MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 45
Preparação para guerra




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Brutus o implacável Alfa de Premim estava raivoso. O rapaz tinha as veias pulsando de estresse, ele não aguentava ver a cara de ninguém no momento. Quando soube que seu mercado tinha sido dominado por aqueles repteis, matou sem pensar o mensageiro.

— Acalme-se, você não deve ficar com medo de Draken. — seu general disse. O general que ajudou Brutus dar o golpe na antiga realeza e tomar o poder.

— Medo? — Brutus desprezava essa palavra. — Esses petulantes me dão dó, ainda acham que podem competir comigo. — andava de um lado para o outro. — Sabe o que me deixa com raiva?

O general permaneceu em silencio, na grande sala de ouro havia sangue, pertencente aos que irritaram o alfa. Brutus era frustrado, por ser tão incompetente, porque por mais que ele tenha um reino, um exercito e o poder, não conseguiu superar a bastarda que vagava livremente por Wakanda.

— O fato de que, ele tem Amom! Aquele leão nos traiu! — Brutus bufava.

Nós o traímos. — pensou o general, ele era sensato, mas não iria exteriorizar. Não agora.

— E já não basta essa loucura de Dragões e Leão estarem amigos, ainda entra o Cervo! — berrou em euforia. O homem parecia louco. — E quem está do nosso lado? Aquela deusa precária! E nem é legitima de nosso povo!

Uma coisa Premim sempre soube, se aliar com Findoram foi nada mais do que nada, se puderem ainda dizer que foi prejuízo. Aquele povo era mergulhado na desgraça. A deusa era tão fraca que nem alimentar o povo podia. Então porque se aliaram? Por três motivos principais:

Premim estava sem Deus, o legitimo virou as costas e quis viver com os selvagens, criaturas que nem fé tinha, e depois de uns anos escolheu a bastarda para lhe representar. Algo deplorável.

O reino como estava em empate total com os outros, nenhum se sobressaia tinha que mostrar força, deveria fazer uma aliança para mostrar que estava no auge, e por óbvio fizeram com Findoram.

E por fim, necessitavam de conquistar o mercado Basílio, apenas dinheiro não era o suficiente para conquistar os Bárbaros, era necessário seduzi-los e os ludibriarem. E quem melhor para fazer isso do que Kalisse?

— O que quer fazer? — Arthur o alfa de Findoram apareceu na sala real.

Brutus nem ligou se ele escutou ou não a conversa, o que aquele imbecil faria? Nada, Findoram precisava muito de Premim e nem ousaria questionar.

— Como chegou aqui? Os caminhos estão sendo vigiados pelos bárbaros e por Draken, e também vários países estão se locomovendo para comerciar. — o general indagou surpreso com a presença do rapaz.

Arthur odiava falar com Brutus, era um presunçoso e arrogante, sempre agia como se estivesse fazendo favores. — Minha Deusa tem suas maneiras, alias, ela é divina como todos os outros. — provocou o alfa de Premim.

— Eles querem conquistar, aquele Hatori, maldito! — Brutus xingou. Estava com raiva, chutou a mesa a partindo. — O encontrei diversas vezes no mercado em minha infância, mas sempre achei que era um covarde! Nunca gostava de brigar, sempre no canto lendo livros... Criança ridícula!

— Talvez quem esteja com essas intenções seja o menor: Miguel, dizem que ele é cabeça quente. E também, está casado com Serena, deve ter interesse dela também. — Arthur atiçava a fúria do alfa de Premim.

O general estava preocupado. Draken sempre foi forte, mas nunca fez várias investidas assim. Estava lutando com um exercito em varias pontos.

— Soube que perderam para Golty. — comentou o alfa de Findoram.

Brutus olhou com desprezo para aquela coisa disfarçada de alfa, era uma vergonha. Aproximou-se dele e agarrou o pescoço dele. — Não me subestime, aqueles veados conseguiram ajuda e também meu povo estava em desvantagens pelo local.

Chama roxa saiu do corpo de Arthur e a raposa ruiva apareceu, em sua forma animal, Brutus se afastou. Kalisse não estava nada contente, estava perdendo, e dessa vez ele nem tinha muito. Estava descrente daquele povo sem determinação.

