MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 10
A rainha dos ciganos (selvagens)


Notas iniciais do capítulo

Serena, por mais que tenha sido denegrida e exilada de seu reino, não era uma qualquer.
O leão rugia dentro dela, ela nasceu para comandar, e mostrará o seu potencial.
Nada mais a assombra e seu objetivo é governar.
Neste capitulo mostra os esforços e conquistas dela ao longo do tempo que saiu de Premim.



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Mel. O cheiro adocicado do líquido viscoso aguçava o olfato delicado de Serena. Abelhas zuniam, cumprindo suas obrigações diárias e deixando, dessa maneira, as flores com um aspecto radiante e alegre. O Sol nascera há poucos minutos, mas o clima quente e úmido da floresta contradizia esse pequeno intervalo de tempo. A terra exalava um odor similar a jasmins, ao desabrocharem. Serena apalpou a superfície na qual se encontrava deitava e sentiu um tecido suave deslizar entre seus dedos. O som do violão vindo das proximidades era a pura expressão da música para a Alfa. Levantou sem muitas dificuldades, o corpo estava leve e a mente livre de qualquer tipo de pensamento vingativo. Fazia tempo desde que ela se sentira assim. Em comunhão com a verdadeira paz.

Andou até um espelho e observou, atentamente, seu reflexo. Sem a maquiagem e adornos usuais, sua pele negra ressaltava-se, adquirindo um aspecto iluminado e dourado. Seus olhos um pouco puxados, davam-lhe um aspecto exótico. Vestia um vestido simples de seda verde, mas que ao seu ver, era a roupa mais bonita que já pudera usar. Os pés descalços tocavam o chão, absorvendo a energia boa daquele lugar. Tudo parecia estar em harmonia.

Sua cabeleira cor de mogno fora trançada e enfeitada com pequenos botões de rosas vermelhas. Ela parecia a mansidão em pessoa.

Toc. Toc. Alguém bateu na grande e pesada porta de madeira. A Alfa se prontificou a abrir. Uma menina de no máximo um metro e trinta de altura trazia nas mãos uma bandeja com frutas e pães, além de um copo de vinho.

— Posso entrar, senhorita? - Perguntou de maneira dócil.

— Claro. Fique à vontade. - Serena aumentou a abertura da porta, para que a menina pudesse passar.

— Trouxe seu vinho da tarde. Experimente e veja o que acha. - Pediu, indicando o copo com a mão livre.

A Ômega pegou a taça e pediu que a garota se sentasse. Após bebericar um pouco a bebida, falou, animada:

— Está delicioso! O melhor vinho que já experimentei.

— Que bom que a senhorita aprecia nossa culinária. - a pequena sorriu em agradecimento sincero. - Meu nome é Solar. Sou a encarregada dos alimentos aqui.

— Acho que já sabe o meu nome, por isso te pouparei de repeti-lo. É um prazer conhecê-la, senhorita Solar. Posso saber, por favor, onde estou?

— Já ia me esquecendo. Amom, o Leão, nos mandou cuidarmos de você. Por um tempo, pelo menos. - Explicou solar calmamente.

— Há quanto tempo estou aqui? - Serena indagou, a preocupação visível em seus olhos cor de caramelo.

— Há alguns dias. Dois ou três. Não sei ao certo, nasci há pouco tempo. - Respondeu a menina, sorrindo.

— Como assim nasceu há pouco tempo? Olhe o seu tamanho! - Espantou-se Serena.

— Na minha espécie, os vagalumes de cristal, as fêmeas são cultivadas em jardins de rosas por muitos séculos. Em nossa tribo, existem apenas três fêmeas, eu, minha mãe e minha avó. Somos consideradas da realeza. - Solar explicou com orgulho eminente.

— Se você é nobre, por que está me servindo?

— Aprendemos aqui, neste vale sagrado, que é dever dos governantes zelar por seu povo e visitantes. - A menina disse por fim.

[...]

— Pensei que você fosse demorar mais... - observou Amom à Serena.

— Não havia necessidade. Já estou fortalecida novamente. Não posso gastar o nosso precioso tempo. - Serena respondeu alisando de leve seu vestido com as mãos.

—  O tempo pertence aos deuses. Por isso, não se preocupe e aproveite seus momentos de descanso. Você é muito valiosa e deve estar sempre saudável. - O leão afirmou firme.

A face de Serena se abriu em um largo sorriso com a preocupação de Amom.

— Um deus se preocupando comigo, me sinto honrada. - Brincou.

— Não sinta. Não sou um espírito bom assim. - Uma sombra pairou os olhos castanhos do leão.

Serena assentiu, confusa.

— Você conseguiu conversar com Dominus? - Perguntou, tentando mudar de assunto.

