Ascensão dos Mortos escrita por Mary


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal ♥
Já é sábado e por minha amiga estar aqui em casa, só consegui publicar o capítulo na madruga rs
Antes, quero agradecer a todos meus leitores que acompanham a história. E principalmente a Menta por seus comentários maravilhosos. Também quero agradecer a Fantasminha que sempre esta me alegrando com seus comentários ♥ Vocês são o máximo! Um ultimo agradecimento ao meu beta-reader que vêm me ensinando muitas coisas e me ajudando muito com a história.
Hoje o capítulo irá ser tenso rs Boa leitura!



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Os dois encararam a porta por alguns segundos. A única opção era enfrentar aqueles zumbis, tentando não fazer muito barulho e atrair outros deles que perambulavam pela cidade.

— No três — disse Nicolas, começando sua contagem. — Um… Dois… Três…

Com um chute forte e preciso empurrou a porta. Luísa acertou o olho de um dos zumbis com seu pequeno facão e Nicolas estourou o crânio dos outros dois.

— Vamos — comunicou ela, olhando para o extenso corredor.

Cautelosamente, caminharam e pararam na primeira porta. Luísa a empurrou e se deparou apenas com uma sala médica bagunçada, porém sem zumbis. Pegaram algumas bandagens que estavam jogadas no chão e em cima do pequeno lavatório.

Nicolas abriu o armário, mas só restavam algumas ferramentas cirúrgicas. Provavelmente os médicos que trabalhavam no hospital haviam levado as coisas mais úteis no início da infestação. Continuaram pelo corredor e resolveram checar a segunda sala, porém não encontraram nada mais que poucas bandagens.

— Essas salas não têm nada de útil — concluiu Luísa.

— Acredito que tenha remédios no fundo do hospital — supôs Nicolas.

Não checaram as outras salas, apenas continuaram para o final do corredor. Com força, conseguiram abrir a porta de vidro e acharam a farmácia pública que fornecia remédios aos idosos e pessoas carentes. Estava fechada, porém com um extintor de incêndio Nicolas conseguiu quebrar o vidro e entrar na sala de remédios.

— Precisamos de anti-inflamatórios — indicou Luísa, procurando os medicamentos que possuíam essa função.

Pegou algumas caixas e leu as informações no verso tentando encontrar medicamentos que fossem úteis. Escolheu alguns anti-inflamatórios e analgésicos bem fortes. Por precaução pegou também alguns pacotes de anticoncepcionais e antidepressivos.

Pegaram tudo que julgaram necessário e mais um pouco. A mochila de Nicolas já estava quase cheia quando eles escutaram alguns grunhidos. Rapidamente, correram para fora.

Haviam em torno de cinco ou mais zumbis que arranhavam a porta de vidro que já estava cedendo. Eles correram e jogaram seu peso contra a porta, impedindo que os zumbis atravessassem. O vidro era bem resistente, o suficiente para não se quebrar, mas se os zumbis continuassem persistentes a porta se abriria. Luísa e Nicolas usavam toda a força possível, porém não aguentariam por muito tempo. Mais alguns zumbis vinham em direção à porta. E eles já notaram que estavam sem saída.

 

Dois anos atrás

Luísa bebia um copo de água com açúcar, tentando acalmar-se. Vestia um modelito completamente diferente do que costumava usar. Uma peruca loira, óculos escuros e documentos falsos. Era o necessário para fugir do país! Sua mala era pequena e leve, estava levando apenas o necessário e um revólver calibre 38, que estava escondido dentro de uma lata de bolachas com fundo falso… Era necessário!

Tentava se manter tranquila, mas a adrenalina pulsava em suas veias. Seus olhos caminhavam pelo aeroporto procurando por qualquer coisa suspeita, enquanto tentava acalmar sua respiração, suava frio de nervosismo.

Mesmo que não admitisse, ela estava com medo. Havia mexido com pessoas perigosas que agora queriam lhe matar, além disto havia criado uma boa dívida com a Justiça. Ela poderia ser assassinada ou presa, mas ainda mantinha esperanças que conseguiria fugir do país e se safar.

Ao ouvir seu voo sendo anunciado, seu coração pulsou mais forte. Com as mãos trêmulas se dirigiu até a área de embarque. Subiu as escadas e entrou no avião procurando por seu assento. Os passageiros todos sentaram-se e as portas foram fechadas. Um pequeno sorriso se formou em seus lábios. Já estava comemorando em silêncio sua vitória, havia conseguido!

Olhando pela janela viu o avião começando a se movimentar, logo decolaria. Um sorriso radiante se formou em seus lábios e ela não fez questão de disfarçá-lo, porém durou pouco.

O piloto havia recebido uma mensagem que deveria parar o avião imediatamente, não questionou. Aos poucos diminuiu a velocidade para que não houvesse uma freada muito brusca. Luísa estava com os olhos fechados, ouvindo uma boa música e se imaginando conhecendo Paris. E quando abriu os olhos, o avião estava parado e a Polícia Federal encarando os passageiros tentando reconhecer a criminosa da foto, que no caso era ela.

