Deixe-me te amar escrita por Nathália Francine


Capítulo 29
Vinte e Nove




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Deixei meu arco cai no chão e observei enquanto ele se aproximava de Amy.

— Olá Amy. Sinto muito por toda a bagunça que meus filhos fizeram.

— Quem é você?

— Sou o Astro Rei, muito prazer.

— V-você é o Sol?

— Sim, e esta é minha esposa – Ele apontou para a mulher que curvou a cabeça levemente para Amy – A Lua.

— Vocês são os pais do Eros?

— Sim. E de todos os outros Regentes. Nós os criamos para que eles ajudassem e guiassem vocês.

— Cupido?

A voz da Lua me atingiu com uma canção ao pé do ouvido.

Eu me levantei e fui até ela.

— Eu ouvi seus pedidos. Suas orações e seus apelos desesperados. – Ela acariciou meu rosto e sorriu – Estou orgulhosa de você. Sua missão era proteger Amy, e você cumpriu até o fim.

— Minha senhora...porque? Por que essa missão?

— Vocês precisam ser testados de tempos em tempos. E os humanos escolhidos também precisam passar por este teste. Seu pai teve essa ideia.

— De tempos em tempos um humano nasce tocado por mim. Eles podem ver o mundo como ele realmente é e eu os coloco no caminho de um de vocês. Quando este humano morre, sua mãe lhes dá duas opções.  Ou eles renascem em outro corpo com a felicidade plena, ou eles viram Cadentes. Os Cadentes são soldados, por assim dizer, que irão proteger minha amada de qualquer perigo.

A Lua riu e todos a olharam.

— Meu marido tem medo que algo me aconteça.

Ele bufou:

— Prefiro garantir sua total segurança.

Ela riu novamente e depois ficou séria enquanto encarava Ódio.

Ela deu dois passos e uma Porta abriu ao lado de Ódio, mas antes que ela pudesse correr em sua direção, a Porta foi tomada por chamas. Ódio encarou a cena e todos nós vimos o pavor estampado em cada parte de seu corpo. Em um gesto desesperado, ela abriu as asas e alçou voo, mas a Lua estendeu a mão e ela caiu ao chão.

— Tentar fugir é inútil minha filha. Eu ouvi você também e quero que saiba eu seus motivos são fúteis e que deste joguinho, apenas uma pessoa sairá vitoriosa: eu.

Ódio abaixou a cabeça e ficou em silencio.

Pela primeira vez em toda a minha existência eu a vi derrotada e acuada.

— Eu tenho algumas perguntas. – Amy tinha a voz firme e todos a encararam. - Acho que todos aqui têm muitas duvidas, mas não terão coragem de falar. Então eu falo.

A lua sorriu e a encorajou a continuar com um aceno.

— Por que eu?  Por que sofri tanto? Por que Ódio fez tudo isso? E se vocês sabiam de tudo, por que não a impediram? Pessoas inocentes morreram nas mãos dela. E os Primeiros...eles foram assassinados. Por quê?

O Sol pegou sua mão e acariciou.

— Também seguimos regras Amy. Seu sofrimento...tudo o que você passou, te deixou mais forte para que pudesse cruzar o caminho do meu filho. Quanto aos motivos da minha filha...é assim que ela é regida. Ela não pode evitar.

— Mas vocês poderiam.

— Como disse, também seguimos regras.

—Tudo foi um teste então?

— Sim.

— E agora?

— Agora – A lua disse – Você escolhe. Quer se juntar a mim ou encontrar sua felicidade?

Amy olhou um por um e me encarou. Soltou a mão do Astro Rei e veio em minha direção beijando minha testa e olhando para a Lua.

— Eu já encontrei minha felicidade.

— Muito bem então.

O Sol se aproximou dela e os dois encaram o céu. O eclipse estava se dissipando e as estrelas começaram a brilhar lentamente.

— Esta na hora. – O Sol nos olhou e sorriu. – Vocês ainda tem muito que aprender, mas estão no caminho certo.

Eles desapareceram e o silencio permaneceu pelo o que pareceu uma eternidade, até que Ódio se levantou e abriu uma Porta. Ela não disse nada, nem olhou para ninguém, apenas se foi. Eu senti em minhas veias a sua decepção e seu desespero por ter sido humilhada mas a tranquilidade em meu coração era maior.

Senti meu rosto molhado e por um momento levantei a mão para enxugar o rosto de Amy, mas ela passou a mão pelo meu rosto e sorriu:

— Não quero te ver chorar nunca mais.

— Nós...nãos podemos chorar.

Ela riu:

— Você ainda não percebeu que é diferente?

Ela me beijou e o mundo se calou para ouvir meu coração ecoar juntamente com o dela.


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