— Sim e não. Falei com o filho dele, Kalifas, e marcamos um encontro hoje à noite na Cúpula da Floresta.- Amom respondeu, olhando para o Sol, a fim de conseguir determinar as horas.

— Cúpula?

— Fica na região central de Mellory e é o polo de intercâmbio cultural entre povos. - o deus explicou impaciente. -Temos duas horas.

— Duas horas? - Serena indagou cética.

— Sim. Vou precisar fazer algo que lhe consumirá demasiada energia. Irei me metamorfosear na forma de besta. Acha que aguenta?

— Claro. Mas, como assim minha energia? - A jovem se assustou.

— Minha alma é sua alma. - Amom segurou a mão da Alfa e a pôs sobre seu peito musculoso.

O que se seguiu, nem mesmo a mais avançada ciência conseguiria explicar. Quando Serena abriu os olhos, estava sentada sobre as costas de um animal grande e peludo.

Mas, por que parecia que a promessa de seu irmão lhe perseguia tanto? Minha alma é a sua alma.

[...]

Dominus era um velho barbudo, mas possuía um ar de triunfo na voz e uma postura de guerreiro astuto. Viera de Findoram, o reino dos boêmio e era um mercador experiente. Seu filho era jovem, no máximo 18 anos, mesma idade de Serena. Rapaz misterioso e bem- afeiçoado, possuía um talho profundo no olho esquerdo, que o tornara cego e não menos belo. Kalifas saudou Serena e Amom com dois beijos na face, cumprimento típico dos ciganos. Sua mãe, Rubi, era uma mulher sensual, que exalava a excentricidade dos viajantes de seu bando. Longos cabelos negros em ondas pendiam até seus pés e seus olhos, que de tão castanhos chegavam a ser vermelhos, geravam certa inquietação a Alfa. A mulher parecia estar analisando todos os seus movimentos, como se ela pudesse ser uma ladra ou algo pior.

Após as devidas apresentações, Dominus os convidou para a tenda que havia armado na Cúpula, para vender seus produtos. Serena cogitou a ideia de serem especiarias ou joias roubadas, mas eram pessoas. Crianças, mais especificamente. Vestidos de farrapos, meninos e meninas eram separados por tamanho, idade e força. A Alfa olhou espantada para aquele abuso com a dignidade humana, logo, no entanto, recordou que seu pai também vendera milhares de crianças e mulheres para o trabalho escravo. Esse pensamento eliminou as chances de efetuação da sua possível ação benevolente. As mãos da Ômega eram tão sujas quanto as dos ciganos. Ela não poderia jamais julgá-los.

Já sentados sobre as almofadas coloridas da cabana, conversaram. Serena e Amom sentaram um ao lado do outro e Dominus, à frente, acompanhado por seu filho.

— O que um deus faz em terras ciganas? - O rei cigano quebrou o silêncio, após tomar uma golada de sua cerveja de soja.

— Deseja sinceridade ou mentira? - Amom perguntou, em clara provocação.

— Sabe que meu pai detesta mentiras. - Kalifas disse após uma risada rouca.

— Como quiser. - O leão consentiu, havia se metamorfoseado como humano novamente, assim que pôs os pés na Cúpula. - Essa jovem ao meu lado se chama Serena. Entre os escolhidos, ela é aquela que os sábios anciãos tratavam como a Dama do Sol. Ela deseja a simpatia dos ciganos.

— Por que não disse antes que estávamos perante uma rainha? - Dominus curvou o corpo em forma de saudação à Serena. - Perdoe-nos, Vossa Majestade. Fomos negligentes.

— O que eles estão dizendo? Sou uma bastarda, Amom. – Serena sussurrou no ouvido de Amom.

— Nesta terra santa, não há ninguém mais legítima que você. - Amom afirmou em voz alta.

Um sorriso preencheu a face de Serena. Nunca alguém a chamara de legítima. Percebeu que Dominus ainda estava abaixado, por isso apressou-se para pedir que ele se erguesse. Este, em tom respeitoso, confirmou a aliança:

— Terá total apoio dos ciganos, Vossa Majestade. Assim como és rainha da terra, és rainha também dos peregrinos.

[...]

Juntamente com os ciganos, Serena e Amom prosseguiram viagem para o Leste, rumo às terras dos canibais. Ao contrário da organização dos ciganos, as tribos do Leste eram guturais e pouco amigáveis. Sua linguagem, hábitos e cultura conseguiam superar os maiores absurdos já retratados. Mas, sem a menor sombra de dúvida, defendiam a floresta com unhas e dentes se necessário e eram fortes e unidos como uma grande correnteza. Se um morresse, ninguém comia por três dias, em respeito ao companheiro que partira à um destino incerto.

