MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 20
Recrutamento parte 1


Notas iniciais do capítulo

Boa noite meu povo♥
Olha só quem está postando no tempo certo? Mas o que? Milagre?
É o presente de natal adiantado!
Meio grande esse capitulo né? Mas vocês vão amar, é algo muito empolgante, aparece personagens novos que vão fazer uma BIG diferença na historia
~como sempre eu dando dicas dms



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Hatori logo após que mandou sua carta para Golty, recebeu a carta de resposta da segunda carta que Lunally havia enviado antes. Este foi de carruagem ver como estava o treino dos novos recrutados, mesmo não sendo responsável por isso ainda tinha o dever de supervisionar tudo, por ser alfa. E também iria ver como a alfa de Premin estava se comportando.

— Hatori? — uma voz feminina conhecida chegou aos ouvidos do alfa, assim que ele chegou à arena de treinos. Virou-se para certificar quem era. E era Kohana. O corpo do Hatori estremeceu, não agradava muito aquela mulher, mas sempre foi educado.

—Boa tarde. — cumprimentou. — Está indo na arena? — perguntou casualmente.

— Sim. Quero ver os novos recrutados. — falou a garota toda empolgada por estar conversando com o Alfa — E sobre os visitantes? — disse meio desanimada querendo insinuar algo.

— O que têm eles? — Hatori olhava alguns papeis enquanto andava e conversava.

— Não podemos dar muita liberdade Hatori. Podem ser perigosos. — alertou kohana colocando a mão do ombro largo, forte e definido de Hatori. Este ficou parou de caminhar na mesma hora.

— Fique despreocupada. Eu sei dos riscos. — Tirou a mão da garota de si e andou um pouco apressado na frente, porem ainda era seguido. Já encontrou uma cidadã que não estava contente com a presença dos escolhidos de outros países, e sabia que vários outros apareceriam. Teria que fazer campanhas de conscientização e explicar a situação para o povo, talvez no próximo festival fizesse isso.

RECRUTAMENTO

Os jovens organizaram-se em filas indianas sobre o imenso campo de treinamento. Eram enfileirados de acordo com a idade, tamanho, força e resistência. Mas, principalmente, entre aqueles que desejavam ir à guerra e aqueles que eram obrigados a comparecer.0

Serena fazia a contagem típica do número de recrutas, cerca de oitenta no total. Muitos ainda estavam medrosos para comparecer ao treinamento e cumprir suas obrigações como cidadãos de um país militar. A Alfa admirou-se ao ver cerca de vinte meninas entre os membros do exército, aquilo provava que Draken era um país já bastante evoluído em questões de gênero.

Após enumerar cada um dos soldados, chamou a atenção de Miguel para que esse desse uma olhada em um menino, da última fila.

— Qual é seu nome? – O Alfa perguntou, fitando os olhos do pequeno.

O garoto estremeceu, parecia morrer de medo de seu líder.

— Logan. – Gaguejou, ao pronunciar seu nome.

— Por que está tremendo, Logan? – Disse Miguel, segurando o queixo do menino.

Lágrimas despontaram dos olhos do garoto, encharcando sua face e liberando um som manhoso, que só as crianças conseguem produzir ao chorar.

— Minha mãe morreu há pouco tempo. – Murmurou entre um berro e outro. – Meu pai morreu na guerra, mas meus irmãos e eu não podíamos ir ao orfanato.

— E por que não? – Miguel perguntou, sem compreender. O Alfa ficava sem jeito perante crianças chorando.

— Por que ele é estrangeiro. – Serena tomou a palavra, séria.

Miguel virou-se para ela.

— Como assim estrangeiro?

— Observe seus olhos, são como duas violetas. Só um país em todo continente, possui pessoas com esse genótipo. – A Alfa explicou enxugando as lágrimas do rosto de Logan.

— Findoram. – Miguel concordou. – Mas o que um garoto de Findoram faz aqui?

— Provavelmente, seus pais foram vendidos no Mercado nos tempos da guerra. E depois, fugiram para Draken, em busca de abrigo. – Kalifas disse, adentrando na conversa. – É algo comum entre os ciganos receber crianças de países como Findoram. A história sempre é a mesma. As vendemos a preços valiosos.

— Não sei o que devo fazer quanto a você, pequeno. – Miguel constatou confuso. – Penso que deveria lhe entregar as autoridades, mas você disse que seus irmãos estavam com você. Onde estão agora?

