única família, seu único protetor. Ela o amava muito, e enquanto sentia as vibrações de seu corpo tentava pensar em curas, porem não tinha nada que fosse realmente resolver.

Olhou para seu irmão que também tinha começado a soltar lagrimas, contudo, era de forma copiosa, mas silenciosa. Lunally não aceitava. Nunca iria aceitar.

— Daniel... — Ela tentava dizer, mas sua garganta parecia sufocada. — Eu te amo. Desculpe-me por todas as vezes que fui imprudente, mas juro que foi tudo com boa-fé.

Daniel escutava as palavras e notou Lisa entrando no quarto. Sua mulher também estava desorientada. Ele não podia fazer nada.

— Vocês duas são tudo para mim. — Daniel confessou com a voz rouca. Lisa se aproximou, os três estavam sentados na cama.

Eles não falaram em nenhum momento especificamente da doença e estado do alfa maior de Golty. Apenas conversavam, na verdade, Lunally apenas. Ela disparou a narrar aventura que teve, contou cada detalhe.

Daniel ficava preocupado em todas as palavras, pois sua irmã disse que foi visitar os selvagens, mas ela afirmou que eram amáveis e receptivos, mesmo ela dizendo era difícil de acreditar. Contou que lutou contra um recrutado e usou veneno para derrotá-lo.

Lisa achou muito empolgante a historia e Daniel pensava de verdade em trancar a irmã no quarto e não deixar sair mais, assim ficava longe de confusões; e nunca mais sairia de perto dele.

Lunally, apesar de estar tentando animar os dois, o que parecia ter sucesso, estava quebrada por dentro, alem do fato de ter brigado com o homem que amava e estar em plena guerra, se irmão estava falecendo. Ninguém podia dizer o contrario, muito menos para a loira que era a melhor medica desse mundo.

 HASE CONTATO COM OS SELVAGENS

— Hatori, sinceramente, eu não sei o que seu irmão tem na cabeça! – Serena estava irritada, desde a visita de Helias a sua casa.

— Nem eu o conheço o suficiente para dizer o que aquele moleque está tramando às vezes. – O Alfa brincou. Fazia tempo que não ria um pouco e assuntos sobre o gênio teimoso de Miguel eram excelentes em lhe arrancar sorrisos. Isso, quando não o causavam preocupação.

— Aquela diaba platinada é uma das subordinadas de Kalisse! Mas, não podemos provar nada até que Helias nos traga algo concreto. – A mulher bufou. Estava na sala da residência do Alfa maior, nunca fora lá antes.  - Ignoremos isso por hora. Temos assuntos mais importantes a tratar. – Disse a morena, desistindo por um momento de Zara. – Mandei uma águia para Scorpio, líder de minha tribo. Ele estará nos esperando próximo à fronteira. Se formos agora, retornaremos antes do sol se por.

— Parece prudente. – Concordou o Alfa, retirando seu casaco. Os dias em Draken estavam ficando cada vez mais quentes. Agora soube quais espiões Dhiren e Caius falavam, mas deixou isso com o casal. – Podemos ir?

— Certamente. – Serena abriu a porta e os dois deixaram o lugar.

Despedir-se-iam devidamente das pessoas, Miguel tentou não fazer muito drama, pois Serena iria partir e ele foi obrigada a ficar, e claro, avisaram os órgãos de poder sobre a partida, todos estavam cientes dos planos de invadir findoram e que para isso os selvagens e bárbaros seriam essenciais.

Como seria uma coisa bem rápida, na verdade Hatori nem iria ao núcleo, na casa dos selvagens, não foi necessário ir betas com eles. Serena não revelou muito, mas tinha receio de ir nos selvagens e permanecer, tanto que foi embora desesperadamente da ultima vez, aquele povo a fazia realizar rituais, festas bizarras, lhe dava um desanimo, e sempre demoravam dias e longas jornadas todo e qualquer ritual deles.

