MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 23
Sonho de Lunally


Notas iniciais do capítulo

Feliz ano novo! Agora é tempo da Fic ganhar uma nova perspectiva, renovada, com novo tema e novos caminhos!
Escolhidos tem a missão de fazer, mandar fazer, deixar de fazer, omitir algo ou alguém. Não seria diferente com os nossos desta Fic. O que será que os dons dos Deuses vão proporcionar para nossos heróis?



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Na floresta do cântico Luna corria entre as flores que nasceram na ultima primavera. Cada uma com seu perfume doce e único. Seguia a margem do rio sem pretender onde parar, apenas ouvia a melodia dos pássaros cantando e enfeitiçando seus ouvidos com a doce e bela canção da natureza.

Seus pés descalços em contato com a grama, seu corpo apenas com um vestido branco liso, sem enfeites, sutil para uma caminhada ao ar livre. Seu cabelo estava trançado de forma desleixada permitindo alguns fios escapar do penteado e ela não usava nem uma joia, apenas livre correndo cada vez mais pela margem do longo rio que atravessava o continente.

Uma luz. Tão brilhante como o sol acompanhava a Garota em sua corrida frenética e divertida. Do outro lado da margem, um filhote de cervo, um bambi corria alegre no ritmo que a Alfa de Golty coordenava.

Os muros altos cobertos por arvores que formavam labirintos limitavam o território seguro de Golty, e no fim, embaixo da arvore de ameixa, carregada com o fruto, se encontrava dois túmulos.

—Mamãe e papai. — emitiu o som que saia da boca de Luna. O cervo filhote e a Luz foram para perto do muro de arvores. O limite de Golty.

Tudo caiu, as folhas caíram, as arvores virarão pó de tão secas, tudo foi revelado. Um vento frio batia na pele desprotegida de Luna e a trincava sem piedade. A grande estrutura que protegia Golty foi desfeita, mesmo que soubesse algumas plantas que sobreviviam ao Inverno e outono, elas eram difíceis de cultivar na terra da floresta do cântico. Este era o ponto fraco da grande fortaleza de Golty.

Lunally não viu mais o cervo e a luz. Olhou para frente e avistou a coisa que mais temia:

Era um exército caminhando em direção à fortaleza destruída de Golty. Com o emblema de leão e raposa. Premin e Findoram. O coração dela parou por segundos, sua respiração falhou, a dor consumiu seu corpo. Queria sair correndo, avisar a todos, mandar fugirem, mas não se movia. Não podia fazer nada e os soldados se aproximavam cada vez mais.

Era o fim.

Lunally acordou suada e em desespero. Revirou a cama e saiu trombando e escorregando em tudo até chegar ao banheiro e olhar-se no espelho. Estava horrível. Sentiu medo, começou a chorar em euforia, se abraçou e escorregou devagar na parede até ficar no chão em lamento.

— Caius... — Lunally falava com a voz embriagada de temor. Não poderia ser, foi tão real, com fatos tão verdadeiros. Ela não aguentaria, ela não suporta.

Levantou e correu em direção aos seus pertences já guardados nos moveis de seu quarto temporário. Revirou suas coisas, escreveu mais uma carta para seu irmão. Tinha chegado tarde ontem depois que leu a carta de resposta de Daniel e adormeceu. Ela iria mandar Daniel colocar guarda máxima, estava em prantos. Descreveu seu sonho e selou a carta. Trocou de roupa e saiu pelo reino de Draken. Sem olhar para os lados seus olhos inchados estavam melhorando, foi em passos rápidos até o local onde mandava as corujas levar a correspondência e a mandou.

Lunally estava aterrorizada. Andando normalmente de volta para seu domicilio ela avistou um grande templo feito de ouro, onde tinha dois dragões no topo. Sem duvidas o templo dos dragões: Helias e Dhiren.

Sem pedir nem nada, era um templo, deveria ser publico, ela entrou no lugar. Viu varias pinturas, escrituras, ornamentos em geral que faziam parte da historia e devoção dos dragões. Era um templo muito bonito, conservado e rico em informações. A organização era impecável, era Draken, tudo era bem elaborado.

A menina relaxou um pouco, mas sua mente estava perturbada pelo sonho. Nem na melhor hipótese aquilo foi um sonho qualquer. Era um pressagio de Caius.