Ela estava diferente, mas um bom observador após uma análise detalhada com certeza a reconheceria. Luísa sabia disso e não havia nada que ela pudesse fazer, sua arma estava na outra bolsa. Era uma assassina e agora pagaria por seus crimes.

Os policiais não demoraram para chegar em seu banco. Luísa trancou a respiração e engoliu em seco, tentando não entregar seu desespero. Eles cochicharam algo a seu respeito e um dos homens olhou novamente para a fotografia, concluindo que era ela.

Podem algemá-la — ordenou o homem.

Ela se manteve em silêncio, respirando fundo e tentando não surtar. Não disse uma palavra e nem se levantou do banco, guardaria seus argumentos para o julgamento. Enquanto era algemada o policial ficava surpreso com seu comportamento.

Pensei que fosse se defender, Srta. Luísa.

Não sou uma criminosa.

Essas foram suas únicas palavras antes de ser levada algemada para fora do aeroporto e fotografada por alguns jornalistas curiosos.

 

— O que você fazia? — perguntou Nicolas, tirando-a do transe. — Antes de tudo isso acontecer.

— Eu era delegada. — Sorriu lembrando-se.

— Por que não estava vestida como uma delegada? — questionou o rapaz.

— Você estava vestido como um policial e não era um — argumentou Luísa.

— Tem razão! Me vesti como um policial para conseguir algumas armas, mas garanto que minhas intenções eram as melhores — justificou-se.

— Não te prenderei por roubar armas, afinal, estamos no apocalipse. De qualquer forma, não exerço mais a função de delegada. Fiz algumas coisas erradas, fui pega e fiquei na prisão por dois anos — confessou.

— Coisas erradas? — perguntou o rapaz curioso.

— Me envolvi com pessoas ruins, mas minhas intenções eram boas — garantiu com um pequeno sorriso.

— E se arrepende? — indagou Nicolas, fazendo-a refletir por alguns instantes.

— Não me arrependo de nada que tenha feito — afirmou ela.

— Não se arrepende de não ter me ajudado?

— Mesmo que eu me arrependesse, isso mudaria algo? — questionou Luísa. — Minhas desculpas não fariam sua irmã melhorar, mas os remédios sim. Por isso, estou nessa cidade ajudando uma pessoa que eu conheci algumas horas atrás. É, talvez eu tenha enlouquecido!

O Sol começava a nascer, um novo dia começaria e a porta não quebraria, mas seus músculos do braço já estavam doloridos. Ficariam naquele terraço até quando? O muro não era baixo e pulá-lo não era uma missão muito fácil. Se soltassem a porta e corressem, os zumbis alcançariam-lhes antes que eles conseguissem começar a escalar aquela muralha.

— Vá! — murmurou Luísa.

— Para onde? — perguntou o rapaz.

— Para onde você acha? — retrucou. — Pule o muro, fuja! Salve sua sobrinha! Antes que eu mude de ideia…

Nicolas não acreditava no que estava ouvindo, ela estava lhe dando uma chance para escapar. Mas mesmo que se tratasse de Luísa, deixá-la sozinha enfrentando aqueles zumbis era algo que ele estava com dificuldade para fazer. Se ela tivesse o ajudado, talvez sua sobrinha estivesse bem. Porém, independente do que ela tenha feito, Nicolas não queria deixá-la para morrer naquele terraço.

— E você? — questionou.

— Nicolas. — Ela sorriu fraco o encarando. — Não há forma de nós dois sairmos vivos daqui. Então, a menos que confie em uma garota chapada para levar os remédios para sua sobrinha, é melhor fugir enquanto tem tempo.

— Eu não vou deixá-la para morrer — declarou com a voz trêmula.

— Mas que porra, Nicolas! Aproveite a oportunidade e salve sua sobrinha, sem peso na consciência. Eu me viro sozinha — afirmou.

Luísa havia se recusado a ajudar Nicolas, ele não deveria sentir pena em deixá-la para trás, mas estava com o coração apertado. Por outro lado, precisava levar os remédios para sua sobrinha. Sem dúvidas era uma decisão difícil, porém lembrou-se do conselho de Luísa.

“Não tente salvar todo mundo!”.

Sua consciência ficaria pesada, mas infelizmente não poderia agir como um herói e tentar salvar o mundo. Entre Clarisse, sua sobrinha, e Luísa, uma recém-conhecida, ficava obvio quem ele escolheria ajudar.

— Obrigado — agradeceu.

Ele nunca se esqueceria daquela atitude de Luísa e seria eternamente grato a ela.

Em seguida, soltou a porta e correu até o muro. Começou a escalá-lo, porém não era uma missão muito fácil. Quando terminou, olhou para trás e a ex-delegada ainda segurava a porta, porém já estava cedendo para os zumbis famintos. Com o peso na consciência, pulou para fora do hospital, deixando Luísa para trás.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Please, não me matem AUAHUAHA
Não se esqueçam de comentar, a opinião de vocês são muito importante ♥ Beijos.