Serena gostava da selvageria daquele povo. Eles conseguiam superar o sentido de patriotismo e fraternidade. Além de que se treinados, formariam um exército quase invencível. A Alfa era uma militar nata, conhecia táticas de guerra e identificava guerreiros poderosos só de olhá-los. Odiava locais fechados e sem ação, gostava do sentimento imprevisível da batalha que corria em suas veias.

[...]

Estabelecer diálogos foi a parte mais complexa para garantir a interação entre Serena e sua nova tribo. A língua que ambos falavam eram extremamente diferentes, o que dificultou uma comunicação imediata. Por muitas semanas, o que restava de relacionamento entre eles, eram pequenas olhadelas, que a Alfa não conseguia identificar como sendo de ódio ou de respeito.

— Você está muita tensa! - Reclamou Kalifas, massageando os ombros da rainha. - Parece até que nunca foi rainha.

— Na verdade, nunca fui. Quando iria assumir o trono, após a prisão de meu pai, o Alfa Mathias, Premin sofreu um golpe de Estado e roubaram minha coroa, por direito. - Explicou Serena, apertando o tronco de árvore no qual estava sentada.

— Para mim, você já é uma rainha.

— Obrigada, Kalifas. - A Alfa agradeceu, animando- se um pouco.

— Ah! O líder da tribo, Scorpio, deseja sua companhia no sacrifício que eles ofereceram aos deuses. - Lembrou-se o cigano.

— Eles por acaso sabem que Amom é um deus?

— Na realidade, não. Amom para eles é seu marido. - Kalifas riu ao final de sua observação.

Serena se virou para ele, bruscamente.

— Marido? - Questionou sem compreender, a voz baixa para que os canibais não a escutassem. - Ele deve ser uns mil anos mais velho do que eu e...

— Eu escutei isso. - Amom sentou-se ao lado da Alfa, com os braços cruzados sobre o troco. - Deixe que acreditem nessa mentira. Na tradição deles, mulheres sem acompanhantes, são sinônimo de alimento puro.

— Entendo. Iremos permanecer com esta farsa para proteger Vossa Majestade. - Kalifas assentiu.

— Mas, tem mais uma coisa... - o deus começou a escolher suas palavras. - Eles desejam que oficializemos nossa união hoje à noite. Para eles, o único matrimônio válido é o celebrado pelo xamã, Castiel.

— Amom, isso não pode acontecer. Você é um deus e eu sou humana, seria uma heresia. - Serena desaprovou a ideia.

— Então façamos disso uma ordem divina. Serena de Premin, eu te ordeno que se case comigo. - Amom mandou firme e saiu. - Esteja pronta daqui cinco horas. A cerimônia começa quando o Sol se pôr. - Disse de costas.

Kalifas chamou as mulheres de seu bando para prepararem Serena para o casamento. Adornaram-na com um vestido pesado perolado e bordado com rosas vermelhas, em sua cintura amarraram um corpete apertado, por debaixo do tecido. Prenderam seus longos cabelos em um coque repleto de trancinhas, como usualmente as viajantes usam. Na floresta era impossível de se vestir saltos, devido a terra fofa. Então colocaram sapatilhas com fitilhos em seus pequenos pés. Na mão direita desenharam o brasão de Premin, um leão dourado com duas espadas de ouro com pedras preciosas incrustadas aos seus pés. Era incrível a minuciosidade dos ciganos ao reproduzir o símbolo da família real. Para combinar com o dourado do brasão, pequenas rosas foram pintadas nas laterais do rosto da Alfa. Serena estava impecável e exalava vida como nunca antes.

Dominus e Kalifas a acompanharam até o local onde o rito de passagem seria celebrado. Amom utilizava trajes ciganos, uma blusa larga e envelhecida, presa nos pulsos e calças de montaria acompanhadas por um par de botas pretas de couro. Os cabelos loiros estavam um tanto desarrumados e um brinco de rubi em formato de prisma reluzia de sua orelha direita.

Serena andava devagar, a respiração pesada. Se aquela blasfêmia fosse descoberta, ela morreria. Ao menos se o leão se prontificasse a protegê-la.  Proteção. Amom era capaz de lhe proporcionar isso. Serena gostava desta sensação. Um casamento não seria ruim sob essas circunstâncias. Sentimentos como amor vêm depois do bem-estar mútuo.

Os batuques dos tambores fizeram saltar o pequeno coração da Alfa.

Ela estava nervosa.

— Está pronta, senhorita? - Dominus perguntou.

— Acho que sim. - Respondeu olhando seu reflexo numa pequena poça de água perto de seus pés.

— Lembre-se que esta união é uma oportunidade para ganhar a simpatia de seu novo povo.

