MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 22
Conflito de apatridas


Notas iniciais do capítulo

Um capitulo para você entenderem um pouco do dia a dia do alfa maior e da escolhida do cervo♥



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Vigiavam o perímetro.  O povo de Draken sempre era muito rígido e assegurava todos os problemas que poderiam vir acontecer. A manhã estava fria, Hatori deixou seu irmão fora desta missão, pois este estava cuidando dos recrutados, estava ele e Matt como comandante. Helio não gostava de missões de campo, era um dragão de escritório.  

Hatori não estava na perigosa Mellory, nem nas estradas dos países inimigos, estava atrás das montanhas de seu país, nas quais estavam tendo muitos movimentos estranhos. Um pouco antes do mar sem dono que levava para outros continentes.

Não eram nem de Findoram ou de Premim, eram apátridas — pessoas sem terras — querendo causar confusão. E escolheram o país errado para isso. Hatori não permitiria risco ao seu reino. Não eram frequentes, mas em tempos em tempos apareciam sem terras para badernar, isso era em todo lugar.

— Estão fazendo formação do outro lado da pista. — observou um militar.

Hatori atento aos movimentos, às montanhas íngremes e elevadas circularam seu país como uma barreira de proteção. A umidade envolvia toda parte. As plantas alvas e rígidas despencavam pela baixa temperatura.

— Eu irei atacar para acabar com esse pique esconde. — Matt anunciou. Desceu as ladeiras cobertas de musgos e terra, tentando se aproximar sem ser notado.

O alfa maior suspirou. Sabia que iria dar briga, sempre dava.

Matt acompanhando de meia dúzia esquiava pelas poucas plantas cheias no outono. O grupo inimigo estava armado: lanças, maguais e facas afiadas. Homens robustos, muito agressivos pelas atitudes até então observadas.

Hatori foi bem direito: “peçam para se retirarem, ou os matem”, Draken era receptiva para refugiados, porém nem todos os refugiados vinham ao o reino para recomeçar a vida, alguns só queriam causar dando, no caso, desses visitantes era a segunda opção.

Matt fez sua função, fez o pedido de evacuação. Os invasores se negaram e uma pequena batalha foi travada. Matt era muito confiante e duelava como se estivesse treinando uma criança de sete anos. Era confiança demais.

Hatori se aproximou, pegou sua montante, espada de lamina larga e pôs a ajudar. Eram poucos apátridas, em torno de quatorze. Muitos já falecidos no solo drakiniano. Matt saltou para ficar perto do alfa que sem dificuldade deferia sua arma contra os adversários. Hatori tinha uma habilidade nata.

Um dos delinquentes fez um movimento estranho e acabou por cortar parte da coxa de Matt, sem dar tempo que fugir, o alfa cortou a garganta do rapaz que machucou seu subordinado. E esse antes de cair falecido, enfiou uma faca no braço do alfa.

Hatori chamou outros para levarem Matt, sem deixar que reparassem na sua ferida, e junto com o resto acabou por terminar o serviço. Aniquilaram todos os invasores e foram de volta para os muros de Draken.

*

Miguel já havia sido comunicado, este trouxe Sara, mulher de Matt para o hospital. Hatori havia arrancado à faca de seu braço, nem se quer reclamou para alguém, sua ferida estava profunda, mas não o incomodava. Estava com uma manta em cima do corpo impedindo que vissem o sangue escorrer. Ele mesmo trataria dela depois, preferia assim, pois poupava tempo.

Serena chegou junto com Lunally para ver o que aconteceu. Serena treinava soldados, e a loira iria para lá de todo jeito, pois Luna trabalhava lá. Matt já estava sendo atendido, e graças aos deuses, não estava correndo risco algum. Estavam em uma sala de atendimento de urgência, que parecia lotada demais pelos curiosos. Lunally falou brevemente com Sara, para certificar se a amiga estava bem.

Serena foi para perto de Miguel, este explicou sobre a pequena invasão. Nada para se preocupar, era só o beta — Matt — que se excedeu demasiadamente na luta. O orgulho era um defeito muito perigoso.