— Medíocre! Você sabe o que deve fazer? — Kalisse, se transforma em humana com suas roupas curtas, chegou perto do general, tocou seu queixo e depois olhou para Brutos. — Lara, avó do alfa de golty, está conosco, tanto que foi ela quem contou a localização do lugar. Temos um ponto fraco de Golty, agora devemos achar um de cada reino.

— Diga-me como? — retrucou Brutus, estava cansado de ser Premim quem bolava e executava os planos, sempre.

Kalisse sorriu de forma traiçoeira. — Tenho devotos em Draken, e eles já começaram espalhar discórdia. Só falta achar um ponto fraco da bastarda. Na verdade você já sabe qual!

Brutus e Arthur sorriram pensando na mesma coisa.

— Nunca acharíamos Georgina. — o general afirmou. Sabendo que pensaram que o ponto fraco de Serena seria sua mãe e irmão.  — Nem Nathaniel. — continuou mesmo percebendo os olhares bravos para si. — Eles estão em outro nível de dificuldade, recomendo atacarem os selvagens se querem lesar a bastarda.

Uma lança de ouro foi atingida no coração do general, tão rápida que a baque sufocou o grito que o homem poderia ter dado.

— Vamos esquecer a bastarda por quanto. Daria muito trabalho e ela é a peça mais fraca do jogo.  — Brutus sorriu. Sempre se convencendo de que ela o melhor. Nunca gostou de quem falava que ele não conseguiria algo.  — Vamos atingir Draken, que é o núcleo de tanta perturbação, mas desta vez, serão vocês! — o rapaz nem se quer quis relevar a situação do general, agora morto.

— Vou usar meus devotos para nos fornecer informações e atrapalhar mais ainda o reino! — disse Kalisse, um pouco animada. — Agora, se nos der licença, devemos voltar para nossa casa. — a raposa foi se desmanchando em fumaça e Arthur se juntou a ela.

Brutus estava determinado, iria ganhar.

REUNIÃO PARA INVADIR FINDORAM

— Tão habilidoso na guerra e tão inútil no amor. — penalizou Dhiren, este apareceu na sala do alfa maior que decidiu trabalhar depois do fracasso que teve, e também, teria a reunião com os “lideres” para decidir os próximos passos de Draken para completar a missão que os deuses deram.

Hatori se limitou a encarar o dragão chinês enrolado no armário e voltou a assinar os documentos que tinha que finalizar hoje. Ele decidiu não ficar pensando muito na situação, era o alfa e tinha deveres, não se abalaria em relações ao trabalho por sentimentos. Ou pelo menos não deveria.

— Ele está te ignorando, foi grosso com ele! — Caius apareceu na forma humana. O cervo estava sentando na cadeira na frente da mesa do alfa. — Ele é jovem, não entende das coisas do coração.

Hatori suspirou, era carma, os deuses adoraram a vida pessoal dele. Ele tinha certeza que Amom não fazia isso com Serena e muito menos Helias com Miguel.

— Ele é muito insensível, não sabe como tratar uma mulher. — o dragão albino continuou as ofensas. — Nem se parece comigo, eu sou um perfeito cavaleiro.

Hatori largou os papeis na mesa, juntou as mãos e encarou de modo bravo os deuses. — Por favor, o que estão fazendo aqui?

Dhiren voou para fora da estante que estava e virou humano, tinha seus cabelos prateados soltos, estava muito elegante como sempre. — Você está estragando meus planos de ser avô! — falou sentimental, fingindo um choro.

Hatori uniu as sobrancelhas não estava entendendo nada. Os deuses eram tão complicados que às vezes de perguntava quem era que precisava orientar quem.

— Pelo o amor da mãe natureza! — Caius pronuncia. — Deixaremos esse tópico para depois, no momento você deve saber de algumas coisas. — encerrou o assunto, não queria falar disso, porque envolvia sua protegida e não era o momento.

— Acho melhor esperar Helias. — comentou Dhiren em perfeito estado, como se nem tivesse se emocionado. Era um ator em ação.

Caius bateu no ombro de Dhiren. — Não é isso, é a outra coisa! — o cervo tinha duvidas da inteligência do amigo em certos instantes.

Hatori começou a entender que tinha diversos problemas e que os deuses nem sabiam mediar. Sentiu-se inseguro divinamente, se deus não sabe, imagina os seres humanos? Como disse antes: eles eram complicados. E só aumentava a dor de cabeça do alfa, Hatori que pensou que alguns dias atrás estava se livrando de seu futuro de ser um velho ranzinza, viu que tudo se perdeu, seria esse velho mesmo, perdeu a alegria de sua vida: a estrangeira loira a quem declarou seu amor, e era perturbado por espíritos.