Mantendo um trote acelerado com seus cavalos, a mulher e o Alfa logo chegaram ao final das barreiras drakinianas. A população estranhou um pouco a movimentação repentina, mas logo se acostumou. A cidade andava agitada nos últimos tempos. Esgueirado em uma moita, Scorpio esperava por um sinal de sua rainha para que pudesse se revelar. Ao ouvir um assobio alto, pôs-se de pé. Avistou dois belos garanhões se aproximarem e esperou que Serena tomasse a palavras:

— Boa tarde, Scorpio. – Cumprimentou a mulher sorridente. – Este é Hatori, Alfa maior de Draken, o esposo de Luna  e irmão de meu marido. – A Alfa apresentou o homem a seu guerreiro. Esse fez uma breve reverência e esperou que Hatori descesse de seu cavalo, assim como Serena.

— Soube que desejam firmar acordos militares com nossa tribo, minha rainha. A informação dada prossegue? – O rapaz forte e ruivo perguntou, recebeu a carta dela e logo veio tratar de falar com os destinatários.

— Absolutamente. Deixarei que Hatori trate diretamente dessa situação com você. – Serena deu o passe necessário para o Alfa explanasse seu pedido.

Hatori ficou meio confuso com a apresentação que recebeu, mas não decidiu negar ou contrariar. - Necessitamos do apoio de Asgar em nossas batalhas. Obviamente, seus guerreiros seriam uma excelente barreira para nossas tropas frontais, já que temos plena consciência que os inimigos são deveras forte.  – Hatori explicou calmo, não se sentia coagido em momento algum, e tinha uma postura de elegância, seu orgulho sempre estava contigo, mudou um pouco, mas não deixou de ser alguém com completa ciência de sua competência e força.

— Não existem alianças de mão única. O que dará em troca pelo serviço de meus homens? – Scorpio questionou, não era bobo, lutaria muito bem do lado de Serena, pois era rainha, era praticamente uma obrigação e também da jovem loira que apresentaram. Mas para Draken? Deveria ter algo em troca, por obvio.

— Respeito e um cessar fogo contra seu povo. Sei que são cassados incessantemente.  – O Alfa maior disse, tentando negociar. O maior problema dos selvagens eram as perseguições, se os países aliados e controlados por Draken não os antigirem, então praticamente ninguém iria, pois receberia em troca a proteção dos reinos.

— O que acha disso, Majestade? – O líder selvagem quis saber a opinião de sua líder.

— Hatori tem meu apoio. – Serena encostou a mão no ombro do irmão de seu marido para que esse prosseguisse. Admitiu que ele fosse bom com as palavras.

— Estamos acertados? – perguntou o Alfa estendendo a mão.

— Tem a minha palavra. – Scorpio apertou a mão de Hatori, um pouco forte demais, mas nada que incomodasse, estava lidando com um dragão.  – Terá meus homens quando precisar. – Confirmou sério. Hatori consentiu.

— Ah, minha rainha, sei que não gosta do ritos longos, mas não vá embora correndo daquele jeito  de novo! O povo de asgar ficou triste! —  Scorpio fingiu estar chateado.

Serena suspirou, lembrou do ritos longos. — Diga a eles que depois dá vitoria faremos um! — sentiu-se sentenciando sua morte. — Trate de explicar para eles que o motivo de eu não ir lá é porque estou ocupada, os drakinianos me dão muito serviços, e em tempo que guerra, eu devo estar na linha de frente!

Após essa breve conversa o senhor partiu de volta para sua casa, haviam planejado a data da invasão e as posições devidas de cada batalhão. Hatori e Serena montaram de volta nos cavalos. Porem Hatori ficou levemente perturbado.

— Esposo de Luna? — indagou em tom baixo.

Serena olhou atônica para ela. — Eu estava prevendo o futuro. — e apertou as rédeas e saiu galopando na frente, sem ao menos explicar o resto.