— Alfa deixe-me tratar você. — uma cidadã pediu para o Hatori, este tinha acabado de retirar a manta dos ombros. A loira percebeu a presença do alfa no corredor, todo o resto estava na sala de emergência. Hatori saiu dispensando os outros, e a pequena enfermeira fora à única que o abordou.

— Não é necessário, vou colocar um curativo e ficarei bem. Vá cuidar dos seus pacientes. — declarou Hatori, calmo, como se tivesse ralado o cotovelo. Mas o sangue que acumulava, mesmo no tecido metálico preto, era o suficiente para ver que não bastava um curativo, era necessário fazer pontos.

A enfermeira ia contestar, ainda meio sem jeito, pois era o alfa. O líder de Draken.  Porém Luna chegou por trás, antes de tocar no ombro do Hatori o rapaz virou para encarar ela. 

— Eu irei lhe tratar. — Luna falou e Hatori bufou, teria que falar para quantos mais que estava bem? — Oh, por favor! — debochou Lunally. — É meu trabalho, deixe-me curar isso logo, antes que morra de anemia! — pediu vendo a cara de desanimo do alfa.

— Não precisa...

Lunally não queria escutar, pegou o braço que não estava machucado e empurrou o alfa para dentro de uma salinha, antes de trancar a porta falou para a mulher que tentou em vão ajudar o alfa maior. — Você não viu nada!

Hatori não gostava que as pessoas o vissem com problemas, por mais simples que fosse, aprendeu a se cuidar sozinho. Ele gostava de passar a imagem de invencível e inabalável.  Manteve-se em pé atrás da garota até essa virar e tentar sentar ele.

— Eu sei que tem boas intenções, mas não quero. Deixe-me sair Luna. — avisou para a goltyana teimosa.

— Que raiva! — zangou Lunally. Pegou uma linha para fechar o ferimento de Hatori. — Acho melhor não reclamar, não estou com humor para escutar você dizer que sou inútil!

— Nunca disse tal coisa. — afirmou não entendendo, por um momento deixou ser levado, e sentou na maca que tinha na pequena sala de atendimento. E deixou a garota começar a tratar.

 Lunally o encarou por um momento e voltou a concentrar no trabalho de costurar. — Então me deixe ajudar na única coisa que ser melhor do que todos, medicina!

— Ótimo. — resmungou o Alfa, parecia contrariado. Sua ferida começou a doer, e não queria causar transtornos. Admitiu que a menina tivesse jeito. Ela rasgou a manga da camisa dele e cuidou bem de seu machucado no braço, sem deixar sujeira. Limpou o sangue e colocou um curativo para esconder os pontos.

— Tire a camisa. — pediu Lunally. A menina abaixou para pegar algo. Hatori tirou a peça de roupa.

Lunally sem olhar para o alfa deixou uma blusa limpa na maca e foi em direção à porta do cômodo.

— Eu lhe disse isto antes, mas vou repetir. Devemos aprender a confiar um no outro e se ajudar. — repetiu frases antigas. — Alfa, você não está sozinho nesta. Se não gosta que vejam você em momentos de fraqueza, tudo bem. Mas não me impeça de te ajudar.  — a escolhida de Caius saiu do quarto.

Hatori vestiu a blusa e sorriu. Sentiu-se bem, do oposto que pensou que sentiria. Lunally, uma goltyana, lhe dando sermão e lhe socorrendo. Era muito improvável de se acreditar, mas Hatori ficou agradecido. Aquela mulher era muito diferente, um dia medrosa, outro confiante, outro tímida. Ela era um paradoxo.

Saiu da sala logo depois. Foi ver seus betas, resolver algumas coisas, e ir para casa. Miguel pareceu preocupado, mesmo sempre brigando, os irmãos se amavam.

*

Naquela noite, quando Hatori finalmente resolveu dormir, se pegou pensando na médica. Em sua beleza estrutural, na sua personalidade marcante, e em suas risadas e piadas. No modo como ela se comprometeu com um reino estrangeiro. Riu de si, em uma situação como essa pensava naquela mulher.


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Notas finais do capítulo

hummm... Será que esse shipp vai para frente? *-*



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