MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 44
Dragão e o cervo — confronto




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Lunally queria conversar com Hatori, mas esse estava ocupado na votação da cúpula. Então teria que esperar e não se importava com isso.

— Vamos para o hotel, descanse e depois vejamos o que podemos fazer. Tenho noticias para você. — insistiu Eric, percebeu a tristeza na face de Lunally, algo muito raro de ver, e que se possível nunca mais visse.

Lunally queria ficar sozinha, mas não queria ser mal-educada. — Eu vou até a casa de Hatori, depois conversamos.  — Informou e se levantou para ir onde havia dito. Eric não queria atrapalhar, mas não a deixaria só. Não com tanta coisa acontecendo, sendo que a maioria ele nem entedia.

— Eu vou com você. Temos assuntos a resolver, nós três, quanto antes melhor! — Eric justificava sua decisão antes que ser indagado. E caminhou com sua alfa, que não protestou, aceitou a situação.

*

A cúpula decidiu sua posição então Hatori foi descansar em sua casa. Notou na esquina duas pessoas sentadas na entrada de sua casa. E continuou o rumo do mesmo modo, era o natural a se fazer.

— Não teve como invadir dessa vez, não tem chave escondida. — Lunally comentou assim que Hatori parou em uma distância boa, ela se indagava mentalmente do porque ele havia tirado a chave reserva. Eric estava do lado dela apenas observando.

— Poderíamos conversar amanhã? Estou me retirando do serviço por hoje. — pediu o alfa maior de modo indiferente. Era algo que ele sabia bem, ser ressequido era natural para ele.

Eric não conseguia ver ainda a “proximidade” dos dois. Que tipo de amigos/ amantes se tratam com tanto desapego.

Lunally levantou e chegou bem perto do Hatori, ao ponto que seus narizes ficassem centímetros distantes, altura era a mesma porque Lunally estava em cima de um degrau que ficava na entrada da casa do alfa. — Não, porque eu não vim falar de trabalho.

Hatori não tinha como evitar mais, teria que conversar com ela. Olhou para Eric com descrença.

— Ah, eu preciso participar, é sobre meu país também! — disse ao notar o modo como Hatori o olhava.

Luna não entendeu. — Golty?

— Sim, temos isso para falar também. — Hatori abriu a porta da casa permitindo os visitantes entrarem.

*

Contaram tudo para Luna, Hatori a deixou ler a carta. Falou brevemente sobre o mercado Basílio, apenas por questão de curiosidade.

Lunally não estava nem ai com a guerra e vitória, sua preocupação era Daniel. Seus olhos encheram de água. Ela queria ver sua família. Ela não queria que Daniel ficasse nesse estado, deveria ir para perto dele.

 Eric se sentiu emocionado também, ele amava seu país e Alfa, e vendo a menor reagir assim de forma quase lamentável foi um uma pontada no seu coração que ele não se conteve.

— Luna, seu povo está bem. Premim viu que eles são fortes, seu povo é bravo como você. — Hatori tentou de algum jeito acalmar a loira. — Daniel lutou e se feriu, mas tem ótimos médicos lá. Vão cuidar bem dele.

Eric iria abraçar Lunally, mas Hatori levantou exageradamente da cadeira fazendo barulho e passando para frente da mesa, assim escorou nela ficando diante de Luna.

Luna piscou para afastar as lagrimas a situação estava muito caótica para ela chorar, deveria agir. E dessa vez iria agir do modo que queria sem ter que dar explicações como se fosse criminosa. — Você não entende. — desabafou para o alfa maior. Talvez o fato de saber que seu irmão estava ruim de saúde a deixou furiosa.

— Não? — perplexo com a fala dela, Hatori cruzou os braços. Se ela falava sobre guerra ele entendia muito bem, que Lunally não tivesse levado a serio o que Serena disse “do povo de Draken não ter sabedoria”.

— Não. — repetiu. — Na verdade nada. — ficou ainda mais nervosa com a reposta mergulhada no orgulho que o alfa maior deu.

Hatori não entendeu onde ela quis chegar. Lunally se levantou eles ficaram frente a frente. Olhos tingidos de tons de azuis diferente se encaravam, não com amor e carinho, mas com raiva e decepção um com o outro.

