MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 19
HALU² - A Dragona da loja de roupas


Notas iniciais do capítulo

Falta de criatividade para fazer um titulo?
~kkkkk
Está cada vez mais difícil para achar um nome adequado, pois os capítulos estão ficando mais dispersos com tantas informações que nem sei mais em qual focar, mas prometo me esforçar!



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Após uma semana desde que os estrangeiros chegaram. Já de manhã Hatori escreveu um documento explicando a situação em que se encontrava para Daniel, o Alfa de Golty. Assegurando a proteção de sua irmã: Lunally e propondo a aliança. Estava em seu escritório, e Lunally estava com ele, pois iria assinar o documento para seu irmão ver a veracidade. Como combinado, Serena e Miguel estavam no comando da FMR, preparando os novos recrutados e futuramente as tropas especializadas para o plano. Helio os auxiliava, e tinha posto o pequeno grupo que tinha juntado para Hatori no comando de Miguel.

— Como está no hospital? — Hatori perguntou casualmente, a loira tinha começado a ir regularmente ao local, ajudava e trabalha por horas lá. Até deixou ele contente, por notou, que realmente, ela queria ajudar.

— Muito bem! As crianças eu não vejo tanto, pois tem vários casos graves de betas ou militares aqui! E atendo eles.  — informou preocupada.

— Os treinos são pesados, e tem missões de busca, investigação. Tem muitos apátridas violentos que tentam badernar nas fronteiras. Por isso tantos feridos. — explicou para a médica. Era sempre muito movimentada a cidade de Draken, talvez, em Golty não fosse assim, por isso a garota não se adaptou ainda.

O ambiente estava bem frio, o sol não apareceu hoje. Mas a cidade não perdeu o aspecto bonito, na verdade estava bela de outra perspectiva. Lunally estava com roupas pretas que havia comprado. Calças saruel, blusa de mangas com o pescoço coberto. Um sobretudo e tênis; as peças destacavam bem as curvas de Luna, sua cintura fina e delicada, suas coxas levemente torneadas, e seus braços finos e macios. Hatori estava bem vestido, com roupas pretas também. Era tudo preto. Moda padrão. Vestia sua roupa de malha metálica que era seu traje favorito.

O escritório de Hatori era espaçoso, com moveis de madeira escura. Vários livros e documento. As janelas estavam fechadas com cortinas grossas, a lareira acessa. Estavam na mesa larga, Hatori de um lado e Lunally de outro.

— Mesmo com essa aliança, você ainda não tem total confiança em nos, não é? — indagou Luna escrevendo varias receitas de remédios que ela havia feito. Explicando técnicas de salvamento em casos extremos no papel. Era seu dever ajudar Draken no aspecto da saúde e salvação medica. Ela até começou a trabalhar em horário aberto no hospital.

— Hum? — Hatori ficou surpreso pela pergunta repentina, e a mudança de assunto abrupta. — Ainda não. Mesmo que pedi para deixar o passado para trás, eu não sei se vocês acataram isso. — declarou com honestidade. Lunally parecia ser alguém que se mentisse seria pecado. Ela era tão diferente. Corajosa e medrosa, engraçada e seria. Era um paradoxo.  — No entanto, dou bastante liberdade para vocês. Afinal, você está no hospital, cuidando da saúde, algo essencial. E Serena treinando meus soldados, algo primordial para Draken. — defendeu-se prontamente. 

Lunally entendeu bem o que o alfa quis dizer, ela sempre entendia, mas porque era tão difícil aceitar? Talvez a mágoa, o individualismo, a desconfiança a fazia pensar que era falsa toda aquela utopia. Ela começou a se sentir bem no reino, trabalhava, o alfa era gentil, os cidadãos eram educados, mas ainda tinha um medo sussurrando para ela sair dali. Era coisa de Goltyano.

—Sabe, mas mesmo que seja algo incerto, é muito bom. Como posso explicar? — pensou um pouco. Parou de escrever, olhou para Hatori e viu que este estava dando atenção total para ela. — Nós de Golty, somos conhecidos por sermos medrosos, mas não é bem assim, entende? Tipo, vocês de Draken são diferentes do que eu pensei.

— Como pensava que éramos? — indagou Hatori interessado na conversa, a alfa de Golty falava com tanta animação que lhe despertou curiosidade.

— Imaginava vocês uns homens fortes, como os homens da caverna! Se bem que são! — se referiu ao Hatori e ele achou divertida a comparação. — Com pele de escamas, chifres! — ela passou as mãos nos braço, fez dois chifres na cabeça com os dedos. — Rudes e malvados. Até as mulheres, eu pensava que eram grandes e robustas. — Hatori não pode conter, soltou gargalhadas.

— Sua imaginação é incrível. — admitiu.

