MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 42
Ataque em golty // Zara




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Ren nunca esteve tão satisfeito com o progresso que a população fazia como agora, ficou contente com o órgão militar feito em Golty. Os soldados de Draken eram muito habilidosos e sabiam ensinar muito bem. Técnicas admiráveis, e claras, enriquecedoras para a proteção do reino.

Novos espaços foram abertos, como o povo de Golty tinham belos engenheiros, fazer áreas de luta e ensino destas foi fácil. O mais trabalhoso foi incentivar a população a lutar, mas e GCA tem suas vantagens, apenas disse que era para o bem do reino e dos deuses, assim uma grande quantidade se dispôs a lutar e o numero aumentava.

Na casa do alfa de golty, aonde o inverno não chegava a nevar, mas era bem frio e tirava toda a folhagem do território, estava o casal real em seus aposentos.

—Acha mesmo que vai dar certo? — Lisa indagou para seu marido. Estranhamente Daniel amanheceu fraco. Estava em repouso, sua saúde estava oscilando.

— Tenho fé. Já passou da hora de termos nosso sistema de proteção mais voltado para ataque e não defesa. — esclareceu Daniel. Passou dois meses desde que o exercito chegou a seu território, e já trouxe grandes melhorias. E o mais curioso é também trouxe muitos noivados e casamentos, acabou que muitos drakianos apaixonaram por goltyanos. E por fim, alguns ficaram no reino para formar família.

—Daniel, você quer chá? — Lisa que acariciava a cabeça de seu amado e zelava de sua saúde. Daniel fez que “sim” com a cabeça. Então Lisa foi até a bandeja onde se encontrava o liquido, perto da janela que tinha vista para vasta floresta do cântico. Sempre, sem nunca deixar, lembrava-se de Luna ao ver tal lugar. Encarava a extensão com galhos e caules carecas, o verde sumiu, os animais ali não estavam. Era triste a paisagem, mas em breve na primavera seria bela outra vez.

— Lisa? — Daniel chamou a atenção da mulher que estava distraída. Lisa colocou o chá e olhou novamente para floresta e viu uma bandeira no fundo, dourada com um símbolo, espremeu os olhos para ver melhor. O símbolo era um leão. A xícara de chá caiu no chão. E um alarme indicando invasão foi soado.

— Acalme-se. Quem é? — Daniel levantou da cama meio tonto. O alarme indica que o povo já notou a invasão e que iriam se proteger.

— Premim. — Lisa contou chorando. Ela se lembrou da carta de Luna, era mesmo um aviso.

— Vá para a base de proteção, agora! — ordenou Daniel. No reino tinha entradas subterrâneas para se esconderem lá por meses, tinha abastecimento o suficiente para toda a população, em caso de conflitos era lá que os que não lutavam ficavam.  Lisa acatou a ordem e alguns betas a levaram, mesmo não querendo abandonar seu marido, esta sabia que de nada seria útil na ocasião.

Assim que o alfa saiu da sua casa, Ren estava a sua espera. Os dois homens se encararam, a relação deles nunca foi boa, e só piorava, contudo um dependia do outro.

—Eu vou lutar pelo meu povo. — Daniel anunciou. — Devo proteger eles. — disse antes que Ren o impedisse.

Ren sorriu calorosamente, o alfa era mesmo tão insano quanto sua irmã. — É o seu dever, por mais que pense que não, você é o pilar de golty, meu alfa. Você é nossa esperança, agora deve ir lá e nos libertar desse estigma de sermos frágeis, mostre junto com o nosso povo e os que draken nos presenteou que somos fortes também.

Daniel sentiu-se reconhecido. E ficou feliz, mas sabia o porquê Ren o deixava ir. Ele teria um filho, um substituto, mesmo que não nasceu, era garantido. — O GCA não deve comandar um reino, isso é errado, quando acabar isso tudo, vou fazer mudanças. Devemos equilibrar os três poderes e o meu. — falou deixando expresso que estaria de volta e que se fosse para passar seu cargo um dia ao seu primogênito, esse seria entregue em boas condições.

— Como quiser alfa. — Ren reverenciou. Ele sabia da condição da Daniel, ele estava doente. E as possibilidades do futuro eram tantas que sua mente humana não processava tudo.

*

Premim subestimou em todos os sentidos Golty. Tanto que o alfa, o Brutus, nem foi na invasão, claro, mandaram homens fortes e em grande quantidade, mas eles próprios foram com o ego tão inflamado que entraram no território como se estivessem em sua casa.

Começaram a matar, sem ao menos dialogar, cada cidadão que viam, a mancha dourada com estampa vermelha invadia o país até então escondido. Como acharam o lugar, não sabiam, mas agora Golty tinha que se defender.

Os Goltyanos revidaram o ataque, não eram muito habilidosos e nem deu tempo de serem lapidados, porem faziam estragos, tanto com os ataques que aprenderam também, quanto, principalmente, com os venenos, ácidos e ervas, com sua especialidades.

