Deixe-me te amar escrita por Nathália Francine


Capítulo 27
Vinte e Sete




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/706256/chapter/27

Ela me soltou e sumiu pela porta recém-aberta. Minha vista escureceu por um momento e quando voltei a enxergar com clareza, vi as mãos de Honestidade me puxando por uma Porta e gritando:

— Mexa-se!

A Porta se abriu em Cameron Highlands no mesmo trecho em que um dia Arly e Caleb se encontravam.

 Ela estava ali, coberta de sangue negro chorando e segurando uma foice. Caleb estava ao seu lado de mãos dadas com ela observando Morte e Vida. Os quatro se encaravam e quando nos viram, Arly soltou a foice e a mão de Caleb e correu para meu colo.

Eu a abracei forte e fiquei de joelhos olhando para Morte enquanto Arly chorava. Quando ela se acalmou eu puxei seu rosto:

— O que aconteceu aqui?

— Ele tentou atacar Caleb. Eles começaram a brigar. Mas ele era mais forte e Caleb caiu. Então eu peguei a foice acertei ele. Eu não podia deixar que ele matasse o Caleb. Eu amo ele!

Honestidade se aproximou e pegou a mão de Arly:

— Venha querida, deixe eu te limpar.

Eu me levantei e fui até Caleb:

— Você está bem?

— Sim. Sua filha me defendeu se não se importa, quero ficar com ela.

Ele foi em direção a Arly e observou enquanto Honestidade limpava o sangue.

Morte começou a caminhar e eu e Vida o acompanhamos.

Quando ele finalmente parou a uma boa distancia seu punho me acertou.

— O que Arly é?

Vida o segurava e quando me levantei segurando meu queixo, o encarei.

—Eu não sei, mas temos que agradecer ou então Caleb estaria morto!

Ele se desvencilhou de Vida e começou andar de um lado para o outro. Vida me encarou:

— Você esta bem?

— Vou sobreviver. Agora alguém pode me explicar o que esta acontecendo? Por que minha filha esta coberta de sangue? Como ela conseguiu usar a foice do Caleb? E quem os atacou?

Vida suspirou e coçou a testa

— Aparentemente um dos Seres da sua irmã apareceu aqui e tentou matar o Caleb e a Arly. Caleb tentou defender Arly, mas o filho da Ódio era mais forte e bem...quando Caleb caiu, Arly pegou a foice dele e atacou. – Ele me encarou com os olhos brancos acusativos – Você sabe muito bem como ela conseguiu usar a foice não é? Ela é diferente. Sempre foi.

Eu suspirei:

— Sim. Ela ouve as Canções e pelo o que Ódio me disse, o ultimo dela também ouve.

Morte se aproximou e me abraçou:

— Sinto muito por ter te acertado. Eu...eu não posso perder um dos meus filhos. Não para um dos desgraçados da sua irmã!

Ele me soltou e encarou Honestidade que se aproximava.

— Eles foram embora. Eu pedi para que fossem para minha casa e esperassem lá.

Ela se aproximou de Morte e o beijou.

— Tudo ficara bem. Ele esta a salvo em minha casa e acho que Arly é mais do que capaz de protegê-lo.

Morte riu e nos encarou.

— O que faremos agora?

Foi Vida quem respondeu:

— Se ele conseguiu atacar Caleb e Arly, podemos supor que ele também...mas porque? O que Ódio ganharia assassinando os Primeiros? E porque atacar Arly e Caleb agora?

Eu o encarei:

— Você sabe por que.

— Você acha que ela iria tão longe apenas para se vingar de você?

— Tenho certeza que sim. Para ela tudo é um jogo. Um jogo onde ela tem que sair vitoriosa. Sempre!

Morte praguejou:

— Que filha da puta! Foi ela! Eu tenho certeza!  Ela os matou também!  E se ela fez isso...

Honestidade se apavorou e me olhou:

— Amy.

Eu abri uma Porta e passei por ela com os três logo atrás de mim. O apartamento estava vazio, então corremos para a floricultura.

Ao entrarmos, não reconheci o lugar. Todas as flores estavam secas e espalhadas pelo chão. No meio do salão, Nora estava caída coberta de sangue.

Eu ajoelhei ao seu lado e ela sorriu.

— Salve-a. Salve a minha menina...salve nossa doce Amy.

Morte se ajoelhou a meu lado e colocou a mão em meu ombro

— Ela não vai aguentar por muito tempo.

Uma porta se abriu e um dos filhos do Morte apareceu.

— Meu pai, me chamou?

— Sim, cuide dela.

O jovem obedeceu e tomou as mãos de Nora nas suas.

Eu cambaleei para fora da floricultura e encarei o céu. Honestidade parou ao meu lado:

— Hoje terá um eclipse total da lua...não acontece a um bom tempo.  – Ela suspirou – Como a encontraremos?

— Eu sei exatamente onde ela está.

— Nós iremos logo atrás.

 Eu comecei a caminhar em direção a Porta enquanto assumia minha forma.

Quando cheguei ao Coliseu, vi Amy ajoelhada e logo a sua frente estava Ódio e todos os seus Seres com os arcos erguidos, e assim que me viram, lançaram as flechas. Corri em direção a Amy e me ajoelhei a abraçando e a cobrindo com minhas asas.

 Ela me encarou e eu sorri:

— Ainda acha que eu sou delicado feito uma moça?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Deixe-me te amar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.