— Pois então, falaremos dos espiões de Kalisse e o propósito de Helias depois. — declarou Dhiren casualmente. — Agora falaremos de Findoram, o reino.

Hatori levantou da cadeira. — Espiões? Seria isso o que Marcio descobriu?

Caius parecia chateado com Dhiren, o dragão disse o que não devia. — Espere! Isso é com o Helias e Miguel, vamos focar na sua responsabilidade! — o cervo se levantou e foi para perto do alfa maior. — Sabe que a invasão do mercado provocou Premim e Findoram, então deve eliminar eles, por mais horrível que pareça. — Caius parecia incrédulo, o deus odiava guerras, mortes, qualquer coisa relacionada.

—Resumindo, guerra, conquista! — Dhiren esclareceu parecendo satisfeito com a situação, até se notava um sorriso de aprazimento.

— Acabamos de sair de uma batalha e querem que façamos outra?! — Hatori indagou perplexo. Sua cabeça começou a latejar com a possibilidade.

Dhiren revirou os olhos, era tão difícil lhe dar com seu povo. — Nem venha com essa Hatori, você sabia que iria ter que invadir lá! — revelou o obvio. — E agora com os selvagens será favorável!

— Sim, temos os selvagens. — Hatori se lembrou desse fato, parecia um pouco desanimado. — Nem sei como vocês se apoiam nisso, eles não são devotos de nada. — ficou confuso, pelo que sabia os deuses não gostavam dos ateus.

— Oh, não diga esse absurdo. — Caius o corrigiu gentilmente. — Eles são devotos do equilíbrio. Da não natureza, ela nos define, todos nós somos parte dela, tudo é parte dela.

— Entendo. — o alfa aceitou. Se Caius, o deus cervo dizia, era verdade. Tudo que ele sabia dos selvagens era ensinamento dos Anciões, algo fácil de ser duvidoso. — Sejam mais taxativos, por favor, quero entender o que querem com essa guerra. Ela iria acontecer, mas não tão cedo como querem.

Dhiren olhou de forma estranha para Caius, e esse abaixou a cabeça e zanzou pela sala. Logo se ergueu e soltou um nome entre os lábios, parecia ter rejeição. — Lara.

Hatori parecia estarrecido com o nome. Era a ex- alfa de Golty, a que fez a ditadura e a principal culpada da saúde de Daniel ser tão fraca. — Ela está se escondendo em Findoram?

— Exato! — Dhiren afirmou. O único eu parecia empolgado, com toda precisão aquele deus deveria ser psicopata, seu comportamento era totalmente diverso do geral. — Queremos que a capture e faça a reconstrução política e social de Findoram.

— Quer que eu colonize? — o alfa pareceu mais abismado ainda. — Tenho soldados em golty, soldados no mercado e muitos mortos e querem que eu ainda faça uma colônia? — indagou sarcástico, mas sempre em tom inferior, nunca deixou de ser calmo e impassível. A ideia parecia absurda, tinham que ter guardas no reino também. Draken era populosa, mas não ao nível de poder sair distribuindo tropas pelo mundo.

Miguel e Serena abriram a porta da sala, já era a hora da reunião deles, haviam batido, porem ninguém atendeu e escutaram as vozes do lado de fora. Como o casal era o oposto de Hatori, frenéticos e exasperados não se deram ao incomodo de esperar por mais de um minuto.

— Deuses? — Miguel indagou, nem sabia que eles iriam estar ali. E pelo que notou todos calaram quando entrou, o ambiente estava acabrunhado.

— Olá meus queridos, entrem! Temos muito que conversar. — o cervo expressou amorosamente. Ele ficava tão feliz quando os prometidos de juntavam.

Hatori já foi dizendo: — Perguntem ao líder do FMR se tem como colonizar Findoram, ele sabe da capacidade do exercito. — jogou a tarefa para seu irmão, a responsabilidade era do dois, nada mais justo.

Miguel e sua esposa já entenderam o motivo da tensão no local. E Miguel até ficou exibido por ter sua opinião invocada. Sentiu-se em pleno comando e salvação da questão.

