Ascensão dos Mortos escrita por Mary


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão? (Vacu é do mal)
No inicio da história falei que postaria os capítulos no final de semana, mas estou postando os capítulos na sexta, pois ando um pouco ocupada nos finais de semana. Bom, será postado um capítulo por semana.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=WAwK0XqbG7k
PARA QUEM AINDA NÃO ASSISTIU.



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Luísa quase deixou o rádio cair, mas suas mãos trêmulas conseguiram segurá-lo. Ficou em silêncio por alguns minutos pensando no que deveria fazer. A pressão para ajudar aquela garota era ainda maior porém, se ela não falasse com aquele rapaz, seria mais difícil. Ele poderia ter medicamentos e o necessário para que a sua sobrinha não morresse.

— Com quem eu falo? — perguntou, mesmo tendo quase certeza que era o homem que lhe ajudou horas atrás.

Desta vez o silêncio se fez do outro lado da linha. Ele teria reconhecido a sua voz? Mesmo receosa, ela prosseguiu.

— Você é o Nícolas? — questionou, lembrando-se do nome que a garota havia lhe falado.

— Você está com a Clarisse? — perguntou o homem com a voz levemente alterada.

— Ela está bem — garantiu, tentando acalmá-lo — Ela foi mordida, porém conseguimos resolver o problema. Ela só precisa de anti-inflamatórios e mais alguns medicamentos.

— Como é seu nome? — perguntou.

— Existem coisas que merecem mais prioridade que saber meu nome — retrucou. — Estamos na floresta e você precisa encontrar nosso acampamento…

— A floresta é enorme! Recomenda que eu use minha bola de cristal?

— Isso é problema seu, apenas nos encontre — revidou.

— Você?!

Rapidamente ela desligou o walk-talk.

Ele havia percebido de quem se tratava e agora tentava não surtar, porém não conseguiu controlar a sua raiva e jogou o seu rádio de comunicação com força no chão, enquanto xingava aquela mulher. Luísa estava com seu revólver e se recusou a ajudá-lo, motivos suficientes para não ter sua confiança. Mas ela também estava com sua sobrinha e a sua única chance de ajudá-la era encontrando o maldito acampamento.

Disposto a encontrar sua sobrinha, nem que para isso fosse necessário conversar com Luísa novamente, ele respirou fundo e pegou o walk-talk do chão. Tentou ligá-lo, porém ele havia quebrado.

— Merda — murmurou para si mesmo, enquanto batia no aparelho tentando fazê-lo funcionar.

Vendo que seria inútil e que o rádio estava realmente quebrado, resolveu se aventurar. Caminhou até o final da grande fileira de carros, foi cauteloso e conseguiu não atrair os zumbis. Adentrou a floresta tentando refazer o caminho de Luísa.

Ele andava rapidamente com sua lanterna e seu facão em mãos. Tentava se manter calmo, porém sabia que a cada minuto que se passava a situação de Clarisse piorava. Se arrependimento matasse, ele já estaria morto! Se martirizava tanto por ter ajudado Luísa. Se voltasse ao carro minutos antes talvez pudesse ajudar seus sobrinhos.

Mas quando voltou era tarde demais. Seu sobrinho estava trancado dentro do carro, porém não era mais um humano. Já sua sobrinha estava sumida. Não teve tempo nem para lamentar a morte do garoto. Ele precisava encontrar Clarisse!

O engarrafamento estava péssimo, muitos motoristas se transformaram e deixaram seus carros atrapalhando a passagem. Em meio aos automóveis ele caminhou e tentou achar sua sobrinha, porém a única coisa que encontrou foram zumbis.

Matou–os com seu facão e tentou reconhecer se algum deles era Clarisse.

Suas esperanças aumentaram quando recebeu uma mensagem em seu walk-talk. Clarisse estava viva! Porém, ao ouvir e perceber que a voz não era de sua sobrinha a raiva e tristeza lhe tomaram. Principalmente quando notou que a voz era de Luísa.

 Depois de um bom tempo caminhando e por sorte ou determinação, ele enxergou uma luz bem distante. Começou a correr em direção àquela luminosidade e encontrou uma cabana, bastava saber se era o local que sua sobrinha estava.

 Suas dúvidas acabaram quando ele avistou Luísa.

Nicolas estava a ponto de explodir, dizer tudo que estava enroscado em sua garganta e se livrar do terrível peso da culpa em suas costas. Luísa era a culpada! Se ela tivesse o ajudado… Mas ela possuía outras prioridades. Queria dizer tudo isso a ela, com palavras duras e cruéis para que ela sentisse ao menos um pouco de remorso.

Porém, raciocinando melhor, ele concluiu que seria inútil. Fazer com que ela se arrependesse não ajudaria sua sobrinha. No momento, ele precisava focar apenas em ajudá-la. Depois, pensaria em alguma vingança.

Ignorando completamente a morena a sua frente e as duas senhoras que conversavam, ele adentrou a cabana. Clarisse descansava serenamente, um sorriso involuntário surgiu em seu rosto em vê-la novamente, mesmo estando muito mal.

— Você está bem? — perguntou, se agachando e sentando-se ao lado da jovem.

— Estou viva — respondeu, abrindo os olhos em seguida — Graças a ela.