— Quando você desconfiou de mim e tentou me matar em Mellory, eu entendi. — Luna começou a listar. — Quando desconfiou de Serena eu entendi. Quando tomou varias decisões que eu não concordava eu entendi.

Hatori viu que a conversa não se tratava de guerra, nem de Golty e muito menos dos selvagens. Era dos dois, era uma discussão de relação.

Eric estava agora percebendo o nível de proximidade dos dois.

— São coisas diferentes... — O alfa falou calmo e baixo, deixando sua ignorância de lado.

— Em que? — Luna interrompeu com o tom um pouco mais alto. — Ah, claro, é que das outras vezes, você decidia, você mandava. Agora que eu decidi algo, que eu mando não é bom. Não é?

— Luna não é nada disso... — Hatori realmente queria evitar uma briga com ela. Ainda mais vendo que ela estava de fato incomodada com múltiplos detalhes.

— Seu orgulho é tão ressaltado que impedi de você perceber que não é o único certo Hatori! — Lunally Julgou o alfa. Estava farta de certa maneira, mas de outra não queria ser tão dura como estava sendo. — Como você, alfa de Draken tem sua soberania, eu alfa Golty tenho a minha, e decido, com meu poder, que é pleno e reconhecido como o seu, que os selvagens iram ficar do meu lado.

— A cúpula decidiu que... — Hatori tentava amenizar a intensidade que aquilo estava tendo, mas não era bem-sucedido.

— Eu não quero saber da decisão da cúpula. Você tem que parar de achar que só você decide! Que só Draken manda! Por favor!

Hatori permaneceu calado. Suas tentativas de falas não estavam funcionando mesmo, apenas escutava e olhava para a expressão que Luna fazia. Ele não tinha ideia que era assim que ela o via. Mas dava razão para ela, de alguma forma.

— Não se preocupe, eu não vou mais afrontar sua autoridade. Eu vou exercer a minha, em meu país. Hatori não pense que sou ingrata, te agradeço muito pela ajuda que deu ao meu país, mas eu ajudei o seu também. E muito! — Lunally deixou claro, que nunca esteve lá só por acaso, ou como um peso. — E espero que realmente possamos manter uma relação diplomática favorável, em base da decisão de todos os Alfas!  — também ressaltou o princípio que a democracia tinha, era a decisão de todos e não só de Draken. — Agora se me dá licença tenho que me preparar para voltar para Golty.

Hatori ficou paralisado, acabou de receber um sermão da mulher que amava e não conseguia responder de forma alguma, muito menos se redimir. Era vergonhoso. Ao menos tempo em que estava arrependido não queria se rebaixar.

 Lunally bateu a porta da biblioteca e seguiu para a saída da casa. Antes que Eric fosse atrás Hatori o informou:

— A cúpula deixou que os Selvagens lutassem do nosso lado, por respeito aos outros países.

— Não que avisar isso para ela? — Perguntou Eric preocupado. Hatori negou, não queria conversar com Lunally agora.  — Olha sei que não nos demos muito bem, mas eu queria dizer que nunca vi Lunally assim. E isso deve significar algo. Não sei. — Tentou expressar, mas não conseguiu, logo também saiu da casa do alfa.

Hatori iria tentar falar com ela amanhã, essa loucura de voltar para Golty, deveria ser passageira. Ele amava Lunally, ela o conquistou muito rápido, mas não queira que acabasse assim. Ainda mais pelas lembranças boas que construiu com ela. Olhou para a janela do cômodo e viu dois labradores correndo.

LUNA/ERIC VÃO PARA GOLTY.

Era tão cedo que o sol não havia aparecido, nem o azul claro matutino tingia no céu. O frio ainda continua insistindo em rachar os lábios de qualquer um que ele batesse. A neve estava baixa, mas na noite passada havia coberto grande parte do reino.

Lunally já estava despertada arrumando as malas. Ela chorava a cada roupa que colocava na bagagem. Roupas que trouxe de casa, seus belos quimonos coloridos. E as que comprou, roupas pretas de montaria.

Ela achou um absurdo Hatori não ter ido atrás dela e pedido desculpas. Ele estava errado desta vez, a loira não iria fazer mais nada. Lunally mandou Eric ir à casa de Serena e a trazer para o hotel, também deveria avisar o alfa menor de sua partida, e deu cartas para alguns betas que ficavam perto do hotel, e esses deveriam entregar as cartas para: July, Sara e Marcio, amigos que ela fez e considerava de modo especial, não tinha tempo de falar com todos, mas deveria se despedir de alguma forma.