— Temos os selvagens e os bárbaros. — reconsiderou Miguel, como a mão do queixo, parecendo analisar as condições.  — Mas uma coisa é invadir um mercado, outra é invadir um reino. Se alguém invadir Draken, perderá, pois dominamos o local. As montanhas são traiçoeiras, e nossas passagens são montadas para despencarem se necessárias, caso alguém force a entrada. — explicou orgulhoso, foi ele próprio que elaborou todo o sistema de impedimento de qualquer tentativa de apoderação de seu reino.

Todos prestavam atenção no Alfa menor dialogando em um monologo tentando explicar as condições e possibilidades. Era até cômico o entusiasmo com o qual ele se empenhava a falar.

— Findoram também tem suas artimanhas, é suspensa em rios. Isso dificulta muito. Mas se atacarmos em partes diferentes, os bárbaros estão ali do lado, os selvagens na diagonal e nós em baixo, poderia nos dar vantagem — ponderou sinceramente à invasão. De fato Miguel era muito engenhoso, sabia do que falava, ninguém duvidava de sua veracidade.  — O problema seria a quantidade.

— Tem os soldados de Golty... — Caius falou um pouco apreensivo.

Antes que alguém questionasse Dhiren já explicou: — Fizeram um órgão militar no reino de Caius, e os goltyanos estão se saindo bem, pois dominam venenos e ácidos corrosivos, tanto que na invasão que tiveram, muito lutaram somente com essas técnicas e sobreviveram, os guardas que Draken enviou para lá, provavelmente não voltaram. — pausou dramaticamente para ver se alguém perguntava, mas todos ainda estavam na expectativa de uma continuação. — Se apaixonaram por aquele povo e ficaram lá, mas claro, em guerra ficaram do nosso lado e lutaram junto de golty nas guerras.

— Apaixonaram? — Miguel riu, achou hilário o motivo de eles terem ficado lá. Por um momento achou que todos tinham morrido, Dhiren era um deus muito extrovertido e travesso.

— Criaturas Goltyanas são adoráveis. — Dhiren poetizou vislumbrando Caius.

— Você não parece contente em mandar seus devotos. — Serena fez a observação ao ver como Caius sugeriu seu povo para guerra. Parecia sofrer com sua própria proposta.

Caius olhou de modo carinhoso e melancólico para a menina. — Nunca é bom mandar seus filhos mancharem a mão de sangue.

Serena percebeu como aquele deus era afetuoso e cordial, ela que teve a criação desordenada, com som da morte como melodia. Sabia exatamente o que ele queria dizer, e concordava que era algo desprezível. Ela se um dia tivesse filhos, nunca iria querer que eles presenciassem uma guerra.

— Avisarei aos bárbaros então. — Hatori sentenciou convencido com a hipótese de Miguel, ele sabia que seu irmão tinha amadurecido e suas alegações eram mais fundamentas e eficazes. — E a cúpula. Vou confinar nos instintos de vocês: Serena e Miguel. — o alfa estava mesmo tentando respeitar todos, suas soberanias, enfim. Mas era realmente difícil. Não por falta de confiança, era porque se houvesse falha antes caia sobre ele, mas desta vez não, cairia sobre todos, e Hatori odiava deixar o fardo para terceiros.

— Devo falar com os selvagens, mas para eles lutarem por Draken, devo levar o líder deles lá. — Serena encarou Hatori, esperava um “não”, uma revolta, outra discussão chata.

 Hatori demorou em responder, refletia sobre, portanto, não tinha saída. — Tudo bem, vamos o mais rápido que der.

Até os deuses ficaram espantados. Hatori não deixou de ser responsável, apenas aprendeu a dividir as decisões. E foi preciso Lunally brigar com ele para perceber que essa era a coisa certa a fazer.

*

O dia foi cheio para todos. Serena planejada mais uma viajem aos Selvagens, que deveriam estar bem chateados por ela ter ido embora sem falar nada, e claro, desta vez Miguel sabia e deu diversos conselhos, este não iria, pois um dos alfas tinha que ficar no reino.

Hatori teve varias reuniões com os poderes das cúpulas, o conselhos dos betas, as forças militares que Will dialogava por eles; Miguel estava ajudando Serena e deveria preparar os soldados. Algo que estava estranho era que Pan, o líder dos betas não veio; Marcio representava a grande casa, disseram que Pan estava doente. Hatori queria saber o que acontecia, mas parece que os deuses deixariam esta parte para Miguel desvendar, pelo menos entendeu assim.


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