— O que estou tentando falar é que temos esse preconceito com o outro por não nos conhecermos. — refletiu sobre a situação. Luna continuou falando. — Golty não é o país mais corajoso, porem somos dedicados, sobrevivemos todos esses anos só com nossa inteligência e sabedoria.

Hatori recuperou a postura e fôlego. — Se for analisar por você, são um povo bem corajoso. Lunally você entrou em Mellory sozinha, coisa que nem eu fiz. — mostrou respeito e sinceridade para a garota.

—Obrigada. — Lunally ficou rubra. — Talvez com a convivência possamos criar mais confiança uns nos outros. — expressou o que queria. Por mais que tivesse a duvida de quem matou seus pais, sabia que a culpa não era dos que conhecia agora. — E me chame de Luna. Lunally é muito grande e não gosto. Respondo apenas por Luna!

Hatori riu, ele estava rindo muito ultimamente. — Certo. — voltou a escrever o documento. O problema não era Golty, não estava subestimando, mas sabia que esse país não iria causar confusão. Mas quando a Premin, ou no caso, Serena. Não lhe agradava nem um pouco, talvez fosse o orgulho e o ego batendo de frente.

— É até fácil confiar em você. — Hatori sussurrou, deixando escapar um pensamento, mas não prolongou, continuou a assinar seus documentos. E Luna nada disse, apenas sentiu felicidade e aquele medo dentro de si diminuir, ainda que só um pouquinho.

*

Depois de levar todas as receitas escritas para o hospital principal de Draken, Lunally resolveu visitar sua mais nova amiga. A dona da loja mais bonita de Draken: July. E ficou muito contente por ela ter falado de sua pomada para Helio, pois teve total apoio deste para fazer as equipes medicas que e já estava treinando os integrantes.

Havia recebido a resposta da carta de seu irmão há alguns dias e respondeu finalmente ele descobriu que seria pai, mas a carta foi mais sobre o desespero dele com a situação. Luna respondeu de forma que o confortasse.

Bateu na madeira da porta que estava aberta para chamar a atenção de July. Tinha clientes na loja que estavam sendo atendidas pelas ajudantes da proprietária.

— Que look lindo o seu! Onde comprou? — July fingiu não saber e veio rebolando até Lunally.

— Em uma loja espetacular! — afirmou sorrindo modo radiante. Deu um rápido abraço em July e elas foram sentar em poltronas do estabelecimento.

— Então você é Alfa de Golty! Fez-me de boba! — reclamou July, de modo divertido.

— Sinto muito, eu não sabia se poderia falar. Nunca quis omitir algo, mas foi necessário. — Luna lamentou de verdade. Ela estava acostumando com a cidade, está lá há poucos dias, mas já estava se sentindo confortável aos poucos.

— Eu entendo perfeitamente. —confortou a nova amiga. July simpatizou rápido com ela. — Olha, estou livre hoje, quer dar um passeio? Aposto que ninguém te apresentou a cidade ainda.

Lunally muito contente aceitou com prazer o convite. July foi à perfeita guia turística. Mostrou tudo, explicando a historia por trás. Contando sobre a cultura do reino. E disse quanto foi boa e importante a liderança do irmão Alfa’s que fizeram milhares de mudanças e todas benéficas. Esclareceu coisas sobre a disciplina exagerada dos cidadãos, sobre a organização do governo, sobre as festas, curiosidades que todos de Draken sabiam, mas que fascinavam Lunally.

Depois de tantas novidades e conhecimento adquirido, a barriga de Luna e July roncava por alimento imediato. Pararam em um estabelecimento que vendia os bolos mais gostosos da região. Luna já estava sonhando, amava doces.

—A dona é a Sara, mulher de Matt, um beta bem competente. Ela é uma graça, vai adorar ela. — informou July toda empolgada, ela amava aquele restaurante.

Lunally abriu sua bolsa e viu que tinha dinheiro suficiente, mas este estava acabando, ficou preocupada. Mas depois resolveria isso, apenas se sentou no lugar para apreciar a refeição.

—Para você alfa eu fiz uma torta de chocolate com bolacha especial. Se gostar lhe dou a receita. — ofereceu Sara que foi apresentada por July. As pessoas com quem Lunally conversou até agora eram muito legais, divertidas e educadas. Sara tinha cabelos castanhos médios, olhos castanhos, era magrinha e baixa. Muito bonita. Nunca viu uma cidade com tanta gente bonita.

— Eu adoraria. Amo cozinhar! — Luna agradeceu. Olhou no estabelecimento, de madeira, era um padrão também. Era grande com mesinhas de madeira e ferro, cada mesa tinha o logo para loja e um vaso de flor, a cozinha era separada por uma parede de vidro, dava para ver a preparação dos bolos. E nas paredes com pinturas de doces e outras comidas. Era lindo e agradável. Como um lugar poderia ser tão magnífico?