Ela com mais malas do que veio, abastecida de comida e muito bem agasalhada, com o cabelo preso em um rabo de cavalo trancado no inicio e com os olhos vermelhos pelo choro, saiu do Hotel e viu sua amiga, Serena montada em um cavalo, chegando perto de si. Não era pandora, o cavalo era diferente e Eric estava montado em outro.

Serena desceu do cavalo, e com sua expressão formal perguntou encarando Luna. — Você vai partir?  — observou as malas e também Eric foi a sua casa para informar isso e dizer que Lunally queria se despedir dela pessoalmente.

A loira fez que “sim” com a cabeça. — Eu preciso partir. — confirmou mais uma vez sua despedida. Era tão estranho como aquele reino se tornou importante para ela em tão pouco tempo. Não só o lugar que a encantou, a organização, mas as pessoas também. Fez amigos que amaria para vida toda. Aprendeu muito e também ensinou, foi o melhor intercambio que poderia fazer em sua vida.

— Você volta?  — Serena falou com a voz um pouco embargada por um choro que ameaçou a vir. Ela sabia o motivo, Eric disse sobre a situação de Golty, e comentou brevemente sobre a briga que Lunally teve com Hatori. Ele a achou no meio do caminho, nem chegou a ir à casa de Miguel, o que seria inútil, pois Serena não estava lá.

— Isso dependerá da situação. — Luna respondeu, tentando não chorar mais.

Miguel apareceu do nada, encontrou o beta que levava as cartas, veio em pandora, o cavalo que Luna reconhecia. Logo tomou a palavra. — Não te vim impedir. — disse, vendo que Lunally iria protestar. Olhou brevemente para sua esposa, mas não se comunicou. — Por favor, não ache que somos inimigos, somos aliados. Sei os motivos que quer ir embora, ontem à noite conversei com Hatori e o conselho e hoje quando o beta falou que tinha feitos cartas de despedidas, eu entendi o que aconteceu. E espero, de verdade que vá e saiba que estamos no mesmo time. — esclareceu esse fato, não queria mais desentendidos do que existem. — E Fiquei sabendo que os selvagens foram aceitos ontem. — contou tentado provar que a aliança era mais forte do que tudo. Seu irmão ainda não sabia dessa partida de Lunally, foi por acaso que Miguel estava ali.

— Obrigada. — a alfa de Golty agradeceu. — Era mais do que certo colocarem os selvagens do nosso lado. — completou a frase.

Miguel até pensou em pedir para Luna ficar, pois temeu pela reação de seu irmão. Mas ele sabia que não surgiria efeito. Provavelmente um beta foi contar para o alfa maior dessa partida. E Miguel sinceramente não queria se meter, ainda mais com os problemas que já tinha.

Serena se aproximou de Lunally, colocou as mãos nos ombros dela. — Leve com você esses dois cavalos. — apontou para os que ela e Eric trouxeram. — Somos grandes amigas agora, criamos um vinculo forte e assim, você deve sempre se comunicar comigo. Ok? — Serena pediu. Não queria perder alguém como Lunally, era uma das poucas pessoas incríveis que ela conheceu na vida.

— Claro. Você é uma parte essencial da minha vida, você me cativou. — Abraçou a rainha dos selvagens e se permitiu chorar mais um pouco, e Serena fez o mesmo.  — Nunca vou te abandonar.

Luna subiu em um cavalo e Eric no outro, e logo saiu da cidade em galope acelerado, Miguel falou para os betas deixarem o caminho livre, assim Lunally e seu subordinado não seriam barrados.

Serena e Miguel ficaram olhando por um tempo a estrada pela qual foram e já não eram mais identificados. Depois de uns dez minutos Hatori pareceu correndo eufórico, o sol nasceu com a vinda dele. Olhou desesperado para Miguel que acenou a cabeça triste.

Hatori perdeu a chance.

— Não haja como se fosse o fim do mundo. — Serena falou, já não chorava mais. Miguel ficou com medo que ela provocasse mais ainda Hatori. — Ainda existe um sentimento entre vocês dois. Não é só porque chegou tarde que perdeu a oportunidade.