O que fez o ego de Premim abaixar quando viu que perdi homens para veados. O comandante dos leões gritava para que seu exercito avançasse. Quebravam as casas, destruíram a fauna e flora, era um povo sem piedade, cruel, que matava sem pensar, sem ao menos de se arrepender. Era triste ver um povo assim, corrompido no coração por pura intolerância. Só que não eram mais ferozes do que os dragões.

Ao fundo com caras raivosas e músculos avantajados, como se fossem animais indomáveis em disparada, vinham os Drakinianos. Não mediam esforços, sabiam que seus inimigos eram habilidosos, mas o orgulho mostrava que na verdade tinham certeza de que eram melhores. A maior satisfação de um inimigo perfeito é você saber que é muito melhor do que ele.

Daniel lutava, este tinha habilidade renomada em ácidos, algo que foi ensinado por sua irmã e por fim ele aperfeiçoou e fez alguns corrosivos, era terrível jogar aquilo no rosto de alguém, mas seria pior ver seu povo dizimado. Daniel já sabia técnicas de luta, já houve guerra interna em golty, ele era treinado com alguns betas, então sabia lutar. A diferença agora que não era um grupo pequeno do reino que lutava, era uma parcela grande com ajuda de Draken.

A batalha se estendeu pelo dia todo. E sem nenhuma surpresa, muitos goltyanos morreram. Porem por um milagre, talvez por sorte, ou se arriscar a dizer por serem fortes, Golty venceu. Os soldados de Premim foram aniquilados, as poucas unidades que fugiram só serviriam para contar historia.

Ren, junto de Lisa e vários outros cidadãos, que antes estavam escondidos, vieram socorrer os feridos. Daniel sorriu para sua mulher, estava todo sujo de sangue e terra. Aproximou-se dela e tossiu sangue, e repetiu o ato, tossia tanto que não parava mais.

— Daniel! — Lisa gritou, todos olhavam preocupados com o alfa. Alguns médicos socorreram Daniel e o levaram para tratar em um lugar apropriado. Lisa foi junto, não deixaria seu amado sozinho.

— E agora? — Um beta qualquer perguntou para Ren.

— Arrumem tudo e em seguida descansem. Eu vou mandar uma carta para Draken. — O coração de Ren temia pelo o alfa, mas foi decisão dele lutar com a saúde tão frágil. E essa ação foi a mais nobre dele em tantos anos. Um alfa que só se escondia e prevenia e agora se tornou um guerreiro, um herói.

*

Alguns dias se passaram desde o conflito de Golty e Premim. E Daniel estava estável, descansava no seu quarto. Lisa estava adormecida. O garoto não sabia por que, mas começou a chorar. Olhava para sua mulher já com a barriga redonda, tinha um bebê lindo ali dentro para nascer. Pensou em seus pais falecidos, em sua odiada avó e em Luna. Estava triste, seu povo venceu, essa parte era ótima, mas ele sabia o que iria acontecer consigo no futuro.

—Alfa. — uma voz doce e acolhedora no cômodo o chamou. Daniel olhou na direção e na cadeira perto da cama estava um homem loiro de olhos verdes, bem vestido, magro e muito delicado.

Daniel só deixou mais lagrimas caírem. — Cervo. — seu deus veio o ver.

Caius chegou perto, sentou de lado na cama. — Seu bebê vai ser lindo. Guarde segredo de Lisa, mas será um menino. — riu contente. O deus estava lá para acalmar seu devoto. — Lunally sabia há muito tempo que ela estava grávida, mas não contou para ser surpresa.

Daniel não entendia porque o deus estava ali. — Por quê?

Caius olhou confuso. — O que?

— Minha avó duvidou de ti, ela era sua escolhida, e não fez nada que o conselho pediu, pelo contrario, ela tentou apagar a fé. — explicou. — E mesmo assim você escolheu a filha dela, minha mãe. E agora Lunally.

— Tem coisas que eu faço que também não saiba explicar. — Caius admitiu. O clima era muito mais do que triste, tinha frustração e arrependimento envolvido. — Daniel, você não percebe porque vive em um ambiente isolado, a bolha que você criou em Golty. Mas o mundo, Wakanda, está mudando. — tentou de alguma maneira mostrar que as ações feitas até então foram para trazer melhorias.

— Talvez eu não queira presenciar essa mudança. — declarou olhando para Lisa que nem se movia, estava em um sono intenso e profundo.

— E talvez nem vá. — revela Caius. Estava um pouco chateado. Seu povo teve que sujar a mão e sangue para sobreviver. — Não é como se fosse acontecer amanhã, demora. — contou suavemente.

— Me promete uma coisa? — Daniel pediu. Era a primeira vez que via Caius, mas sentiu confiança e amor no deus, ele sempre deve, esse encontro só foi a confirmação. — Não importa o que acontecer, comigo ou com o mundo, quero que proteja três pessoas, sempre! Lisa, Lunally e meu filho. — quase implorou.

— Eu prometo. — o cervo sorriu. Caius iria sempre proteger eles como podia. Não só eles, todos de seu reino. Todos que ele amava também.