— Minha irmã foi levada por um dos guardas de Kalisse, a raposa. E meu irmão sofre de dores abdominais terríveis há dias, estou desesperado. Deixe-me servir ao exército, assim poderei sustentar meu irmão e reencontrar minha irmã. – Clamou o menino, exaurido de seu próprio lamento.

— Will! – Serena gritou, chamando o beta predileto de Miguel. O homem musculoso veio correndo ver do que se tratava. – Chame a Alfa de Golty e diga que ela terá de me auxiliar no tratamento de um doente.

— Como quiser, senhora. – Respondeu o beta obediente.

— O que faço em relação a ele? – Miguel perguntou à Alfa.

— Deixe o garoto. Se ele quer lutar, lhe dê uma espada. – Aconselhou Serena, jogando uma pequena lâmina nas mãos de Logan, que recuou alguns passos com o peso da arma.

Serena agachou-se e bagunçando os cabelos platinados do garoto, disse:

— Se quer ser grande, moleque, você precisa batalhar por isso.

Levantando-se, pediu a Miguel que continuasse seus afazeres no recrutamento.

LUNALLY

Lunally estava de longe vendo Serena e Miguel, seu casal favorito na arena com vários meninos, fortes, mas não tão definidos quantos vários que ela viu antes. July a levou até lá, mas foi procurar seu marido para fazer “coisas que casados fazem”; pelo menos foi essa a justificativa que a menina deu para ela.

O local era aberto, com grades separando o lugar da plateia e dos lutadores. Era feito de terra onde lutavam, paredões com armas, roupas, tudo que podia se usar em campo de guerra. Luna achou enriquecedor para seu conhecimento aquele lugar, assim poderia entender mais como funcionava Draken e seu sistema de soldados.

Do outro lado da arena, mais ou menos perto de onde Serena e Miguel estavam Hatori chegou seguido pela kohana. O corpo de Lunally tremeu, sentiu que estava sempre em desvantagem. Seu Deus não apareceu, não é forte, não tem um reino a oferecer. Só remédios.

E venenos.

*

— Preciso de um garoto para fazer demonstração. Qual dos novatos vocês acham mais forte aqui para uma rápida luta? — Hatori chegou pedindo. Tinha muitas coisas para fazer, e os betas sempre gostavam de fazer uma mini luta de amostra ao povo de Draken, e muitos estavam na plateia atrás das grades que separavam para assistir os novos recrutados lutarem.

Serena observou dentre os que viram que são mais capazes. — Como não os avaliamos ao todo, suponho que o ultimo na primeira fileira até agora se mostrou o melhor. — respondeu ao pedido do alfa.

Kohana que estava sorrindo ao lado de Hatori fez Miguel levar um susto que teve que disfarçar sua reação. Serena percebeu e achou graça da expressão exagerada de seu esposo, porem não demonstrou nada.

Will tinha achado Lunally na plateia e a trouxe para perto de Serena que a solicitou. Lunally quase enfartou vendo que teria que ficar perto de Kohana. Esta não viu mais July e estava sem jeito. Rezava para Caius que esse a protegesse. “temos um acordo” — pensou.

— Seria bom colocar o recrutado que escolheu para lutar com alguém diferente. Como um dos estrangeiros? Tipo a de Golty. — sugeriu Kohana, vendo que Luna já estava assustada por sua presença. A garota não gostava de pessoas que chamavam atenção, já achou um absurdo o Miguel, aquele homem lindo e forte ter casado com a alfa de Premin, imagina se alguém tentar fazer algo com Hatori.

— Sabemos que Golty não é militar, seria escárnio fazer algo assim. — Serena argumentou, não era boba, viu que Kohana queria colocar Lunally em maus lençóis. E sabia que era por não ser de Draken, ou seja, poderia tentar algo com ela também, ainda mais pelo olhar de desprezo que olhava para si.

Lunally ficou brava. Sua insanidade está no limite. — Pois bem, eu luto! — declarou nervosa olhando com as sobrancelhas franzidas para a Drakiana metida, bateu o pé no chão e fez pose de enfrentamento.

Hatori e Miguel soltaram uma risada, não por maldade, mas era uma cidadã de Golty.

— Não é necessário Luna... — Miguel tentou dizer.

Lunally bateu no ombro de Will — Vai lá buscar meu inimigo! Vai! Vou lutar agora! — berrou com o beta e militar que saiu correndo para buscar o rapaz que lutaria com ela. Lunally estava cansada, iria lá lutar e provar que sabia ferir alguém.

