Deixe-me te amar escrita por Nathália Francine
...
Nove anos haviam se passado e Amy não havia sido afetada pelo tempo. Sua beleza continuava a mesma e sua doçura havia apenas aumentado.
Estávamos agora na ilha deserta vendo minhas filhas dançarem e cantarem alegremente. Era noite de lua cheia, mas todos nós sabíamos que um eclipse iria nascer, e estávamos esperando pela hora certa para começarmos a nos despedir.
Uma a uma as Portas foram se a brindo e Morte, Vida, Honestidade; Orgulho, Sabedoria Vicio e até mesmo Inspiração surgiram com seus Seres logo atrás. Todos beijaram e abraçaram Amy que sorria e aplaudia a dançados Seres.
Olha-la me fazia querer chorar, mas ela havia me feito jurar pelas minhas flechas que eu nunca mais choraria.
O eclipse começou e todos se silenciaram aos poucos. Quando enfim a lua foi tomada por completo, nossos pais surgiram reluzentes caminhando em nossa direção.
Minha senhora, a Lua, estava em um vestido de cetim banhado de diamantes em pó. O decote era tão profundo quanto ao seu sorriso.
Entre seus cabelos se via claramente as perolas perdidas em seus cachos.
O Astro Rei estava com seu terno preto e uma gravata vermelha como a lava de um vulcão.
Minha mãe sorriu para todos e beijou a testa de Amy. Meu pai segurou sua mão e acariciou sua bochecha.
A atenção foi voltada para mim e meu desespero me dominou.
— Eros?
Encarei o mar e suspirei. Observei a escuridão e vi meu futuro refletido. As lagrimas brotaram e antes que uma caísse, Amy pegou minha mão e acalentou todos os meus receios.
— Minha amada...Minha doce Amy.
Ela sorriu e me beijou profundamente.
— Nunca se esqueça da jura que me fez.
— Nunca. – Eu suspirei. – Amy...eu...
— Não é culpa sua. Não pense assim.
Eu engoli em seco e concordei com um aceno leve de cabeça.
— Meu filho...esta na hora.
Lua me encarava de forma seria e carinhosa. Ela pegou Amy pela mão e beijou seus lábios levemente.
— Minha querida, estarei sempre com você.
— Obrigado, minha mãe.
Lua a abraçou e uma lagrima rolou de seu rosto.
Meu pai se aproximou e abraçou as duas.
— Vamos meninas...
Ele abraçou Amy fortemente e a beijou.
— Minha filha, conte sempre comigo!
— Sempre meu pai.
Ambos choravam e quando eu me aproximei, Amy sorriu.
— Meu amor, esta na hora. Eu sinto.
Meu corpo doía e meus olhos estavam marejados.
— Tudo bem.
Ela estava tão linda quanto da primeira vez que a vi.
A ilha se ascendeu como se todas as estrelas banhassem a terra fazendo brotar das ondas a sinfonia de Bath.
Dançamos até sua respiração começar a falhar. Seus batimentos ecoavam pela imensidão do mar e pouco a pouco ela caiu em meus braços acariciando meu rosto.
Morte se aproximou e eu a beijei mantendo os olhos fechados.
Antes que a foice do Morte cumprisse seu dever, ela sussurrou:
— Obrigado por deixar eu te amar.
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