POV Flowey

— Quer dizer que ele está aqui? - Citron perguntou para confirmar. Fico feliz em saber que não sou a única que não gosta do Z7.

— Nós vamos dar um jeito nele. - Resolvi entrar na conversa

O citrinador sorriu. Acho que ele gostou da ideia.

— As plantas estão com a Gnomba! Não estão mais! Estão de novo! BORA LÁ TIME! - Ouvi o humano pela escuta. Ele estava bem animado.

— Vamos ter que dar um jeito nisso primeiro. - Kernel também entrou na conversa.

Depois de concordar, entrei no chão e apareci debaixo da ponte. Poucos segundos depois de chegar lá, consegui avistar uma flor muito parecida com Sunset carregando a Gnomba... SÓ QUE ELA TAVA PEGANDO FOGO!!

Senti alguma coisa esbarrando nas minhas raízes, e só fui entender o que era quando vi Chomper brotar do meu lado.

— Vem Flowey! - Ela foi atrás da girassol, e pelo visto não foi a única, já que também tinha uma outra planta, parecida com Citron, só que “de gelo”, fazendo uma escolta. Apareci por perto, apenas para matar alguns zumbis que estavam em regiões elevadas, prontos para atirar.

Chegamos a um cemitério e gnomo explosivo foi cuidadosamente encaixado na cova. Chomper se afastou, diferentemente do resto das plantas, que continuou ao redor.

— Hey, nunca te vi antes. Você é nova? - Perguntou a girassol flamejante.

— Hum… Sim. E você está pegando fogo.

Esperava uma explicação, mas ela ficou quieta.

Foram chegando mais plantas, e até algumas da minha turma, como Rose, Sunset e Pea. A disparervilha ficou em uma região elevada, aparentemente pronta para atirar.

Quando os zumbis chegaram para defender o território, começou a briga. Tiro por todo os lados, plantas carnívoras surgindo do chão, e até um feijão explosivo foi atirado pela nossa amiga verde. Matei vários, mas não era o suficiente, eles vieram todos de uma vez. Alguns estavam vestidos como cientistas e tinham um raio conector muito similar ao da Sunset… E ao dos outros girassóis, pois acabei de perceber que a flor de fogo também o tem.

Quando eles conseguiram se aproximar do cemitério, parei de atacar e cerquei a cova com as minhas pétalas da amizade.

— Me desculpem, mas aqui é área restrita!

Lógico que tentaram me matar depois dessa zoeira, mas coloque ênfase em “tentaram”. Foram todos derrubados e poucos tiros me acertaram… O que nem foi um problema, já que Sunset estava por perto com suas habilidades de cura.

Pouco tempo depois de determos os zumbis, as plantas começaram a se afastar da Gnomba. Não entendi, mas fiz o mesmo, o que foi muito bom, porque ela explodiu logo em seguida, destruindo a cova.

— CABUM!! - Dave imitou a explosão.

— Placar empatado! - Kernel também estava feliz.

O pessoal se espalhou pelo mapa novamente. Meus amigos deram uma acenada e fizeram comentários antes de sair, exceto pela Pea, que continuou em cima do telhado coberto por neve.

— Área restrita… Essa foi boa! - Ela disse de lá de cima. - Aliás, ótimo trabalho!

Não respondi nada. Enquanto o humano não falava a nova localização da Gnomba, fiquei passeando pelo mapa, matando os zumbis que encontrava pelo caminho. Confesso que estava procurando meu rival, mas matar aleatoriamente também é legal.

Foi quando uma Gnomba apareceu do meu lado.

— A Gnomba reapareceu e está… Com as plantas! É, alguém do nosso time a pegou assim que ela surgiu.

Já ia perguntar onde tinha um cemitério quando vi um. Os zumbis chegaram rápido, mas não foram páreos para mim. Encaixei o gnomo na cova e cerquei o lugar com as pétalas da amizade. Quero ver alguém tentar chegar perto agora!

Plantas se aproximaram. OK, elas podem.

— Viu como explodir cemitérios é mais legal que explodir cabanas? - Quem disse isso foi o Citron, que chegou rolando. Até quando vão encher o meu saco?

— Vi.

Nenhum morto-vivo ousou se aproximar. Tá bom, teve um ou outro que estava desesperado, mas foram poucos.

A laranja me cutucou com sua pata… Pra mim aquilo ainda é um gomo de mexerica.

— Hey, olha quem está ali!

Ela apontou e eu olhei na direção, encontrando um grupo de 3 zumbis.

Um estava acima do peso e todo sujo de lixo.

Outro tinha um golfinho como arma.

O terceiro era o zumbi em miniatura de capacete.

— Você disse que daríamos um jeito nele.

— E VAMOS!! AGORA MESMO!! - Ninguém estava chegando perto do gnomo, aquela era a oportunidade perfeita!!

— Rose, toma conta que eu e a Flowey daremos um rolê! - Nem tinha visto que a Rose tinha chegado.

A rosa fez sinal positivo.

— Flowey, vamos chegar de surpresa. Consegue ir para aquela parede?

Hum… Então terei que seguir um plano? Isso não é muito legal, mas no começo também não estava a fim de lutar contra zumbis e no final adorei. Vou dar uma chance.

— Uhum. - Teleportei para onde ele pediu e fiquei escondida. Ele não é muito rápido, mas já estava a caminho.