Lunally foi até o meio da Arena. Os outros não estavam acreditando no acorrido. A plateia logo notou quem era a garota, pois depois da reunião inicial que tiveram na cúpula a população soube mais ou menos da aliança com os outros reinos e sobre as visitantes.

O rapaz era forte, e parecia determinado. Lunally estava quase se batendo. Porque diabos ela falou que iria lutar? Olhou para trás, viu que Miguel e Serena conversavam meio agitados e Hatori a encarava serio, e deu para sentir um pouco de aflição. Já a víbora da Kohana esta muito bem animada pelo espetáculo.

A alfa de Golty tirou o casaco e abandonou no chão onde estava, pois iria atrapalhar na sua luta, apesar de estar com um frio que rachava os lábios. Logo Will gritou:

— LUTA! — e a plateia gritou, fazendo Luna sentir arrepio nos ossos.

Sem ter tempo de pensar o rapaz veio correndo em sua direção. E a reação mais plausível de Luna foi correr para o sentido contrario. O rapaz não acreditou que ela fugiu, mas Luna fez um balão e voltou para atacar menino, pelo menos rápida ela era, anos de treino fugindo de Daniel e dos Anciões, não gostava de correr muito, pois sempre ficava suada e cansada, mas era boa nisso.

Como sempre foi flexível e muito volúvel, ela sabia saltar, pulou em cambalhota no ar em cima de seu desafiador, pegou em seu braço escondido na manga um bisturi e o enfiou no braço do rapaz e este a segurou pela cintura e jogou no chão com tanta força que Lunally sentiu seus ossos racharem, e provou o gosto de seu sangue em sua boca, a sorte é que ela protegeu o crânio com as mãos, se não teria partido ele no meio pela brutalidade com a qual foi jogada no chão.

— Perdeu. — o desafiante de Luna anunciou vendo que ela não se levantaria e deu dois passos para ir embora da arena, mas este começou a ficar roxo, suas veias incharam, o ar foi embora, suas vistas escureceram. Caiu de joelhos e depois de corpo inteiro.

Lunally levantou o tronco, massageando o corpo, estava ainda sentada e meio zonza para ficar de pé. Hatori, Miguel e Serena vieram correndo para acudir os desafiadores. Hatori analisou Lunally que sorriu com os dentes tingidos de vermelho. O casal tentava ver se o recrutado estava vivo.

Luna deu um salto e levantou, Hatori tentou equilibrar ela, mas está chegou perto do garoto e gritou ao publico que assistia. — Não pensem que só porque sou de Golty que sou indefesa! Sou medica, e acreditem um medico sabe mais matar do que preservar a vida. É muito mais fácil descobrir um veneno do que um remédio. Mas fiquem despreocupados, sei a cura deste! — pegou no bolso do casaco que tinha jogado no chão uma seringa e aplicou no pulso do rapaz, que sentiu alivio instantâneo. — Da próxima vez que alguém me subestimar — ela encarou Kohana — vou usar um veneno que eu não faça ideia da cura que tem. — terminou de anunciar sua tentativa de ameaça.

Hatori que já estava com dores de cabeça pelos acontecimentos recentes, estava explodindo com este fato. Segurou o braço de Lunally a fazendo olhar para ele. — Alguém te ameaçou? — sussurrou de forma ressequida.  Logo percebeu que a suposta “indefesa” cidadã de Golty tinha seus perigos. Ela poderia ser um perigo para seu povo.

Lunally não seria dedo duro. Só queria provar sua força. Sentiu suas costas doerem e apoiou a mão livre no ombro de Hatori. — Está me machucando. — falou de forma fraca demonstrando sua dor. — Não importa só me tire daqui. — Hatori percebendo a situação, aliviou sua postura a levou até um banco nas bordas da arena. A Luna sempre o fazia se sentir malvado por ele agir de forma bruta com ela. Ele não era agressivo, ainda mais com mulheres, mas inimigos eram outra coisa. Mas aquela garota parecia ser tão frágil, um toque nela e ficava marcada.

— Lunally... — O alfa maior tentou começar um interrogatório.

— Luna! — corrigiu a garota. — Foi necessário Hatori. Estou sozinha, um cervo entre dragões. Eu tinha que mostrar que sou forte, mesmo que um pouco. — explicou meio envergonhada, era como se tivesse decepcionado a rapaz.