Atentou-se a uma jovem que olhava ela de modo intimidante. Era bonita, cabelos pretos longos e olhos amarelados. Estava bem vestida e comia um pedaço de bolo com chá. Não parava de encarar Lunally. July e Sara conversavam animadamente, nem prestavam atenção.

— Onde fica o toalete? — perguntou Luna meio desconcertada. Queria lavar as mãos e refrescar um pouco.

— Logo ali atrás amor! — Sara apontou o dedo na direção, e Lunally meio apressada foi até lá.

Retirou o casaco e colocou pendurado junto com a bolsa em um gancho que tinha no banheiro. A água era quente, o que deixou Luna satisfeita. Ela arrumou o cabelo, os colocando para trás, estavam soltos, ela gostava de fazer penteados, mas estava sem tempo e sem os equipamentos que tinha em sua casa. Ajeitou o brinco de ouro em forma de bola e a porta do banheiro bateu forte, a garota que estava na mesa avançou em cima de Lunally, que entrou em desespero, mas não soltou um grito sequer.

A garota pressionou a alfa na parede e colocou o braço apertando sua garganta. — Escute aqui estrangeira. Não pense que é bem vinda, se cometer um erro, irá morrer. Não tente enganar meu Alfa, ele irá lhe massacrar se fizer algo. — saiu de perto da Luna, a garota pulsava raiva.

— Não precisa ser bru- bruta! — gaguejou Lunally assustada. — Não vim fazer mal a ninguém...

— Cale a boca. — Berrou a garota — Hatori não é burro. Ele irá perceber qualquer coisa estranha. Meu alfa é esperto! — a menina abriu a porta rapidamente e saiu. July veio entrando em seguida.

Viu a cara de medo da Lunally e viu que esta estava grudada na parede. — Aconteceu algo?

— Quem é a garota que saiu daqui agora? — perguntou Luna se recuperando, pegou seu casaco e bolsa. Ela sabia, nem todo mundo iria receber ela bem, mas não precisava ser agressiva.

— Kohana? — July indagou. — É a filha de um grande beta. Ela é muito competente, éramos amigas antes. Mas ai ela ficou estranha. — lembrou-se de sua época de menina.

— Como assim?

— Ela é fissurada por casar, e tem Hatori em sua mira. Quando éramos pequenos Hatori sempre foi seco e nunca deu atenção, mas ela era louca, ainda é! — cochichou July como se fosse um segredo mortal. — Eu sempre amei Helio, sou louca por ele. Não conte isso para ele, homem tem que sofrer e achar que pouco importamos com eles. — falou seria. — Mas kohana até bateu em gente por causa do Hatori, ele já ficou fissurada por outros homens também, mas pelo Alfa já virou doença. Ela piorou nesses anos para cá.

— E ele nunca correspondeu? — Lunally ficou um pouco triste pelo amor platônico nunca respondido de Kohana.

— Ele já falou que não quer ela.

— Nessas palavras? — Lunally ficou chocada com as palavras rudes.

— Não. Foi educado algo do tipo: “Sinto muito Kohana, mas não posso aceitar seus sentimentos” — July engrossou a voz imitando Hatori.

— Hatori tem quantos anos? — Lunally perguntou curiosa.

— Uns vinte e dois anos, eu acho. — July tentou recordar da idade certa.

— Ele não é casado? — Lunally refletiu pensando que nada tinha sido falado disso, ou ao menos notado. Foi na casa dele e não tinha ninguém. Ficou vermelha só de pensar que estava na casa de um homem solteiro.

— Não. Até agora não, apesar da pressão de todo mundo ele não casou. — refletiu July.

— Meu santo cervo, será que ele é gay e tem medo de assumir? — indagou com uma seriedade na face. Se fosse isso ela iria ajudar ele, o importante era se feliz e não ligar para os padrões da sociedade.

— Oh meu dragão. — gritou July gargalhando intensamente. Nunca ninguém tinha falado isso tão serio. — Você... — tentava falar mais a risada impedia de completar a frase. — Não! Nada a ver, é só que não achou alguém que interessasse. — explicou limpando os olhos porque chorou de tanto rir.

Depois do acontecimento hilário, as garotas foram desfrutar a comida que pediram. Lunally sentiu uma áurea estranha em kohana, não a reconhecia, mas era forte, cheia de luxuria e rancor.


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Notas finais do capítulo

A July é sensacional, não é?
É umas das personagens mais legais, que eu (Lunally) tenho prazer de construir.
O que acharam?
Querem capítulos mais longos? Curtos? Variados? Ou assim tá bom?



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