— Espero que sim. - A Ômega consentiu.

[...]

A cerimônia foi um tanto breve. O xamã convidou com alguns gestos que Serena e Amom se sentassem sobre duas poltronas feitas de tronco de árvores e adornadas com flores e pediu que dessem as mãos.

Serena ficou receosa, mas Amom tomou partido do gesto e disse, sem emitir som:

— Não tenha medo. Eu não mordo.

A Alfa riu e o xamã a encarou sem compreender. Amom sorriu, brincalhão. E logo, a cerimônia continuou. Agora o xamã os aspergia com uma água, que ao tocar na pele dos dois produzia um efeito semelhante ao arco-íris.

— É porque você é a Dama do Sol. - o leão fez um trocadilho.

Serena ficou olhando para os pontinhos coloridos em sua pele. Eles faziam cócegas ao encostar na derme.

O xamã prosseguiu com algumas palavras em sua língua nativa, até que um estrondo ressoou forte no ouvido de todos. Dominus se levantou, ligeiramente, pondo-se em posição de ataque. O resto dos ciganos se aproximo e viram um homem, ou melhor um jovem, com aparência de peregrino e com armamentos pesados, que ocasionalmente produziram o som alto ao serem jogados ao chão, quando ele resolveu descer de sua égua.

— Parem esse casamento! Essa garota é minha prisioneira! - Esbravejou afobado. Sacou uma adaga e prosseguiu, até ser barrado pelos fortes ciganos.

A essa altura, Amom já havia se levantado e se colocava entre Serena e o louco em potencial.

— Quem você pensa que é, para interromper o casamento de Vossa Majestade? - Kalifas perguntou bravo.

— Meu nome é Miguel. Alfa de Draken. Esta mulher é minha esposa perante a lei de meu país e se juntará a mim agora.

[...]

Amom estava estressado. Ele não conseguia entender os planos do dragão. Era para ser o dia de seu casamento com a Alfa de Premin, mas um estranho estúpido tinha interrompido a cerimônia.

— Francamente, Helias! – Gritou irritado com o dragão a sua frente. Ambos estavam em uma tenda, discutindo a situação. – O que significa tudo isso?

— Seja mais maleável, Amom. Quantos anos você tem? Mil? Dois mil? O que você pensa que te dá o direito de casar-se com uma humana? – Helias brincou. – Você sabe que esse tipo de rito é heresia.

— Você não sabe o que está fazendo. Eu poderia recuperar meus devotos me casando com Serena. – Amom respondeu, a fúria por perder essa grande oportunidade audível em sua voz.

—E se tornaria mais forte que todos! – Reclamou Helias. – Nosso objetivo não é voltar aos tempos de guerra, Amom. Queremos manter o equilíbrio, mas você precisa colaborar.

— Com colaborar, você quer dizer vender o dote da minha Alfa? – O leão perguntou sem conseguir acreditar. – Me recuso.

— É claro que não viemos de mãos vazias, caro Leão. – Helias afirmou esperto, como se escondesse algo entre as mangas. – Como retribuição a ajuda que Serena irá nos fornecer, Draken irá ajudar sua Alfa a recuperar seu trono em Premin. Mandaremos nossas melhores frotas contra o novo tirano que governa o país do ouro. As corujas me contaram que ele é um dos amantes de Kalisse e todos nós sabemos que aquela raposa invejosa não pode se reerguer.

— Interessante. – Disse Amom, raciocinando mais logicamente. – Mas, desejo uma garantia.

— O que acha de um pacto de sangue? Sabe que se eu o descumprir, ficarei amordaçado no limbo por séculos e meu povo perecerá. – Helias arriscou.

— Parece suficiente. – Concordou o leão, fazendo um corte na palma de sua mão.

O dragão o imitou e eles se cumprimentaram. O acordo estava feito.

[...]

O xamã recolhia com ajuda das ciganas os resquícios da antiga cerimônia de casamento. Miguel já estava sentado em sua posição de noivo, mas Serena o olhava impassível e odiosa. Detestava drakinianos, eles fediam a sangue de dragão.

— Prosseguiremos com o casamento. – Kalifas anunciou, confuso com os últimos acontecimentos.

— Eu não acredito. – Serena murmurou em voz baixa.

A cerimônia correu como o previsto, os rituais foram seguidos à risca e ao final da pregação incompreensível do xamã, Miguel e Serena deram as mãos. Selaram, assim, a união oficial entre a família real de Premin e a realeza de Draken. Era como um cessar fogo, só que apenas mais silencioso e significativo.

Ali se iniciava uma nova era. Onde, pelos deuses, a paz deveria permanecer.

 


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Notas finais do capítulo

Está foi a historia de Serena, e ai?
Ela é mesmo implacável!



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