Hatori admirou que sua “inimiga” o tenha aconselhado de forma educada. Miguel quase soltou um suspiro de alivio, já não aguentava mais briga não queria que mais uma acontecesse.

— Hoje temos a reunião na cúpula para decidir os próximos passos do reino, e eu irei respeitar a soberania de cada um. — disse Hatori. Ele aprendeu sua lição, ao menos tentava.

—Estaremos lá. — Miguel afirmou feliz e olhou para Serena que fechou a cara na hora, eles estavam brigados. Miguel sentiu um desespero, e se Serena entrasse na moda e fosse embora? Miguel não aguentaria, mas a briga deles era algo passageiro, ele ao menos esperava que fosse. Estava com o colar dela no bolso, iria conversar, não iria se humilhar, queria que ela reconhecesse o erro também, mas não seria ignorante ao ponto de ficar de mau.

Serena encarou o alfa maior. — Temos muito que decidir!

Hatori estava desolado, contudo manteve a postura. — Serena, talvez eu tenha sido equivocado em algumas decisões, mas serei mais cauteloso e respeitoso, alias nossa relação é uma aliança e não uma ditadura.

Serena olhou brava. — Que pedido de desculpas mais dissimulado!  — logo sorriu. — Mas estava na hora, talvez eu também tenha que melhorar em certas coisas, não muitas, mas tenho. — tentou também desculpar a sua maneira. Olhou para Miguel, mas nada disse, iria se aprontar a para reunião. Estava no alojamento, e no local tinha tudo o que precisava.

Miguel não acreditava, seu irmão e sua esposa sendo “amigos”, agora ele começou a acreditar que o mundo estava mudando.

MIGUEL E SERENA: RECONCILIAÇÃO.

Hatori se retirou para seus aposentos, após falhar em conseguir se despedir de Luna. O dia já estava terminando e o sol se punha com precisão no horizonte, camadas de tons avermelhados misturavam-se e formavam o papel de parede drakiniano. Miguel observava o caminhar acelerado de sua esposa, mantendo certa distância, ela não parecia estar indo em direção ao chalé. A mulher havia passado a noite anterior no alojamento e o Alfa madrugara preocupado.

— Serena, nós precisamos conversar! – Gritou, na esperança de que ela parasse e o ouvisse, fato que não aconteceu. A jovem estava a ignorar qualquer tentativa de apaziguamento entre eles. As pessoas na rua olhavam um tanto perplexas para a cena, não entendiam o motivo daquele clima tenso entre o casal. Afinal, Miguel e Serena formavam um excelente par e nunca brigavam, bem, pelo menos, não em público. – Serena! – Chamou novamente. Teve de correr para alcança-la, pois ela não demonstrava qualquer sinal de rendição. Quando conseguiu chegar até Serena, o homem a abraçou pelas costas, envolvendo seus braços na cintura fina da mulher. A preminiana enrubesceu, ele estava ultrapassando todos os limites, em plena luz do dia. Mas, ela não desejava sair dali. Queria paralisar o momento e apenas sentir o calor que emanava de seu eterno namorado.

— Miguel... – A voz de Serena saiu roca e baixa. – Estamos no meio da rua. – Avisou ainda um pouco incerta sobre se desvencilhar.

— Eu sei. – O Alfa concordou afagando o rosto nos cabelos da esposa. – Você nunca iria parar se eu não te tocasse. – Complementou sedutor. Beijou os ombros da moça e depois soltou-se dela. – Acho que temos muito a falar um para o outro. – Disse um pouco incomodado com aquela situação problemática ainda não ter sido resolvida entre eles.

Serene assentiu. Era difícil ficar com raiva de um homem tão cordial quanto aquele.

— Venha. – Miguel estendeu a mão a ela. – Vou te levar para um lugar mais sossegado. – Falou misterioso.

— Está bem. – A jovem mostrou-se calma. Estava segura com seu marido.