— Meu Deus... —implorou Lunally ajoelhando perto de uma parede com dois dragões esculpidos do ouro a encarando. — Sei que este não é seu templo, nem se quer diz sobre ti... Mas eu peço ajuda. Eu não sei o que fazer... —deixou lagrimas em silencio escorrerem em seus olhos. Alguém a puxou pelo ombro para trás brutalmente. Lunally reviveu a morte de seus pais. O homem de cabelos esverdeados e olhos azuis que sorria de forma maléfica a encarava mais uma vez.

— Você... — Lunally se levantou tirando as mãos do homem dela.

—O que faz aqui? Esse templo é para o Deus de Draken. Uma estrangeira deve ficar longe. — repreendeu Pan, o líder dos anciões, a escolhida do cervo.

Lunally riu de forma insana. Ela não acreditava que um dia poderia ser tão desgraçado como aquele. Falou bem baixo no ouvido do senhor: — Eu sem quem você é. — se afastou e saiu correndo do templo.

Ia fazer o que devia ter feito há muito tempo. Iria à casa do Hatori pegar os arquivos da morte de seus pais. Não poderia ir à cúpula, pois tinha gente trabalhando lá, principalmente o Alfa. Olhou para trás para certificar que não era seguida.

Assim chegou a gigante e bela casa do Alfa maior.

— Droga. — reclamou ao perceber que estava tudo trancado sem brecha para invadir. Sentou na mureta que tinha na entrada fechada de Hatori.

— Menina! — uma senhora chamou e Lunally pulou de susto e olhou para a mulher que gritou ela. — O que está fazendo ai? — era aparentemente a vizinha do Alfa, estava com alguns vasos nas mãos.

Luna sem jeito tentou dar algumas desculpa. — Eu tinha que ver algumas coisas aqui, mas eu não... Eu não tenho a chave. — contou enquanto olhava para suas mãos juntas e rodava os dedões.

A velha largou os vasos. — Deve ser coisa de trabalho, né? O Alfa geralmente manda aquele moço alto! Como chama? Helio! Sim, o Helio. — a senhora apontou para o teto. — Tem uma chave ai na telha, só pegar.

Lunally não estava acreditando. Só poderia ser o cervo a ajudando para os Drakianos lhe dar tantas informações facilmente assim. — Muito obrigada! — foi abrir a porta, mas voltou para perto da senhora. — Sobre sua dor nas costas é falta de cálcio, vá ao hospital central e fale que Lunally mandou lhe darem a receita numero sete. Você vai ver, dentro de duas semanas estará ótima! — piscou para a mulher e entrou na casa.

Já conhecia o ambiente, pelo menos a sala e a cozinha. Então decidiu subir as escadas. Tinha tantas portas e abriu uma por uma, todos quartos com banheiro. O ultimo que tinha a maior sacada era o de Hatori, pois era o único com roupas no guarda roupa e sinais de habitante. O cheiro gostoso do ambiente agradou Lunally. Aproximou de uma mesinha e viu como Hatori era sistemático, era tudo bem organizado. Uma cama grande com tapetes fofos, um lustre magnífico como o da sala. Cortinhas claras e grossas. Era lindo o cômodo.

Logo desceu as escadas em uma velocidade exagerada e viu que tinha mais cômodos depois de um corredor conectado a sala. No fim deste tinha um escritório em forma circular com estantes cheias de livros e arquivos, era incrível e tinha vários detalhes, mapas, objetos de observar o céu, mas Lunally tinha que manter o foco.

— Arquivos. — falou para não se perder. Procurou em todo canto e achou uma parte: Outros reinos: Golty: Mortes catalogadas: Alfa’s. Achou o exato arquivo que precisava.

Respirou fundo, seu corpo tremeu. Saberia a verdade. Leu atenciosamente o arquivo. Emocionou-se. Ela sabia, sempre soube.

— Posso saber o que faz aqui? — Hatori largou a chave na mesa de seu escritório, ele estava com os olhos apertados, desconfiado, mas não foi logo atacando a menina, não sabia nada sobre ela, era muito diferente. Um dia achava que ela era aliada, outro inimiga, cada dia ela tinha uma face oposta.

Lunally se espantou, estava sentada no topo de uma escada com o arquivo aberto em suas mãos, abriu à boca e se desequilibrou, mas logo se manteve estável.

— Você tem um lindo escritório. — desviou totalmente o assunto e desceu da escada, segurou o arquivo contra o peito. — Sabe isso que vocês fazem com a madeira é tão bonito, entalham ela muito bem, e cria uma harmonia com o tijolo e cimento... — falava apontando para as paredes. Hatori aproximou-se dela e pegou os arquivos que ela havia adquirido.