Mas Hatori sabia bem que o povo de Asgar e qualquer outra derivação de selvagens não gostavam de mulheres solteiras, devem ter falado isso pela proteção da alfa de golty, algo prudente da parte das garotas.

De uma situação inesperada, uma amizade começava a surgir. E depois de poucas horas estavam no território de Draken outra vez.

DANIEL MORRE

Lunally resolveu fazer um punhado de doces, Lisa estava ajudando, mas sentia enjoos pela gravidez, e seus pés estavam inchados. Lunally já tinha receitado medicamentos, inclusive visitou o hospital, e ficou satisfeita ao ver que sua sala estava limpa e organizada.

— Como é Lisa? — perguntou Lunally curiosa.

— O que, minha querida? — Lisa deu toda a atenção para a loira.

— Gerar uma vida dentro de você? — Luna sorriu, ela estava mimando muito Daniel e Lisa, eles mereciam.

Lisa pensou bem na resposta que queria dar. — Dói. — sussurrou. — Dói muito, você sente incomodo, fica triste sem saber o porquê, não consegue dormir, para de comer algumas coisas que gostava, pois sente mal estar com elas.  As dores de cabeça são terríveis, e o inchaço incomoda de forma intolerável.

Lunally se espantou com a resposta, ela sabia disso tudo, atendeu muitas grávidas, estudou sobre tal, mas não pensou que Lisa iria responder assim, não era a cara dela.

— Mas que saber? É seu filho. — Lisa disse com a voz chorosa. — E a única coisa que você pode falar que é seu, que você criou, que é parte de si. É o meu maior vínculo com Daniel, é o meu tesouro.

Lunally ficou contente ao ouvir o resto. Sentiu o amor que tinha em Lisa transbordar.

— Esse bebê vai ser minha força, eu vou viver por ele. — finalizou. Lunally entendeu perfeitamente, que o que mantinha a motivação de viver de Lisa era a criança, pois como o Daniel estava, ela nem sequer seguiria em frente sem ele.

— Vamos levar para o meu irmão? — Luna mudou o assunto pegando o bolo de leite ninho com chocolate de avelã. Lisa concordou e subiram o andar.

No quarto Daniel fitava a janela, que estava meio aberta, permitindo ver um pouco da lateral da cidade. Ele estava sentando na cama e devidamente coberto, mesmo não nevando em Golty o frio era cruel.

— Querido, fizemos seu bolo preferido. — Lisa sentou do lado de seu marido.

Lunally arrumava a bandeja e tirava o bolo, ela fez um chá para acompanhar. Até pensou e fazer alguns docinhos, mas deixaria para mais tarde, no forno ainda tinha outros doces a serem servidos.

No silencio de que formou Luna escutou uma fungada de Lisa. Em câmera lenta, a loira se virou em direção ao casal. Lisa tocava a face de seu marido e a outra mão colocava na boca para conter o choro. Daniel não piscava, seus olhos estavam semiabertos, seu corpo frio. Não sentia as batidas do coração, não passava ar em seus pulmões.

Luna soltou o prato este caiu no chão, deu dois passos se afastando da cena. Ela não estava preparada, não aceitava. Lisa começou a chorar alto, começou a sentir dor. Luna tinha que fazer algo, mas seu corpo não se movia, ela não conseguia sentir as pernas. Onde estava Caius?

— Luna... — Lisa a chamou entre os soluços. Lunally não se movia, sua vista ficou turva, seu corpo bambo, ela não queria estar ali, não queria aquilo.

Ele está comigo. — Lunally escutou a voz de Caius. Ela escorou na parede e despencou no chão, envolveu suas pernas com os braços. Agora ela não tinha ninguém, sua família morreu. Ela chorou aos gritos, a tristeza de transformou em raiva, chorava de raiva por não ter curado seu irmão.