— E aquela historia de nós conhecermos melhor? Poderia ter falado comigo. — Hatori tentou ser paciente, e não usar palavras duras.

Lunally respirou fundo. — Eu peço perdão. Só que tem coisas que devo fazer para minha proteção. — encarou o alfa, que não parecia estar bravo, estava apreensivo, um tanto arreliado em relação à loira.

Miguel estava organizando os soldados e levando o recém- ferido-curado para casa. Até ele ficou surpreso com o que um cervo podia fazer.

Serena aproximou da escolhida do cervo. — Foi se machucar justo na hora que eu precisava de você. — Serena comentou vendo que Luna não estava disposta.

— Claro que não. — pegou a pomada milagrosa que tinha fez e havia guardado em seu casaco, que tinha vários bolsos largos. Passou na lateral do corpo onde havia machucado. Pegou um liquido alaranjado e bebeu este. — Pronto estou bem, podemos ir aonde você quer!

— Já tem o kit de primeiros socorros guardado consigo a todo tempo. — notou Serena. Reconheceu que a garota tinha suas habilidades importantes.

Hatori suspirou mais uma vez em seu dia estressante. — Se está bem eu vou embora, tome — entregou um envelope — é a reposta da carta de seu irmão. Depois venha conversar comigo, sei que algo aconteceu. — desvendou o porquê da amostra de poder que Lunally tinha dado. Olhou mal humorado para Kohana na outra ponta da arena, o Alfa de Draken iria tomar providencias.

Hatori foi conversar com Miguel antes de ir, detalhes burocráticos necessários e sobre o ocorrido. As garotas então foram até a casa de Logan, com o menino as guiando para tentarem resolver a situação.

Lunally levantou apressada do banco e pronunciou:

— Me leve aonde quiser, rainha. – ela se dispôs a fazer o que Serena pediu.

*

Deixando a área do recrutamento, prosseguiram pelas ruas planejadas de Draken ligeiras. Logan e alguns betas de confiança de Miguel, inclusive Will e por mérito, Kalifas, as acompanhavam de perto, observando possíveis ameaças à segurança das visitantes. O pequeno recruta, Logan, parecia preocupado e indicou com a cabeça sua casa em meio ao grande e padronizado alojamento.

Era um casebre relativamente pequeno, mas muito bem organizado, se considerarmos o fato de que ali só moravam adolescentes órfãos e sem moradia fixa. Serena admirou-se pelo fato de existir um local dedicado a acolher pessoas necessitadas no reino de seu marido. Lunally pensava sobre do que se tratava a doença do irmão de Logan. Hipóteses surgiam em sua mente. Deveria ser hipotermia. – pensou a Alfa de Golty considerando o frio infernal que fazia em Draken.

— Nossa casa é no bloco A, alojamento 27, cama 202. – Logan explicou conduzindo-os até sua residência.

A porta estava trancada e ninguém atendia as batidas dos betas. Claramente, impaciente e irritada, Serena se tornou uma vândala, arrobou a porta de madeira com um chute e ordenou a entrada de todos.

— Fracamente, todo mundo aqui é surdo? – reclamou enquanto entrava no local.

Lunally riu pela atitude exagerada da Alfa de Premin. Ela também tinha que mostrar sua força para não ser subestimada. — Nós estamos sendo mais fortes que esses maricas. – olhou com ironia para os betas.

Serena consentiu, sorrindo.

Numa cama isolado de todos, em clara quarentena, um garoto desfalecido chorava baixinho. Apertava sua barriga com força, como se estivesse um monstro mutilando suas entranhas. A dor eram tão soterradora que o menino delirava. Logan correu e se ajoelhou ao lado de seu irmão mais novo.

— Steve! Pelos deuses, você está bem? – indagou aflito.

Steve arfou com as dores abdominais. Lunally, sem pedir autorização ou consentimento, rasgou as vestes do menino e empurrou Logan para o lado, derrubando-o no assoalho. Enquanto todos estavam horrorizados com o comportamento insano da Alfa de Golty, que piorava desde sua luta repentina no recrutamento. A médica examinava a condição física de seu paciente, com o seu dom vindo de Caius por ser a escolhida, sentiu um pequeno órgão supurado a direita do abdômen do rapaz, constatou que era apendicite.

