MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 39
Missão dupla


Notas iniciais do capítulo

Esse foi sem nenhuma revisão, está super difícil para nós duas, as autoras, nos encontramos e tal, mas estamos fazendo o máximo! Natal tá chegando!



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Plainando no chão com certa dificuldade, as meninas soltaram um suspiro de alívio. Ainda ofegante, Luna perguntou:

— O que foi aquilo? – A adrenalina ainda mantendo sua pressão alta.

— Chama-se Ambrose. — Serena tentou clarear seus próprios pensamentos. – É uma espécie de martírio eterno ao qual a alma está presa. Solar deve carregar um peso muito grande sobre as costas para pactuar com alguns seres da noite. Não são como o seu wedingo, são tratantes e pedem almas em troca de favores. – A Alfa de Premin tentava soar natural, mas até mesmo ela ficava abalada ao presenciar aquele tipo de castigo.

— Do que se trata exatamente? – Luna, mesmo assustada, permanecia com sua sede por informações a pino.

— Dalila uma vez me disse que é como se seu coração fosse desfalecido pela picada de mil cobras. Provavelmente, não é nada agradável. – A preminiana conseguia sentir a dor de sua pequena amiga ainda. Recompondo-se, propôs:

— Devemos seguir viagem. Faltam apenas alguns quilômetros até Asgar. Tenho certeza que seu wedingo nos encontrará.

— Não mesmo, ele não irá. – Uma voz masculina surgiu em meio as árvores. Serena virou-se de súbito, perplexa.

— Amom? – Perguntou meio que para si mesma. O homem loiro a olhava nos olhos sorridente. – Já faz algum tempo! – Serena correu para dar-lhe um abraço. Luna ainda estava um pouco desnorteada com a situação toda.

— Olá, querida! – O deus cumprimentou sua escolhida contente. – Bom dia, senhorita. – Beijou a mão de Luna, sempre galanteador. – Caius lhe mandou lembranças. - Lunally sorriu com a gentileza do leão, mesmo não confiando muito nele.

— O que faz aqui? – Serena quis saber, tudo aquilo era muito repentino.

— Vim ajudá-las. As águias me contaram que Scorpio e sua tribo estão por perto. – Explicou-se ele.

— E como pensa em nos ajudar, senhor? – Serena o desafiou, aumentando ainda mais o ego do leão.

— A senhorita me subestima demais, Serena. – Ele sorriu travesso e se metamorfoseou em sua forma animal. Uma enorme besta leonina com pelos dourados e passou a se comunicar telepaticamente com ambas. – Acho melhor subirem em mim. Se juntarão a Tribo de Asgar em dois tempos. – Disse confiante e um pouco esnobe.

Serena tranquilizou Luna pelo olhar. Amom nunca as machucaria, apesar de tudo, ele também se importava com o equilíbrio natural. A preminiana montou primeira, com a ajuda de uma pata do deus, que depois auxiliou a loira.  – Segurem firme! – Ele pediu. – É daqui para o chão, minhas queridas. – Gargalhou de si mesmo e começou a correr mata a dentro. Seu corpo parecia não ser composto por matéria apenas por luz, ele atravessava a densa mata como se ela nem ao menos existisse, logo as garotas atracaram ao lado do amontoado de selvagens. Mas, eles pareciam mais organizados do que o usual.

Suas casas, antes inexistentes, agora se erguiam como cabanas de madeira e cipó. Alguns garanhões estavam arriados em um grande estábulo, próximo a um tipo de cilo. Eles pareciam conversar com naturalidade, como se dominassem o idioma internacional de Wakanda, baseado em runas. Lunally espantou-se novamente, não era isso que ela esperava. Ademais, a nudez não estava exposta, muito pelo contrário, eles se cobriam dos pés à cabeça com pesados agasalhos feitos de pele de urso e diversos animais.

Serena respirou fundo quando pisou naquele lugar. A essa altura Amom já desaparecera com o raiar do dia. Ele era assim. Imprevisível e indomável. A preminiana estava de volta ao seu reino legítimo. Como ela sentira falta de Asgar. A nostalgia e a saudade sendo preenchidas pela presença. Um homem de cabelos avermelhados veio recebê-las, Luna se mantendo próxima a sua amiga, por precaução. O rapaz era forte e de beleza exótica, inegavelmente, belo. Prostrou-se de joelhos perante Serena ao vê-la:

Enola, minha rainha. – Encostou a testa nas costas da mão de Serena e esperou os cumprimentos da mulher.

— Ari, Scorpio! – A Alfa disse olá na língua nativa dos selvagens. Retribuindo o boas-vindas de seu fiel amigo. Deu duas batidas de leve na cabeça do homem, o que significava, para essa tribo, que a atenção do súdito havia sido reconhecida.