—A senhora Matilde me disse que alguém estava aqui dentro para pegar arquivos que pedi tal de Lunally buscar. — Hatori encarou a menina e chegou bem perto da face dela. — Não me lembro de ter pedido isso.

Lunally sorriu envergonhada, colocou a mão para trás e não sabia o que fazer. — Você não devia estar trabalhando? — ousou perguntar.

Hatori revirou os olhos, foi para sua mesa e abriu o arquivo. Era sobre a morte dos pais de Lunally, olhou rapidamente para ela e sentou. — Está na hora do almoço. O que mais vai fazer para me surpreender Luna?  — perguntou cansado. Só na manhã do dia tinha feito milhares de coisas. E realmente não saiba como lidar com Lunally: uma cidadã do reino de Golty, alfa, corajosa e forte. Dentre varias outras coisas que ele ainda nem descobriu.

Lunally se manteve em silencio.

— Você sabe que se pedisse para mim o arquivo da morte de seus pais eu lhe daria. Então porque invadiu minha casa?

Lunally ficou ofendida. — Não invadi sua casa! Eu entrei com chave e tudo, muito ingênuo da sua parte colocar uma chave na telha! — Hatori ainda esperava uma resposta dela e não pronunciou. — Na verdade, eu pensava que Draken tinha matado meus pais. — confessou. No arquivo estava explicando que foi Premin quem matou os antigos Alfa’s de golty, quando estavam tentando invadir Mellory.

Hatori então entendeu tudo. — Pelo que eu sei, faz uns 450 anos que Draken não tem conflitos com Golty. Não somos responsáveis pela morte de seus pais. — explicou Hatori que se levantou novamente e chegou bem perto da Lunally. Colocou a mãos nos ombros dela. — Tente confiar em mim, pergunte e peça tudo o que quiser. Como eu farei com você. Assim não sei dizer se está querendo cooperar ou não.

Lunally não se controlou, se sentiu tão perdida, sem opções e soltou algumas lagrimas. — Desculpe-me é que... — A garota não conseguia falar, sua voz se embargou. Afundou-se no peitoral de Hatori que a envolveu meio sem jeito em um abraço, o rapaz entendia a dor da perda de seus pais, no entanto, ficou com medo do choro ser do modo que ele falou com ela.

Lunally sentia o cheiro gostoso que vinha de Hatori e o abraçou forte, sentindo todos os músculos do corpo dele e seus braços fortes e bem desenhados a rodando.

Hatori nunca se sentiu daquela forma, tão tocado e consumido de importância por outra pessoa, ainda mais por uma mulher. Os cabelos dela cheiravam rosas, Luna batia em altura nos ombros de Hatori, então ele colocou o queixo em cima do topo da cabeça dela. Compreendia a dor que ela tinha no coração. O alfa olhava para o cômodo de sua casa, tentando pensar e algo para confortá-la. Nem ao menos sabia o porquê ela chorava.

— Hatori algo terrível vai acontecer. — contou Lunally para o alfa afastando a cabeça para encarar ele. — Caius me mostrou Golty sendo invadida. Não será agora, não sei quando, mas preciso de ajuda. Preciso que mande tropas, não muitas. — Lunally colocou as mãos em cima do peitoral de Hatori que escutava atentamente as palavras dela, ainda a envolvendo em seus braços. — Para ensinar algumas técnicas pra os betas de meu reino. É justo, pois eu forneci informações de medicina para vocês. — argumentou tentando convencer de todo jeito Hatori.

Hatori balançou a cabeça. — Na verdade eu já estava prevendo alguma coisa assim. Não só já estou discutindo na cúpula de mandar tropas para Golty, como também, tornar pública a união dos reinos, assim, o temor dos vizinhos crescerá. — O alfa maior disse a verdade, pois seus espiões já haviam tocado no assunto de que Golty seria o próximo alvo da tirania de Findoram e Premin.

Lunally desfez o abraço afastando-se de Hatori. Estava rubra pelo envolvimento que teve. — Obrigada. Muito obrigada. — agradeceu mais tranquila. Queria falar de kohana e de Pan, mas ainda tinha coisas para confirmar. Estava cansada, por causa do sonho não dormiu bem.

Hatori a acompanhou até o hotel onde Lunally estava hospedada. Despediu-se e foi falar com o líder da FRM.


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Notas finais do capítulo

E ai? Começando 2018 com uma pitada de melodrama e incitação a ação!
Desejo a todos muito sucesso e money nesse ano (porque precisamos ne), Espero que nesse ano todos possam ler a Fic e comentar hsahusahsuash
Amem? amem!!!!



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