Prendeu o garoto na cabeceira com o resto das vestes e pegou seu bisturi em sua maleta médica. Logan desmaia, Kalifas com os olhos arregalados pela situação, tenta ajudar o pobre garoto, Will olhava freneticamente entre Serena e Luna, uma com uma minúscula faca, potencialmente perigosa, tentando furar o acamado e a outra com um olhar apático, como se estivesse assistindo uma cena cotidiana. Serena era acostumada com os gritos nojentos dos fracos no campo de batalho e já tinha uma noção da insanidade de sua colega.

Lunally sem anestesia nenhuma fez um risco na pele desprotegida de Steve. Desesperado, berrou e clamou:

— Tire essa maluca de perto de mim!

Lunally sem dar ouvidos, retirou com toda a precisão cirúrgica, o apêndice do garoto. Com a assepsia necessária, suturou o corte.

— Vou passar os devidos medicamentos em uma receita e de nada. – disse a Alfa por fim. Lunally geralmente era mais carinhosa e delicada com seus pacientes, mas sua paciência explodiu por hoje. Apenas fez o trabalho bem feito e o resto que se ajeite.

Logan ressuscitou de seu desmaio e o cigano lhe explicou que estava tudo, pelo menos Lunally parecia saber o que estava fazendo. Serena caminhou até a Alfa de Golty, a ajudou a guardar seus equipamentos. Lunally com a expressão de cansaço, após sair do alojamento, disse:

— É estranho que a atitude de ajudar o garoto tenha partido de você, Serena. – elas caminhavam juntas, um pouco distante do centurião que as acompanhava. Serena havia dispensado Logan do treinamento do dia seguinte para que ele cuidasse da recuperação de seu irmão. Lunally continuou — O estereótipo que temos, em meu país, do povo de Premin é em uma perspectiva mais cruel. – A Alfa mudou sua expressão de exaustão para brincalhona. – O que vi aqui foi mais parecido com compaixão.

— Meu único dever em campo de batalha é garantir a sobrevivência de meus soldados. Nada mais do que isso. Não passo nem longe de ser boa. – Serena suspirou, surpresa com o comentário gentil de Luna.

Lunally vendo que estavam perto do restaurante de Sara, sua mais nova amiga de Draken, resolveu fazer um convite - Serena, está com fome? – Luna inclinou a cabeça, indicando a direção do estabelecimento.

A Alfa de Premin olhou a fachada e percebeu que se tratava de um lugar agradável e bonito e lotado de drakinianos.  Sentiu-se incomodada pelo tumulto e saberia que como estrangeira e esposa do alfa menor ele seria notada. Olhou sem intenção definida para a medica e respondeu:

— Não.

Lunally era insana e sentia as vibrações das pessoas, de longe percebeu a relutância de Serena, não por sua companhia, mas pelo desafio de conviver. Gritou em ordem para que os rapazes que as acompanhavam fossem para casa e sem pedir permissão, algo que Luna nunca teve costume de fazer, agarrou o braço da Alfa bastarda e a levou para o lugar, e o mais inesperado, foi que Serena não relutou.

Sara notou que a loira vinha com a esposa de Miguel. Sara já havia tido belas conversas com Lunally, mas nunca se quer cumprimentou Serena, parecia ser uma mulher fechada e rigorosa, tinha uma presença dominante.

Recebeu as duas bem em seu estabelecimento. – O que vão querer hoje?

Lunally queria pedir o cardápio inteiro, mas tinha certa noção de educação. Então se limitou a pedir um bolo, um chá, biscoitos e uma broa, apesar de não ser a refeição apropriada para a janta. Serena contrariada pediu cerveja de soja.

—Desembucha. – Luna afirmou, ela queria aprender um pouco mais daquele ser que estava na mesma condição que ela, se encontra em Draken a pedido de um Deus. – Quando você conheceu Amom? – A alfa começou um diálogo com Serena que respondia às perguntas dela, às vezes de modo grosso e intolerante, mas Serena admitiu em pensamento que era bom poder conversar com uma mulher exótica para sua cultura.

Falaram de coisas técnicas, de como os Deus as chamaram para essa missão, como vieram parar ali, como foram os dias até agora, só assuntos que se limitavam na intimidade que elas possuíam.

Logo se separaram e foram cada uma para sua residência, mas sentiram que adquiriram um começo de afinidade uma pela outra.


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Notas finais do capítulo

Quem é a rainha que manda nessa porra toda?
Quem é a medica que grey's anatomy não supera?
Quem são os irmãos mais lindos que nem supernatural combate?
AHAM! Mellory está msm muito empolgante!!!!!



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