Ele encarou a garota loira que estava ao lado de sua sobrinha. Emily mantinha um sorriso fraco nos lábios. Ela sabia que a jovem precisava de cuidados médicos e seria muito complicado encontrar alguém especializado na situação em que eles se encontravam, mas estava orgulhosa de seu trabalho. Ao menos ela não havia se transformado em um zumbi.

— De nada — disse Emily, incomodada com o fato do homem não a agradecer.

— Não fizeram mais que a obrigação.

Desta vez Luísa, que observava a cena, se intrometeu.

— Seu problema é comigo, ela não tem nada a ver com isto — afirmou Luísa — Deveria agradecê-la, pois foi ela quem fez tudo por sua sobrinha. Não trate este favor como pagamento de uma dívida, pois quem lhe deve sou eu e não fui eu que ajudei a garota.

Emily encarou a colega um pouco confusa, em seguida o rapaz.

— Não faço ideia de que dívida seja essa, mas se quiser ajudar é melhor encontrar medicamentos — aconselhou Emily, checando novamente o estado da jovem.

Nicolas não discutiu.

— Fique tranquila, você ficará bem! — prometeu à jovem.

Apertou a mão direita de sua sobrinha, se despedindo. Em seguida saiu da cabana, abriu sua mochila e começou a organizar suas coisas. Pretendia partir em buscas dos medicamentos o mais breve possível. Luísa o observava, aproximando-se lentamente.

— Onde você vai? — perguntou.

— Por que o interesse? — devolveu, sem vontade nenhuma de manter um diálogo civilizado com ela.

— Digamos, que eu quero lhe ajudar.

— Sério?! Você quer mesmo me ajudar? Está se sentindo culpada? — questionou aumentando seu tom de voz.

— Eu quero lhe ajudar… — Nicolas revirou os olhos. Percebendo sua indignação, ela se interrompeu. Não costumava admitir seus sentimentos, mas realmente estava sentindo-se culpada e queria ajudá-lo. — Tudo bem, estou arrependida e gostaria de fazer algo para diminuir minha parcela de culpa.

— Vá se foder!

Nicolas terminou de arrumar sua mochila e com a lanterna e arma em mãos voltou a caminhar. Porém desta vez com uma companhia não tão agradável, que insistia em segui-lo. Ele adiantou o passo pensando que Luísa desistiria, mas seu treinamento físico era melhor que ele imaginava. Mesmo passando anos na cadeia e descuidando um pouco, ela ainda possuía uma boa resistência para longas caminhadas.

— Onde pretende encontrar medicamentos? — perguntou Luísa, sem respostas. — Não tem nenhuma farmácia próxima, precisaremos ir pela estrada e entrar em alguma cidade.

— É mesmo?

— Tenho uma ideia.

— Que ótimo! Só não espere que eu vá segui-la — afirmou Nicolas.

— Pretende mesmo chegar em alguma cidade andando? — perguntou a ex-detenta, mas não obteve respostas — Chegarei antes que você.

— Se algum otário lhe ajudar no caminho, tenho certeza que chegará.

 Ela não precisava da ajuda de ninguém para chegar em alguma farmácia. Mas explicar seu plano era inútil, Nicolas não o seguiria. Então, ela prosseguiria sozinha, conseguiria os medicamentos e esfregaria na cara dele. Mudou o rumo e começou a caminhar em direção a estrada, enquanto Nicolas sorria satisfeito por ter se livrado de sua companhia desagradável.

 […]

Ao chegar no acostamento, se escondeu atrás de uma árvore para observar como estava a movimentação. No começo do engarrafamento haviam alguns zumbis perambulando, porém a maioria estava entretida com algum resto de carne. Se ela conseguisse correr até um dos carros, poderia sair daquele local.

Preparou seu canivete em mãos e guardou a arma. Só usaria o revólver se fosse realmente necessário, barulho atraía os zumbis e pessoas mal-intencionadas. Analisou os automóveis e optou pelo carro que estava com a porta aberta.

 Respirou fundo e correu até ele. Um zumbi veio em sua direção, mas com um golpe certeiro ela o acertou na testa. O barulho do corpo daquela criatura caindo no chão foi o suficiente para atrair os outros zumbis. Percebendo que as coisas piorariam, ela matou apenas mais um que estava a sua frente e desviou dos outros. O motorista havia se transformado e estava preso ao cinto de segurança. Luísa acertou-lhe um golpe na cabeça e mesmo receosa esticou-se por cima dele para desabotoar o cinto e jogá-lo para fora do carro.

Fechou a porta, respirando aliviada. O barulho já havia atraído mais zumbis que o imaginado e eles já se amontoavam em volta do carro. Preparou-se para dirigir, quando percebeu que a chave não estava dentro do automóvel.

— Merda! — murmurou, socando o volante com raiva.

A chave estava no bolso do motorista, que agora estava estirado no chão cercado por muitos outros mortos-vivos. Abrir a porta e tentar pegar a chave estava fora de cogitação. A solução era tentar uma ligação direta antes que os zumbis conseguissem quebrar o vidro e atacá-la. O que não demoraria muito, levando em conta que o vidro já estava se trincando.


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Notas finais do capítulo

Será que Luísa conseguirá escapar desta?
Não se esqueçam de comentar, não é para esquecer mesmo AUAHUAH. Beijos, da tia ♥