Deixe-me te amar escrita por Nathália Francine


Capítulo 12
Doze




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Eu esperei até que a dona da festa a levasse para longe e puxei meu arco.

Senti a flecha se materializar e se encaixar perfeitamente em meus dedos. Antes de atira-la, cochichei na ponta da flecha de ametista:

—“ Cristal”

E assim que mirei a cabeça dele, soltei.

A flecha preta voou em sua direção e a ametista brilhou fortemente quando atravessou a cabeça do jovem rapaz que nada percebeu.

Assim que guardei o arco, corri para procurar Amy e a encontrei na estufa que ficava no terraço.

Ela estava sentada em um banco de mármore antigo de costas para a entrada. O cabelo estava solto e o leve balançar dos seus ombros deixava claro que ela estava chorando. Ao seu redor as Peristerias Elatas floresciam de forma abundante formando uma espécie de áurea branca ao redor dela. Me aproximei lentamente e sentei ao seu lado. Peguei sua mão e fiquei calado até que ela secou as lagrimas e me olhou:

— Você está bem?

— Sim.

No andar de baixo a orquestra começou a tocar e as notas invadiram toda a estufa. A sinfonia número 4 de Bramhs a fez suspirar.

— É uma linda estufa, não é? A Sra Naomi tem o dom de cultivar todos os tipos de flores aqui. Parece magia...

Eu concordei e observei as lagrimas caindo lentamente pelo seu rosto.

Me levantei e a puxei para mim. Ela se encaixou perfeitamente em meus braços e eu a guiei nos passos mais simples e mais profundos. E ela me acompanhou como se tivéssemos ensaiando. Dançamos por toda a extensão da estufa e por onde passávamos aos rodopios, as flores se abriam e nos banhavam com sua beleza e seus perfumes diversos. Aos poucos vi suas lagrimas desaparecerem e darem lugar ao seu sorriso e naquele momento eu soube que em toda a minha existência eu nunca havia visto um riso tão maravilho quanto aquele.

A sinfonia se acabou e paramos cercados por uma parede coberta pelas Corações-Sangrentos. O rosa das pétalas exaltava o rosa-claro de vestido de Amy deixando-a com um aspecto angelical.

Passei a mão pelo seu rosto e encaixei uma mexa de seu cabelo atrás da sua orelha.

Eu suspirei e me aproximei lentamente de seu rosto e ela fechou os olhos e entreabriu a boca.

Eu senti sua respiração ficar acelerada e me surpreendi a o ver que a minha acompanhava o ritmo da dela.

Fechei os olhos e esqueci de tudo. Só pensava em sentir seus lábios sobre os meus, mas antes que isso acontecesse, uma voz a chamou e nós nos separamos.

 Eu observei ela saindo de braços dados com uma das convidadas dizendo que estava se sentindo tonta e resolveu dar um tempo na estufa, mas que agora já se sentia melhor.

Fiquei ali por alguns minutos e no momento em que me virei para abrir uma Porta, eu o vi me encarando perplexo. A única coisa que consegui dizer, soou acusador até mesmo para meus ouvidos.

— Morte, eu posso explicar!


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