Lisa depois de se lamentar levantou. Ela já vinha tentando se preparar para esse momento há dias, mas nada pode lhe confortar da morte. Caminhou até Lunally e abraçou. — Daniel nunca foi tão feliz quanto nesses dias, obrigada por voltar Luna. — o choro era audível até de fora da casa, alguns betas vieram correndo ver. Eric estava no local e quando viu a situação, sentiu a dor que as mulheres presenciavam.

O alfa estava morto.

LUNA CONHECE GIORGIANA

Os anciões rezavam no enterro de Daniel. O reino todo estava lá. Todos de preto, com trajes Mokufu, um quimono formal, próprio para a ocasião. A tristeza era geral, Daniel era amado, mesmo sendo doente ninguém imaginava sua morte, ele havia resistido por tanto tempo que pensavam que não tinha mais riscos. Um erro por obvio.

O vento estava forte, fazia voltas com as poucas folhas que restavam no local, o inverno deixou todas as plantas carecas, tinha muito galhos de arvores enfeitando a paisagem. Daniel foi enterrado na mesma tumba que seus pais. A grande lapide de pedra, entalhado os nomes dos alfas do reino Golty.

Lisa e Luna estavam estáveis, não choravam muito, apenas rezavam. Estavam tristes, mas sabiam que o descanso de Daniel foi libertador, ele sofreu por muitos anos, teve que enfrentar desafios pesados e árduos. Viveu bem, e deixou um descendente.

O vento aumentava sua força, começou a incomodar atingindo as pessoas e jogando as flores, que ofereceram para Daniel, para o céu, trilhando uma linha de pétalas coloridas. Até se revelar um cervo na frente da lapide do alfa, com pelagem castanha machada com pintas mais claras, olhos verdes brilhantes e encantadores.

 Era Caius.

O povo reconheceu seu patrono de imediato, sua presença, a força, indicava sua identidade. Ajoelharam-se perante a divindade. Ficaram mexidos pela aparição, tantos séculos sem ver o cervo. Logo ele se fez homem, alto, magro, delicado e meigo; cabelo loiro grande e muito bem vestido, bem mais do que o usual. Um traje preto e prata muito bem costurada e bordada, com o símbolo de cervo bem nítido nas costas.

O deus andou em direção a Luna. Todos o seguiam com os olhos, em todo o caminho Caius olhavam para todas, sorrindo, confortando, querendo se aproxima deles.

Ren, o líder dos anciões, que conduzia as rezas sentia arrepios. Pois aquele homem era o ser para qual ele tanto rezava.

Caius, enfim começou a falar:

— Daniel tinha seus desejos, e peço que cumpram, pois é minha vontade. — sorriu para Lunally e colocou a mão na barriga de Lisa. — Este bebê será o Alfa. E ele comandara com força principal este reino. Não serão os anciões, nem os betas, muito menos os militares, será o alfa a fonte de decisão, e este tentara equilibrar os outros poderes.

Cochichos foram ouvidos, a população não estava acostumada com isso tudo. Atenderiam com prazer o pedido de deus. Mas ainda ficavam curiosos por razão disto, e queriam conversar com o deus, queriam suas benções, queriam sua presença.

— Só assim o equilibro será feito. — encerrou Caius. — Meu povo amado, quero que sejam independentes e felizes, e está é a nova era. Luna, minha escolhida, irá continuar sua missão para nos prover um bom futuro. Façam a parte de vocês e zelem de Golty. Eu sempre estive com vocês, e sempre estarei. — com isso, Caius foi de volta para perto do tumulo, ajoelhou e curvou para a cova, sussurrou umas palavras e sumiu com o vento forte que fez mais caminhos de pétalas para o céu.

Logo após esse momento único, Ren veio um pouco apressado para perto da alfa menor. Lunally não gostava e nem desgostava do ancião, ele fazia tudo para o bem do reino, mas as vezes afrontava muito a soberania de Daniel.