DIA DE MIGUEL COM ZARA

Zara era uma garota subliminar. Autêntica na medida certa e nem um pouco petulante. Ela parecia analisar as pessoas a todo momento, buscando brechas para confortá-las ou simplesmente, motivos para atazana-las. Todavia, a presença da jovem em sua casa não perturbava em nada Miguel. Ela era uma boa ouvinte e parecia ser normal.

Inerte em alguns pensamentos, o Alfa a observava comer uma panqueca.

— A senhorita parece gostar disso. – Ele disse formal apontando para o café da manhã da findoriana. Ela sorriu com o comentário.

— Não precisa me chamar de senhorita, só Zara está bom. – Pediu educadamente. Queria parecer simpática. Ou queria que ele a achasse simpática.

— Ok. Zara, então. – Miguel acatou sorrindo. Respirou um pouco antes de prosseguir. – Sei que provavelmente não queira tocar nesse assunto agora, após uma longa guerra e pela reação de seu irmão que passamos mais cedo, eles estão em Draken e é preciso que você fale com ele... – Afirmou um pouco pensativo quanto a prosseguir.

A menina gastou alguns instantes para responder, parecia ponderar sua própria opinião.

— Sinto falta de meus irmãos, mas não posso simplesmente voltar. – Ela disse apreensiva. – Steve não me aceitaria de novo e não quero causar problemas para Logan.

— Seu irmão não me pareceu uma pessoa tão impiedosa assim, tente dialogar.  – Comentou o homem. Os cabelos albinos de Zara caiam sobre seus olhos e Miguel não conseguiu conter a risada, ela parecia batalhar contra seus próprios fios, afinal. – Desculpe, deixe-me ajudá-la, senão seu cabelo irá comer por você. – Colocou a franja da garota para trás de sua orelha.

— Obrigada. – Ela agradeceu enrubescendo. Sua voz quase um sussurro. Ela parecia tão frágil aos olhos de Miguel, provavelmente, sofrera tanto nas mãos de Findoram. – Quer dizer que Logan virou militar? – Perguntou curiosa. Fazia três anos que não via seu irmão caçula.

— E o garoto surpreende. – Complementou o Alfa.

— Que bom! Terei que agradecer ao treinador dele assim que puder encontra-lo, sabe, meu irmão sempre quis fazer parte do exército drakiniano. – Disse sorridente.

— Pois bem, não terá que esperar tanto tempo. – Miguel respondeu feliz. – Minha esposa, Serena, o treina. Logo a conhecerá!

— Serena, filha de Mathias, o Tirano? – Zara surpreendeu-se.  Seu plano a se arquitetar lentamente.

— Não se assuste. – Ele pediu acalmando-a. – Serena é a mulher mais incrível que eu conheço. Sou completamente apaixonado pela minha esquentadinha... – Os olhos do rapaz oscilaram um pouco.

— Mas você parece nostálgico para mim... – Comentou a garota, sempre audaz. Seguindo sua tática, fez uma pergunta. – Quando terei a dádiva de conhecê-la? – Um pingo de provocação era palpável em sua voz.

Miguel tomou uma dose de uísque antes de responder. O líquido descendo por sua garganta e esquentando um pouco seu coração vazio. Zara estranhou a atitude dele, afinal o sol acabara de nascer. – Ela... não está aqui no momento. – Ele escolheu as palavras parecendo perturbado.

— Não está? – A menina atiçava a mente do Alfa. Manipulando cada letra que saia de sua boca.  – Pois deveria quando seu marido se preocupa tanto com ela.

O homem passou as mãos por seus cabelos cacheados. As ondas se emaranhando com seu toque. Ele tremia um pouco, estava nervoso e frustrado. Não sabia onde, exatamente, sua mulher estava, com quem ou ao menos, porque ela não havia contado a ele sobre sua partida. Aquilo havia sido traição. Ele que pedira tanto para não ser abandonado, acabou ficando sozinho novamente. Abandonado dentro de sua própria mente esmorecida. Jogou o copo na parede, com violência. Chutou o ar e descontou sua raiva nas mais diversas coisas. Vidros se estilhaçavam por todos os lados. Zara o fitava, atenta a cada movimento.

— Desculpe-me, senhorita. Desculpe-me. – Ele ficou envergonhado ao perceber sua atitude imatura. Seu timbre ainda um pouco alterado.  – Acho que a assustei.

A garota bebericou sua própria água.

— Não mesmo. Bêbados não me assustam. – Ela discordou, tocando os ombros de Miguel. Um contato íntimo demais, que o Alfa logo tratou de desfazer. – Vi coisas piores. Muito piores. Homens se matando. – Concluiu a jovem. – Mas, ela ainda não parece se importa com você tanto quanto você se importa com ela. – Um tom de escárnio ressaltando a palavra ela.

Miguel estava perturbado demais, resolver se recolher para seu quarto antes que quebrasse mais coisa, ficava pensando nas palavras que Zara falou e ficava mais aflito. Acabou por dormir, não de sono, mas pela sua embriaguez.


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