Consegui ouvir o que os 3 zumbis conversavam.

— Já começou a contagem regressiva?

— Ainda não, mas acho que já vai começar, a quantidade de queixas está absurda.

— É, acabou de chegar mais uma. Bem que você falou que aquela flor nova não estava de brincadeira.

— E vocês não acreditaram quando eu falei. Agora fiquem chupando o dedo enquanto ela destrói as nossas covas sem nem termos como reagir!

Flor nova? Eles estão falando de mim?

— Cheguei…

— CITRON, NÃO ME ASSUSTA DESSE JEITO DE NOVO. - Ele chegou de repente, é claro que eu levei um susto! O resto da turma achou engraçado, pois ouvi risadas pela escuta.

— Shhh!! Eles podem nos ouvir!!

— Olha, se eles podem nos ouvir eu não sei, mas dá pra ouvir a conversa deles, e acho que falaram de mim!

— Então vamos fazer silêncio e prestar atenção…

Citron pareceu se interessar muito em ouvir o que os zumbis tinham a dizer. É uma pena que eu não consiga identificar de quem é cada fala.

— Contagem regressiva para o que mesmo?

— Sério que você esqueceu? O Zumbão vai passar com o dirigível, mandando bomba! - Agora entendi porque o citrinador prestou tanta atenção.

— COMEÇOU PESSOAL, COMEÇOU!! 10…

— Flowey, agora!! - Citron saiu de perto da parede, encarando o trio. Fiz o mesmo.

Nossa entrada triunfal foi interrompida com uma explosão ao fundo. Foi a Gnomba detonando o cemitério.

— Gna gna gna Gnomba!!! - Dave fez uma pequena comemoração.

— Gna gna gna? É sério isso? - Pensei alto.

Sendo sincera, essa explosão poderia ter ajudado a dar o clima, mas acabou nos distraindo.

Só percebi que estava encrencada ao ouvir alguma coisa gritar “MIOLOS” praticamente dentro da minha cabeça.

POV Z7

O citrinador, que considero um arquinimigo, e a flor nova, que só tinha visto uma vez e já era o meu maior pesadelo, chegaram de surpresa e estavam bem na minha frente. Eu teria entrado em pânico se uma explosão não tivesse quebrado o clima.

Não sabia o que tinha explodido, mas, pelo tempo, acreditei que fosse a Gnomba.

— COMO VOCÊS ESTÃO PERDENDO?! SÃO PLANTAS!! - Agora era certeza. Se o Zumbão chiou, é porque o placar piorou pro nosso lado.

Ao olhar para frente, surpreso por ainda não ter levado uns 50 tiros, percebi que as duas plantas se distraíram.

— Gna gna gna? É sério isso?

Pela primeira vez, eu fiquei feliz em saber que nosso cemitério foi destruído.

Meu amigo especialista em saneamento, que a turma apelidou carinhosamente de Cascão, pensou rápido e usou sua granada sônica, atordoando a dupla. Eu e o Dr. Golfinho, que é o biólogo marinho, atiramos enquanto Cascão montava sua torre.

A flor dourada ainda estava meio tonta, mas quase totalmente recuperada, quando entrou no chão. Olhei ao redor e a encontrei atrás de mim, já em condições de atacar. Ativei meu jetpack para me distanciar enquanto atirava, mas não consegui desviar dos ataques dela muito bem. Felizmente o nosso biólogo marinho estava lá e colocou uma estação de cura no chão, sobre a qual me apoiei. Peguei meu walkie talkie para ver a contagem.

— 6… 5…

Cascão estava atirando na flor com a torre quando a laranja rapidamente se posicionou na frente com seu escudo-casca.

— Flowey, você tá bem?!

— Não.

Aproveitei que os dois estavam próximos para usar a granada gravitacional.

— Agora ferrou de vez. - A flor chiou.

Como já tinha me recuperado, me distanciei um pouco da estação de cura para encontrar um posicionamento melhor, com a intenção de evitar acertar o escudo. Tanto a flor quanto a laranja tentaram me acertar, mas não conseguiram. Acho que estavam me focando.

Uma torre atirando de um lado.

O Dr. Golfinho atirando tripas de golfinho do outro.

Eu usei apenas uma das pistolas para atirar, já que com a outra mão segurava o walkie talkie para ver a contagem regressiva… Tá bom, aquilo está mais para um celular do que para um walkie talkie, mas eu falo que é um porque se parece com um, e vou continuar chamando do jeito que eu quiser. É meu, eu que nomeio.

— 3… 2… 1… ZERO!!

Olhei para o lado apenas para comemorar e tive a sorte… Ou o azar… De perceber que mais flores, uma rosa e uma girassol, estavam se aproximando.

— CUIDADO!! - Gritei para o biólogo marinho, que nem tinha percebido a presença da rosa e já tinha sido transformado em cabra. Felizmente não fui cabrificado ao escapar usando o jetpack bem na hora.

Dr. Golfinho (agora Dr. Cabra) foi derrubado.

O efeito da granada gravitacional acabou.

Cascão desceu da torre enquanto eu fugia. É, achei melhor dar no pé.

— Z7, vai devagar!! - Ele disse montando na britadeira, levando alguns tiros e caindo logo em seguida. Também, as plantas estavam em 4…

Espera...

Minto! Elas estavam em 3…

Acabei de perceber que a flor dourada morreu.