— Ren, você vai cumprir o que Caius pediu? — Lunally perguntou bem antes de o velho pronunciar algo, e ela estava esperando uma resposta franca.

Ren sorriu. — Daniel foi uma dádiva, eu o admirava, e tudo que fiz foi para tentar proteger ele. Luna o novo alfa vai demorar apara crescer, enquanto isso, nós, todos os órgãos de poder, vamos organizar o país de modo que as palavras de Caius sejam verídicas.

Lunally ficou contente. O reino seria um bom lugar para seu sobrinho e Lisa. — Fico agradecida de realizar isso.

— Enquanto isso você poderá reger. — sugeriu Ren, ele tinha boas intenções, o sonho dele já foi realizado, ter Caius de volta, agora faria tudo o que o deus mandasse.

Lunally chacoalhou a cabeça em negação. — Lisa irá reger, até que a criança tenha idade. Eu não sirvo para isso, irei apoiar como for, mas alfa regente eu não serei. — determinou sua decisão. Ren compreendeu perfeitamente, um espírito livre não serve para ficar cuidando de burocracias, a Luna era a aventureira de Golty, o papel dela era ir nas missões que o cervo lhe dava.

*

Lisa estava dormindo, o dia foi cheio, ela passou mal, seu bebe estava ótimo, era a alfa dócil que estava abalada mesmo. Luna cuidou dela devidamente e agora estava na floresta do cântico que era bem vigiada agora.

Amava aquele lugar, o fim do inverno estava próximo, e a primavera viria com diversas flores e borboletas, era uma estação admirável no país. Lunally por incrível que pareça estava se conformando com a falta de seu irmão, talvez ele fosse para Samsara (o fluxo incessante de renascimentos através dos mundos), e quem sabe ela o veria em outra forma. A pequena não queria pensar mundo sobre isso. O que mais confortava ela era a voz que Caius “ele está comigo”.

Lunally mais uma vez, como era de costume, se perdeu em seus pensamentos olhando a paisagem, tinha alguns betas, ela cumprimentava cada um, conversava coisas banais. A população estava calma, e aparecia se adaptar bem ao novo estilo de vida. Notou um corvo pousado na grama seca e coberta de neve, estranhou, pois o animal não era típico do ambiente.

Os betas continuavam no local, mas não davam muita atenção especificamente para a alfa menor. Ela agachou e encarou o corpo que não se assustou, continuou no lugar e seus globos oculares pretos a fitaram.

E o chão sumiu, o lugar se tornou vazio, uma imensidão escura contornou Luna. Enquanto ela caia o corvo voava na direção dela, e manchas saiam do corpo do animal, que se metaformava em humano, e as manchas grudavam no corpo daquele ser que se formava.

Luna soltou um barulho em tentativa que falar algo, porem não conseguia formular palavras. E na imensidão escura a queda parou e Lunally permaneceu flutuando em meio ao vazio.

— Lunally, escolhida de Caius, o deus cervo, patrono de Golty. Presenteada pela mãe natureza, que faz o equilíbrio, joia que deve ser protegida pelos deuses criados neste mundo. — pronunciou o corvo que se tornou uma mulher. Cabelo médio castanho, olhos dourados e intensos. Era definida, parecia uma guerreira, trajava calças pretas e uma blusa colada cinza.

Onde você está? — a voz de Caius apareceu na mente de Luna, contudo, ela não conseguia nem formular um pensamento.

— Nosso tempo é curto, não querem que eu fale contigo, pois são injustos. Eu pequei, mas o leão também pecou. Ele foi liberto e eu fui condenada. — a mulher ditava e do jeito mais assustador aproximava de Luna, que se mantinha calma, a mulher colocou as mãos no rosto da medica. — Quero ser liberta, perdoada, preciso da sua ajuda. Você tem a confiança do ser mais importante e poderoso desse mundo, a mãe natureza.