Levantando-se, ele a abraçou carinhosamente. Era muito bom ter Vossa Majestade de volta. Serena retribuiu o gesto. Scorpio era o chefe de Asgar durante a estadia dela em Draken. Neste momento, os selvagens já se reuniam ao redor dos dois e Luna ficava se perguntando o que fazer. – Ah! Que desatenção a minha! Essa é Lunally, Alfa de Golty. Minha amiga.

— Menina solteira?  – O xamã da tribo se aproximou com uma interrogação nos olhos. Carregava seu cajado torto de madeira, na esperança de se mover mais rápido. Sem sucesso. Uma série de murmúrios se iniciaram, perturbando a paz. Com apenas um sinal de Serena, todos se calaram.

— Não, senhor. Lunally é casada com Hatori, Alfa maior de Draken. Irmão de meu marido, o Alfa Miguel. – Explicou com voz firme. Pediu que Lunally se apresentasse formalmente.

— Meu nome é Lunally, espero que cuidem bem de mim. – Ela ainda não conseguira assimilar a parte de seu matrimônio com Hatori, mas sentia que aquilo fazia parte dos planos de Serena.

— Sim, Sim. – O xamã repetia. – Enola, senhorita! – Os outros bradaram junto a ele. Após alguns instantes, Serena pediu:

— Eu e minha amiga iremos descansar um pouco. Desejo um banquete quando voltarmos. A Rainha de Asgar retornou a seu trono! – Suas palavras pareciam encher o povo de esperança. Retirou-se junto a Luna, sendo escoltadas por Scorpio até a maior das cabanas. Enquanto elas se banhavam, o selvagem se manteve de guarda em frente à casa.

MERCADO BASILIO

O mercado nunca perdeu seu movimento e alegria típica, era nostálgico para Hatori que esteve lá algumas vezes para tratar de negócios e lembrava vividamente da empolgação do lugar, e por mais que Miguel tinha ido só uma vez ao local, ao mesmo tempo em que sua pior lembrando tinha conexão com aquele lugar, não poderia negar que se divertiu fazendo seu irmão lhe mostrar todo o local.

Era madrugada, o sol iria nascer em três horas, o frio era de trincar a pele de qualquer um, no mercado a neve permanecia, pois era mais perto de Premin, que nevava do que de Findoram que não tinha neve. A sorte era que a neve tinha caído da forma mais magicamente favorável para a invasão do que se poderia imaginar, as arvores carecas estavam repletas do branco puro, muito bem cobertas, o chão estava tão fofo que se pisasse afundava, mas no meio do mercado não tinha tanta neve, era tudo muito bem limpo pelos moradores de lá.

Mas o que importava era que a camuflagem dos militares nunca esteve tão boa, desta vez trocaram os trajes pretos por brancos, se olhasse na direção da floresta só via neve, e não percebia o militar ali deitando na neve, que não se afundava por técnicas de equilibro.

Os betas militares de Draken estavam espalhados pelas bordas do mercado, altamente treinados estavam despercebidos até então, aguardam apenas um sinal. O silencio era presente, só o som dos animais era audível, muitos no mercado negro estavam dormindo, mas claro, tinha uma boa guarda noturna.

Miguel ficava alternando o olhar entre Hatori e o mercado Basílio, quase que virava a cabeça freneticamente.

Hatori estava tenso o rapaz já participou e ganhou em centenas de conflitos, mas esse era um pouco diferente, desencadearia uma guerra. Mortes e tristezas, porem ele acreditava fielmente que era para um bem maior, se ao menos tudo pudesse ser resolvido no dialogo as coisas seriam tão mais simples. Ainda torcia para que as gerações tivessem essa realidade imaginaria.

Hatori fez um sinal para um grupo que estava na frente despachar. Eles entraram no mercado, o resto aguardava as ordens.

O primeiro grupo colocou fogo nas barracas e matava os guardas inimigos, evitando machucar os escravos e aqueles que não tentavam revidar, os bárbaros eram muitos, eram fortes e robustos, com armas de espinhos que esmagava a cabeça de um homem em segundos.  Logo que notaram o ataque saiam em montes das barracas se a guarda noturna era grande, a população antes adormecida superava o numero.

Logo Hatori mandou o segundo grupo entrar, como o primeiro barrava os guarda do inicio o segundo grupo conseguiu infiltrar no meio do mercado. Atacavam mostrando toda a habilidade e resistência que os Drakinianos tinham, era belo de certa forma como moldavam seus golpes, a facilidade e naturalidade com que lutavam era tão nítida que nem parecia que faziam esforço real, apenas brincavam com a situação.

Logo Hatori e Miguel entraram com o terceiro e ultimo grupo. Hatori cortava qualquer vulto de vinha em sua direção com sua montante, estava com pressa, estava com raiva, algo raro, queria acabar logo com tudo aquilo. Mas logo que viu Miguel notou quem mais sofria, seu irmão estava fora de si, matava com a face transfigurada era nítido a revolta e desespero, seu irmão tinha muito mais sede de vingança do que ele.