*

Miguel guiava habilmente Serena pelas encruzilhadas de Draken. Ele parecia conduzi-la a uma espécie de parque, mas que era reservado a uso da família real. Quando chegaram lá, a garota sentou-se na grama e convidou seu acompanhante a juntar-se a ela. Com os joelhos encostados no queixo e os braços cruzados, a morena começou a conversa:

— Acho que te devo desculpas, Miguel. Minha fala foi muito dura ontem. –Olhou fixamente para o Alfa, a camisa de linho dele desabotoada um pouco, revelando seu peito bronzeado. Aquela imagem desnorteou a mulher por um momento. Como ela havia conseguido ficar brava com um homem tão belo?

— Concordo plenamente. – Provocou o rapaz sorrindo. – Nunca mais faça uma brincadeira como aquela. Onde já se viu terminar nosso noivado? – Arqueou as sobrancelhas, fingindo irritação. Remexeu no bolso de sua calça e encontrou o colar da Alfa. Tentou colocar no pescoço da dama, mas ela recusou com um aceno. – O que foi? – Ele perguntou sem entender. – Realmente, não deseja mais ser minha noiva? – A pergunta parecia doer para ele. Uma tristeza invadiu seus olhos.

— Não é isso... – A morena suspirou frustrada. – Só acho que talvez mereça alguém melhor do que eu.... Talvez uma mulher mais confiável. – Cogitou, sua cabeça parecendo vagar em hipóteses melancólicas.

— Por Helias, Serena! – Ele apresentou-se revoltado. Segurou firme os ombros da mulher e repetiu, mais uma vez, sua confissão. – Será que você não percebe? Não existe ninguém que eu ame que não seja você, minha senhora! Não é paixão, aquele sentimento duvidoso que nos mata por dentro, e sim, amor. Em sua mais pura definição. – Enxugou uma lágrima que pendeu das esferas douradas de sua esposa. – Eu quero me casar com você, ter filhos, envelhecer e morrer ao teu lado, porque te amo. Eu te amo. – Disse novamente, emanando certeza na voz. A mulher agora chorava copiosamente, abraçou-a e acariciou seus cabelos. – Perdoe-me se não lhe dei apoio o suficiente, ou se em algum momento, fiz a senhorita duvidar que eu a amava. Prometo sempre estar com você, nesta e na outra vida. – Beijou o topo da cabeça de Serena. Erguendo o rosto da mulher pelo queixo, continuou. – Não sabe o quanto senti saudade de seus lábios. – Encarou por um instante o olhar de sua mulher, que consentia que ele continuasse. Roçou sua boca nos lábios carnudos e rosados da jovem e pode sentir que ela sorria por dentro.

Era um beijo desesperado. Cheio de dúvidas, mas ao mesmo tempo tão enigmático. Era como se fosse a primeira vez, mas se movimentavam como se fosse a última. Após algum tempo, Serena subiu no colo de seu marido, sem cessar a carícia, passou as mãos pelas costas dele e suspirou aliviada por poder tê-lo novamente. Mordiscou o lábio inferior de Miguel, provocando-o. – Não faz isso... – Ele reclamou. Adorava quando Serena ousava um pouco. – Sabe que me deixa louco. – Concluiu, retomando o beijo desta vez de forma mais intensa. Quando seus lábios se soltaram, ele trilhou um caminho de suaves beijos por toda a clavícula da moça e disse, amando o cheiro da pele dela. – Acho melhor aceitar logo sua joia de volta ou não vamos conseguir sair daqui hoje. – A Alfa sorriu e mandou:

— Pode colocar de volta, senhor militar. Nem sei por que eu tirei mesmo... – Os dois riram. Miguel prendeu a gargantilha no pescoço da mulher.

— Ah! – Ele estava prestes a reclamar sobre algo. – Quero que a senhorita volte para casa! Onde já se viu? Sair no meio da madrugada sem rumo!

— Ok. Ok. Senhor ciumento. – Deu mais dois selinhos no Alfa e se levantou. – Agora acho que é melhor voltarmos.

— Penso o mesmo. – Concordou o Alfa sorrindo de orelha a orelha. Serena o deixava meio bobo. – Quero que saiba que irá dormir ao meu lado esta noite. E não aceito reclamações. – Fez cócegas na barriga da mulher, a ponto de fazê-la não conseguir negar.

— Quantas noites quiser, meu amor. – Respondeu, quando ele parou. Entrelaçou seus dedos com os dele e caminharam juntos, banhados pelo brilho da noite, até o chalé.


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