Lunally não compreendia o que ela queria, não estava entendo o porquê de ela estar lá. Deveria estar enganada, quem tem a confiança da mãe natureza era Caius. Luna nem sequer fala com ela. E que pecado será esse?

— Você tem posse de duas coisas sagradas. — contou a entidade desconhecida. — O jardim dos milagres e o templo de lótus. Com esses lugares você irá achar o que me libertará.  — a mulher encostou-se ao broche de Luna que era uma flor, a estrutura ficou preta e apagada. — Cure está flor no jardim e coloque-a no altar do templo. Desse modo a mãe natureza irá me escutar e me perdoar. — a estrutura preta se quebrou e começou a despencar mostrando o reino de golty. — Não diga a ninguém, só você poderá me ajudar, a mãe natureza sabe, só não me deixam chegar perto dela, pois são egoístas.

A mulher sumiu, a estrutura desapareceu e Luna estava agachada olhando o nada.

— Onde você estava? — Caius a levantou e os betas notaram movimentação estranha, vieram ver o que acontecia.

— Eu... — ela pensou nas palavras da mulher “eles são injustos”, “o leão foi libertado”. Sem duvidas ela queria esconder dos deuses. Seria pecado omitir algo para o cervo?

—Diga-me! Você saiu deste universo, quem te tirou daqui?! — Caius parecia desesperado. Segurou os ombros de sua escolhida.

— A mãe natureza. — falou Lunally. — Ela me deixou entrar no jardim dos milagres.

Caius parecia confuso, ele não tinha controle sobre nada que o equilíbrio fazia, ninguém tinha, mas tirar um humano do universo daquela maneira. Não era do feitio da mãe natureza.

— Quando? — perguntou o cervo aflito, tentando entender.

— Você não sabe? — a medica ficou surpreendida. — Quando fui visitar os selvagens, fui para a casa dos iluminados, onde vive solar.

Caius parecia incomodado. — Não tenho acesso a esse local. Você foi com Serena. A mãe concedeu essa dádiva só para vocês.

— Como? Eu nem conheço ela. — Luna disse desordenada.

Caius olhou para os lados, tinha muita gente lá. Estavam admirando o deus e tentando entender o que acontecia. Ele parecia aborrecido e muito agoniado.

— Ninguém a conhece. — Caius revelou. — Ela se comunica de varias formas e às vezes assume algumas formas. De animais, plantas... — ele explicada com uma cara atordoada. — Você deve ir ao templo lótus.

— Da última vez fique com medo de entrar, pois Hatori e os betas estavam lá, e não deu mais tempo. — Luna tentou de desculpar.

— Tudo bem, afinal, não era para você entrar antes, sabíamos que os drakinianos iriam te encontrar. — o deus contou a verdadeira intenção. — E também, era mentira que só vocês, Goltyanos podiam entrar.

— Só os seus escolhidos, certo? — Luna perguntou.

Caius fez que não com a cabeça. — Não tenho nenhum poder sobre aquele templo, quem entra é só quem a mãe natureza quer que entre. — Ele soltou Lunally. — Se ela comunicou com você, então é sinal que deva ir lá. Só não entendi como eu consegui desfazer a realidade que ela te levou. — afirmou algo bem surreal e suspirou.

Lunally ficou perplexa com a notícia. — Então toda aquela história de privilegio de Golty é mentira?

— Não, se for um escolhido meu, talvez entrasse pela amizade que tenho com a mãe natureza. — contou para a garota. O deus estava exasperado com tantas coisas.

Caius andou um pouco com Luna para ver se estava bem, logo se despediu e foi embora. A menina foi para casa, disse aos que estavam perto que tudo estava bem. Pegou o broche que virou uma flor preta e apagada, virou ele e continha uma escrita diferente, talvez fosse dialetos antigos, mas Luna sabia ler, o nome era: Georgiana.


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