A única exceção era Serena, até porque, Hatori começou a admitir que a alfa bastarda não tivesse culpa de fato.

Matt que entrou com o primeiro grupo orientava as chamas de modo que não crescessem e matasse todos com a fumaça. O segundo grupo libertava os escravos que pareciam ficar inertes, entre estes a maior parte era mulheres e crianças. Não fugiam e nem atacavam, apenas permaneciam. Algo triste deslustrava o medo que tinham de reagir e serem castigados pelos seus mestres.

A luta se desenvolveu tão intensa que nem deram conta que o sol nascia. Hatori estava cercado de bárbaros e dois preminianos. Viu que os bárbaros estavam em maioria no local, como foi avisado antes. Então decidiu levar a situação ao seu favor: — Idiotas— zombou — Se arrastam como vermes para qualquer um que lhes oferece algo mais favorável, não tem confiança, lealdade, nada, são meras prostitutas. — escorneou os bárbaros que perceberam sem problemas a indireta.

—Ora dragão, falar mal de nós não irá salvar você. — vociferou um bárbaro qualquer.

Hatori sorriu de modo travesso. — Até os selvagens são leais aos seus grupos, família, nação, mas vocês... Vocês vendem até a mãe. Tenho nojo. — falou sem receios, estava querendo provocar os malditos.

Os bárbaros o atacaram, e Hatori de forma ligeira esquivou e revidou de cada um. Chutou o que respondeu ele, fazendo o cair no chão o pressionou com o pé e colocou a espada em sua garganta. — Sabes que meu povo é invencível. — seu orgulho se exibia sem modéstia — Vamos ganhar, vamos ter tudo, iremos ter o poder e não o perderemos. E vocês iram nos ajudar. —afirmou.

O preminiano logo entrou na conversa. — Não seja estúpido estão do nosso lado! Aceite a derrota Alfa maior! Você os ofendeu, os tratou com falta de dignidade, acha que vão ficar do seu lado?

Hatori olhou para o bárbaro, este estava adorando a situação. Hatori conhecia bem aquele povo, sempre fez negócios com eles. — Vocês? Dignidade? Ora, bárbaros não tem vergonha na cara, sabe quem ganha e se junta a eles. — tirou a espada do pescoço do homem, afastou e estendeu a mão.

O bárbaro aceitou. Logo após deu um grito, indicando mudança de time. O militar de premim começou a ser atacado por bárbaros, olhou para o Hatori este sorria de forma sombria.

— Vocês só acham que tem o controle. Escondem-se atrás do ouro, mas só um guerreiro conhece o coração daqueles que matam e perdem pessoas. E eu, meu povo, somos os mais qualificados para isso. — finalizou e foi lutar com os outros inimigos no local.

Miguel estava perto dos escravos de Findoram, os bárbaros do nada começaram a lutar do lado dele. “povo esquisito” — pensou. Ele tinha uma missão, achar a garota, como faria isso? Enquanto cortava alguns inimigos refletia as possibilidades, e escolheu a mais sensata e fácil. Derrotou o ultimo inimigo por perto, notou os escravos sentados, sem correntes, mas ainda imóveis.

—ZARA! — soltou um berro, e repetia o nome até que uma garota com aparência (FALE DA APARENCIA DELA) levantou-se meio assustada. — Ok! Conheço seus irmãos: Logan e Steve, estes estão em Draken, fique ai que depois disso tudo te levo de volta! — a menina sorriu, se mostrou super contente. Isso deixou Miguel contente também, imaginava o quão libertador era para ela deixar de ser escrava.

Ele se limitou a dizer só aquilo não ficou lá muito feliz quando recebeu a missão, mas agora até que ficou convencido se achando o herói. Mas não de distrairia agora, mesmo com os bárbaros do seu lado. Tinha preminianos e findorianos lutando contra ele.

Matt e mais dois betas apagaram o fogo uma vez que já não era necessário. E foram tratar de lutar também, até porque eram grandes guerreiros.

A luta durou só mais algumas horas depois que os bárbaros mudaram de lado. Alguns soldados de Premim e Findoram fugiram, mas a maioria esmagadora foi morta ou presa. Os escravos e feridos estavam sendo tratados pelos betas militares que receberam treinamento de primeiros socorros, providos de Lunally, suas pomadas, pílulas e bebidas nunca foram tão uteis como agora.

Miguel foi ter com Hatori uma conversa.

— E agora? — o menor indaga.

Hatori observou dentre os copos mortos muito de seus homens. Respirou fundo, foram poucos, mas isso não significa que não foi nada. — Temos que enterrar os corpos, fazer as preces, organizar o mercado. E depois despachar para nosso reino. — respondeu.

— Quanto tempo isso demorar?

—Quase um mês.


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